"Pois é, Charlie, justamente nos momentos de grandes preocupações e de grandes tumultos, os homens e suas políticas não nos fazem muito felizes. Reúnem, reúnem-se e reúnem para discutir assuntos e nada resolvem de concreto, especialmente nessa questão do aquecimento global. Há interesses políticos e econômicos em jogo.
Hoje [23/9/2014], por exemplo, mais um desses «ENCONTROS» A Cúpula do Clima, na sede das Nações Unidas (ONU) em Nova York, com chefes de Estado, de governo e representantes de 125 países, convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, como um chamado ao "engajamento internacional", em prol da preservação ambiental e da redução dos efeitos das mudanças climáticas.
Mas não há consenso acerca desse tema. Cada um defende o seu interesse. Vejamos os Estados Unidos, por exemplo, acreditam que é possível conciliar a luta contra as mudanças climáticas com o crescimento econômico. De repente, até é possível mesmo, mas queremos ver essa conciliação na prática!
Nossa Presidente está por lá. Deve discursar ainda pela manhã (pelo fuso, isso já deve ter acontecido, até porque estou em meio à floresta e não estou assistindo nada que possa ser em vídeo). Decerto teremos mais um espetáculo de bla, bla, bla, promessas e pressões de todos os tipos, mas resultados concretos , nada!
O tal Ban tenta pressionar esses países a ter compromisso com o tema. Ora, ora, precisava haver pressão desse tipo? Isso não é responsabilidade de cada governo? Não são eles que detêm o poder de mando e desmando? As ações para evitar tragédias que o Planeta vem enfrentando por conta dos danos causados pelo Homem não deveria partir desses (des)governantes? Que falta de senso!
Na atividade diplomática, deveriam ter elevado grau de responsabilidades para com os povos de suas nações, e, consequentemente, com os destinos da Humanidade no planeta Terra. Enquanto isso, secas, inundações, conflitos e, como resultado, perdas econômicas cada vez mais profundas. Um cenário nada atraente que aguarda o planeta, se não forem reduzidas as emissões de dióxido de carbono (CO2). Não se pode desconsiderar uma certeza irrefutável: o aquecimento global tem a mão do homem.
Há um alerta sobre uma possível tragédia ao planeta, e isso não é de hoje. Concordo plenamente contigo, Charlie, de que “ Não há expressão que consiga sintetizar os custos de adiar-se o que é de extrema urgência.
Não para o Ano que vem, não para o mês que vem, nem sequer para a semana ou amanhã: é já e agora ou poderá nunca mais ser!”
Em que resultou o encontro de cientistas e representantes de governos na cidade japonesa de Yokohama? Os perigos destacados no relatório, o que está sendo feito para evitá-los, como: "INUNDAÇÕES: com as emissões crescentes de gases de efeito estufa aumentarão "significativamente" o risco de inundações, às quais Europa e Ásia estarão particularmente expostas. Se confirmado o aumento extremo de temperaturas, três vezes mais pessoas ficarão expostas a inundações devastadoras; SECA: a cada 1º adicional na temperatura, outros 7% da população mundial terão reduzidas em um quinto as fontes de água renováveis; AUMENTO DO NÍVEL DOS MARES: Se nada for feito, em 2100 "centenas de milhões" de habitantes das regiões costeiras serão levados a se deslocar. Os pequenos países insulares do leste, sudeste e sul da Ásia verão suas terras reduzidas.
FOME: os cultivos de trigo, arroz e milho perderão em média 2% por década, enquanto a demanda de cultivos aumentará 14% em 2050, devido ao aumento da população mundial. Os mais prejudicados serão os países tropicais mais pobres; DESAPARECIMENTO DAS ESPÉCIES: "Grande parte" das espécies terrestres e de água doce correrá risco de extinção, pois as mudanças climáticas destruirão seu hábitat; AMEAÇA PARA A SEGURANÇA - "As mudanças climáticas no século XXI empurrarão os Estados a novos desafios e determinarão de forma crescente as políticas de segurança nacional", adverte o esboço de resumo."
Ainda assim, algumas repercussões transfronteiriças das mudanças climáticas - A redução das zonas geladas do planeta, as fontes de água compartilhadas ou a migração dos bancos de peixes - "têm o potencial de aumentar a rivalidade entre os países". O relatório destaca, ainda, que a redução das emissões de gases de efeito estufa "nas próximas décadas" permitirá desativar algumas das piores consequências das mudanças climáticas até o final do século.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), em seus 25 anos de História, já publicou quatro desses relatórios, fazendo alertas em cada um deles, inclusive sobre as “gigatoneladas de dióxido de carbono emitidas pelo tráfego, as centrais, as centrais energéticas e os combustíveis de origem fóssil, assim como o metano, gerado pelo desmatamento e pela pecuária”.
