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outubro 02, 2013

Mudança de Hora - E lá voltamos à mesma merda!...


analisámos tanto este problema da mudança de hora («hora de Verão»)... já falámos tanto aqui sobre esta causa artificial de mau estar para as pessoas... inclusivamente já apresentámos uma petição à Assembleia da República que foi indeferida liminarmente pois "a regulação da Hora Legal é feita a nível europeu, limitando-se Portugal a cumprir as Directivas sobre a matéria".... pelo que apresentei uma petição ao Parlamento Europeu em tudo idêntica à que apresentei à Assembleia da República... e a resposta deles veio em forma de carta... na sequência da qual pedi esclarecimentos e enviaram-me ligações para documentação diversa sobre este assunto que na altura estudei... e recapitulei tudo aqui.
Em resumo, todos os países da União Europeia são consultados periodicamente sobre este assunto e, pelos vistos, na mais recente consulta, só a Bélgica se pronunciou "a favor da manutenção do actual regime ou, alternativamente, de uma aplicação da hora de Verão durante todo o ano". O argumento mais forte apresentado pela maioria dos países para manter este regime é "a importância da harmonização do calendário da hora de Verão na UE, nomeadamente em relação aos transportes". Dahhhh! É lógico que, se a União Europeia acabasse com este adianta-atrasa dos relógios em todos os países da União, também tudo ficaria uniformizado... não?

Desenho do Mestre e Amigo Raim

Dessin de mon ami Julien WOLGA

outubro 25, 2011

Ao Jorge Castro, a cada ano que passa lhe custa mais a mudança da hora

"Para além de todo o balanço tecnocrático que se possa fazer quanto à mudança da hora, o que eu, humildemente, posso testemunhar - e tenho-o reiteradamente feito - é que a cada ano que passa me é mais desconfortável a adaptação fisiológica provocada pelo despertar mais cedo... ou mais tarde.
E isso não carece de explicações de alto gabarito. É assim, pronto! E não estou aqui para enganar ninguém.
A partir daí podemos estudar a coisa na perspectiva do impacto social, económico, etc. e tal. Mas aquele não deixa de ser um ponto de partida, pela incomodidade sentida.
E instabilidade, muito obrigado, já temos que avonde!"
Jorge Castro
é um dos até agora 226 peticionários de «Não à mudança de hora»

outubro 20, 2011

«Fevereiro, o pobre» - por Diogo Oliveira

Mensagem recebida do Diogo Oliveira, a propósito da nossa petição «Não à mudança de hora»:

"Exm.º Senhor Presidente da Comissão da Petição «Por favor não me mexam na hora»


Em primeiro lugar gostaria de fazer a minha declaração de interesses. Acho muito louvável esta iniciativa e, como tal, não sou a favor nem contra. Posto isto vamos ao que interessa.
O verdadeiro problema dos portugueses não é terem problemas. Todos têm problemas. É conhecerem a solução mas nunca a atacarem directamente, atacam sempre pelo lado mais fácil, pelo lado mais fraco.
Peço desculpa aos signatários desta petição, mas aqui também se ataca o lado mais fraco. Ataca-se a hora porque não se tem coragem de atacar a verdadeira raiz do problema, o calendário gregoriano e os seus filhos maiores, os anos e os meses.
Já alguém reparou na maldade que há séculos se faz ao mês de Fevereiro? Já alguém reparou que Dezembro, Janeiro e Março têm 31 dias e que o infeliz do Fevereiro tem apenas 28 dias?
Claro que toda a gente reparou, mas ninguém teve a respectiva coragem. É que todos têm medo de mexer nos direitos adquiridos dos poderosos. Imaginem que tiram um dia a um destes meses para dar ao pobre do Fevereiro.
Então se estes meses já brincam com o Fevereiro de quatro em quatro anos... Sim, porque aquele dia a mais não tem nada com acertar as estações, são é os outros meses a brincar com o pequenito. Estou a imaginar o Janeiro em anos bissextos a convocar o grande plenário dos meses e declarar:
- Caros irmãos, para compensar esta injustiça com o nosso irmão mais pobre vamos promovê-lo, mas como ele não está habituado e poderia esbanjar os dias sem qualquer aproveitamento vamos fazê-lo gradualmente e, por isso, este ano vamos atribuir-lhe mais um dia.
E no ano seguinte o mesmo Janeiro:
- Irmãos, estamos em crise, a troyka dos anos diz que não aguenta mais um dia este ano, vamos ter de poupar nos próximos três anos. Vai ser publicado um decreto que tira um dia aos meses que ultimamente receberam mais um dia do que os outros.
Caros peticionários, é claro que isto só pode ser os meses fortes a gozar.
E porque é que ninguém tem coragem de mexer com o calendário gregoriano?
1- Se a proposta fosse apresentada ao concílio dos meses ela era de imediato aceite só que, como os meses têm raízes latinas, estava a confusão instalada. Cada um dos meses pensaria que, como há sete meses com 31 dias, iriam mexer em todos, menos no próprio, é claro.
2- A usual coragem portuguesa. «Deixa-me é estar quietinho porque se eu chateio algum destes meses mais poderosos ainda fico sem o Natal, o Ano Novo ou a Primavera».


