novembro 30, 2013

novembro 28, 2013

ainda sobre a escada

da torre Eiffel, outro Português acha que... 
Raim on Facebook

quadrinhas de circunstância e sem jeitinho nenhum

hoje a reforma aos sessenta
é aos setenta amanhã
mal sei o que me aguenta
com esta corja malsã

ontem a Restauração
hoje em dia a dependência
um de Dezembro? e então…!
tenham lá santa paciência…

querem nomes? pois lá vão:
Aníbal Silva, Coelhos,
Sócrates e algum Durão
querem mais? é só escolhê-los…

e tu, meu concidadão
equilibrista sem rede
ao votares neste cordão
limpa as tuas mãos à parede!

O que sabia Cristóvão Colombo sobre o Novo Mundo ? I



Cavaleiro do Corvo, esboço: Duarte d'Armas

 Quando o comandante que ficou para a posteridade sob a designação de Cristóvão Colombo regressou da “descoberta” do continente Americano, fê-lo passando pelas Ilhas dos Açores.  Embora os dados sobre a sua localização que constavam nos documentos Espanhóis fossem imprecisos e Cristóvão Colombo estivesse ao serviço da Coroa Espanhola, ele conhecia com exactidão, não só as ilhas sob administração de Portugal, mas todos os fenómenos naturais que as caracterizavam assim como as envolvências técnicas respeitantes à navegação tendo as ilhas como referência. A mais de cem milhas marítimas para Oeste das Ilhas, determinadas particularidades sobre correntes marítimas, ventos dominantes, percurso migratório de aves e alterações na textura da superfície oceânica e que serviram de referência para as ordens dadas no contexto da navegação, revelam alguém com um conhecimento extraordinário, mais ainda tratando-se como se tem feito acreditar durante os últimos cinco séculos, de um estrangeiro que por razões ainda mais extraordinárias teria passado da natural desconfiança inicial para o estrito círculo de confiança intima na corte, atingindo o estatuto de “especial amigo” do rei D. João II.
Não obstante esta proximidade, e a mais do que conhecida forma impiedosa como o monarca tratava os traidores fossem eles quem fossem, Cristóvão Colombo, certamente tornado “persona non grata” regressou da sua viagem inicial, passou pelos Açores e atravessando uma intempérie da qual poderia ter-se esquivado sem problemas rumo a Espanha - os patrocinadores da viagem-, aportou em Odemira a partir de onde se dirigiu às altas instâncias do Reino de Portugal.
Das conversas tidas nada se dirá, por ora, nem da polémica em aberto sobre a nacionalidade do descobridor da América.
Outrossim são os conjuntos de factos quase ignorados, meras curiosidades à margem, mas que progressivamente, e perante novas descobertas, abandonam esse registo. A História tende a ser vista como o relato do imutável, do Passado, da estrada viajada e que por esse motivo permanece igual uma vez percorrida. Uma referência fixa e cómoda arrumação do suporte do Presente, muitas vezes obedecendo mais a interesses do que aos factos, e por isso mesmo passível do mesmo sentimento de desconforto sempre que -tal como os solos Açorianos- nela se mexe. 
A referência a estas ilhas não é meramente metafórica mas fundamental no contexto do conjuntos de posts a colocar.
Tem sido aceite a ideia de que estas ilhas seriam desabitadas e virgens no que à ocupação humana diz respeito.
Contudo, quando os Portugueses chegaram à ilha Açoriana a que chamaram Ilha do Marco, actualmente Ilha do Corvo, deram com uma coisa extraordinária. Encontrada no Noroeste da ilha, uma estátua de um cavaleiro apresentava traços característicos dos habitantes de Norte de África. Este facto, normalmente não referido nos relatos Históricos oficiais tem uma fonte irrefutável. Damião de Góis descreve esta descoberta, "uma antiqualha mui notável", na sua Crónica de Príncipe João (cap. IX) e as circunstâncias em que se teria dado a descoberta. Feita de uma só peça talhada na pedra e fixa assim rigidamente ao seu suporte, o cavaleiro apoiava uma mão na sua montada enquanto a outra livre apontava a poente. Da estátua mais nada se sabe excepto as ordens que o Rei teria dado para a seu transporte cuidadoso para o continente. Contudo, uma vez libertada a estátua do seu suporte, apenas alguns bocados foram trazidos para a corte. Se por efeito de intempérie como se escusaram os artífices contratados, se por inépcia destes, apenas a suspeita permanece.  Os relatos dão conta da sua guarda, nada menos do que pelo próprio rei nos seus aposentos durante algum tempo mas tendo-se perdido o rasto, o seu paradeiro é actualmente desconhecido
O facto desta descoberta é só por si extraordinário e passível de re-escrever toda a História, mas um outro ainda mais surpreendente vem a juntar-se lhe. No Sec. XVIII, um pote com moedas Fenícias datadas de 340 a 320 A.C. foi achado numas ruínas. Já antes durante o Sec. XVI, viajantes não Portugueses teriam dado conta de umas inscrições no interior de umas grutas de S. Miguel e que pareciam ser de origem Fenícia
Estes relatos sobre uma suposta ocupação Fenícia foram reforçados pela descoberta em 1976 de um amuleto com inscrições de Fenício tardio, e que os estudiosos classificam serem o período que vai entre os Séc. VI e IX, já na Era Cristã. Estes factos só por si indicam que as ilhas eram conhecidas e visitadas desde há milénios, facto confirmado desde 2011 dada a descoberta de dezenas de estruturas de planta uterina cavadas na rocha das ilhas do Corvo e da Terceira. Semelhantes às usadas nas margens orientais do Mediterrâneo nas culturas Gregas e Cartaginesas como sepulturas, são estes vestígios de necrópoles assim a prova cabal da ocupação humana muito antes da descoberta oficial dos Portugueses.
uma das pirâmides do Pico com câmaras interiores reveladoras
A juntar a isto, na Ilha do Pico, foi dado o enfoque estudioso a uma quantidade de pequenas pirâmides – cento e quarenta-  perfeitamente alinhadas segundo padrões geométricos. Embora nunca tivessem passado despercebidas, a sua existência era simplesmente atribuída a amontoamento de pedras derivado da limpeza dos terrenos para efeitos agrícolas, os chamados “maroiços”. Os estudos recente realizados nas câmaras descobertas nos seus interiores, abriu contudo mais uma frente sobre o quase desconhecimento da verdade Histórica que urge ser re-escrita. Os Açores eram confirmadamente conhecidos e habitados desde a Antiguidade.
Assim sendo, e dada a imensidão dos oceanos e dos temores ao desconhecido povoado de lendas e mitos e perante a pequenez dos navios e dos meios técnicos, é lícito colocar uma quantidade de perguntas.
Se é praticamente confirmada a tese de que as ilhas eram conhecidas e habitadas por Fenícios, qual teria sido a razão pela qual as ilhas foram abandonadas?
Como é que teriam lá chegado? Que conhecimentos teriam os Fenícios? Teriam ficado pelos Açores ou até onde foram? E sendo assim, que papéis desempenhariam as ilhas? Por outro lado, teriam sido os primeiros ou teria havido visitas por outros povos anteriores a eles? E os Portugueses? Teriam descoberto os Açores por mero acaso, derivado da necessidade de navegar para Oeste de forma a ultrapassar a temível armadilha dos ventos do Equador que empurravam os navios rumo aos rochedos junto às costas de África? Ou será que se confirma estarem na posse de conhecimentos privilegiados e guardados cuidadosamente em segredo durante séculos?
E Cristóvão Colombo? Quem é de facto esta fabulosa personagem?