Infelizmente, a então Cúpula de Copenhague, em 2009, que serviria para mais uma dessas discussões a respeito das ameaças ao planeta, foi abalada. Céticos, aproveitando-se de erros no relatório do IPCC, de 2007, deitaram e rolaram na demonstração da existência de visão tendenciosa sobre as tais ameaças.
Acontece que os tais céticos também nada apresentam como solução ao conflito.
É fato que a questão do aquecimento global tem tido controvérsias. Quem não se lembra do escândalo “Climagate”, que gerou uma polêmica mundial, quando, em novembro de 2009, hackers invadiram um computador da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, um dos principais centros da pesquisa sobre o aquecimento global, e de lá roubaram 1 000 e-mails e 2.000 documentos, em que os cientistas debatem questões técnicas - inclusive uma série de mensagens em que discutem um "truque" para "esconder um declínio" (palavras deles) na quantidade de CO2 presente na atmosfera em épocas passadas.
Céticos, que não acreditam no aquecimento global, ou acham que ele não é obra da humanidade, encararam os tais e-mails como suposta prova disso. Cientistas foram acusados de manipulação de dados. Montaram-se vários comitês independentes para investigar o caso, que chegaram a uma conclusão unânime. Os números do aquecimento global estavam certos, e o tal truque era apenas um procedimento matemático. Os pesquisadores tinham descartado alguns poucos números de medição de temperatura - que estavam muito diferentes dos demais, e, por isso, provavelmente errados. É uma técnica estatística válida e aceita pela ciência, segundo os entendidos.
Certo é que essa novela abriu uma nova discussão: existe muita coisa que ainda não entendemos sobre o aquecimento global. O básico, todo mundo sabe: o homem queima combustíveis fósseis e isso libera CO2, que se acumula na atmosfera e provoca o famoso efeito estufa, que impede que o calor se dissipe e deixa a Terra mais quente. Só que isso não conta toda a história. A emissão de CO2 desencadeia efeitos estranhos no planeta. E isso faz com que elementos aparentemente inofensivos se voltem contra a humanidade, piorando o aquecimento global.
Mas está à porta um iminente perigo.
Neste encontro de hoje, em Nova York, vamos aguardas pelas soluções públicas para lidar com as mudanças climáticas. Será que algum desses líderes presentes levou na mala alguma medida concreta? Ou vamos ficar tal qual o comerciante que se alegra com a venda de condicionadores de ar, de carros, sem se preocupar o quanto está, também, contribuindo para essas tragédias climáticas?
Enquanto isso, sob a Linha do Equador, vamos sofrendo com as altas temperaturas (e olha que estamos vizinhos a uma vasta vegetação: a Floresta Amazônica!)"
Chama a Mamãe
Mostrar mensagens com a etiqueta Ciência. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Ciência. Mostrar todas as mensagens
setembro 25, 2014
setembro 21, 2014
A vida na Terra por um Fio, Carta Aberta aos Governantes do Mundo
....o degelo das camadas de gelo eterno das zonas Árticas está a começar a libertar os muitos milhares de milhões de toneladas de gás metano nelas acumuladas...
O aquecimento global, uma maçada desses meio lunáticos, os ecologistas, verdes e quejandos, já é um dado adquirido. Bem podem os Mira Amaral deste mundo argumentar com os rácios e margens de poluição a favor: podemos poluir porque a gente está a poluir menos do que os outros....
Deprimente a falta de visão a prazo que fez atingir no sistema global terrestre neste momento, ou seja já, pelo egoísmo e estupidez, o limiar da ruptura.
As recentes reviravoltas no clima a que todos assistimos são apenas o começo.
O aquecimento global, derivado dos sistemas de produção de energia libertadoras de CO2, não tem apenas como consequência o gravíssimo problema da subida dos oceanos e a submersão das ocupações litorais dos aglomerados humanos.
Pior do que isso, o degelo das camadas de gelo eterno das zonas Árticas está a começar a libertar os muitos milhares de milhões de toneladas de gás metano nelas acumuladas ao longo da história do planeta, que uma vez na atmosfera terá o efeito de uma bomba ecológica capaz de acabar com todo o nosso suporte de vida. É uma ameaça real e já está a acontecer nas margens das tundras que têm vindo a assistir ao recuo anual dos gelos.