Senhor presidente, chegou a altura de ter coragem e resolver os problemas que nos assistem. Venho por esta forma solicitar a sua Exº. que nos dê a honra de nos liderar na petição:
«Mais dois dias para o mês de Fevereiro já».
Quanto a quem tiramos estes dias depois vê-se, que eu também não quero ficar sem Natal.
Diogo Oliveira"
___________________________________
Agora que já brincámos... a sério, assina a petição «Não à mudança de hora»:

Consulta e assina a petição

novembro 07, 2010

"Mudança da hora contribui para depressões sazonais"

Permito-me transcrever na íntegra, pela sua importância, um excelente artigo publicado pelo «Diário de Notícias» em 30/10/2010 (véspera da mudança de hora):

"Adaptação a novo horário deve começar a ser feito dias antes de mudar a hora. Estudo em Espanha alerta para os efeitos no trabalho.
Começar a deitar-se uma hora mais cedo e antecipar as horas das refeições. Estes são alguns dos truques que os portugueses devem adoptar para se prepararem para a mudança da hora. Na próxima madrugada, os ponteiros serão atrasados 60 minutos quando o relógio marcar as 02.00.
Um dos problemas da entrada na hora de Inverno é a depressão sazonal, também conhecida por depressão de Inverno. Com a diminuição da duração da luz solar, o organismo aumenta a produção de melatonina e diminui a de serotonina - hormona cuja produção é potenciada pela exposição à luz.
«O que acontece é que estas alterações biológicas provocam mudanças no indivíduo, potenciam o cansaço, a irritabilidade e a insónia», explica a psicóloga Filomena Chainho. Sendo normal esta depressão sazonal, a psicóloga acrescenta que estes sintomas são potenciados pela mudança da hora. «O desconforto pode ir de 24 horas até cinco dias», sublinha Filomena Chainho, acrescentando que, «se durar mais do que os cinco dias poderá ser mais preocupante».
Para minimizar os efeitos desta depressão sazonal e, mais concretamente, da mudança para a hora de Inverno, Filomena Chainho dá alguns conselhos. «Deve-se procurar dormir o melhor possível nos dias antes da mudança da hora e, por norma, a partir da quinta-feira anterior à entrada no horário de Inverno a pessoa deve procurar ir dormir uma hora mais cedo», frisa.
Outra das mudanças que podem ser feitas nas rotinas diz respeito à hora da refeição. «Se se almoçar às duas da tarde, nos dias antes pode começar a almoçar uma hora mais cedo», aconselha Filomena Chainho.
Mas as alterações provocadas pela mudança legal da hora não se notam apenas na vida pessoal.
De acordo com uma sondagem realizada pela Albenture - empresa especializada na conciliação da vida pessoal e vida laboral - em Espanha, 56% dos sete mil trabalhadores inquiridos manifestaram que a mudança horária lhes cria algum tipo de perturbação.
Segundo este estudo, 60% dos entrevistados consideram que lhes afecta sobretudo no sono, enquanto 11% apontam para implicações no trabalho e cerca de 10% apontam a hora de almoço.
O cansaço é o sintoma mais habitual, seguido da depressão (10%), falta de concentração (7%), ansiedade (6%) e até da falta de apetite (1%).
Ainda de acordo com o trabalho desenvolvido pela Albenture, o tempo de adaptação necessário entre aqueles que dizem sofrer de transtornos varia muito.
Enquanto 5% asseguram que não precisam mais de 24 horas para regressar à rotina normal, cerca de 39% garantem precisar de dois a três dias para se adaptarem ao novo horário. Já 31% dizem necessitar de uma semana e 21%, de mais de sete dias."