novembro 27, 2013

J’àgora, que aqui estou, também vou fazer pressão sobre o Tribunal Constitucional e etc.

Não iremos desfrutar, a partir deste ano e a não ser que isto mude, o feriado de 01 de Dezembro, Dia da Independência de Portugal.

Na verdade, porque haveríamos de desfrutar de algo que não existe? Existirá, apenas, na memória diluída de um bando de tresloucados que, por razões insondáveis, não se deleitam com casas dos segredos e quejandas programações de idêntico gabarito…

A independência nacional não é, em boa verdade, prioridade nem sequer preocupação de quem tudo vende ao desbarato, começando nas courelas, passando por pai e mãe e acabando nos amanhãs que nem desafinadamente cantam.

No entanto, olhando para tudo quanto se passa em meu redor, tenho para mim que, por muito menos do que aquilo a que assistimos todos os dias, houve um tempo em que um outro láparo que dava pelo nome de Miguel de Vasconcelos ensaiou, com péssimos resultados, um voo livre de uma alta janela do paço, para o que contou com a ajuda interessada de um bando de tresloucados que, por razões insondáveis, também não alinhavam nas «casas dos segredos» de então…

E correu muito sangue e grita e muita tinta. E correu muita cavalgada contra os canhões e os barões e os tubarões. E a coisa foi ‘inda além da Taprobana, à marrada, se bem calhasse, à traulitada, à pazada, ao que estivesse à mão ou ao pé.

E era 1 de Dezembro quando a coisa começou. E levou para cima de vinte e oito anos a atingir alguma acalmia.

Depois, o tempo foi passando. Acabou o ouro da Mina e o do Brasil. Foi ficando a urina de noites mal passadas e o sarro das prepotências em becos pouco recomendáveis.

Houve, depois de inúmeras monarquias, uma titubeante, ainda que assertiva, república. Houve, logo depois, a negra ditadura fascista, que se pintava de várias cores, quando era preciso – veja-se os ballets rose ou a primavera marcelista – até que nos chegou o dia claro e limpo.

E por entre tudo isto sempre se manteve, a pé firme, a nação, esse património imaterial e inalienável que nos anima, incentiva e dá esperança.

