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novembro 05, 2022

Mudança da hora – reflexões, diáclases, para onde vamos?

Estudo de Lourenço Moura e João Bastos

O ser humano é um ser gregário que ao longo da história foi bastante bem sucedido trabalhando em equipa, assim juntando as incompetências necessárias para que o seu grupo (Nota 0) alcançasse os seus objetivos, por mais insanos que fossem.
Houve sempre os que mandavam fazer (Nota 1), os que se esforçavam por executar as tarefas (Nota 2) e os que, pela força, obrigavam os anteriores a fazer o que lhes era mandado (Nota 3). Nunca faltaram argumentos a justificar que assim fosse. No início a argumentação tinha uma base religiosa, em que a autoridade do monarca, ou similar, advinha da vontade divina, inquestionável, irrevogável e não auditável. A palavra do rei era a “via verde” (Nota 4) para acesso imediato às forças da vida e da fertilidade. O sol, os rios e os astros curvavam-se perante ela. Outros tempos!
Ao longo dos séculos, com o evoluir das estruturas sociais, este tipo de justificação foi perdendo credibilidade mas, em contrapartida, surgiu uma complexa rede de especialistas, que na linguagem corrente são normalmente designados por “gestores”, que sustentam os seus argumentos decisórios, não nos oráculos dos deuses do antigo Egipto ou da Idade Média europeia, com provas dadas, mas em relatórios de “consultores”, normalmente externos, que determinam as linhas estratégicas orientadoras de um futuro incerto e imprevisível (sic) e que regem o nosso dia a dia.
Assim, vivemos hoje no meio de um corrupio de modas, no olho de um furacão de modernidade, cuja acentuada miopia e astigmatismo nos fazem saltar de modelo para modelo. Se as empresas são centralizadas sugere-se que descentralizem. Se estão focadas no cliente, propõem que reflitam sobre todas as “partes interessadas” (Nota 5), que raramente coincidem com as partes interessantes (Nota 6). Se tem uma certificação da qualidade, há que pensar numa certificação des egurança e saúde no trabalho. De seguida uma certificação ambiental e, porque não há (ainda) certificações em resiliência, uma certificação de sustentabilidade. Claro que deve também ter um plano de continuidade do negócio que lhe permita responder a catástrofes. E se mesmo assim ainda continua ativa, como decerto com todas estas reflexões a gestão ficou dispersa e ineficaz, há que voltar a centralizar e recomeçar tudo de novo… É o ciclo da vida a fechar-se, qual rotunda com dois sentidos de trânsito.

Poderá não parecer, mas a mudança da hora legal é uma decisão que se encaixa nesta panóplia de modas. A mudança de hora Primavera-Verão e a mudança Outono-Inverno.
Quando a hora era medida pelo sol, de forma empírica, através da sombra de uma vara espetada no chão ou num quadrante solar, não havia como mudar a realidade. Trabalhava-se de sol a sol. À noite dormia-se e velava-se pela continuação da espécie, se as hormonas estivessem favoráveis.
Mesmo quando a tecnologia permitiu que a humanidade dispusesse de um mecanismo a que chamamos “relógio”, a ninguém passou pela cabeça que fizesse algo que não fosse representar, de forma mais prática, o que a natureza em dias nublados não permitia.
Eis se não quando um grupo de consultores de gestores, iluminados pela luz do sol que outrora iluminou a vara, decidiu avançar com uma proposta disruptiva em termos de experimentação social: Por que não mudar a hora, já que o mundo atravessa um marasmo sem nada que nos preocupe e se corre o risco desta nobre classe (consultores) cair no desemprego?
O principal argumento surgia sólido: a poupança de energia. Constatámos, entretanto, que tal não é líquido! Sabemos atualmente que, se essa poupança existe, é tão residual face aos grandes consumos energéticos das indústrias modernas que não faz sentido como argumento. Outra justificação afirmava que a mudança da hora legal favorece a economia e o funcionamento dos mercados. Este sim, é um argumento difícil de rebater. Os mercados representam, atualmente, o papel das pretéritas divindades. Se os mercados o dizem, a hora muda e as forças da vida e da fertilidade ganham novo alento. O mundo pula e avança (Nota 7)!
O processo de decisão que conduziu à mudança da hora não está suficientemente documentado. Em Portugal esta questão tem vindo também a ser tratada pelo Ministério das Finanças (Nota 8) estando os autores desta reflexão convictos de que a argumentação tenha sido muito bem sustentada, para o que terão contribuído seguramente as indústrias vínicas, em particular a nível dos produtos destilados.
Debate-se nestes últimos anos de forma cada vez mais intensa a suspensão desta prática. Tudo leva a crer que em breve se retome o normal ciclo da luz solar. Mas é de antever que esta mudança acarrete contrapartidas de outra ordem. O que se ouve já, à vista desarmada, nos corredores dos Ministérios, é que isso só irá acontecer quando os nossos amigos gestores e consultore sencontrarem novas formas de complicar as nossas vidas, como, por exemplo, definindo limites para a curvatura das bananas (Nota 9).
____________________

Nota 0: Família, tribo, empresa, loja maçónica, etc.
Nota 1: Reis e equivalentes, CEO, coordenadores de estágios, etc.
Nota 2: Escravos, servos, estagiários, etc.
Nota 3: Exército, polícia, autoridade tributária e aduaneira, etc.
Nota 4: Inovação introduzida em Portugal em 1991 para facilitar a cobrança a clientes de serviços de mobilidade pela Via Verde, detida em 60% pela Brisa, em 20% pela SIBS e em 20% pela Ascendi.
Nota 5: Tem implícito que se reflita sobre as partes desinteressadas, que são a maioria.
Nota 6: “Malheureusement”, dirão os francófonos.
Nota 7: Há quem argumente que primeiro avança e depois pula, mas essa alternativa parece ser menos eficaz.
Nota 8: Tempo é dinheiro!
Nota 9: Afinal parece que esta regulamentação já existe

Lourenço Moura e João Bastos

março 01, 2017

A "Operação Marquês", para memória futura....