Uma experiência feita há alguns anos numa biosfera fechada, inspirada no trabalho de David Latimer, consistiu numa cúpula transparente hermética onde alguns voluntário pretendiam viver do que era possível produzir em circuito fechado. Inserido nos estudos para a eventual colonização da lua e outros planetas, pretendia-se um acumular de dados para uso futuro.
Com alguma facilidade conseguiram o mínimo suporte. No entanto, os cientístas que monitorizavam os dados ficavam dia a dia mais apreensivos: os níveis de oxigénio baixavam lentamente à medida que o tempo transcorria e passadas umas semanas do início da experiência tiveram de interrompe-la pois tinha-se atingido um limite já perigoso.
Qual era a causa dessa baixa de oxigénio? Simplesmente o metano resultante dos fertilizantes naturais com que os voluntários adubavam as plantas de que viviam.
Os estudos posteriores reveleram o terrível perigo para o sistema planetário do aumento desse gás na atmosfera do planeta, também ele um sistema fechado.
O aumento da população tem sido acompanhado pelo aumento da produção de energia e da criação intensiva de gado. Esta última tem só por si um impacte de nota no aumento do metano, mas o constante aumento do dióxido de carbono está a contribuir para multiplicar por vários milhares o nível da contaminação derivado do degelo consequente.
A actividade Humana que mais produz o dióxido de carbono é a da produção de energia.
A única forma de ultrapassar - e é de extrema urgência que isso se faça desde já- é a conversão a todo vapor, passe o termo, e custe o que custar para sistemas de produção limpa e ecológica de energia.
É urgente que os dirigentes do mundo esqueçam por um instante os números dos défices, dos financiamentos, investimentos, juros e proveitos, pois tudo perde o sentido perante a grandeza da ameaça que está mesmo á frente dos nossos olhos. Não há expressão que consiga sintetizar os custos de adiar-se o que é de extrema urgência
Não para o Ano que vem, não para o mês que vem, nem sequer para a semana ou amanhã: é já e agora ou poderá nunca mais ser!

Deprimente a falta de visão a prazo que fez atingir no sistema global terrestre neste momento, ou seja já, pelo egoísmo e estupidez, o limiar da ruptura.
As recentes reviravoltas no clima a que todos assistimos são apenas o começo.
O aquecimento global, derivado dos sistemas de produção de energia libertadoras de CO2, não tem apenas como consequência o gravíssimo problema da subida dos oceanos e a submersão das ocupações litorais dos aglomerados humanos.
Pior do que isso, o degelo das camadas de gelo eterno das zonas Árticas está a começar a libertar os muitos milhares de milhões de toneladas de gás metano nelas acumuladas ao longo da história do planeta, que uma vez na atmosfera terá o efeito de uma bomba ecológica capaz de acabar com todo o nosso suporte de vida. É uma ameaça real e já está a acontecer nas margens das tundras que têm vindo a assistir ao recuo anual dos gelos.
Uma experiência feita há alguns anos numa biosfera fechada, inspirada no trabalho de David Latimer, consistiu numa cúpula transparente hermética onde alguns voluntário pretendiam viver do que era possível produzir em circuito fechado. Inserido nos estudos para a eventual colonização da lua e outros planetas, pretendia-se um acumular de dados para uso futuro.
Com alguma facilidade conseguiram o mínimo suporte. No entanto, os cientístas que monitorizavam os dados ficavam dia a dia mais apreensivos: os níveis de oxigénio baixavam lentamente à medida que o tempo transcorria e passadas umas semanas do início da experiência tiveram de interrompe-la pois tinha-se atingido um limite já perigoso.
Qual era a causa dessa baixa de oxigénio? Simplesmente o metano resultante dos fertilizantes naturais com que os voluntários adubavam as plantas de que viviam.
Os estudos posteriores reveleram o terrível perigo para o sistema planetário do aumento desse gás na atmosfera do planeta, também ele um sistema fechado.
O aumento da população tem sido acompanhado pelo aumento da produção de energia e da criação intensiva de gado. Esta última tem só por si um impacte de nota no aumento do metano, mas o constante aumento do dióxido de carbono está a contribuir para multiplicar por vários milhares o nível da contaminação derivado do degelo consequente.
A actividade Humana que mais produz o dióxido de carbono é a da produção de energia.