A ela sempre se agarraram, também, outras coisas insanas, como a identidade nacional – aquela que não troca, nem por nada, um magusto por uma festarola de um qualquer halloween ou valentine’s day ou doris day, ou o que for que venha importado à pressão do poder do dinheiro, ou do poder e do dinheiro.

Ah, a identidade nacional! Essa coisa tão imaterial quanto a outra e que tende a viver-nos entranhada na pele, mesmo sem querermos ou darmos por isso.

E, contra ela, os vendilhões: do templo, dos bepêenes, da ortografia, da dignidade humana, das pepepês, da saúde, da educação… De tanta coisa, meus senhores, que a memória nos fica lerda.

Digam-me lá se o Miguel de Vasconcelos não era muito menos digno de ter feito aquele histórico voo livre do que tantos destes pássaros bisnaus dos nossos dias que conhecemos…

E ainda se lembram de qual era o singelo argumento justificativo para aqueles que o ajudaram em tal voo? Lembram-se, é? Esse, exactamente: o tipo era um traidor à pátria. E zás!
compradas por coleccionador Português, ficaram
sem os primeiros degraus... confiscados pelo fisco.
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novembro 24, 2013

a escadaria do descontentamento

e os seus limites
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O portal «Europe Direct» da União Europeia não está a ser tão directo como isso

Em 29 de Outubro enviei este pedido pelo portal Europe Direct da União Europeia.
Tive de imediato uma resposta automática:
"Agradecemos o seu contacto. Por norma, o prazo médio de resposta é de três dias úteis. Devido ao elevado número de consultas, pedimos a sua compreensão para o facto de não nos ser possível, de momento, cumprir esse prazo. Para questões mais complexas ou específicas, o prazo de resposta pode ser superior.
Com os melhores cumprimentos,
Centro de Contacto EUROPE DIRECT"

No dia 19 de Novembro, recebi uma nova informação, agora mais concreta:
"Agradecemos a sua mensagem. A sua questão foi enviada a outro departamento da UE para consulta. Portanto, pode demorar mais tempo para receber uma resposta.
Agradecemos a sua paciência.
Com os melhores cumprimentos,
Centro de Contacto EUROPE DIRECT"

Continuemos a aguardar.


novembro 22, 2013

«A minha primeira vez» - António Pimpão

A primeira vez que andei numa bicicleta teria para aí 6 ou 7 anos.
Foi assim:
Quando era criança e vivia em Quiaios ia pelo menos uma vez por mês com os meus pais a uma das feiras mensais que se realizavam nas redondezas: Maiorca, Ferreira-a-Nova ou Tocha. A finalidade era vender produtos agrícolas ou animais adultos (bois ou porcos) e comprar sementes, alfaias ou animais para criar: leitões ou bezerros.
Num dos dias em que ia à feira da Ferreira com os meus pais, passou por nós o meu padrinho, soldado da GNR, montado na sua bicicleta enorme, roda 28. Ofereceu-me boleia e aceitei, montando à sua frente, no quadro da bicicleta. Foi a primeira vez que montei uma bicicleta.
Arrancámos, ele lá foi pedalando enquanto eu ia todo impante, a caminhar sentado, sem esforço, até que surgiu uma subida. Aguentou a pedalar o máximo que pôde mas não evitou ter que parar para, enquanto fosse a subir, levar a bicicleta à mão. No momento em que parou desequilibrámo-nos e malhámos ambos no chão.
Arrancámos de novo e quando chegámos a nova subida a bicicleta ia perdendo a direção e o equilíbrio, à medida que perdia velocidade. Outra queda.
Novo troço a pé e novo arranque. Até à subida seguinte. Quando o meu padrinho começava a pedalar com esforço e a bicicleta começava a perder velocidade era logo eu quem acabava por provocar o desequilíbrio, inclinando-me para cair. E lá fomos de novo ao chão.
Quando, depois, via nova subida lá ao longe começava logo a preparar-me mentalmente para mais uma queda, pois chegara à conclusão de que cair era a única forma de descer da bicicleta quando esta levava mais do que uma pessoa.
Até à feira foram umas 7 ou 8 quedas. Já ia com o corpo todo dorido e cheio de escoriações nos joelhos e nos cotovelos. Creio que o meu padrinho não ia melhor, pois algumas vezes era eu e a bicicleta a cair em cima dele.
Cheguei à feira antes dos meus pais. Quando eles chegaram e contei ao meu pai o martírio por que tinha passado e que nunca mais queria andar de bicicleta, ele disse-me. É uma pena. O teu padrinho é muito boa pessoa mas tem esse defeito de se embebedar logo pela manhã!
O trauma foi grande. Só aprendi a andar de bicicleta quando tinha para aí uns 15 anos.