...Não se trata só de "O MP suspeita" isso é paleio para jornais...



...Tudo aqui opera de acordo com o diagnóstico de Montesquieu: nas situações de opressão extrema, a ignorância é a regra nos que comandam como nos que obedecem, porque não há nada a estudar, a deliberar ou a ponderar onde basta querer...


...Um aparelho judiciário neste nível de degradação é uma ameaça iminente à segurança do Estado (q.e.d.)


A poucos dias de novo prazo esgotado para arquivar ou acusar, o "Processo Marquês" conheceu novo requentamento. Não sei quantas vezes se pode fazer isso com um soufflé, dizem que nenhuma. 

Não sei. Cá por casa nunca sobra.
Mas este processo enferma desde início de uma falha flagrante que tantos doutos até agora nunca abordaram e que se chama "objecto do processo".

 Não se trata só de "O MP suspeita" isso é paleio para jornais: os juristas, certamente o arguido, todos nós temos o direito de saber qual é o objecto deste processo.
É que se não vê nenhum e assim sendo, formalmente, este processo nunca existiu e é em tudo, uma operação política.

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Republico por isso e a propósito de mais um prazo prestes a esgotar este artigo do advogado José Preto.
Escrito em Agosto de 2016 apesar de extenso vale a pena ler pois no ponto em que o "processo" está, até nos "novos desenvolvimentos" continua com toda a actualidade.


                                                 "A OPERAÇÃO"



O caso Sócrates conheceu há dias mais novidades, nem mais nem menos indecorosas que as novidades anteriores. 



Centremos as coisas onde sempre estiveram. 
José Sócrates foi detido, sob pretexto de perigo de fuga, quando regressava ao país; a prisão preventiva decretou-se com invocação de “fortes indícios” de corrupção para acto ilícito. 

Correram dez meses de prisão preventiva (com quase outros tantos em liberdade provisória) e o Ministério Público ainda não conseguiu dizer que acto ilícito seria esse, embora tenha – com aquela técnica da cara séria com que o MP faz as mais desvairadas asneiras - atirado o barro à parede com uma Lei regularmente votada sob proposta elaborada pelo Ministro das Finanças (que permitia e estimulava o regresso ao país de recursos financeiros em fuga). 

E verificando-se que isso era um disparate insustentável, descobriu-se a “nova solução” de Vale de Lobo que uma resolução do Conselho de Ministros (acto obviamente colegial) teria beneficiado sem que se veja como, porque as competências em causa são autárquicas e se a autarquia estava a aplicar mal a Lei, o MP deveria ter requerido em conformidade junto do Tribunal Administrativo competente. 

Ainda estávamos assim quando há dias novas explosões informativas de um jornal tecnicamente insolvente vieram alertar para o facto do MP estar a investigar um dos advogados de defesa, porque seria sócio de uma “rent-a-car” que teria feito alguma coisa com um carro a que se liga Sócrates. 

Um dia virá em que o MP noticiará – sempre por estes modos ínvios – que está a investigar o número de obturações dentárias de Sócrates e a investigar os seus dentistas. 

Pelo caminho confessou a Hierarquia dos Tribunais uma rusticidade confrangedora e uma malevolência assustadora, o que não é pequeno problema político. 

Minutou a Hierarquia dos Tribunais – com duas excepções honrosíssimas - quase em uníssono, portanto, os “fortes indícios” onde rigorosamente não podia nem pode haver sequer suspeita séria. E já nas diversas datas em que isso foi sendo subscrito não podia haver suspeita séria. 

É agora esta tristíssima figura da Hierarquia dos Tribunais o grande argumento da imprensa insolvente – “dezenas” de magistrados confirmaram… É verdade. Infelizmente. 


Há um bom número de colégios decisores que reduziram a um quase-nada a respeitabilidade do aparelho judiciário inteiro. 

No TC saiu um aresto inqualificável a dizer que se pode presumir factos em processo penal usando a própria indução (sem especificações, podendo ser a empírica, por exemplo). O Supremo Tribunal de Justiça disse que não estava em contexto processual que lhe permitisse resolver as complexas questões jurídicas em presença (!) E a Relação de Lisboa, presidida pelo desembargador Vaz das Neves (gravado em escutas telefónicas dos “vistos gold”) recusou um projecto de acórdão notável que passou a declaração de voto, transmutação operada pela Senhora Presidente da Secção. 
Pelo meio e até agora, até os prazos se tornaram meramente indicativos… Durante este tempo, ou boa parte dele, o “segredo interno” vedando o acesso da defesa aos autos, serviu para proteger não o que nos autos houvesse, mas o que nos autos não estava. 
Há um problema político gravíssimo aqui. Um verdadeiro buraco na concretização da Teoria Geral do Estado. É que os Tribunais imparciais com os quais haveria de julgar-se fosse o que fosse, deixaram manifestamente de existir entre nós.


