"Olá mais uma vez.
Como distinguimos se estamos numa situação de fraco argumento ou de uma falácia? Exemplo: acabei de ler no Público um artigo de fundo sobre as posições do PS. Às paginas tantas, o artigo usa este argumento: «se não fizermos o TGV e a OTA ficaremos mais marginalizados face à Europa».
Estamos perante o quê? É que o artigo mais adiante contra-argumenta: «os países escandinavos também não estão no centro da Europa e estão-se nas tintas para o TGV... o seu modelo de desenvolvimento não passa por obras inúteis».
José Pinho
(recebido por e-mail)"
Os argumentos fracos e as falácias - tal como os dogmas, os erros grosseiros e falhas em responder a questões críticas - são ambos erros de argumentação.
Mas o que é um argumento fraco? Um argumento é válido se for impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa (em simultâneo). Se isso não acontecer o argumento é inválido, sendo que, neste caso, poderá ser forte ou fraco. Um argumento é muito forte se for quase impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa (ao mesmo tempo). É fraco se for possível que as premissas possam ser verdadeiras e a conclusão falsa (ao mesmo tempo).
É que para termos um bom argumento é necessário que, em simultâneo:
1) o argumento seja composto apenas por juízos;
2) seja válido ou forte, ou pelo menos tão forte quanto possível;
3) não contenha quaisquer frases vagas ou ambíguas;
4) haja fundamentos para acreditarmos que as premissas são verdadeiras;
5) as premissas sejam mais plausíveis que a conclusão.
No exemplo que dá, onde estão os fundamentos? Em lado nenhum! Argumento mais fraquinho que este é difícil. Porque é que sem a Ota ficaremos marginalizados? E porque se assume que com a Ota já não ficaremos marginalizados? Idem para o TGV...
É tão fraquinho que nem merece que se chame falácia. Mas poderá sê-lo, se tiver o poder de persuadir alguém que não consiga detectar a falha monumental deste argumento. Ressalve-se que, por outro lado, poderemos estar perante uma falácia por parte do Governo se houver dados que não nos estejam a ser revelados: agenda escondida. Mas agora estou eu a cometer uma falácia: insinuação (sem provas concretas).
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