maio 24, 2016

ainda sobre a demagogia palerma das «pobres» escolas privadas

As «pobres» escolas privadas que não irão sobreviver, as coitadas, sem os fundos sem fundo do estado, suscitam-me uma proposta, pelo menos tão demagógica e palerma como os argumentos que «elas» invocam: que tal constituírem-se numa espécie de parcerias público-privadas, mas nas quais o estado, como financiador, colhesse benefício do negócio, como mero accionista e investidor?

Ainda lhes interessaria o negócio, ou só escorrem plangências pelo «venha a nós o vosso reino»?

maio 12, 2016

Há sempre um D. Sebastião que espera por nós...

Como eu gosto de Portugal e dos portugueses! Passamos a vida a dar novos mundos ao mundo e tantas vezes nos esquecemos de que damos, amiúde, novos mundos a nós próprios... e nem notamos

Vem isto ao caso de, após um imbecilóide qualquer ter derrubado a estátua de D. Sebastião na estação de comboios do Rossio, em Lisboa, apenas para se imortalizar no efémero de um retrato – quando, afinal, poderia ter tentado o mesmo feito e com maior sucesso nos sanitários públicos da mesma estação enfiando a cabeça na bacia sifónica, sem partir nada… – e perante a estupefacção arreliada de toda uma nação, se descobre que está salva a honra do convento, do povo e do próprio D. Sebastião.

Então não é que o Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, também em Lisboa e que teve ligações fortes à monarquia, tem um D. Sebastião igual e muito menos escaqueirado nas suas arrecadações e que, ainda para mais, poderá até ser a estátua original?

Na verdade, Edmund Bartissol, um dos engenheiros responsáveis pela obra da estação do Rossio, por ali passou, ao tempo o Palácio dos Condes de Penamacor, o que explica a posse da estátua do monarca, conforme nos esclarece o jornal Público através da administração da instituição.

Ora, essa actual instituição já contactou as Infra-Estruturas de Portugal, com notável sentido cívico e civilizacional, no sentido de proporcionar uma reparação mais célere e genuína à lesão ao nosso património causada pelo totó - do qual, aliás, se espera que tenha, no mínimo, que ressarcir o estado pesadamente pela estúpida ligeireza do seu acto estúpido.

Mas o que mais se releva de todo este feliz desenlace é este facto indesmentível de que, em Portugal, quando se adensam nuvens as mais negras sobre o destino da nação, nos aparecer um D. Sebastião ao virar de cada esquina! Rejubilemos, pois, irmãos!

(Mas não nos esqueçamos, entretanto e no meio de tanta felicidade, de punir o palerma das selfies!)