fevereiro 27, 2013

Suspiro


Sou tão umbiguista e com uma paciência tão limitada para determinados temas que nem me apercebo dos milhares de blogs que por aí andam.
Há uns anos atrás, havia encontros, correntes, temas partilhados, blogs linkados, escárnio e paixões assolapadas. Tinha uma lista imensa de blogs favoritos no Aliciante e no computador. Conheci dezenas de pessoas através desta escrita virtual e alguns considero-os verdadeiros amigos. Mas com o passar do tempo fui-me desligando mais do meio e são raríssimos aqueles que visito. Nestes últimos dois dias fui dar uma volta por aí. Virgem santíssima! Há malta a viver disto. Com patrocínios a marcas de roupa, ginásios e por aí adiante. Banners que nunca mais acabam que primeiro que a página carregue totalmente no computador já eu bebi uma caneca de chá acabado de fazer. E conteúdo? Zero. Bola. Nadica de nada. Apenas referências a vidas dos outros, a vestidos e sapatos, a crianças que bolsam, passatempos para babetes, aos saldos e a coisas vazias de tudo e cheias de nada. E vida própria e a demonstração de que pelo menos um neurónio existe naquelas cabecinhas?
Que coisas tão pobres. O mais assustador é que há quem leia e quem siga o que por ali se passa.

ASAE...

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fevereiro 25, 2013

A posta que não é só fogo de vista


Embora tudo pareça desenhado para banalizar os muitos horrores que as pessoas protagonizam por esse mundo fora, numa discreta mutação das emoções feita à conta da paulada mediática, continuam a brotar aqui e além nesse terreno fértil da insanidade generalizada alguns episódios capazes de nos obrigarem a transcender a estupefacção (a derradeira etapa antes da indiferença) e a redescobrir o choque emocional que alguns dramas, felizmente, ainda provocam.

Só quem sente ou sentiu na cabeça a pressão que um colapso financeiro individual implica pode ter uma ideia do destrambelhamento que isso pode causar a uma pessoa mais sensível ou debilitada.
São vários os pesadelos associados à queda no mundo canalha do incumprimento, um sítio estranho e hostil no qual uma pessoa cuja matriz é a do cidadão certinho e cumpridor descobre de repente o quanto a vida pode mudar quando as contas entram no vermelho por um motivo qualquer ou por uma mera sucessão de imponderáveis.

As instituições financeiras são as primeiras a sinalizar essa mudança para pior no estatuto social. Do oitenta de um tratamento VIP com cartão gold ao menos oito de uma frieza a roçar o desprezo com que se distinguem os párias do sistema, do sorriso hipócrita ao franzir do sobrolho, vai uma distância tão curta quanto uma prestação em atraso de um crédito qualquer. Esse sinal de alarme dos engravatados sem alma nem vontade para simpatia, paciência ou mesmo comiseração desencadeia um furor de cobrança que, em pouco tempo, se converte numa estratégia desenhada para enxotar o mau pagador em causa sem apelo nem agravo, depois de esgotados os seus recursos para adiar o problema.
É embaraçoso e é, para quem leva a sério a cena das relações sociais, uma tremenda desilusão para quem se supunha resguardado por um passado isento de mácula e recheado de momentos lucrativos para a mesma instituição que lhe tira o tapete debaixo dos pés.

E depois, impossível evitar, o calvário das portas fechadas na cara por aqueles que se tinham por próximos e que afinal apenas somam a uma variante do hojenão pode ser, tenha paciência a divulgação de um problema que se queria confinado ao círculo mais chegado.
Esgotado o roteiro da pedincha, o cidadão entalado percebe-se a sós no centro do furacão e soma ao pânico as raízes de um desespero que cresce em função dos contornos da bronca e do grau de debilidade entretanto atingido.
Telefonemas insistentes, mesmo em horas impróprias. Mensagens repetidas no telemóvel. Cartas frias e ameaçadoras no meio da publicidade a coisas que já não se podem comprar. Isso mais o silêncio de cada vez mais gente de confiança total que se revela relativa quando está em causa essa doença contagiosa da aflição.