Por comprometimento próprio. Foi a Hierarquia dos Tribunais quem geriu deste modo a respeitabilidade que lhe restava. 

Reabrindo agora as hostilidades e virando-se contra a equipa dos defensores, o aparelho demonstra que carece completamente de maturidade e equilíbrio para continuar só. Foi até agora incapaz de respeitar a disciplina intelectual mínima nestes autos – como de resto noutros, infelizmente – e a liberdade e segurança dos cidadãos exige que seja rapidamente colocado sob monitorização externa. 

Tudo aqui opera de acordo com o diagnóstico de Montesquieu: nas situações de opressão extrema, a ignorância é a regra nos que comandam como nos que obedecem, porque não há nada a estudar, a deliberar ou a ponderar onde basta quere
r. É assim que se vive aqui, como tudo o demonstra. 

É portanto imperioso requerer medidas provisórias numa queixa ao Tribunal de Estrasburgo. Ou – caso se prefira esta outra linha, que em concreto não recomendaria se alguém me pedisse a opinião – suscitar uma questão prévia de Direito da União a título de eventual reenvio prejudicial. 

 
Do ponto de vista político, porém, é claramente imprescindível uma reforma do aparelho judiciário que inviabilize a repetição destas confrangedoras cenas. Esta gente não pode ser deixada em condições de poder repetir. Há infelizmente carreiras que devem ser imediatamente cessadas. Evidentemente. 

Um aparelho judiciário neste nível de degradação é uma ameaça iminente à segurança do Estado (q.e.d.). 
Quanto à Operação Marquês, o processo não existe. Não há processos assim. Processos que sejam processos, correm diante de tribunais imparciais, tecnicamente suficientes, respeitando a equidade e a disciplina própria dos actos. Este processo não existe. Existem procedimentos que surgem, quase todos, como crimes indiciados. Têm-lhes chamado processo. Mas é preciso chamar-lhes outra coisa. “Operação”, parece designação aceitável. 

Sugiro vivamente que nunca mais se chame processo a isto." (José Preto, Advogado, 8/8).


Re- publicado por:


novembro 28, 2015

Urgente o TGV? Era já para ontem!!!!

....“Foi um erro deste Governo acabar com este projecto”, disse, na III Conferência da Comunidade Portuária de Sines, Luis Mira Amaral, da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), referindo-se à ligação do Porto de Sines a Espanha, pela ferrovia de bitola europeia......
Mira Amaral




Em 2010:  Portugal não precisa do TGV

Em 2014 e 2015:
O TGV é fundamental para o Porto de Sines,
 e foi um tremendo erro nãoter-se construído
a ligação em bitola europeia (TGV)
Opinei e escrevi largamente sobre este tema durante vários anos, e deixei aqui -e em vários posts- neste blogue expressas as minhas preocupações relativamente a isso.
As obras da ligação em bitola europeia, TGV, AVE, ou o que lhe quiserem chamar, não se fizeram e agora Espanha, -tal como deixei em aviso a  que ninguém liga mormente por eu ser apenas ninguém, preocupados que andam a navegar a demagogia barata e enterrando projectos que são FUNDAMENTAIS para a competitividade da nossa economia- vai levantar as linhas de bitola Ibérica. 

O que é que isso quer dizer?
Quer dizer, como muito bem disse  agora Mira Amaral repetindo o que dissera em 2014, que Portugal vai ficar uma ilha ferroviária.
Ou seja, um sítio de onde não partem nem chegam comboios vindos de fora.
Poderão os mais incautos julgar que isso é quiçá coisa de somenos importância.
Mas se atendermos a que - e volto a repetir-  no contexto actual as matérias primas  são transitadas no imediato, pois que os modelos de gestão uniformizados e globalizados, quer por gestão do espaço físico, quer por determinações de ordem económica não permitirem acumulação de stocks, então temos um grave problema a começar de imediato pela Auto Europa e o Porto de Sines.

Mira Amaral voltou a declarar recentemente o que já tinha dito em 2014, falando da primeira vez tão baixinho  que quase ninguém ouviu nem leu.
Mas as opiniões mudam e se agora é a favor, dois anos antes ainda era contra e deixo aqui para consulta o que faz memória e não pode ser desmentido.
Dizia ele então estar muito agradado com o adiamento do TGV.
A onda era a contestação ao governo de Sócrates, e à laia de molhar a sopa, tudo que era gente do contra batia fortemente nos investimentos. Uns por serem "megalómanos", outros por serem insuficientes.

Contudo, eis que ele aponta agora a necessidade urgente de uma ligação em bitola europeia, a do TGV, pois de contrário, todos os grandes investimentos e projectos, nomeadamente ligados à exportação, perdem competitividade,  e pior, correm o risco iminente de  tornarem-se inviáveis.