Já conhece a minha petição para acabarem com a mudança de hora?

Consulta e assina a petição
Não à mudança de hora - petição aqui

(desenho do mestre Raim)

Triálogo (diálogo a três) sobre a mudança de hora

A propósito da minha petição para se acabar com a mudança de hora, recebi este e-mail, que originou uma troca de mensagens e que suscitou um comentário do Jorge Castro:
Mário Feliciano - "Problemas à saúde, ao bem estar e à segurança das pessoas? Porquê? Porque amanhece mais cedo e os miúdos podem ir para a escola sem ser de noite no inverno? Os argumentos usados, como o da mudança da hora da ordenha, são perfeitamente patéticos! Se os animais continuam a seguir o ritmo do nascer e pôr-do-sol, que diferença faz o acerto do relógio? Ainda por cima contrdizem-se a si próprios ao invocar que o sono devia seguir o ritmo do anoitecer e amanhecer. Pois é precisamente isso que esta mudança de hora faz.
É como as deputadas que na ânsia de protagonismo resolveram propor a abolição dos feriados a meio da semana. Muita gente há neste país entretida a fazer coisa nenhuma! Hoje em dia tudo serve de pretexto para invocar problemas psicológicos e de saúde. Até o fim das férias provoca depressões. Haja paciência! Não haverá nada de mais interessante com que se preocupem?
Não só não assino a petição como, se for preciso, faço campanha contra ela. Tenham juízo."
Paulo Moura - "Está no seu direito a ter a sua opinião e a defendê-la. Agora... com esse “tom” e a fazer ataques pessoais, fica a falar sozinho!"
Mário Feliciano - "Peço desculpa se considerou alguma expressão como um ataque pessoal. Não era essa a intenção. O "ataque", se assim lhe quer chamar, é à petição e às razões da mesma."
Paulo Moura - "Se não era intenção, a expressão "tenham juízo" foi muito infeliz. Quanto aos argumentos que «ataca», como já disse, está no seu direito e respeito. Os seus contra-argumentos também são «atacáveis». Mas não quero fazer disto uma discussão entre duas pessoas. A petição certamente será divulgada por alguns órgãos de comunicação social. Nessa altura será debatida. Se atingir as 4.000 assinaturas, será obrigatória a discussão em plenário da Assembleia da República. Serão muitas oportunidades para «atacar» esta petição e defender os seus argumentos."
Mário Feliciano - "Também não quero entrar pela discussão pessoal, mas já agora, e uma vez que a menciona, a expressão "tenham juízo" é porque acho uma total perda de tempo com um assunto que não o justifica, quando há coisas bem mais úteis, graves e importantes do que discutir se há ou não hora de inverno e hora de verão. Por exemplo, acabar com as acumulações de reformas dos políticos mereceria não uma, mas 10 petições. E bem pior foi quando tivemos a hora igual ao resto da Europa por razões meramente economicistas, só porque os senhores empresários acham que a diferença horária prejudica os negócios... Por causa disso no verão anoitecia quase à meia-noite. Isso sim, é que causava distúrbios no ritmo biológico das pessoas, era um completo absurdo, de tal forma que quando o governo de Durão Barroso tentou voltar a esse horário houve um parecer negativo do Observatório Astronómico de Lisboa, pois ficaríamos com 3 horas de diferença em relação à hora solar. Isso é que mereceria uma petição se voltasse a acontecer. Felizmente houve o bom-sendo de repor a hora no fuso horário de Greenwich.
Agora, de facto, este tema, com todo o respeito pelo direito que lhe assiste de promovê-lo... para mim não faz sentido.
E por aqui me fico. Pela minha parte termino aqui a discussão."