Dia após dia, semana após semana, os meses contados pelo número de prestações em atraso, a vida cada vez mais vivida numa solidão imposta pelos outros que preferem evitar a maçada e pelo próprio sem forças para reagir.
As consequências, a apropriação compulsiva de tudo quanto possam os credores deitar a mão, fazem-se sentir na perda da dignidade, na vergonha de cruzar o olhar com os vizinhos que lêem o drama afixado na porta do edifício sob a forma de aviso de execução da penhora que, depois de levada a cabo, empurra seja quem for para a rua sem que alguém pergunte se a pessoa dispõe de um tecto alternativo para se abrigar.

É este, em resumo, pois pode envolver por acréscimo a degradação do ambiente familiar, o percurso das pessoas apanhadas pelo cilindro compressor da cobrança difícil.
Esmagadas, sim.

Tão espalmadas contra o chão que deu uvas, tão pisadas no orgulho, tão privadas de esperança em dias melhores que são capazes de coisas como imolarem-se no interior de uma dependência bancária, como tibetanos.

E isso, por quantas vezes se repita nas parangonas, será sempre para mim uma tragédia alheia que sentirei com a tristeza profunda e a revolta solidária de quem jamais perdoará uma sociedade capaz de tolerar que um dos seus possa ser conduzido a um desfecho assim.

Gostei muito de te ter por cá, cachopa.


Ana Andrade

"Professora por vocação, escriba por compulsão, inquieta por opção, optimista por voluntária obrigação"

«A Corrupção na Origem da Crise» - 20/20

A Grande Corrupção gera a Pequena Corrupção

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril, em 6DEZ2012

fevereiro 24, 2013

lóbi...

gay em momento de festa... logo após a resignação do papa.
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Marinho (e) Pinto | A ditadura encapotada

Num país onde, de entre cegos, é rei quem tem olho, é natural que um Marinho Pinto seja visto como "frontal" e "honesto" e "o que diz o que mais ninguém tem coragem de dizer" e blábláblá.
Há umas semanas, tentei mostrar a uns indivíduos que essa é a face que um tiranete encapotado quer mostrar à comunidade em geral - porque o facto de haver uma percentagem mínima da população que saiba quem Marinho Pinto (a ausência do "e" entre os dois sobrenomes é propositada, folgo em irritar quem me irrita) é e como procede é, para ele, de somenos, desde que a populaça continue a achar que ali está um homem "com eles no sítio" (o que quer que isto signifique) e que a maioria dos pares insista em elegê-lo, com o intuito proteccionista de quem tem medo da concorrência.

Mas eis senão quando o homem os usa (aos tomates que dizem ter) na tentativa de alterar uma legislação que o impediria de se candidatar a um terceiro mandato. Assim mesmo, como os melhores ditadores, dos países mais terceiro-mundistas. Como Portugal, afinal.

Toda a notícia, aqui.
(E adorava saber como justifica esta atitude déspota quem lhe gaba os testículos.)

«A Corrupção na Origem da Crise» - 19/20

EURO 2004 e Apito Dourado - corrupção, branqueamentos e prostituição

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril, em 6DEZ2012

fevereiro 23, 2013

advogado...

do cavalo
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 18/20

PPP Rodoviárias - sangria de fundos do Orçamento do Estado

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril, em 6DEZ2012

fevereiro 22, 2013

cantigas...

e cantorias...
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 17/20

Orçamento do Estado e Autarquias - promiscuidade e corrupção

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 21, 2013

de Grândola...

em Grândola
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 16/20

PPP da Saúde - loucura de vigarices

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 20, 2013

uma justíssima atitude

Voto, incondicionalmente, nesta:

- A nenhum governante actual deverá ser concedida a palavra em público.

Depois das sucessivas traições e atropelos ao estado de direito que somos, nenhum deles tem, para tal, legitimidade democrática. E se o povo não os quer ouvir, nada há que o possa ou deva impedir. 

Não os ouçamos, pois. Até nem custa nada...

Eles que falem pelos seus gabinetes, uns com os outros, ou com a troika e as suas tricas e mai-la manca ou um burro aos coices. Connosco, não! Não os queremos ouvir!

E não os autorizamos, sequer, a dirigirem-nos a palavra em público!

Estão a ver como pode ser relativamente fácil contrariar este estado pôdre do estado?  