António Pimpão

novembro 20, 2013

«Faz sentido baixar o IRC?» - António Pimpão

Este assunto é polémico, sem dúvida.
Pessoalmente, entendo que faz todo o sentido baixar – ou, até, eliminar – a tributação em IRC, mas desde que, cumulativamente:
1) as empresas sejam obrigadas a distribuir, sob a forma de dividendos, pelo menos 50% dos lucros obtidos.
2) estes lucros distribuídos não beneficiem da taxa liberatória atual, que permite que os rendimentos pagos sob a forma de dividendos sejam tributados a uma taxa fixa, inferior a 30%, e, depois, sejam excluídos da declaração fiscal do seu beneficiário.
A obrigatoriedade de distribuir pelo menos 50% dos lucros das sociedades consta já do Código das Sociedades Comerciais, mas, para além de não existir penalização para o incumprimento, pode ser afastada desde que devidamente (!) justificada e, na assembleia de aprovação de contas, haja votação maioritária nesse sentido.
Existe uma justificação económica para a obrigatoriedade de distribuição dos lucros: se não houver esta distribuição, os lucros ficam retidos na sociedade e a decisão quanto è sua aplicação fica exclusivamente nas mãos dos membros do conselho de administração que, naturalmente, tendem a aplicá-los no desenvolvimento do negócio da própria sociedade, mesmo que esta já não esteja a ter rendimentos marginais.
A distribuição dos dividendos permite a um conjunto mais alargado de pessoas – os acionistas – tomar, pela sua cabeça, a decisão de onde aplicar esse dinheiro, podendo fazê-lo noutros negócios mais interessantes, inovadores e rentáveis, ou no consumo, ou no aforro, conforme as preferências de cada um.
Se a sociedade que distribuiu os dividendos precisar de fundos para desenvolver os seus negócios, então que aumente o seu capital social, que poderá ser subscrito pelos atuais acionistas, se virem que o projeto tem interesse, ou por novos acionistas.
Sobre a questão da tributação dos dividendos, é inegável que, hoje em dia, beneficiam de condições muito favoráveis, comparativamente com os rendimentos do trabalho, uma vez que se lhes aplica uma taxa liberatória, que os liberta de englobamento na declaração fiscal anual. Caricatamente, pode acontecer que um rico acionista apresente uma declaração fiscal praticamente sem rendimentos, o que, no limite, e por exemplo, o habilitará a obter atestado de pobreza e, aos seus filhos, a beneficiarem de bolsas de estudo.
Na fase preparatória da alteração ao atual código do IRC, o presidente da Comissão para a Reforma do CIRC, António Lobo Xavier, chegou a alvitrar que a proposta redução gradual da taxa do IRC fosse acompanhada de um aumento da tributação dos dividendos. Porém, o governo não procedeu a esta compensação direta, tendo preferido criar novas taxas ou aumentar as existentes.

António Pimpão

novembro 18, 2013

a espuma dos dias...

Duas notícias MUITO IMPORTANTES

Os humanos(será que são...?) deste planeta têm destas coisas:

Notícia 1:- A filha do presidente de Angola é a primeira mulher bilionária africana (1000 milhões de dólares).

Notícia 2: - A UNICEF precisa de 4 milhões de dólares para salvar as crianças angolanas subnutridas.
Fica-nos a espuma dos dias em espelhos que distorcem as imagens.

«À Hitchcock» - António Pimpão

A história que se segue passou-se perto de Belmonte.
Um agricultor daquela zona reuniu um grupo de amigos, a quem ofereceu uma arrozada de cogumelos: míscaros, tortulhos ou cepas (boletus edulis) e rapazinhos (cantharelus cibarius).
Dois dos convivas era a primeira vez que iam comer tal petisco, pelo que estavam de pé atrás.
- E se os cogumelos são venenosos?! – perguntou um deles.
- Então eu não os conheço?! Já os como há mais de 40 anos e ainda aqui estou! – respondeu o dono da casa.
- Mas os casos que tem havido são sempre com quem os conhecia e já os comia há muitos anos!
- Se estão assim com tanta desconfiança, então dou um uma colher de arroz a comer ao cão e logo se vê o que lhe acontece.
E assim fez. Passado pouco tempo o cão afastou-se e os convidados começaram a comer, esquecidos dos seus receios.
Decorrido cerca de um quarto de hora o filho do anfitrião chegou a correr, esbaforido, e disse:
- Oh pai! O cão morreu!
Os presentes entraram em pânico e começaram a ver tudo azul e as barbas brancas do S. Pedro ou os chifres e o tridente do mafarrico, pensando que já não iam despedir-se da família.
E continuou o filho:
- O carro passou-lhe por cima. Esmigalhou-o todo!

novembro 17, 2013

na função pública...

as rescisões amigáveis já começaram
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A armadilha do egoísmo.