Paulo Moura - "Está a ver como não estamos de acordo? Pela sua "lógica", enquanto houver assuntos mais importantes para tratar, não se trata de mais nada?! Como para mim o mais relevante é a minha saúde e a mudança de hora afecta-me, durante vários dias, duas vezes por ano, todos os anos, permito-me fazer o que posso para me manifestar e para auscultar outros concidadãos.
Agradeço-lhe o trabalho que teve de me escrever (salvo a parte mais ofensiva). Pela minha parte, também termino a discussão."
Jorge Castro - "Caro Mário Feliciano:
Eu creio piamente no direito à opinião. Aplaudo-o. Reverencio-o, até. Por formação, por educação, por ideologia. Posto isto, permita-me que lhe refira coisas elementares que o seu comentário me suscita:
- Porque considerará o meu caro concidadão que está no direito de me considerar pateta porque não comunga, nesta especiosa matéria, da mesma opinião do que eu?
- Por outro lado, a questão que coloca quanto à «nossa» eventual ausência de coisas mais interessantes que «nos» preocupem, deve ser considerada mera questão retórica e, como tal, irrelevante. Já o mesmo não se poderá considerar quanto à admoestação no sentido de termos juízo, que mais não seja porque essa é matéria que sempre carece, no mínimo, de que se peçam meças ao interlocutor, sendo o juízo essa coisa tão volátil quanto se sabe… E, por favor, nunca por nunca ser presuma que o seu interlocutor é mestre na arte de estar entretido em fazer coisa nenhuma, pois aí, sim, a asserção pode ser ofensiva. Sabe, ele há gente capaz de se entreter com as mais desvairadas ocorrências! E em acumulação - o que chega a ser tremendo.
Veja bem que eu, por exemplo, estou para aqui entretido a remeter-lhe esta resposta porquanto considero, liminarmente, ser o meu interlocutor merecedor e digno dela.
- Quanto à matéria de facto que nos trouxe a este amável convívio, interessa considerar que não há, no mundo, coisas de maior ou menor importância se não atendermos previamente ao subjectivismo ou ao circunstancialismo das mesmas. Ora, a verdade é que, a mim, a mudança da hora me causa transtorno, até ao nível biológico… e contra isso, caro amigo, não posso fazer nada que o console. Mas também não o devo calar apenas pela razão de que, para si, o meu transtorno não é matéria de incómodo.
E já reparou que os seus estimáveis argumentos contra a «nossa» tomada de posição contra a mudança da hora podem servir exactamente para alguém se questionar sobre esta elementar evidência: então, se não há problema nenhum, se a questão é tão pacífica, porque é que, afinal, se hão-de desperdiçar tantos recursos a mudar o raio da hora, chateando meia-dúzia de concidadãos, ainda que a mim não me cause mossa nenhuma? Enfim, é deixá-la estar como está…
Convenhamos que é um belo exercício de democracia.
- E, não, o que as senhoras deputadas à cata de protagonismo, como alega, pretendem não é uma feliz comparação. Desde logo, porque eu nem quero protagonismo nenhum para além daquele que já tenho. Depois, porque as senhoras deputadas falam do suposto interesse da nação, do colectivo, e «nós» falamos do interesse do indivíduo – que também existe, benzam-no todas as divindades.
E deixe-me confessar-lhe uma coisa: a mudança da hora nem me causa problemas psicológicos nem de saúde. Simplesmente me chateia. Muito. Até por aquilo que considero ser a sua incomensurável inutilidade. E as coisas inúteis não servem para nada. E isso é-me bastante.
Mas considero muito louvável que promova uma petição a favor da mudança da hora, claro. Não por reacção, mas por convicção. Até para ver se a sua argumentação me convence a mudar de opinião. Uma coisa lhe asseguro: não me ouvirá recomendar-lhe a que tenha juízo…
Com consideração,
Jorge Castro"