Nicolau Copérnico

 faria ontem 540 anos...
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 15/20

PPP das Águas - garantia de lucro aos privados, à custa dos consumidores

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 19, 2013

A posta num beco sem saída


À liderança bicéfala do Bloco de Esquerda corresponde a gestão bipolar da maioria da classe política e, só não vê quem não quer, de um grande contingente dos seus eleitores.
Prestar demasiada atenção aos discursos de políticos e às reacções populares é meio caminho andado para dividir qualquer mente mais esclarecida em duas partes que se antagonizam. Uma delas insiste em disparar alertas perante a evidente (descarada) dissonância entre a prática governativa mais a da sua oposição que se reparte entre o vai vem neo-frouxo e o agarrem-me senão desgraço-me pseudo radical.
No meio disto tudo andamos nós, os críticos de sofá que falam muito mas fazem népia, os manifestantes só porque sim e depois logo se vê, os ignorantes que refilam sem fazerem ideia contra o quê em concreto e toda uma massa de aflitos a sério e de chorões da treta, uma pasta viscosa, disforme, de gente à beira de um ataque de nervos e sem qualquer esperança possível de sustentar a partir do que se ouve, do que se vê e do que se pode pensar a partir desses elementos dispersos que apenas nos ilustram e alimentam uma perturbadora desorientação.

A panaceia inventada pelo BE para colar com cuspo as frágeis ligações entre as suas múltiplas correntes, tentando aguentar a coisa até à salvação que um resultado eleitoral menos catastrófico possa constituir, é apenas uma das caricaturas das muitas possíveis a partir do desnorte que reina no cenário confrangedor da política caseira, em nada diferente da que percebemos noutras nações.
Os políticos, à esquerda como à direita, nos governos como nas oposições, andam à nora para descobrirem a pólvora sem fumo de uma solução milagrosa para um problema cada vez mais global que é o descrédito da própria democracia à mercê da multiplicação de fracassos de que a Primavera Árabe é um exemplo flagrante: depõem-se governos ou regimes sem existirem opções concretas de poder, acabando este confiado a quem soa mais credível no meio de tanta mentira, de tanta incompetência, de tanta desilusão.
E entretanto acontece um colapso financeiro que arrasta boa parte da população de países ditos ricos para uma indisfarçável pobreza que o tempo a passar (como o exemplo da Grécia demonstra) ameaça tornar numa miséria como há muito o hemisfério norte não experimenta e com a qual já provou não saber como lidar.

Uma no cravo e outra na ferradura acaba por ser o recurso de quem se vê a braços com uma gestão impossível do caos em crescendo que vai eclodindo a partir da revolta abafada por anos confortáveis para a maioria burguesa, a classe média que se vê apanhada pelo turbilhão da falta de soluções enquanto fonte mais à mão de receitas urgentes para tapar os buracos que a corrupção e o desmazelo ao mais alto nível criaram e a crise financeira deixou à vista desarmada dos que mais a sentem na pele.
Identificados na qualidade de responsáveis indirectos (os que não perceberam ou fingiram não perceber) ou directos (os que mergulharam no esterco do compadrio que parasitou fundos colectivos em proveito próprio), aos políticos parece restar o pontapé para canto de uma falsa indignação que não representa nem propõe qualquer solução concreta para o problema grave cujas repercussões ainda agora vão no adro.

A crise é também ideológica e dos pensadores que deveriam conceber alternativas aos modelos falhados e cada vez mais desacreditados resultam apenas críticas a uma esquerda radical assente em teorias do século XIX ou pouco mais recentes, a uma esquerda moderada sem soluções para os seus dilemas e paradoxos na complexa adaptação ao capitalismo que entendeu abraçar e uma direita desmembrada e incapaz de entender a complexidade dos desafios colocados pela falência do principal pilar das suas certezas e convicções, a economia de mercado a quem a globalização deu a estocada final por associar um efeito epidémico a qualquer convulsão.

No meio desta mixórdia de acusações recíprocas e de avaliação de culpas, assusta perceber que ninguém está próximo sequer de uma efectiva resolução do problema global e nem mesmo a revolução (um conceito algo estapafúrdio no contexto de democracias estáveis) representa um recurso viável por não existirem no horizonte quaisquer alternativas credíveis de liderança.

Aquilo que se vê e se sente é a degradação sistemática de todos os bastiões do sistema no qual se depositaram todas as esperanças do nosso mundo ocidental e que, por inerência, se tenta impor sem sucesso onde as ditaduras se revelam mais rebeldes e menos dóceis na aceitação da troca dos seus recursos naturais pelas esmolas de um ocidente em plena decadência. Sistemas judiciais em descrédito, comunicação social em falência, poderio militar ameaçado pela redução inevitável de orçamentos, ideologias incapazes de responderem aos anseios de populações em aflição.