O TGV está definitivamente enterrado

"O povo não come TGV's"
O TGV está definitivamente enterrado, dissera Passos Coelho, pérola  repetida pela que foi depois ministra das Finanças com um orgulho pacóvio de quem vai na aldeia e não vê as casas.
Enterrado, sim está ele agora, e arrastou todos no seu enterro.
Perdeu-se muito tempo, e agora, a poucas semanas do levantamento das linhas em Espanha, as alternativas ficam-se pelas rodovias as quais atingiram, nos principais países da Europa, o limite.
Quer por questões de gestão de espaço, logística e até, ambientais, estão ser colocados fortes entraves à circulação das mercadorias por veículos pesados. O transbordo em Elvas / Badajoz, também implicará obras de vulto,  e Espanha não está disposta a fazer investimentos, prolongar linhas e criar espaços para esse efeito, nem se mostra muito entusiasmada com uma mole permanente de veículos pesados a entrar e sair constantemente de Badajoz.
Incómodos e aumento de custos e tempo, são as próximas alíneas a acrescentar nas despesas das facturas futuras.

Mas é assim. O que se poderia esperar de alguém que mentiu para ganhar as primeiras eleições, e que, sendo mentiroso, voltou a espalhar mentiras e parvoíces, tais como "o povo não come TGV's" e voltou a ganhar as mesmas?
É o País que temos, dizem muitos, mas demagogias à parte, ficamos agora mesmo a ver os comboios a passar.... ao longe...

novembro 14, 2015

Ataques do "Estado Islâmico" em Paris.

Um dos primeiros erros do mundo moderno é presumir, profunda e tacitamente, que as coisas passadas se tornaram impossíveis

(Gilbert Chesterton)

Os ataques ontem em Paris, mostram o quanto a Europa e todos nós, temos andado na estrada ao lado, preocupados com coisas comezinhas tais como percentagens e défices, fingindo não ver na faixa contígua, como estávamos a ser ultrapassados pela Besta, cada vez mais gorda e forte.
Uma Besta cujo poder crescente mesmo à nossa porta se via nos rostos de horror dos muitos que preferem correr o risco de morrer afogados do que nas chamas desse inferno que julgávamos longe.
Sim, meus amigos e amigas, estamos muito próximos do fascismo, do obscurantismo, do totalitarismo, da perda de liberdade de expressão, e por causa disso tudo, da própria liberdade de pensamento, livre e abrangente. 
Pese embora todos os meios, ou se calhar por causa deles, a inteligência e a estupidez são a combinação perfeita para derrubar o que julgamos de uma firmeza inabalável....
Estamos a caminho de nos tornarmos reféns do medo, e, pelas mãos dos meios trazidos pelo conhecimento, de entrarmos nas trevas de um período de ignorância e preconceito.
A LIBERDADE é o bem mais precioso e mais frágil de que as sociedades podem usufruir, uma flor delicada. E não nos iludamos, os ataques de ontem além das vítimas, foram ao coração da LIBERDADE...
Note-se bem e para memória futura: os ataques de ontem, mais do que um sucesso dos terroristas, foram um bálsamo para os xenófobos e extremistas de direita, eles de igual modo interessados num modelo de sociedade fechada e exclusora, repressiva e limitadora da liberdade de expressão.. Exactamente o que os terroristas a coberto do tema religioso tem vindo a fazer no Médio Oriente.





novembro 02, 2015

As inundações em Albufeira, a lagoa...


Al Buhera, A Lagoa..
Mais uma notícia de grandes e graves inundações, desta vez  (e mais uma vez) centradas em Albufeira
Não é só em Albufeira que há ciclicamente inundações. De modo geral em todos os sítios onde não se observa o elementar preceito do bom senso, as inundações são fenómenos recorrentes. 
O caso de Albufeira é no entanto e por várias razões um paradigma do disparate e da asneira, do desastre anunciado.
 Basta olhar uns instantes para onde está o parque de campismo, um quilómetro antes da entrada da cidade.
leito de cheia assoreado, ainda sem construção
 Mesmo juntinho está a vala escavada pelo escorrer natural dos cursos de água que de todos os montes e serras convergem no sentido do escoamento: a baixa de Albufeira. Os sucessivos executivos municipais tem vindo a enterrar e a entubar as passagens naturais dos inúmeros cursos secundários  o que tem feito piorar mais a situação sempre que o limite de descarga fica ultrapassado.

Mas de onde vem o nome de Albufeira? 
Da expressão árabe "Al Buhera" que significa  "a lagoa"


cheias na baixa de Albufeira na década de 50 Sec. XX


Se atendermos a gravuras antigas veremos como a actual praia dos pescadores era a entrada para um porto de abrigo e que o areal ficava quase trezentos metros acima. 
Albufeira deve o seu nome ao facto de ser um porto de abrigo formado por uma pequena lagoa onde a ribeira desembocava. Se bem que o grande terremoto de 1755 e os sucessivos assoreamentos tenham feito avançar o areal até ao ponto onde o conhecemos hoje, a água nunca deixou de correr pela passagem que ela mesma abriu ao longo de milénios. Corre muita água mesmo de Verão por debaixo do areal e as tubagens e encanamentos feitos mais a montante são paliativos fracos para qualquer enxurrada que tem a baixa como foz de uma expressiva bacia hidrográfica. Das enormes inundações ocorridas no século XX há aliás  reportagens publicadas nos jornais da época de que na foto em cima se faz mostra. Esta ficará durante algum tempo na ribalta das atenções.  Mas ultrapassados os picos de crise, logo as memórias se desvanecem e os outros interesses se sobrepõem. E toca a reconstruir, a impermeabilizar e a entubar, e ainda mais, ainda com mais potencial destruidor para a inundação seguinte!
Inundações em 2015 A antiga lagoa ressurgida no espaço 
agora ocupado por construções, 