novembro 03, 2010

A mudança de hora vista com humor por um mestre do dito

Miguel Esteves Cardoso
O bom tempo no mau
Crónica no «Público» de 2010-11-02


"No domingo mudou a hora. Tudo ficou uma hora mais cedo. Pela primeira vez na vida, decidi não obedecer. Desobecedi. Deixei os meus relógios à hora que era antes de chegarem as bruxas, todos os santos e los muertos dos mexicanos.
Fiz como fiz com o acordo ortográfico. Não liguei. Durante seis meses, pensarei que toda a gente acorda uma hora mais tarde. Ou seja, pela parte que me toca, que os restaurantes abrem mais tarde para almoçar (à uma) mas, para compensar, fecham mais tarde para jantar.
O sol não liga nenhuma à hora de nascer ou de se pôr. Como me explicou Sebastião Carvalho, numa carta, lusco-fusco vem do latim de “luz que foge”, pelo que nunca se pode aplicar ao amanhecer.
Ao não alterar os relógios e ao alterar o computador, dei comigo a pensar que a primeira acção era boa (não contrariar a mecânica dos cronómetros), mas a segunda era má (ir contra o acompanhamento automático dos terminais ligados à Internet). É boa esta mistura de 50 por cento de bom com 50 por cento de mau, como o cocktail Rusty Nail, que é metade de belo whisky de malte e metade do enjoativo licor Drambuie.
É verdade que estou adiantado metade do ano - mas todos os outros estão atrasados. Na outra metade, quando a hora volta a ser igual à minha, são os outros que vêm acertar a hora comigo.
Assim tenho sempre a hora certa e - não sei explicar como - um bocadinho mais de tempo. Já de razão, se calhar, tenho um pouco menos. Mas acaba por compensar."

Aposto que o MEC assinará a minha petição, quando a conhecer:


Consulta e assina a petição
Não à mudança de hora - petição aqui

(desenho do mestre Raim)


Obrigado, Carlos Carvalho, pela pista!

outubro 29, 2010

Vamos ver a argumentação que vai ser utilizada, a favor e contra

Quem concorda comigo decerto assina e divulga esta petição, que quero apresentar à Assembleia da República com pelo menos 4.000 assinaturas (para ser obrigatoriamente agendada para apreciação em Plenário da Assembleia da República): «Não à mudança de hora».

Consulta e assina a petição

Para quem quiser divulgar esta petição na sua página, há «banners» disponíveis aqui.

maio 07, 2010

Petição pela extinção das lombas nas estradas portuguesas


Lomba «disfarçada» de passagem de peões, à entrada da Mealhada, vindo de Grada. De um lado, um passeio. Do outro, uma valeta e um terreno agrícola. Passagem? Só se for de ovelhinhas. Repare-se na areia no chão, posta por causa dos derrames de óleo naquela armadilha.

Já tinha enviado há um ano uma carta para ao presidente da Câmara Municipal da Mealhada sobre este assunto. A resposta foi inócua. Há um mês enviei uma carta idêntica para o presidente da Câmara Municipal de Anadia. Ainda não tive resposta.
Agora assinei esta petição da iniciativa de cidadãos das Caldas da Rainha:

"É com indignação que todos os dias vemos surgir inúmeras lombas ao longo das estradas portuguesas, por vezes sem que qualquer tipo de sinalização as denuncie. Justificam-nas afirmando: “objectivo de fazer reduzir a velocidade excessiva das viaturas”.
A verdade é que, não se pode combater esta infracção com outra ilegalidade, colocando obstáculos nas estradas, omissos na lei e que põem em causa a segurança dos seus utilizadores.
Nascem como cogumelos! Como acontece, por exemplo, no concelho de Caldas da Rainha. No troço rodoviário Caldas da Rainha – Benedita, 20 km portanto, existem 16 lombas. Se contarmos a viagem de regresso, são 32 no total… Ocorre ainda que numa distância de 1 km, existem 6 lombas, algumas com apenas 50 m entre elas.
Apenas os veículos do tipo todo-o-terreno estão mecanicamente preparos para ultrapassar estes obstáculos, ao contrário dos utilitários (a esmagadora maioria das viaturas em circulação em Portugal), que sendo baixos, facilmente embatem nesses empecilhos, mesmo circulando com velocidade reduzida.
Por outro lado, há um acréscimo significativo de poluição, resultante do “pára/arranca” interminável a somar ao desgaste da viatura, que tanto nos custa a “sustentar”… Resumidamente, pagamos as lombas, o combustível e o mecânico e contribuímos mais para o aquecimento global!
Aquele/a que teve esta “esplêndida” ideia, decerto não considerou a circulação das ambulâncias e outros veículos de emergência, nos preciosos minutos que perdem na transposição destes entraves. Ora na eventualidade de um sinistrado em estado crítico ter de ser transportado rapidamente para o hospital necessitando de ser reanimado durante o transporte, estes obstáculos podem fazer a diferença entre salvar ou perder aquela vida!
Já para não falar nos custos com a sua implementação, cujos saem do erário público, ou seja, do bolso de todos os contribuintes, verbas essas que, alegadamente, nunca são suficientes para o que realmente é necessário.
Pelos fundamentos apresentados, vêm os abaixo assinados, nos termos da Constituição da República Portuguesa e ao abrigo das leis vigentes, fazer petição para que sejam removidas todas as lombas que se encontram nas estradas portuguesas em geral, e nos concelhos de Alcobaça e Caldas da Rainha em particular.
Os signatários"

A petição está disponível aqui.

Entretanto, descobri este artigo muito interessante sobre as lombas ditas redutoras de velocidade.

fevereiro 03, 2010

Carta aberta à senhora Ministra da Saúde

Transcrevo a carta aberta do meu amigo Jorge Castro. Que, como ele próprio diz, "esta minha porventura pouco razoável exposição de intimidades e privacidades possa contribuir para um Portugal bem mais ameno, que nos justifique Abril e atenue os Dezembros do nosso descontentamento":

"Carta aberta à senhora Ministra da Saúde - Serviço Nacional de Saúde, o estado demencial a que nos conduziu o primado da Economia