E não se vislumbra no horizonte alguém capaz de inverter esta situação. 

lasanhas...

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passo...

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«A Corrupção na Origem da Crise» - 14/20

EXPO98 - corrupção, incompetência e loucura

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril, em 6DEZ2012

fevereiro 18, 2013

Pistorius...

um homem sem pés... nem cabeça
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No Brasil, a hora de Verão terminou hoje


Notícia do Diário de Pernambuco:
"Terminou à 0h de hoje o horário de verão, mas, mesmo com o pôr do sol mais cedo, dá para aproveitar o domingo na praia. A previsão é de sol forte durante todo o dia com o céu parcialmente nublado no período da tarde. A temperatura máxima prevista é de 36 graus; e a mínima, de 24 graus. Amanhã, o tempo deve mudar e há a possibilidade de chuva moderada sobre a cidade no final da tarde, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
(...) A expectativa da Ampla é que o horário de verão 2012/2013 tenha representado uma redução de 0,5% no consumo de energia na cidade, sendo no horário de pico - entre as 18h e 21h - uma diminuição de 5%. Os dados oficiais serão apresentados esta semana. Nacionalmente, o Ministério de Minas e Energia informou que o horário de verão possibilitou uma redução média de 4,5% na demanda por energia no horário de maior consumo.
O período de vigência do horário de verão é determinado por lei: todos os anos deve começar no terceiro domingo do mês de outubro e terminar no terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte. Segundo o ministério, o objetivo é conscientizar as pessoas para melhor aproveitarem a luz natural, além de estimular o uso, de forma racional, de energia elétrica."
_______________________
Acho que lhes vou pedir esses tais estudos da Ampla e do Ministério de Minas e Energia. Talvez no Brasil tenham mesmo estudos... que por cá nenhuma entidade, que eu saiba, publica.

«A Corrupção na Origem da Crise» - 13/20

PDM (Planos Directores Municipais) - especulação, favores políticos, mercadoria fictícia

Pedro Bingre no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril, em 6DEZ2012

fevereiro 17, 2013

Sinceridade absoluta: um privilégio de excêntricos e de imbecis


Custa sempre a aceitar que mesmo o que entendemos por bom, por positivo, naquilo que nos faz enquanto gente possui limites e deve ser usufruído com prudência e com moderação. Coisas que dependem muito da forma como as sentem e interpretam os outros, as pessoas com quem interagimos e por isso acabam destinatárias das características que nos definem e dos comportamentos que esses traços de carácter acabam por condicionar.
A sinceridade, louvada como um valor universal, mais do que uma característica inata é uma opção individual que todos gerimos em função da importância que lhe atribuímos mas também das características das pessoas a quem a dedicamos e até das circunstâncias com que nos vemos confrontados quando chega a hora de ponderar esse recurso ao nosso dispor para, bem vistas as coisas, justificarmos laços de proximidade e de confiança com quem lidamos ao longo de uma existência que prefiramos alheia à solidão.

Nenhuma pessoa pode afirmar-se absolutamente sincera, pois o bom senso recomenda e a sensibilidade exige uma gestão cuidada, um doseamento sensato da verdade em estado puro para com os outros e até para com nós mesmos, sob pena de se obterem reacções que se entendem como inesperadas apenas aos olhos de quem não possua o discernimento necessário para respeitar os tais limites e para medir as consequências por vezes devastadoras de uma postura demasiado frontal.
Demasiado. Um termo que soa desajustado quando olhamos para a verdade despida de todos os condicionalismos, de todos os factores endógenos ou exógenos que podem transfigurar esse conceito aparentemente cristalino e de uma bondade intrínseca, transformando-o numa arma de arremesso que pode destruir uma relação sólida ou uma pessoa fragilizada na sua estrutura emocional.
Complicado. Outra palavra que parece desenquadrada da definição de sinceridade, sem dúvida, mas que se torna incontornável quando da teoria sempre tão benévola passamos à dura realidade da respectiva aplicação.

A sinceridade, porquanto louvável, jamais poderá ser absoluta fora do âmbito do monólogo ou da introspecção. E mesmo aí requer alguma contenção, tão frágeis se revelam as nossas defesas às verdades mais perturbadoras, ao ponto de um raciocínio sincero se poder transformar num complexo exercício de negação. Depende apenas do calibre do próprio, do poder de encaixe que todos reclamamos mas nem sempre se mostra à altura da situação. Quando está em causa o arcaboiço dos outros este detalhe assume proporções ainda mais relevantes e é quase instintivo o recuo, o adornar da verdade perigosa com uma inócua mentira piedosa ou com uma estratégica omissão, parcial ou total, dos pormenores mais ameaçadores.