O individualismo conduziu naturalmente ao estado em que nos encontramos: apenas o "eu" e o imediato importa, um condomínio fechado de muros altos não importando se sim ou não rodeados de pobreza
Quando nos já longínquos sixties se estudavam as primeiras noções sobre Economia, havia algo a que se chamava "Responsabilidade Social das Empresas".
Estava-se então em plena ascensão do wellfare Europeu que durante cinquenta anos, descontando os dez últimos portanto até ao mítico ano 2000, produziu na Europa o mais elevado estado social de que há memória.
Que tem custos?
Nada é grátis. Quando se comparam os benefícios sociais na Europa do Norte, estes são generosos, mas assentam obviamente em pesados impostos que o Estado devolve aos cidadãos em serviços e sentimento de segurança em relação ao futuro.
Portanto, os cidadãos descontam, não para "eles" que são os gajos que estão instalados no Estado, mas para "eles", os que de facto descontam.   Dito de outro modo, são eles que produzem o seu bem estar através da capitalização do trabalho.
Acresce-se ainda que estavam à partida garantidos através do pacto social os mínimos considerados decentes, pelo que os impostos não colocavam os cidadãos nas situações de aflição de que todos damos conta nos nossos dias. Infelizmente e com o espalhar da crise, têm aberto brechas: há hoje largas franjas de jovens que começam a trabalhar por retribuições muito abaixo dos valores que fizeram da Europa o que ela foi
Contudo, lá ainda existe a cultura da empresa como coisa "nossa". Uma empresa tem orgulho nos seus quadros e funcionários, colaboradores e clientes.
Lá não são "eles" que estão a construir uma estrada, mas somos nós que estamos a fazê-la.
Não é "eles" que vão projectar um novo automóvel, mas sim a "nossa" fábrica que vai investir numa modernidade, somos nós que vamos construir um coisa linda na qual nos vamos empenhar.
Se a isto se pode chamar persuacção? Acho que sim.
O contrário disso é o que temos por cá.
As empresas, numa cultura que apenas mira o máximo lucro e de forma  imediato, passam a olhar para os colaboradores como "uma coisa chata" que "tem custos", e os outros que vendem o seu trabalho para as empresas, a olharem para os donos, como os chulos que só querem sacar o máximo dando o mínimo, e se possível nada. Recorrendo a todos os expedientes, contratando a prazo, cortando no máximo em direitos mínimos etc.
É de admirar que nada de bom saia destas posturas?
De empresas com este tipo de procedimentos não é de esperar funcionários que lhe vistam a camisola.
É por outro lado um cadinho formidável para se instalarem sindicatos oportunistas e tão canalhas quanto este tipo de patrões. E se todas as empresas fizerem o mesmo, que mercado é que têm? A quem é que vendem o que produzem? É de admirar que a míngua de dinheiro faça o sucesso de produtos de qualidade inferior e importados e que por essa via minam as empresas? No fundo, que a aparente vantagem imediata da cultura do egoismo, seja prejudicial para todos?
Quando numa empresa a que todos chamam nossa, se faz um plenário que seja inclusivo de toda as equipas, desde chefias até aos porteiros, e se explanam razões para que haja uma diminuição da distribuição da riqueza pois esta está a ser produzida em quantidades mais reduzidas, é sempre possível chegar a soluções de consenso e baseadas ao menos no mínimo de racionalidade.
Contudo, temos assistido a uma viragem lenta e insidiosa na última geração.
O individualismo, o "cada um por si" como estratégia empresarial de dividir para reinar passou a ser cada vez mais a marca de conduta colectiva. O nosso actual Presidente, na altura Primeiro-ministro, inaugurou então no seu consulado a viragem de uma sociedade que fruto do 25 de Abril ensinava nas escolas as virtudes do colectivo.
Embora de forma exacerbada e fortemente conotada com a ideologia de esquerda, tinha a virtude de ensinar nos bancos da escola que não somos ninguém sem os outros que são nossos semelhantes e que uma sociedade deve ser a harmonia dos indivíduos, que o bem estar é um jardim sem muros pois o meu vizinho vive tão bem quanto eu....
Este individualismo conduziu naturalmente ao estado em que nos encontramos: apenas o "eu" e o imediato importa, um condomínio fechado de muros altos não importando se sim ou não rodeados de pobreza
Esta atitude anti-social e por isso a prazo (estamos lá) anti económica, se já é má em relação ao tecido empresarial, é terrível se o seu benchmarking se projectar à dimensão de um País, de um projecto comunitário.
Vem-me à memória a armadilha com que se apanham macacos: dentro de um oco muito apertado põem uma guloseima irresistível. O macaco vai no encalce do seu cheiro e de água na boca, mete a mão no oco, pega na dita mas agora com a mão fechada sobre o tesouro não consegue tira-la. O punho fica grande demais para o oco. E assim fica, lutando com o oco, sem nunca lhe ocorrer que apenas o pode fazer se abrir a mão e largar o isco da armadilha.
Sinto que estamos todos a fazer esse papel e bem podem chamar à guloseima o Euro, ou aos produtos Chineses, que eu não me importo nada, mas tenho a certeza de que muitos aflitos responderiam a quem quisesse ajudar: "Queres o quê? Que eu largue isto? Era o que faltava, não querias mais nada..."

novembro 15, 2013

não queremos mais

Portas já não quer mais...
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«TV para que te quero» - António Pimpão