E pergunta-se, não se poderá utilizar o espaço outrora leito navegável? Este e muitos outros pelo país fora?
Sim, claro que se pode, contudo nunca se deveria ter construído nada naqueles espaços excepto  zonas verdes destinadas ao lazer, permeáveis e inundáveis, onde os equipamentos auxiliares e turísticos não mais fossem do que apoios móveis e sazonais. 
Mas a ganância aliada à falta de memória, à estupidez pura, é uma mistura explosiva. e assim, ciclicamente repetir-se ão as inundações até que o mesmo motor que fez construir onde não se deve fazer, decida recuar: a economia...


outubro 31, 2015

Para memória futura

Devo dizer que estou completamente farto.
Farto de uma telenovela sem fim que dura há anos, onde pior do que uma acusação e condenação em sede própria ou o arquivamento relativamente a alguém com particulares responsabilidades na História recente do Pais, a suspeita se eternizou como substituta da Justiça.

Que os tablóides representam o lado mau da imprensa, já todos sabíamos.
O que não precisávamos de ter era uma Imprensa acima da lei, ou pior, de braço dado com um lado escuro qualquer que lhe dá uma força que não sabemos onde -num Estado Democrático- a vai buscar.

O artigo que tomo a liberdade de repetir neste espaço é apenas um parágrafo deste folhetim, e  a entrevista recente concedida por Joaquim Paulo Conceição do Grupo Lena a um José Gomes Ferreira na Sic Notícias, mais apostado em fazer as vasas de acusador do que de jornalista interessado na verdade,  é outro.
Apenas dois apontamentos discordantes num mar de condenações prévias em praça pública a coberto de "notícias" paridas de um "segredo de justiça" que é mais uma anedota trágica do tempo do Santo Ofício do que instrumento de apoio a uma  máquina jurídica ao serviço da Democracia num Estado aberto.

..
A leitura do texto abaixo dispensa comentários, salvo um: começo a ter medo...

 ***

  O DIREITO DE DIFAMAR
por Fernanda Câncio

Na semana passada, uma manchete do Correio da Manhã asseverava que numa conversa telefónica comigo após a detenção de Carlos Santos Silva a respectiva mulher me tinha dito, "sem margem para dúvidas", que o dinheiro nas contas do marido era na verdade de Sócrates. 

Sabendo que nunca tal conversa tinha ocorrido, fiz uma declaração pública acusando o Correio da Manhã (e a CMTV, que repetiu, em peça televisiva, as mesmas imputações) de difundir uma falsidade e anunciando ir exigir ao MP (o que já fiz) acesso directo às escutas em que sou interveniente - convém lembrar que o processo ainda está em segredo para quem, como eu, não é arguido nem assistente.

Em resposta, a direção do CM exarou um revelador comunicado. 
Em vez de sustentar o que publicou e prová-lo, faz uma declaração genérica: 
"As escutas e os factos que o CM tem noticiado foram validados pelo juiz de instrução por serem determinantes na produção de prova no processo." 

Vale a pena olhar bem para esta frase: o que nela se lê, textualmente, é que o que o CM publica é validado por um juiz - no caso, Carlos Alexandre. 
Uma espécie, então, de censura prévia, e da qual ainda por cima a direcção do CM se gabaria ao público?
A ideia é risível, mas é aquela que o CM quer fazer passar. 
A de que se confunde em tudo com a justiça e está por ela "autorizado" - para tal se fez "assistente" no processo,  pervertendo quer a figura do assistente quer a deontologia jornalística - funcionando como seu braço armado. 

Ora sucede que o CM engana os seus leitores, como a CMTV engana os seus espectadores, ao dar a entender que tem acesso directo e autorizado às "escutas" e "factos". 
Nesta fase, o que está de escutas no processo são resumos interpretativos, não as conversas ipsis verbis, e os "factos" são igualmente interpretações, ou seja, opiniões e perspectivas, da acusação
Que por sua vez o CM "interpreta" e falseia a seu bel-prazer, como no caso da conversa aludida. 

Falseamento tão óbvio que não existe em toda a peça publicada uma frase entre aspas com o conteúdo que o CM coloca em manchete, e por um motivo muito simples: tal frase não existe. 
De resto, a ausência de rigor é tal que o CM não diz sequer quem estava sob escuta: as duas interlocutoras? 
Uma só delas? Qual? Não interessa; para o CM é igual: vai tudo corrido a suspeito.
Perante isto, que pode alguém fazer? 
Como se defende? 

Num Estado de direito democrático, recorre aos tribunais. 
Além de acções criminais e cíveis, interpus uma acção para tutela dos direitos de personalidade com vista a proibir que estes  e outros meios continuem a invocar gratuitamente o meu nome e a minha qualidade de jornalista do DN em peças sobre o processo Marquês, transformando meras relações pessoais numa espécie de "suspeição por contaminação". 
Previsivelmente, serei acusada de "censura" e de "constrangimento ao exercício do direito de informar." 
É que, parece, há quem considere que é mais grave tentar impedir crimes do que cometê-los.