Jogamos à defesa e hipotecamos sem hesitar esse valor alegadamente tão grato apenas porque percebemos (ou aprendemos à bruta) que tem mesmo que ser. Não faltam atenuantes bem intencionadas para justificarmos o perigoso resvalar para uma hipocrisia bondosa que o medo nos induz.

Quase sem darmos por isso abdicamos com tanta frequência da sinceridade digna desse nome que nos habituamos a contornar as verdades incómodas e depois de aberto o precedente, de quebrada a espinha dorsal do conceito original, perdemos a capacidade de distinção da verdade na sua essência e acabamos por encaixar a mentira na rotina da nossa interacção.

Acabamos encurralados pelo inferno de uma lógica traiçoeira nas nossas melhores intenções.

«A Corrupção na Origem da Crise» - 12/20

Feudalismo dos Grupos Económicos - Luta contra o medo

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 16, 2013

xadrez...

 ... da alimentação
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 11/20

Instauração das MÁFIAS, versus, Democracia e Corrupção - subjugação dos governos nacionais

Pedro Bingre no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 15, 2013

tomar por tomar - venha o Diabo escolher...

- porque o Francisco José Viegas achou por bem dar uma de vernácula cidadania…

se por lhana facturinha
vem o fisco pressuroso
digamos asinha-asinha
presumir que és manhoso

não fica mal ao Francisco
tratando o fisco por tu
dizer – e aqui eu arrisco –
«– ó fisco vai tomar no cu!»

o Francisco garganeiro
que sabe de tanto aperto
foi-se ao governo certeiro
por ser parvo ou ser esperto?

afinal porque o tomar
tal qual se passa em Abrantes
anda a dar-me que pensar
que estamos como era d’antes

mas muito mais cuidadosos
por demais p’ra quem precisa
furam-nos bolsos furiosos
mas usam sempre camisa

se o Francisco tal diz
entre o levar e o apanhar
acha melhor mais feliz
aconselhar o tomar

será enfim às colheres
à pazada à cachaporra
mas tomar quanto quiseres
dar no fisco até que morra

valha exemplo de maiores
contra os canhões da desgraça
sabem mais são sabedores
e sabem que o Passos passa

o pior é que em passando
o Passos passa e lá vem
atrás do Passos andando
outro a lixar-nos também

a lixar-nos e tomando
mesmo naquilo que é seu
quem sabe lá vão gostando
e quem se trama sou eu

pergunto ao Passos que passa
o que sabe ele e não diz
e o Passos faça o que faça
faz de conta que não quis

triste sina má desgraça
que assim vai no meu país
pergunta ao vento que passa
talvez ele saiba o que diz…

«A Corrupção na Origem da Crise» - 10/20

Promiscuidade no Banco de Portugal - os fiscalizados são os fiscais

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 14, 2013

reacções...

à resignação do papa
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 9/20

Justiça cega? Uma para os fracos e outra para os poderosos!

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 13, 2013

alimentação...

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Beatriz Talegón critica o socialismo do luxo na Internacional Socialista

"Como se pode liderar uma revolução a partir de um hotel de cinco estrelas em Cascais, chegando em carros de luxo? Podemos dizer aos jovens que os compreendemos, que sentimos a sua dor aqui dentro, no meio deste luxo?"
Beatriz Talegón, líder da Juventude Internacional Socialista, em Cascais, no passado sábado

«A Corrupção na Origem da Crise» - 8/20

Assembleia da República - leis que geram corrupção

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 12, 2013

Ratzinguer...

deixa o Vaticano
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 7/20

Assembleia da República - promiscuidade, negócios e conflito de interesses

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril, em 6DEZ2012

fevereiro 11, 2013

2012 DA 14...

oportunidade única
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 6/20

Alemanha emitiu €uros como "falsa moeda", em 1999

Pedro Bingre no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 10, 2013

carnaval e...

nem sempre resultam
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«A Corrupção na Origem da Crise» - 5/20