A notícia que se comenta [Governo de Valência responde a ordem de tribunal com fim da televisão pública] pode ter muito que se lhe diga.
Em julho de 2012 o governo valenciano (a Generalitat Valenciana), altamente endividado, teve que reduzir o nível das suas despesas e proceder a uma reestruturação dos seus serviços, entre os quais da sua televisão pública autonómica (RTTV), que tinha acumulado elevados prejuízos e estava muito endividada. Isso implicou o despedimento coletivo de 1.295 trabalhadores (dos 1.700 que empregava), assim permitindo manter o emprego aos restantes cerca de 400.
Uma das alternativas ao despedimento seria o pagamento de mais impostos pelos valencianos, ou maiores transferências do poder central (e mais impostos para todos os espanhóis) ou cortes noutros serviços para manter a deficitária TV pública (RTTV).
O Tribunal Superior de Justiça considerou nulo o despedimento coletivo e mandou reintegrar os 1.295 trabalhadores.
Sem possibilidade, alegadamente, de manter a TV e suportar os encargos resultantes da decisão, que implicaria o gasto de 72 milhões de euros só em pessoal, o governo decidiu encerrar a RTTV.
Em resultado da decisão, em vez de 1.295 serão 1.700 os trabalhadores sem emprego.
Perder o emprego é um drama incalculável para quem disso for vítima. Por mim, teria preferido que, em vez de o governo valenciano ter despedido todos aqueles trabalhadores, tivesse negociado uma redução dos salários e mantido a maior parte deles. Haveria, assim, uma socialização do problema, em vez de um salve-se quem puder.
Alguns acharão que seria preferível aumentar os impostos a despedir o pessoal. Quando não é visível e não se sente o que pagamos para que certas coisas funcionem, achamos que tudo deve continuar a ser-nos servido. Aqui, refiro-me sobretudo a serviços que foram criados no tempo em que a economia era mais forte ou, não o sendo, em que havia crédito fácil. Mas têm que se manter todos, tal e qual, numa altura em que a riqueza gerada é claramente insuficiente para acudir ao essencial? Ou há que definir prioridades?
É claro que custa sempre regredir, ao longo da nossa vida as aquisições históricas foram sempre para melhor, por isso não nos conformamos com ter que dar agora um passo atrás. Infelizmente, não vejo mais forma de as nossas vidas voltarem à situação de há 5 ou 10 anos atrás, não só porque a riqueza criada não dá para alimentar isso como, por outro lado, ainda temos que pagar as dívidas que alimentaram o trem de vida dos últimos 10 anos e os respetivos juros, anos esses em que o desequilíbrio já existia mas estava a ser mascarado à custa da contração de empréstimos.
Por outro lado, muitas famílias encontram-se endividadas e uma parte do que ainda vão ganhando destina-se a amortizar empréstimos contraídos e, consequentemente, não vão animar a economia.

António Pimpão

novembro 14, 2013

se deixarem...


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Nem Jesus aguentaria ser um professor nos dias de hoje

O Sermão da montanha dos tempos "modernos"

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele preparava-os para serem os educadores capazes de transmitir a Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles...
Pedro interrompeu-o:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É p'ra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci o meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai sair no teste?
João levantou a mão:
- Posso ir à casa de banho?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula p'ra provar que isso 'tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai contar p'rá nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandalhão à minha frente!
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto?!
Mateus queixou-se:
- Eu não percebi nada, ninguém percebeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está a fazer é uma aula? Onde está a sua planificação e a avaliação diagnóstica? Quais são os objectivos gerais e específicos? Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?...
Caifás emendou:
- Fez uma planificação que inclua os temas transversais e as actividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?...
Pilatos, sentado lá no fundo, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projecto. E veja lá se não vai reprovar alguém!
E foi nesse momento que Jesus perguntou:
- Senhor, por que me abandonaste?!

(texto recebido por e-mail, sem indicação do autor)

novembro 13, 2013

«Memórias de uma aula de Zeca Afonso em Setúbal» por Hélida Carvalho Santos - Barreiro, 4 de Outubro de 1967 (Quarta-feira)