A única forma de ultrapassar - e é de extrema urgência que isso se faça desde já- é a conversão a todo vapor, passe o termo, e custe o que custar para sistemas de produção limpa e ecológica de energia.
É urgente que os dirigentes do mundo esqueçam por um instante os números dos défices, dos financiamentos, investimentos, juros e proveitos, pois tudo perde o sentido perante a grandeza da ameaça que está mesmo á frente dos nossos olhos. Não há expressão que consiga sintetizar os custos de adiar-se o que é de extrema urgência
Não para o Ano que vem, não para o mês que vem, nem sequer para a semana ou amanhã: é já e agora ou poderá nunca mais ser!
fevereiro 10, 2012
O fascínio pelo erro, ou a dúvida metódica..
....Aquele que imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo, como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas....
A verdade é que o Homem precisa de sentir segurança nas suas crenças, criando uma envolvência de conforto à qual subordina todos os seus actos e pensamentos, e mais uma vez regresso ao parágrafo anterior: como se fosse o Fim da História, o Tempo tivesse parado e não houvesse outras soluções.
Passos Coelho, ao querer desligar as causas e os efeitos e pretender separar o inseparável, demonstra além de uma forma muito especial de arrogância que muitos apelidam de outra coisa, ser o paradigma do poema de Paracelso, e por isso eu dedico, embora saiba que jamais o irá ler.
É protagonista da forma mais perigosa de ignorância,exactamente na esteira daquela ideia que caracterizou a figura um dia apelidada de senhor Silva:- o primado das certezas absolutas- raramente me engano e nunca tenho dúvidas.
Quando no Sec XVII a figura extraordinária, comerciante e investigador autodidacta de Antonie van Leewenhoek (Antoní ván Lêiuan-Húque, assim se pronuncia e não o intragável leua-noéque que tantas vezes se ouve) identificou pela primeira vez - através de um dos muitos utensílios ópticos que aperfeiçoou-, os espermatozóides, deu início ao fim de um dos muitos mitos tidos como certezas absolutas da Idade Média: os Homúnculos. Este ser fantástico, um pequeno homem destituído de alma mas dotado de propriedades e inteligência extraordinárias, era, a par da Pedra Filosofal e do Elixir da Vida Longa, (ou da eternidade) um dos objectivos que a Alquimia perseguia e que se baseavam na trilogia da quimera do ouro, a imortalidade em estado de juventude e a criação da vida a partir da matéria inerte.
Paracelso, heterónimo de um dos mais brilhantes e enigmáticos precursores do Renascentismo, tinha um Século antes desenvolvido a fórmula para a criação do seu Homúnculo.
Os Homúnculos eram figuras bizarras, projecções alimentadas a partir dum imaginário assente e transbordante em mitos e mistificações, e que resultavam, segundo os incansáveis alquimistas, das misturas mais diversas obtidas a partir do sémen humano.
Investigador, poeta, pensador, artista em diversas áreas e homem dotado de estranha e controversa personalidade, era também ele e de forma incontornável adicto á Alquimia.
Médico e Poeta, Alquimista e investigador, seu Homúnculo poderia ser obtido, segundo o que dizia, muito facilmente a partir duma dose de sémen humano sobre uma cama de esterco de cavalo, encerrados numa campânula estanque e aquecidos durante quarenta dias...
Leewenhoek, ao descobrir os espermatozóides, deu continuidade ao conceito de Homúnculo: os espermatozóides seriam minúsculos homens e o corpo feminino, o equivalente ao terreno fértil que Paracelso teorizava sob forma do esterco equídeo. Seria apenas no Sec XVIII, e curiosamente pela pena de um padre- Lazzaro Spallanzani- que ao pegar nos trabalhos de Leewenhoek, descobriu os óvulos femininos e destruiu as teorias animalcultistas.
Isto demonstra como, apesar de todo o brilho e génio, clarividências e trabalhos esforçados, jamais nos podemos sentir como donos da verdade absoluta, como se fôssemos o fim da História e mais nada houvesse para descobrir após nós. Neste particular, haveria de ser paradoxalmente alguém ligado a uma estrutura religiosa criacionista a desfazer conceitos acimentados dos que praticavam uma actividade que viria a ser mais tarde chamada de conhecimento científico, base do evolucionismo...