BPN / SLN (2) - Confisco do dinheiro desviado (roubado) no Luxemburgo

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 09, 2013

Idade mental

A partir de determinada altura (creio que a maioridade legal seria um bom critério) e sempre que a idade de cada um viesse à baila, deveríamos estar obrigados a falar não da nossa idade biológica (que ficaria reservada para contextos médicos e pouco mais) mas antes da idade mental.
Parece-me evidente que teremos várias idades mentais: a emocional, a sentimental, a estética, a intelectual (subdividível em incontáveis outras, porque o intelecto não tem a mesma gradação em todas as áreas),a profissional, a familiar (há gente que, tenha a idade que tiver, nunca deixará de ter 16, neste contexto), sei lá bem... temos infinitas idades e a tal idade mental com que deveríamos responder quanto alguém no-la perguntasse seria uma espécia de média aritmética entre todas essas idades ou, vá, de média ponderada, se o contexto fosse determinante.
Complicado?!
Não acho.
Complicado é perguntarem-nos a idade de A (ou a nossa!), termos de dizer que tem X anos e, posteriormente, de explicar que a idade real (ou mental) é de X menos dez, em determinados campos, mas de X mais vinte, noutros. Parecendo que não, baralha.

«A Corrupção na Origem da Crise» - 4/20

BPN / SLN (1) - Vigarices e Crimes Gigantescos

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 08, 2013

lucro rápido


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«A Corrupção na Origem da Crise» - 3/20

Sequestro da TROIKA - para garantir o pagamento dos empréstimos bancários (fraudulentos)

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 07, 2013

«A Corrupção na Origem da Crise» - 2/20

Resgate da Banca - políticos e corrupção na compra de terrenos sem valor

Pedro Bingre no debate "A Corrupção na Origem da Crise" efectuado na "Associação 25 de Abril", em 6DEZ2012

fevereiro 06, 2013

muita televisão...

afecta produção de esperma... (JN) ou (CNN)
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Receio nem sempre ser subtil. Esta é a crónica de amanhã nO RIBATEJO. Para vós e por voz.


Antes cavalo nos relinche, que asno nos Ulrich

A revista Forbes ulrichou recentemente a filha do presidente vitalício de Angola como primeira mulher afrobilionária. E isto dá-se, vergonhosamente, ao mesmo tempo que a UNICEF, sempre boazinha como o padre Melícias e a senhora Maria Barroso desde o susto da avionet’UNITA  do filho na Jamba, se propõe outra vez pedinchar por aí umas migalhas de milhões de dólares “para” (mas é mentira, como tudo o que faz esta espécie de gente) as crianças subnutridas da malograda Angola. O que eu digo à UNICEF é que os vá pedir à Isabelinha. De volta. Que os milhões, um dia, devem desmilhõenar-se de volta a quem os criou.
Belinha por Belocas, acontece portugalmente à custa dos carneiros que Isabel Diana Bettencourt Melo de Castro Ulrich (pois, Ulrich) foi re-ulrichada por Cavaco a 9 de Março de 2011 como “consultora” da Casa Civil da Presidência da República. Já o era desde 2006. Ena de carreira! No Diário da República, a profissão da senhora é “funcionária do PSD”. É demasiada profissão, digo eu, para merecer DR. Porra.
Ou chiça.
Franquelim, ali da Linhaceira, Tomar, foi agora ulrichado secretário de Estado do Empreendorismo por essa có(s)mica evidência de Nada (ou Nata) chamada Álvaro. Vem, o Franquelim, da SLN, esse esgoto por onde se escoou em alegre im(p)unidade a cenosa cloaca chamada BPN. Se o pastel de nata é cake-cream, o cream compensa.
Ou então vou eu descalço sobre silva(s) de Tavira a Valença.
A 3 último do corrente, no Público, Jorge A. Fernandes citava um economista espanhol chamado Molina. E, parafraseando o bom e saudoso Dinis Machado, o que diz Molina? Diz esta admirável e contundente verdade: “A classe política é uma elite assente num sistema de captura de rendas que permite, sem criar nova riqueza, desviar rendas da maioria da população.”. Contundente. Sim. Mas. Inútil.
Inútil – porque tudo demonstra que o que se diz à classe política não entra por um ouvido para sair pelo outro. Porquê? Porque o som não se propaga no vácuo.
O problema é a vida ser agora.
O problema é aquele verso de Jorge Fazenda Lourenço: “(…) que nada ter depois é pior que não ter nada.”.
O problema é termos mais carneiros por metro quadrado do que a Nova Zelândia.
O problema é termos deixado que nos ulrichassem o 25 de Abril.
O problema é sermos precisos dez milhões de sem-abrigo para sustentar um único Ulrich.
O problema é que o que ontem era República hoje ser Reprivada.
Quando deixaremos nós de ser um estábulo manso de carneiros da Nova Zelândia a que qualquer besta de pasto vem acertar as horas de pulso-Rolex? A que horas é que o pastor dos carneiros vem, sustentado pela ordenha do Estado, conferir-BPI a hora da ração?
A que horas acertaremos enfim a hora da razão?
Ou, alvalademente falando, quando é que seremos dez milhões de sportinguistas a correr com o Godinho que não querem o Coelho de ninguém?
Eu sei o que diz Molina. Mas esse é espanhol. Estou mais para adulterar um provérbio asiático, fácil de perceber até para o resto dos dez milhões de carneiros que não são asiáticos mas vivem entre Tavira e Valença. Assim:
Se vires um pobre, não lhe dês peixe algum; dá-lhe o Ulrich e ensina-o, ao pobre, a amanhar.
O Ulrich.