"Segundo dia de aulas. Continua o desassossego, com o pessoal a trocar beijos, abraços e confidências, depois desta longa separação que foram 3 meses e meio de férias. Estávamos todos fartos do verão, com saudades uns dos outros. A sala é a mesma do ano passado, no 1º andar e cheirava a nova, tudo encerado e polido, apesar do material já ser mais do que velho. Somos o 7.º A e como não chumbou nem veio ninguém de novo, a pauta é exactamente igual à do ano passado. Eu sou o n.º 34, e fico sentada na segunda fila, do lado da janela, cá atrás, que é o lugar dos mais altos.
Hoje tivemos, pela primeira vez, Organização Política e apareceu-nos um professor novo, acho que é a primeira vez que dá aulas em Setúbal, dizem que veio corrido de um liceu de Coimbra, por causa da política. Já ontem se falava à boca cheia dele, havia malta muito excitada e contente porque dizem que ele é um fadista afamado. Tenho realmente uma vaga ideia de ouvir o meu tio Diamantino falar dele, mas já não sei se foi por causa da cantoria se por causa da política. A Inês contou que ouviu o pai comentar, em casa, que o homem é todo revolucionário, arranja sarilhos por todo o lado onde passa. Ela diz que ele já esteve preso por causa da política, é capaz de ser comunista. Diferente dos outros professores, é de certeza. Quando entrou na sala, já tinha dado o segundo toque, estava quase no limite da falta. Entrou por ali a dentro, todo despenteado, com uma gabardine na mão e enquanto a atirava para cima da secretária, perguntou-nos:
- Vocês são o 7.º A, não são? Desculpem o atraso mas enganei-me e fui parar a outra sala. Não faz mal. Se vocês chegarem atrasados também não vos vou chatear.
Tinha um ar simpático, ligeiro, um visual que não se enquadrava nada com a imagem de todos os outros professores. Deu para perceber que as primeiras palavras, aliadas à postura solta e descontraída, começavam a cativar toda a gente. A Carolina virou-se para trás e disse-me que já o tinha visto na televisão, a cantar Fado de Coimbra. Realmente o rosto não me era estranho. É alto, feições correctas, embora os dentes não sejam um modelo de perfeição e é bem parecido, digamos que um homem interessante para se olhar. O Artur soprou-me que ele deve ter uns 36 anos e acho que sim, nota-se que já é velho. Depois das primeiras palavras, sentou-se na secretária, abriu o livro de ponto, rabiscou o que tinha a escrever e ficou uns cinco minutos, em silêncio, a olhar o pátio vazio, através das janelas da sala, impecavelmente limpas.
Enquanto ele estava nesta espécie de marasmo nós começámos a bichanar uns com os outros, cada um emitindo a sua opinião, fazendo conjecturas. Às tantas, o bichanar foi subindo de tom e já era uma algazarra tão grande que parece tê-lo acordado. Outro qualquer professor já nos teria pregado um raspanete, coberto de ameaças, mas ele não disse nada, como se não tivesse ouvido ou, melhor, não se importasse. Aliás, aposto que nem nos ouviu. O ar dele, enquanto esteve ausente, era tão distante que mais parecia ter-se, efectivamente, evadido da sala. Quando recomeçou a falar connosco, em pé, em cima do estrado, já tinha ganho o primeiro round de simpatia. Depois, veio o mais surpreendente:
- Bem, eu sou o vosso novo professor de Organização Política, mas devo dizer-vos que não percebo nada disto. Vocês já deram isto o ano passado, não foi? Então sabem, de certeza, mais que eu.
Gargalhada geral.
- Podem rir porque é verdade. Eu não percebo nada disto, as minhas disciplinas, aquelas em que me formei, são História e Filosofia, não tenho culpa que me tivessem posto aqui, tipo castigo, para dar uma matéria que não conheço, nem me interessa. Podia estudar para vir aqui desbobinar, tipo papagaio, mas não estou para isso. Não entro em palhaçadas.
Voltámos a rir, numa sonora gargalhada, tipo coro afinado, mas ele ficou impávido e sereno. Continuava a mostrar um semblante discreto, calmo, simpático.
- Pois é, não vou sobrecarregar a minha massa cinzenta com coisas absolutamente inúteis e falsas. Tudo isto é uma fantochada sem interesse. Não vou perder um minuto do meu estudo com esta porcaria.
Começámos a olhar uns para outros, espantados; nunca na vida nos tinha passado pela frente um professor com tamanha ousadia.
- Eu estudaria, isso sim, uma Organização Política que funcionasse, como noutros países acontece, não é esta fantochada que não passa de pura teoria. Na prática não existe, é uma Constituição carregada de falsidade. Portugal vive numa democracia de fachada, este regime que nos governa é uma ditadura desumana e cruel.
Não se ouvia uma mosca na sala. Os rostos tinham deixado cair o sorriso e estavam agora absolutamente atónitos, vidrados no rosto e nas palavras daquele homem ímpar. O que ele nos estava a dizer é o que ouvimos comentar, todos os dias, aos nossos pais, mas sempre com as devidas recomendações para não o repetirmos na rua porque nunca se sabe quem ouve. A Pide persegue toda a gente como uma nuvem de fumo branco, que se sente mas não se apalpa.
- Repito: eu não percebo nada desta disciplina que vos venho leccionar, nem quero perceber. Estou-me nas tintas para esta porcaria. Mas, atenção, vocês é outra coisa. Vocês vão ter que estudar porque, no final do ano, vão ter que fazer exame para concluírem o vosso 7.º ano e poderem entrar na Faculdade. Isso, vocês tem que fazer. Estudar. Para serem homens e mulheres cultos para puderem combater, cada um onde estiver, esta ditadura infame que está a destruir a vossa pátria e a dos vossos filhos. Vocês são o amanhã e são vocês que têm que lutar por um novo país.
Não vão precisar de mim para estudar esta materiazinha de chacha, basta estudarem umas horas e empinam isto num instante. Isto não vale nada. Eu venho dar aulas, preciso de vir, preciso de ganhar a vida, mas as minhas aulas vão ser aulas de cultura e política geral. Vão ficar a saber que há países onde existem regimes diferentes deste, que nos oprime, países onde há liberdade de pensamento e de expressão, educação para todos, cuidados de saúde que não são apenas para os privilegiados, enfim, outras coisas que a seu tempo vos ensinarei. Percebem? Nós temos que aprender a não ser autómatos, a pensar pela nossa cabeça. O Salazar quer fazer de vocês, a juventude deste país, carneiros, mas eu não vou deixar que os meus alunos o sejam. Vou abrir-lhes a porta do conhecimento, da cultura e da verdade. Vou ensinar-lhes que, além fronteiras, há outros mundos e outras hipóteses de vida, que não se configuram a esta ditadura de miséria social e cultural.
Outra coisa: vou ter que vos dar um ponto por período porque vocês têm que ter notas para ir a exame. O ponto que farei será com perguntas do vosso livro que terão que ter a paciência de estudar. A matéria é uma falsidade do princípio ao fim, mas não há volta a dar, para atingirem os vossos mais altos objectivos. Têm que estudar. Se quiserem copiar é com vocês, não vou andar, feita toupeira, a fiscalizá-los, se quiserem trazer o livro e copiar, é uma decisão vossa, no entanto acho que devem começar a endireitar este país no sentido da honestidade, sim porque o nosso país é um país de bufos, de corruptos e de vigaristas. Não falo de vocês, jovens, falo dos homens da minha idade e mais velhos, em qualquer quadrante da sociedade. Nós temos sempre que mostrar o que somos, temos que ser dignos connosco para sermos dignos com os outros. Por isso, acho que não devem copiar. Há que criar princípios de honestidade e isso começa em vocês, os futuros homens e mulheres de Portugal. Não concordam?
Bem, por hoje é tudo, podem sair. Vemo-nos na próxima aula.
Espantoso. Quando ele terminou estava tudo lívido, sem palavras. Que fenómeno é este que aterrou em Setúbal?
Já me esquecia de escrever. Esta ave rara, o nosso professor de Organização Política, chama-se Zeca Afonso."