***

julho 01, 2015

As demagogias servidas sempre à Hora Nobre

Agora que estamos neste turbilhão a reboque das Grécias deste mundo, e sujeitos às lavagens de cérebro à hora nobre, em que misturamos a sopinha do jantar com os temperos de retórica e argumentos, lá vem mais uma vez esta figura  destilar a TINA para cima das nossas angústias e preocupações. E a culpa, a enorme culpa que nos faz expiar até à última lágrima, até ao último tostão, é sempre do que veio de trás, que deu cabo de tudo e que estes agora estão a endireitar....
E é vê-lo e ouvi-lo a ler o tele-ponto inchado de vaidade e certezas, de pose alinhada e frases decisivas. Figura diferente faz quando é posto perante o contraditório e opiniões diferentes como se pode de vez em quando assistir.
Duas enormidades deu-as no dia 30 de Junho, Sic Notícias, em confronto com Pedro Marques Lopes, em debate sobre a situação da Grécia, quando surgiu o propósito do número de empresas que em consequência das receitas da Troika fecharam as portas, assim como do número de desempregados e aumento de pobreza: 
1: As empresas que fecharam, com o consequente desemprego, tiveram de fechar, porque eram a parte da economia que não existia! Ou seja, eram a cara da dívida!
2: Os números são mais importantes do que as pessoas. Primeiro veio o número e só depois é que chegaram as pessoas.!
Extraordinário! Para quem ainda alimenta alguma ilusão quanto ao que vai na cabeça deste(s) senhor(es), eis que as patinhas de veludo e a conversa mansa que nunca me enganou, põe as garras, de unhacas afiadas, de fora.
Com a Grécia na situação em que se encontra, depois dos governos Gregos anteriores terem feito tudo o que a Troika exigia, eis que mais uma vez se invertem os dados, e os que deram o assentimento a todas as tropelias que arruinaram o País  são os bons , ...e veio o Siriza estragou tudo.....
Mas como para a demagogia há sempre os factos, eis que sem escrever mais uma linha, transcrevo  o que abaixo se pode consultar, copiado desta fonte, que embora faça algumas  considerações marginais com cuja concordância se pode colocar em questão, relata no essencial o factual do nosso universo de dados. 

1. NÂO TINHAMOS DINHEIRO PARA SALÁRIOS
nenhum país do mundo cuja oposição impeça o pedido de empréstimos terá dinheiro para pagar os seus salários…NENHUM, nem Alemanha, nem china, nem estados unidos.
o senhor comentador “esquece-se” de dizer em que momento o ministro das finanças disse isso. Foi depois do
PSD impedir o PEC4 e quando os juros para empréstimos já ia em 7% .esse “esquecimento” não é isenção…é manipulação de massas. O PSD queria subir ao poder, e tudo valia a pena, colocando o FMI e destruindo Portugal
2. O AUMENTO DA DIVIDA DESTE GOVERNO É HERANÇA DE SOCRATES
O comentador “esquece-se” de dizer qual a percentagem dessa herança de Sócrates no aumento da divida? Também se esquece de qual a percentagem de Santana, Cavaco, e os outros governos? Sabem quem foi o único governo a baixar os gastos do estado em relação ao PIB na historia da democracia? Sabem quando crescemos mais nos últimos 20 anos? sabem quando houve mais progressos na saúde, no ensino, na reforma da Segurança Social?
As alterações de suprimentos da Parpública num dos veículos para o BPN, foi 750 milhões (“HERANÇA” DE SOCRATES FOI APENAS 1% no ano de 2012) em 2011 pouco mais de 2% dos 38,2 mil milhões (com o BPN e SCUTS).
Se pegarem na divida em rácio com o PIB…Sócrates vence a milhas;
Se pegarem na divida com valores brutos…é ela por ela;
(ficam as duas a rondar os 37MM e 38MM de euros, já com a herança descontada)
A diferença está, que no primeiro caso, não estávamos em recessão, tínhamos um superavit em 2009 (antes do pec4), não tínhamos o desemprego a 16,6%, não tínhamos uma recessão nunca vista em Portugal, não tínhamos uma destruição do estado Social, não tínhamos uma paragem de todos os investimentos públicos que pudessem fazer a economia mover-se, não tínhamos vendido tudo que dava lucro ao Estado, não vivíamos numa sociedade de direita Neo-Darwinista, onde salvam-se só os mais fortes…
3. O SÓCRATES É O MONSTRO DAS PPPs
A Ernst & Young, no estudo de 36 contratos aponta que estradas representem
encargos líquidos futuros da ordem dos 8,7 mil milhões de euros (cerca de 74% do valor anterior, menos que a divida escondida da MADEIRA).
Sócrates conseguiu reduzir os encargos líquidos por via da renegociação dos contratos que permitiu introduzir portagens. De um lado fala-se dos valores brutos (48MM), do outro dos valores líquidos.
O que importa mais? o que se gasta…ou o que se gasta menos o lucro??
o ideal era ninguém pagar pelas portagens…mas qual o mal do utilizador pagador??? (até é de direita essa lógica)…

Mas conhecem alguma SCUT que não seja essencial? E Hospital?
Sabiam que os custos (embora elevados) dos hospitais PPPs, são mais baixos que se fossem 100% do Estado?? Mais barato só se não existissem…(lógica neo-liberal)
Das 22 PPP rodoviárias existentes, o Executivo Sócrates lançou apenas oito.
(não sabiam?? pois…a lavagem cerebral foi mesmo muito boa)
E este governo o que fez? NADA, ABSOLUTAMENTE NADA
Ao tornar Sócrates mais negro que carvão…tentam fazer com que este governo pareça branco e imaculado…São todos cinzentos…~

Das considerações marginais estamos falados, mas os factos, são factos, estejam ou não em registo 44

fevereiro 21, 2015

Uma outra Troika: A Dívida, a Alemanha e o Moto Perpétuo

“Os que buscam o moto-perpétuo estão tentando obter alguma coisa a partir de nada.” 