Paracelso escreveu há quinhentos anos um dos mais belos, abertos e modernos poemas de sempre, o que não o isenta de se ter deixado fascinar pela mística do erro: algo que acontece de forma recorrente aos homens de ciência de todos os tempos, mas não só estes
O mesmo fascínio pelo erro percorre transversalmente todos os estratos e condições, de onde se depreende que classe política não lhe está alheia.

Passos Coelho, ao querer desligar as causas e os efeitos e pretender separar o inseparável, demonstra além de uma forma muito especial de arrogância que muitos apelidam de outra coisa, ser o paradigma do poema de Paracelso, e por isso eu dedico, embora saiba que jamais o irá ler.
É protagonista da forma mais perigosa de ignorância,exactamente na esteira daquela ideia que caracterizou a figura um dia apelidada de senhor Silva:- o primado das certezas absolutas- raramente me engano e nunca tenho dúvidas.
Paracelso, via, investigava, duvidava e escreveu este poema há quinhentos anos e que é o arquétipo da humildade científica; a angústia entusiasta da dúvida e a recompensa da eterna descoberta.
No entanto, também ele acreditava no seu Homúnculo como verdade absoluta...
No entanto, também ele acreditava no seu Homúnculo como verdade absoluta...
***
Quem nada conhece
nada ama
Quem nada pode fazer
nada compreende
Quem nada compreende
nada vale
Mas quem compreende
também ama, observa e vê…
Quanto maior o conhecimento
inerente numa coisa,
tanto maior o amor…
Aqueles que imaginam
que todos os frutos
amadurecem ao mesmo
tempo, como as cerejas,
É porque nada sabem
acerca das uvas
nada ama
Quem nada pode fazer
nada compreende
Quem nada compreende
nada vale
Mas quem compreende
também ama, observa e vê…
Quanto maior o conhecimento
inerente numa coisa,
tanto maior o amor…
Aqueles que imaginam
que todos os frutos
amadurecem ao mesmo
tempo, como as cerejas,
É porque nada sabem
acerca das uvas
*
Paracelso
Etiquetas:
argumentação,
Ciência,
filosofia,
pensamento crítico,
valores
maio 28, 2011
Universos paralelos e multidimensionalidade
A ciência e a filosofia a partilhar e a complementar-se.
O fantástico mundo do conhecimento é um e uno, e há tanta beleza numa equação matemática perfeita como numa flor ou num simples poema de amor...




A descoberta do Taquião, uma partícula sem massa e que é mais veloz do que a luz, e para cuja explicação científica foi necessário criar modelos multidimensionais do universo, fez o mundo científico abrir-se finalmente para um campo que até há pouco estava reservado à metafísica, considerada pela grande maioria das pessoas, prioritariamente cientistas, como algo lateral, obtuso e pertencente ao intangível místico.
O recentemente inaugurado CERN – estrutura de testes subterrânea e gigantesca que ultrapassa os limites de três países Europeus e muito maior que o Fermilab Norte Americano, fez espoletar a descoberta quase diária de partículas subatómicas, completamente insuspeitas e todas elas obedecendo a regras não físicas, quânticas, que exigem presentemente modelos de universos não convencionais. O Taquião exige um universo multidimensional, bem longe dos três mais um, o tempo, que os nossos sentidos nos transmitem. A aventura do espírito e inteligência franqueada por Teodor Kaluza e Oscar Klein, e continuada por Einstein, conduziu todo o mundo científico na pesquisa do incalculavelmente pequeno e as suas bizarras leis, tão diferentes das que regem o lado oposto, o do incrivelmente grande. Durante décadas, teorias diversas, modelos matemáticos e novas suposições esbarravam contra as singularidades, erros que faziam cair as explicações até que Micheal Green acertou a fórmula que dá corpo à teoria das cordas vibratórias. No mesmo instante ele descobriu o Gravitão, partícula mínima vibratória que dá consistência ao que conhecemos como Gravidade. Numa única equação matemática, as leis Gravitacionais e as Quânticas encaixaram maravilhosamente, acertando-se de forma mútua, complementando-se quando antes estavam em oposição, desacreditando-se mutuamente. As cordas de energia vibratória formariam a essência de toda a matéria e aí a ciência encontra o que no Oriente se diz há milénios: somos apenas energia; a matéria é na verdade uma ilusão dos nossos sentidos, algo prático ao nível mundano da existência mas uma ilusão, uma capa sob a qual está a verdade.
A ciência e a filosofia a partilhar e a complementar-se, o fantástico mundo do conhecimento é um e uno, há tanta beleza numa equação matemática perfeita como numa flor ou num simples poema de amor...