À Senhora Doutora Ana Jorge,
Ministra da Saúde

Por volta do dia 15 de Dezembro de 2009 – há cerca de mês e meio, portanto – a minha Mãe, sem que nada o levasse a supor, perdeu subitamente a capacidade de andar.
A Mãe tem 83 anos e padece, há cerca de dezoito anos, de doença de foro oncológico, sendo assistida regularmente no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, seja em tratamentos, consultas ou exames de rotina. A situação sempre esteve, aparentemente, diagnosticada e controlada. Tem tido, assim, uma boa qualidade de vida, face à adversidade da sua doença, sem dores ou queixas especiais e levando uma vida normal.
De há cerca de três anos a esta parte notámos nós, os filhos, um decréscimo de medicamentação e, até, de exames. Não sendo nenhum de nós Médico, consideramos tal um bom indício, tanto mais que sempre acompanhámos a Mãe às consultas e nada nem ninguém nos alertou ou explicou sobre eventual evolução da doença.
Perante essa incapacidade súbita de locomoção – e porque em recente consulta de Clínica Geral, no Centro de Saúde que a assiste, perante queixa de dores nas costas e perda de sensibilidade nos dedos da mão direita por parte da Mãe, a Médica sugeriu a aquisição de um colchão e, posteriormente, prescreveu Voltaren «para ver se passava» - recorremos a consulta privada que, de imediato, promoveu um recurso a Neurologia… do qual resultou que, em 24 horas, a Mãe foi encaminhada de urgência para o Hospital de São José, em Lisboa, para ser submetida a uma bateria de exames, tendo o Especialista avisado de que deveríamos contar com intervenção cirúrgica imediata. Isto ocorreu em 20 de Dezembro de 2009.
É impossível descrever a via sacra a que a nossa Mãe foi submetida desde então, sem que ela ou os filhos tivéssemos qualquer voto na matéria. Tentarei sintetizar:
- dia 17 de Dezembro – internamento no Hospital de São José, em Lisboa;
- dia 18 de Dezembro – transferência para o Hospital São Francisco Xavier, onde iniciou uma série de exames;
- dia 20 de Dezembro - transferência para o Hospital Egas Moniz, para ressonância magnética e eventual cirurgia – quer uma, quer outra ocorreram sem que os filhos, presentes diariamente, ou, sequer, a própria, fossem previamente informados sobre o que quer que fosse. O único contacto registado, por parte da instituição, foi para me questionarem (aqui «descobriram» o meu telemóvel) se estava disposto a pagar 195 euros para um colete ortopédico, a utilizar no pós-operatório, colete não comparticipado pelo SNS…
- dia 4 de Janeiro de 2010 – decorrendo Fisioterapia e recuperação pós-operatória (a intervenção cirúrgica teve lugar em 28 de Dezembro de 2009), a metástases extensíssimas na região dorsal, já com grave infiltração óssea, sou informado pelo Hospital de que a Mãe tinha tido alta e estava já a caminho do Hospital de Cascais – suposta área de residência (?) - onde ficaria na Unidade de Oncologia. A pressa desumana com que tudo isto ocorre, leva a que a Mãe fosse despejada pelos próprios serviços do Hospital Egas Moniz, num expediente no mínimo desumano e, no limite, criminoso, no Serviço de Urgência do Hospital de Cascais, sem qualquer referenciação, aí permanecendo cerca de 24 horas, sem alimento ou medicação, perante o seu e nosso desespero. Valeu aqui algum expediente e a habitual movimentação de influências, vulgo cunha… ou poderemos imaginar que a Mãe ainda hoje por lá andaria perdida. Ainda assim, de três dias de espera numa maca nos corredores do Hospital não a salvámos - e, recorde-se, em pleno período pós-operatório. Nem da repetição de um rosário de exames mais ou menos agressivos, para redefinir o quadro clínico!
A partir daqui pensar-se-ia que a situação se estabilizaria. Mas ainda não! Para além da consulta de Oncologia a que já fora submetida no Egas Moniz, teve consulta desta Especialidade também no Hospital de Cascais, depois no Instituto Português de Oncologia e, por fim, no Hospital dos Quadrantes, em Carnaxide, onde foi prescrita uma bateria de 10 sessões de Radioterapia… em ambulatório! Para tal a Mãe teve alta do Hospital de Cascais no próprio dia do primeiro tratamento!!! Quatro consultas de Oncologia no espaço de 10 dias, agravadas pela necessidade de deslocação do doente ainda em recuperação da intervenção e sem capacidade de locomoção, para quê…?! Duvidarão os Médicos ou as Instituições uns dos outros ou trata-se de algum perverso ou maquiavélico esquema montado para incrementar proventos à custa de sofrimentos alheios?
Também aqui não tivemos voto na matéria, sempre nos sendo apresentado cada passo como dado adquirido.