Sir Isaac Newton



Esta roda, com pesos
fixados a braços móveis giraria sozinha
pelo efeito da gravidade
Tem sido um festival da parte dos elementos do nosso Governo, leia-se " feitores do protectorado" e de toda a sorte de comentadores alinhados com o fundamentalismo ideológico que os caracteriza, a posição da Grécia. 

Uma única coisa move os seus pensamentos: a dívida. A imensa dívida da Grécia, e como cereja no topo do bolo, o castigo colectivo imposto por não terem feito o "trabalho de casa".

Pois lamento ter de dizer que a verdade não é essa, a Grécia foi o país sob assistência financeira que mais medidas tomou, que mais destruiu a economia, seguindo as receitas da Troika e que mais viu nada dar resultado. 
Tal como cá, por mais que martelem resultados, nem se pagou a dívida, a qual cresceu assustadoramente, nem a economia acelerou a partir do nada.


A verdade é esta e é assim que funciona esta economia assente no crédito: toda a gente deve  milhares de euros a outros, e
esses outros devem ainda a outros que por sua vez devem de novo qualquer coisa a alguém que deve dinheiro à Grécia que deve dinheiro à gente. 
Isto no fundo é uma roda gigante, empurrada pelo colectivo mas que a Alemanha quer que gire em moto perpétuo. 
Ou seja, o plano dos Bosches para a Europa, é aquela coisa que gira sozinha e que quanto menos se empurra, mais roda, até ao ponto de acelerar sozinha e criar assim energia a partir do nada, que por fim iria para as tomadas das casas dos Alemães... 



E depois os outros é que acreditam em contos de crianças...






janeiro 12, 2015

a desgraça do TGV em Portugal, a caminho de uma nova Albânia

Saiu recentemente a público o custo do TGV que afinal não se iria fazer, mas o qual já estava em centena e meia de milhões de €uro. O custo total, a ser construido,  era nessas notícias atirado para os .... 10.000 milhões de €uro, um desmando faraónico que era de algum modo, velhacamente alocado a responsabilidades de outros governos...

Ficará para a História a satisfação de Pedro Passos Coelho ao anunciar o abandono definitivo do projecto.

Para que não se compare a genialidade Einsteiniana dos três segundos de memória dos peixinhos, com a memória de minhoca que esta gente julga serem as nossas referências, e gente lembra-se disto:

No dia 5 de Fevreiro de 2013, um improvável sorridente Victor Gaspar (mas sim, ele ri) dizia no seu pouco veloz tom de voz, a alta velocidade Portuguesa ao anunciar na TVI:

Bruxelas destinou a Portugal 1,6 mil milhões de euros para a construção do TVG – integrado no Corredor Atlântico, acordado entre os estados-membros da União Europeia – que deve avançar até 2020, mas só se o Governo assegurar a restante verba necessária (de 25%).
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“Há mais de 1,6 mil milhões de euros reservados para Portugal para projetos das redes transeuropeias relacionadas com os transportes” – dos quais 500 milhões dizem respeito ao orçamento do Mecanismo Interligar a Europa e 1,1 mil milhões dizem respeito ao fundo de coesão –, garantiu, em entrevista ao Expresso, o comissário europeu dos Transportes.
“Pediram-nos para criar as condições: um mapa e dinheiro. Isso está feito. Mas nós não construímos nada. Isso cabe aos países. Se Portugal não tiver recursos [o Corredor Atlântico] será atrasado, adiado, cancelado”, alertou Siim Kallas.
“Não vi qualquer sinal de que Portugal não tencione fazer a sua parte. Fala-se em atrasos e diferentes considerações, mas até ao momento nada de oficial”, acrescentou.
De acordo com o comissário europeu, os projectos de construção na nova ponte sobre o Tejo e do novo aeroporto em Lisboa deverão ficar parados, pelo menos até 2020, ano em que termina o atual quadro financeiro europeu.
Ou seja, o projecto total agora era financiado em1600 M€, 75% (não 85%) os quais sendo 1.600 milhões de €uros perfazem o custo total (dos 100% portanto) de 2.200 M€., Bem abaixo dos tais 10.000 milhões atirados pelas TV e jornais para cima dos nossos desgraçados neurónios.