«A Corrupção na Origem da Crise» - 1/20

Ponte Vasco da Gama - BOMBA ATÓMICA: promiscuidade com os ex-ministros das Obras Públicas

Paulo Morais no debate "A Corrupção na Origem da Crise", efectuado na "Associação 25 de Abril, em 6DEZ2012

Já falta pouco!


fevereiro 05, 2013

Casamento gay aprovado na (conservadora) Inglaterra

Há coisas que para mim não têm discussão, por não haver motivos: se dois seres humanos sem laços directos de sangue entre si querem casar civilmente e constituir família (que pode ser de dois ou de quantos lhes apetecer), não há por que não poderem fazê-lo. É que se os mesmos seres humanos se apaixonam por pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente, altas ou baixas, peludas ou nem por isso, vegetarianas ou a gostar de bife, são minudências em que a lei, que se quer geral e abstracta, não tem de intervir - e isto não abre caminho para a poligamia (que não me choca nada, se for assentida por todos) e muito menos para o incesto (deixem-se lá de disparates que até para construir boas analogias é preciso ter pinta).

Que o casamento entre pessoas do mesmo sexo seja legal não vai obrigar quem não concorda com ele a casar com pessoas do mesmo sexo, pois não?
Ora que ele seja mantido ilegal, por conta do preconceito de alguns, vai impedir muitos de realizarem um direito que, por serem humanos e viverem em democracia, lhes assiste, correcto?

I rest my case.

P.S. - O Parlamento Inglês, de maioria conservadora, aprovou hoje a legalização do casamento gay na Câmara dos Comuns. E passo a passo, a despeito de muita coisa, a humanidade vai-se tornando cada vez mais humana.

Será que se nota assim tanto?!...


"O que nos ameaça, já não é a desconfiança dos mercados, mas a dos cidadãos"
François Hollande
(via Público)

fevereiro 04, 2013

tomada de posse...

tem como "convidado" Picanto Sobrinho... pastor evangélico que...
Raim on Facebook

fevereiro 03, 2013

A estupidez não é de esquerda ou de direita

A estupidez é, infelizmente, universal.

E vem isto a propósito bom do como é o que o gajo se chama que só me lembro do Carvalho da Silva? Arménio Carlos, em discurso para milhares de professores reunidos em Lisboa, no passado fim de semana (que conseguiram, com muita força e apesar da conspiração contra a sua reunião, que consistiu em fazer despistar um camião de transporte de porcos na A1*, estar presentes), referiu-se ao etíope Abebe Selassie, chefe da missão do FMI em Portugal, como "o rei mago escurinho" (note-se a ternura do diminutivo, como quem diz: estou a discriminar, mas com meiguice) - e o contexto era o da tentativa de fazer uma piadinha sobre o regresso, em Fevereiro, dos membros do triunvirato BCE/UE/FMI.
Evidentemente que, depois, veio dizer que não era racista (claro que não pois, com certeza, não conheço um único racista, só aqueles que, não o sendo de todo, não gostam desta ou daquela etnia em particular) e que só usou o epíteto para o distinguir dos outros (justamente o principio do racismo), que aquilo fora descontextualizado e patati-patatá.
Sim, sim, xôr Arménio.
Pior do que essas fugas com o traseiro à seringa, que atiram a responsabilidade para as costas da imprensa, só a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa, que na sua missa no seu programa dominical veio dizer que tais afirmações ficavam mal "a um homem de esquerda", como se aquela linha de pensamento ficasse bem a alguém (homem ou mulher) seja de que ideologia for, num país democrático.
É preciso explicar ao Professor que a parvoíce está aquém e além de gavetas ideológicas e partidárias, cores e raças, credos e géneros, por ser a características mais transversal que existe. Já ao xôr Arménio, é difícil explicar o que quer que seja, pelo que o melhor é deixá-lo andar a brincar aos sindicatos e cavar a sua própria sepultura enquanto figura pública.

