julho 21, 2005

Falhas de comunicação do Governo

"Diogo Freitas do Amaral considera que houve falhas na forma com o Governo apresentou e explicou aos portugueses as medidas de austeridade para equilibrar as contas públicas. Na opinião do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o Executivo não foi tão persuasivo como podia ter sido na defesa das suas políticas.
«As medidas eram tão difíceis, demoraram tantas horas de trabalho e de ponderação a definir e a aprovar, que todos nós, a começar por mim, descuidámos a frente externa, a frente da explicação ao País das medidas tomadas. Mas isso certamente se vai intensificar», afirma o número três da hierarquia governamental, numa
entrevista ao DN.
Depois de citar o filósofo grego Xenofonte para sustentar que «hoje o poder político não se traduz apenas pela capacidade de mando, mas também pela capacidade de persuasão», Freitas considera que o Executivo «tem tido bastante, mas porventura seria necessário mais». E assume que «se alguma deficiência se pode apontar» a José Sócrates e à sua equipa, «é de não se ter explicado suficientemente a inevitabilidade da subida dos impostos».
Na opinião de Freitas do Amaral, nos próximos tempos os socialistas têm pela frente «um combate pela adesão do povo português às medidas» de redução do défice, impondo-se que cada um faça «o que lhe compete». «Os sindicatos e a oposição criticam - estão no seu direito. O Governo e o partido que o apoia têm que defender e explicar as medidas do Governo - esse é o seu dever. Se cada um fizer o que lhe compete, estou convencido que a maioria dos portugueses manterá a confiança no Governo e no primeiro-ministro.»"

Diário de Notícias
19.07.2005

A necessidade de persuadir - e de simultaneamente sabermos defender-nos de falácias - encontra-se presente em todas as vertentes das nossas vidas. Para o tema específico da persuasão política, recomendo a tese de mestrado de Paula do Espírito Santo, «o processo de persuasão política» (1997). Está disponível aqui em formato pdf.

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