Vamos dar de barato que ficaria pelos 2.500 M€, muito dinheiro mas de que a Europa pagaria 75%
O grande problema é agora o seguinte.
Quando demagógicamente se alarvejou nas TV's  hiper-inflaccionando os valores sobre os custos do TGV e da suposta megalomania não se disse  que quando a nova linha Badajoz-Madrid estiver terminada (final de 2016), em breve, o porto de Sines não vai poder de transportar contentores, nem de, nem para a U.E. nem para Espanha, por Badajoz.
Espanha vai desactivar, em 2016, as linhas que permitiam a ligação via caminhos de ferro entre Portugal e a Europa.
A única opção passa pela construção de raiz do troço Poceirão-Caia, em bitola europeia,(TGV) 
para mercadorias e passageiros e sua ligação aos portos de Sines, Setúbal e Auto-Europa, a qual, como todas as grandes empresas, a nível mundial, não possui stocks de matéria prima para mais do que um dia, dependendo do fornecimento diário, apenas economicamente viável por via férrea.
A farsa, Kafkiana e estupidificante, consiste no argumento recorrente de que não existem meios financeiros. Ora bem, mas não falando já do eterno saco azul que magicamente acode a tudo o que é banca estoirada, vão fazer um desnecessário porto de contentores na Trafaria para o qual estão 1000 milhões de  €uros destinados.
Algo totalmente incompreensível à luz da pergunta subsequente à razão mais básica:
mais contentores a descarrager em Portugal?
Para quê?
Preveêm um brutal aumento do consumo interno?
Não é de todo previsível.
Para seguirem para a Europa?
Por Lisboa, Trafaria, estando este governo alérgico a ferrovias, só com uma nova auto estrada, a que existe nem dá para o tráfego actual, recheada que está de atrasos e filas de quilómetros todos os dias.
Não pensem também em cento e oitenta quilómetros de auto-estradas- Sines - Badajoz, /Sines- Sevilha, cheio de camiões, pois a ligação de Sines às auto-estradas foi suspensa por este governo e no estado actual, os restos mortais das obras estão mesmo mortos.
E mesmo que estivessem feitas as ligações rodoviárias, o transporte exclusivamente feito por esse meio acarreta um brutal aumento de custos e demoras  nas transferências.rodo/ferroviárias além de uma dimensão de infrasturuas e logistica que não se sabe se haverá em Espanha.
Bem podem os comentadores acéfalos vomitar argumentos, sempre a favor do governo; sem ligação ferroviária de bitola uniformizada estamos mesmo tramados, não há como viabilizar os portos e industrias com a Auto Europa vêem a sua competetividade comprometida.
Tanto para a importação de matérias a granel, de forma rápida, como com a mesma rapidez escoar mercadoria, precisamos de estar ligados à Europa.
De outra forma, talvez por tele-transporte, SMS, ou mail,  já que depois do levantamento das linhas em Espanha, e do provável esvaziamento da TAP,  passaremos a ser uma literal jangada de pedra à deriva, rasgada não pelos Pirineus, mas pelo picotado de papel higiénico que separa  por fronteira este mísero rectângulo do resto do mundo.
Artigos relacionados:

junho 21, 2014

Junta-te aos bons e serás como eles; junta-te aos maus...



Por mais voltas que demos, uma verdade e uma mentira não conseguem, estatisticamente, resultar em duas meias verdades. Serve de exemplo este anúncio. Há aqui duas premissas: uma falsa e uma verdadeira: p- Cristiano é o melhor no seu campo, o futebol - premissa assumida, partilhada (dita em argumentação informação ´velha', verificável); de outro lado temos q - Anselmo Ralf é o melhor no seu domínio, a música - premissa não assumida, não partilhada (informação nova não verificável). Concordamos que a primeira, por ser verificável, é verdadeira; a segunda, não sendo verificável, não assumida e não verdadeira, é falsa.
O que é curioso é que a permuta dos atributos de p e q vão resultar em duas mentiras, porque quando A. Ralf cogita  "Cristiano Ronaldo?! O Anselmo Ralf do futebol?!" deixa de ser possível agora assumir que CR é o melhor do futebol, pois foi plasmado numa imagem de um músico menor (e nós sabemos que isso é mentira, porque CR é o melhor do futebol) e quando CR pensa "Anselmo Ralf?! O Cristiano da música?!" tenta dar ao cantor um estatuto que não tem, porque sabemos que não é o melhor da música.
E eis aqui de como com uma verdade e uma mentira se fazem apenas duas mentiras: nem o CR é o A. Ralf do futebol (graças a Deus!) nem o A. Ralf é o CR da música (temos pena, mas não é mesmo!).

março 22, 2014

Sem MAIS palavras

de: https://www.facebook.com/NikamenteBR

A subtileza é a  mais poderosa de todas as forças.

fevereiro 11, 2014

As pérolas com que nos querem transformar em porcos...

Se já não via com bons olhos e ainda menos bons ouvidos, o quadradismo básico de alguns comentadores e os seus argumentos "mainstream" que suportam a máquina ideológica destes meninos que nos desgovernam, as pérolas que outros vomitam são então simplesmente de provocar mais vómito. Não são precisas mais palavras, está tudo em pratos limpos, ou melhor, o nosso destino é sermos suínos de trabalho, já que "eles", a elite, são os porcos mais iguais do que os outros, como diria Orwell... Winston Churchill, em plena guerra com a Alemanha Nazi respondeu com outra pergunta aos que queriam cortar na cultura, dadas as enormes despesas decorrentes do esforço a que o conflito obrigava: -

Se cortarmos no que nos diferencia deles, para que é que serve esta guerra?

- Mas isso é História, uma ciência que estes inqualificáveis não têm categoria, pela sua ignorância atroz, de desqualificar.
Urge sim é fazer uma limpeza profunda a esta gentinha  antes que demos por nós a viver nos tempos das cavernas.

Eis mais do mesmo e do que é o seu projecto de sociedade:

Agora, não se esqueçam de votar neles!