*true story, foi o que aventaram alguns, no passado sábado

fevereiro 02, 2013

Vejo-me forçado a

Reinventei um provérbio chinês.
SE VIRES UM POBRE, NÃO LHE DÊS UM PEIXE. DÁ-LHE O ULRICH E ENSINA-O A AMANHAR.

fevereiro 01, 2013

«Ai aguenta, aguenta!... Aguenta, aguenta!...»

Ó Ulrich, queres que te façam um desenho?
A malta do Webcedário fez:


Webcedário - o humor letrado

Mulher ulricha

Aguenta, filha, aguenta.

Vira o disco e toca o mesmo - BANIF

Posso responder eu ao Sr. Fernando Ulrich?

"Se os sem abrigo aguentam, por que é que nós não?"
Fernando Ulrich
Ontem, 31/1/2013, durante a conferência de apresentação dos resultados de 2012 do banco BPI (lucro de 249,1 milhões de euros)

O "patrão" do BPI decidiu explicar a sua polémica (e famosa) declaração "Ai aguenta, aguenta" (em Outubro de 2012), relativamente à questão de se o país aguenta mais austeridade.


Eu vou responder-lhe:
Os sem abrigo aguentam porque não sabem que os bancos, raiz da actual crise, originada pela especulação financeira, são ajudados pelos Estados, à custa de dinheiro que estes roubam nos salários de quem trabalha, no preço dos produtos e nos serviços essenciais.
Se os sem abrigo tivessem a noção de que o BPI teve em 2012 uma ajuda do Estado português de 1.200 milhões de euros, para tapar o buraco resultante das perdas acumuladas, não teriam o mínimo de consideração pelo que o presidente do BPI pudesse ou não dizer.
Se os sem abrigo soubessem que os resultados do BPI resultam, em grande parte, de ganhos obtidos pelo diferencial entre o que pagam pelo dinheiro que pedem emprestado e o dinheiro que emprestam a quem precisa, sendo que esse diferencial resulta, numa parte significativa, das tais ajudas do Estado, que têm de se financiar com juros que têm que ser pagos maioritariamente pelos que pagam impostos, no mínimo dir-lhe-iam para ter vergonha na cara e para estar caladinho.

sala laranja...

da psiquiatria
Raim on Facebook

Ulrich e o verbo aguentar

Ao xôr Ulrich já não lhe bastava ter ficado para os anais do caladinho-é-que-estavas-bem-filho, com a sua eloquentíssima resposta à pergunta sobre se os portugueses aguentavam mais austeridade, no final do ano passado: "ai aguentam, aguentam...!".
Há gente assim, ambiciosa (diz que são os que levam com isto - o que quer que isto seja - para a frente), sedenta de evolução, para quem um primeiro grau de parvoíce não é bastante.
Vai daí, resolveu hoje clarificar a coisa para os mais desatentos: afinal, não só a malta "aguenta, aguenta" como está preparada para muito mais, diz o xôr Ulrich, fundamentando a sua asserção na existência de serem humanos sem-abrigo: "se eles aguentam, nós também aguentamos".
Muito bem.
Eu, fiel ao espírito de Ulrich, vou ainda mais longe: quem diz sem abrigo diz um habitante do Burundi, que não sabe se terá, daí a umas horas, comida para pôr no bucho. Ou um prisioneiro político, capaz de aguentar todas as torturas em nome de um ideal. Se é para radicalizar a coisa, façamo-lo a sério.

Mais: eu cá gostava era de equiparar Ulrich a um pugilista, para verificar a a capacidade de "aguentar" do senhor, se sentado num banquinho à minha frente, enquanto espetava umas bolachadas naquela cara de parvo pau.

(Toda a notícia aqui)