"Em 1988, eu era Engenheiro Estagiário numa empresa de construção. Estávamos a fazer uma obra em Sever do Vouga e... já estava atrasada.
Nessa semana havia um feriado à sexta e o chefe de pessoal telefonou-me a dizer que era necessário que o pessoal trabalhasse no feriado.
OK, pensei eu. Eu, o 'inginheiro', ainda por cima acabadinho de vir da tropa, onde mandava lá nuns tipos com uma certa facilidade, pensei: «Sim. Eu chego lá e, falo, um por um e... mainada!»
Lá fui eu, escada acima.
- Ó Senhor Mário, sexta feira pode trabalhar?
- Não, porque já tinha destinado ir com a minha mulher à feira.
- Ó Senhor Sabino, sexta pode trabalhar?
- Não, porque não tenho transporte;
- Ó Senhor Vicente, sexta-feira pode trabalhar?
- Não, porque tenho que ir podar.
(...)
«OK - pensei eu... - vou ligar ao chefe de pessoal a dizer que não trabalhamos porque os tipos não podem».
Trrim... Trrim... Trrim...
- Senhor Hermínio?
- Sim.
- Olhe não temos hipótese de trabalhar porque... bla, bla, bla...
- Ó senhor engenheiro, eu já passo por aí.
(...)
Chega o Senhor Hermínio à obra e, cumprimentando o primeiro, diz:
- Então, ó Vicente, sexta-feira cá estamos, não é?
- Tem que ser.
- Ó Sabino, sexta-feira...
- Cá estamos.
- Ó Mário...
- Está bem.
Percebes bem o que é um chefe de pessoal?"Pierre_Maçariquinerecebido por e-mail
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