Depois do átomo descoberto e subdividido em Quarks, a sucessiva divisão foi culminar num complexo e caótico micro universo das cordas vibratórias energéticas. A sua complexidade e comportamento caótico forma no entanto, no seu conjunto, a harmonia do universo, que culminou com uma pequena porção dele mesmo, o Homem, ter descoberto esse milagre, e isso é só por si algo verdadeiramente maravilhoso e extraordinário.

A equação acertada por Micheal Green remeteu para o início do sec. XX e para o já citado Teodor Kaluza, um alemão considerado meio lunático e que foi o primeiro a sugerir a possibilidade de existirem mais dimensões e realidades para além daquilo que os nossos sentidos nos transmitem e, até, universos paralelos. A teoria das cordas vibratórias abre precisamente esse portal. No mundo do infinitamente pequeno, onde toda a matéria se resume a momentos vibratórios energéticos, o seu suporte é como se fosse uma rede multidimensional onde essas cordas se apoiam. Quando nos deslocamos, transmitimos na verdade o nosso universo interior energético através da rede, fazendo saltar os triliões de triliões de cordas vibratórias, de buraquinho de rede em buraquinho de rede. Essas redes, simples pontos do espaço, tão pequenos que não podem ser subdivididos, constituem por si dimensões extra.
Os cientistas descobriram fascinados que existem apenas vinte números, vinte constantes universais, que definem todas as forças energéticas que constituem o universo. Coisas como pesos dos elementos atómicos e as suas forças fortes e forças fracas, força da gravidade, força electromagnética etc, harmonizam-se em torno de constantes que cabem nesses vinte números. A simples alteração de um dos dados, destruiria o nosso universo...
A teoria das cordas, harmonizando tudo, não estava no entanto fechada e, nos últimos anos, cinco teorias das cordas diferentes, em desacordo umas com as outras, ameaçavam descredibilizar todo um edifício matemático onde elas se apoiavam. Surgiu então Ed Witten, um génio da estatura de Einstein, que de forma brilhante demonstrou serem as cinco teorias afinal apenas cinco pontos de vista diferentes, espelhos da mesma realidade. A unificação das cinco teorias recebeu o nome de Teoria-M.
A unificação das teorias das cordas energéticas vibratórias comprova a existência de 11 dimensões, que no nosso universo se harmonizam em torno das vinte equações numéricas atrás citadas.
No entanto, as vinte constantes sobre as quais o nosso universo assenta poderiam ser diferentes noutros sítios. Onde? Mesmo ao nosso lado, sem que disso dessemos conta. Todo o nosso universo poderia estar contido numa espécie de membrana - o suporte da “rede” microscópica onde as cordas vibratórias energéticas de situam - a coexistir com outras membranas mesmo ao lado onde, suportadas por outras constantes diferentes das nossas vinte, outras leis da física estariam a vigorar.
O estudo do magnetismo versus gravidade fez, no entanto, abrir caminho para uma constatação espantosa: todas as cordas energéticas estariam vinculadas à rede da membrana multidimensional, excepto as cordas gravitacionais: os Gravitons de perfil em corda vibratória fechada, que teriam a capacidade de distorcer o espaço, seriam capazes de saltar sem problema de uma dimensão para outra. Isto faz com que pelo menos um dado entre os vinte conhecidos seja constante: a Gravidade teria um padrão numérico constante em todos os universos paralelos!

A descoberta da possibilidade de universos paralelos a coexistir em suportes de membrana fez reformular a teoria do Big Bang. Na verdade, a compressão num único ponto de todo um universo conduz a becos sem saída sob o ponto de vista matemático. A partir de certo momento, todas as teorias colapsam, e nenhum modelo matemático os suporta. Assim, o Big Bang seria consequência da colisão entre membranas, rompendo a separação dimensional durante um infinitésimo temporal.
A energia libertada seria de tal forma tremenda que teria dado origem ao fenómeno que até há pouco tempo o mundo cientifico teria chamado de momento inicial, a criação do Universo, teoria posta agora em causa. Na verdade, Big Bangs poderiam ocorrer frequentemente entre os inúmeros universos paralalelos que connosco coexistem.
Se bem que todas as teorias possam ser postas em causa, a teoria das cordas vibratórias e dos universos paralelos é mais que fascinante, uma quase certeza a que o tempo dará a devida cobertura no campo do conhecimento efectivo.
Subscrever:
Mensagens (Atom)