junho 21, 2006

Empreender - por Henrique Plöger Abreu*

"Outrora fomos uma potência mundial, um país que tomou a iniciativa e o rumo do seu destino nas Suas mãos.
Temos um legado e uma tradição de empreendedores a preservar. No passado descobrimos o mundo, contra todas as adversidades.
Hoje, em Portugal, estamos sempre à espera de que venha alguém superior (chefe, politico) com as directrizes ou um plano de actuação que tenhamos de seguir.
Não se toma a iniciativa, o espírito empreendedor e a tomada de riscos não são incentivados nas universidades, escolas e em grande parte das empresas. Tem tudo a ver, na minha opinião, com a qualidade de líderes que estamos a formar na nossa sociedade.
Um verdadeiro líder pode não ter a autoridade formal para recompensar ou punir boas/más prestações, mas as pessoas que o rodeiam reconhecem nele uma verdadeira autoridade ao satisfazer os seus pedidos, ou seja, se devidamente motivados os colaboradores tomam a iniciativa sem que seja necessário andar a puxar pelos galões.
Nas organizações inovadoras e modernas, as pessoas - que são o motor do desenvolvimento das empresas - assumem a autoridade apenas e só através do sucesso alcançado em anteriores iniciativas.
A questão vital nesta nova teoria de gestão é a de que os colaboradores seguem um líder porque é essa a sua livre vontade e não porque o têm de fazer.
É essa a motivação que os faz ir para além do trabalho necessário e esperado, ou seja, o de ir sempre um pouco mais além daquilo que lhes é exigido e que acaba por fazer a diferença, com entusiasmo, motivação e paixão.
O Marechal da Prússia Helmuth von Moltke (1800 - 1891) estabeleceu a elaboração de directrizes aos seus oficiais em vez de ordens.
Moltke pretendeu desenvolver o empreendedorismo nas suas fileiras ao motivar os oficiais prussianos a tomas decisões por iniciativa própria.
Os grandes empreendedores criam uma cultura empresarial na qual a sua visão e valores são vividos por colaboradores que pensam de uma forma independente.
Hans Hinterhuber e Wolfgang Popp elaboraram para a HBR um artigo em que, partindo da análise de Moltke, sugeriram que os empreendedores e gestores, à semelhança de atletas de alta competição (exemplos: Michael Schumacher ou Tiger Woods) para se tornarem campeões necessitam de muito treino e trabalho contínuo, com a finalidade de desenvolverem competências pessoais a fim de melhorarem as Suas aptidões naturais. Hinterhuber e Popp criaram um questionário que pode ajudar um gestor a medir a Sua competência de liderança e gestão estratégica.
Aqui estão descriminadas as questões que servirão de base para uma análise introspectiva de cada um de nós.:

1. Tem uma visão empreendedora sobre o futuro da Sua empresa/departamento?
2. Está consciente da filosofia da empresa e do papel que desempenha nela?
3. Sente que os seus produtos, serviços ou marca oferecem ao seu cliente um claro benefício e à sua empresa uma vantagem competitiva sobre os seus concorrentes?
4. As pessoas que dependem de si hierarquicamente agem de uma forma independente e de acordo com os objectivos da empresa, sem uma dose exagerada de supervisão da Sua parte?
5. O seu departamento/empresa reflecte a Sua própria visão?

6. Envolve os Seus subordinados no planeamento estratégico?
7. Os valores corporativos da sua empresa/departamento estão alinhados com esse planeamento estratégico?

8. Observa atentamente os seus concorrentes de mercado e tenta aprender algo de novo com eles?
9. É da opinião de que o seu sucesso se deve ao seu trabalho árduo e não à sorte?
10. Está a tentar deixar o mundo num local melhor do que aquele que é no presente?

Henrique Plöger Abreu"
* publicado originalmente no blog do Fórum de Reflexão Económica e Social

junho 06, 2006

A lógica é-nos familiar

"Já acabei de ler o «Persuacção» (só agora tive descanso dos estudos).
Gostei bastante! Para mim, valeu pela sistematização de algo que me era algo familiar, mas perfeitamente abstracto. Por exemplo, a aplicação da lógica sempre me foi familiar, mas nunca a «analisei» formalmente...
MN"

Tiveste a mesma sensação a ler o «Persuacção» que eu tive a escrevê-lo: são conceitos com que estamos familiarizados mas ao mesmo tempo nunca os sistematizámos...