Hélida Carvalho Santos

novembro 12, 2013

menos 19,4M€...

na escola pública
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Petição contra a Aberração Ortográfica.



Porque este "Acordo" Ortográfico começa logo por ser incorrecto por não espelhar acordo, e porque principalmente não simplifica coisa alguma, mas confunde ao tornar semelhantes na grafia muitas palavras com significados diferentes , assinemos e divulguemos esta Petição. 

Para que não tenhamos que espremer os miolos para fazer conseguir uma criança entender que espetador não é quem espeta e porque é que recessão e receção, são coisas  diferentes e com pronúncias diferentes e fundamentalmente que eles saibam aplicar a diferença.



novembro 09, 2013

«Favorecimentos» - António Pimpão

De acordo com esta notícia do jornal Público, os juízes do Tribunal da Relação de Coimbra decidiram levar a julgamento o ex-secretário de estado da administração regional e ex-presidente do Município de Penela, Paulo Júlio – um político de província, claro – por, alegadamente, ter favorecido um primo num concurso para um cargo na câmara a que presidiu.
Sou frontalmente contra o favorecimento em concursos públicos, apesar de reconhecer que os critérios da maior parte deles são estabelecidos à medida do candidato preferido. Conheço vários casos.
No entanto, será que o ministério público – ou a PGR – não encontra também favorecimento na nomeação pelo Primeiro Ministro daqueles jovens de vinte e poucos anos para assessores do seu gabinete e peritos no acompanhamento do programa da troika? É que toda a gente acha isso!...

António Pimpão

novembro 08, 2013

margarida

 não é flor que se cheire

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porque não se calam...?

Desaforismos condicionados e condicionantes a propósito de uma entrevista da inominável MRP (por razões de publicidade, omita-se a nomeação), algures em Novembro de 2013 e em parte incerta, com ideias (?) suas sobre o Portugal actual muito difusas, confusas, abstrusas…

se a MRP tivesse outro P
poderia ser um partido
mas como não tem esse outro tal P
deu em cana rachada e caso perdido

se a MRP tivesse algum tino
era uma pessoa
mas como não tem
é só um pepino

se a MRP só escrevesse
era uma pepineira
mas como também fala e às vezes mexe
é uma asneira

se a MRP ao poder de Passos
quis prestar vénia mais monumental
com o enorme esforço de beijos e abraços
criou uma hérnia do foro mental

se a MRP elevasse um pensamento acima da cama
até podia rimar ser dama com fama
mas como só lhe saiu uma vaga ideia bem pequena e lerda
é uma merda.