Éticas, deontologias ou mera arte de viver em comunidade são, assim, trucidadas pela paranóia dos custos ou da rentabilização cega e, afinal, anacrónica assumindo, através do cumprimento cego de diktats de que ninguém sabe localizar exacta proveniência, foros do recurso à «esperteza saloia» para o descarte de mais um fardo em que está constituído cada paciente… porque já lá está uma imensidão deles à espera de vez, cabendo a cada um o «direito» à sua dose de mau trato e desconforto.
E a Mãe esteve sempre no Serviço de Medicina. Nem conseguimos apurar se a Unidade de Oncologia de Cascais tem, afinal, camas próprias que justificassem o encaminhamento feito pelo Hospital de Egas Moniz.
Importa acrescentar que, face ao lamentável insuficiente número de ambulâncias existente na Grande Lisboa, em cada deslocação o doente é deixado para tratamento e fica a aguardar, em maca, que a ambulância regresse… o que chegou a levar seis horas (!) de espera. Os bombeiros têm ordens estritas para acorrer a outros casos, deixando o doente no tratamento – que, no caso, demora escassos 15 minutos - o que também representa um conceito distorcido de bom serviço prestado e de rentabilização mais do que duvidosa face ao trânsito caótico de Lisboa! Importa, também, sublinhar que neste longuíssimo mês de horrores, contam-se já por cerca de duas dezenas as deslocações de ambulância, entre instituições e desvarios diversos.
Com todas estas andanças e maus tratos, a Mãe desenvolveu um quadro de escaras de grande gravidade, desidratação e assustadora infecção urinária com óbvia necessidade de tratamento urgente - em pleno internamento hospitalar! E assim teve alta!
Conseguimos, por força dessa alta, um lugar num lar que nos oferece as melhores condições de assistência total face a este pavoroso desenvolvimento. Enfrentamos e assumimos os encargos sem hesitações. Felizmente para nós, paciente e filhos, nunca foi esse o problema. Mas nunca nos colocaram, sequer, uma perspectiva de alternativa. Existe uma «lógica» hipócrita - que será até de defesa pessoal - a impelir cada profissional da saúde a fingir ignorar o que se passa a jusante do seu próprio acto. A «bola» é passada e, a partir daí, lavam-se as mãos...
Pelo caminho ficam as sucessivas ausências de aflição nos nossos locais de trabalho, para acorrer… nunca se sabe bem a quê, mas com as decorrentes mazelas profissionais que são conhecidas e que, de momento, nem contabilizámos... e lá vamos contando com a boa vontade de colegas. Fica, ainda, por referir uma imensidão de pormenores mais ou menos lúgubres, presenciados ou por nós vividos no dia-a-dia destas instituições cujo relato daria a esta missiva uma extensão que lhe retiraria utilidade.
Resta, talvez, referir que ao nível do contacto pessoal e de humanidade não há quase nada a dizer das larguíssimas dezenas de profissionais da saúde – médicos, enfermeiros ou pessoal auxiliar – com quem contactámos ao longo deste mês. Mas verifica-se, do mesmo modo, uma total impotência e falência institucionais para dar uma resposta civilizada, racional ou consequente face a um quadro como o descrito.
O paciente (leia-se, também, contribuinte) é, institucionalmente, tratado como um vulgar saco de batatas, descartável no mais curto espaço de tempo, sem escrúpulo nem redenção, mesmo que tenha os seus impostos em dia… afinal, aquilo que faz o sistema funcionar, quando não são desbaratados os recursos por parte dos responsáveis pelo poder político. Sim, porque o desperdício deste andar em bolandas tem, também ele, custos insondáveis, irracionais e em puro desperdício, para além da notória barbaridade perpetrada sobre o estado de saúde do paciente.
Todos temos a nossa hora. A nossa Mãe também terá a sua. Exige-se, apenas, a dignidade devida a um ser humano, num regime de direito e democrático. Preceito da Constituição que nos regula, bem como da Declaração Universal dos Direitos do Homem que nos deve nortear. Não é o que se está a passar no nosso Serviço Nacional de Saúde. E não estamos, sequer, em qualquer estado de guerra.
E eu sinto uma profunda vergonha pelo País que estou a legar ao meu filho!
Aqui eu deixo, à superior consideração de V. Excelência, não apenas como espúrio desabafo, mas como testemunho presencial e denúncia, a entender como acto de cidadania, que permitirá V. Exa. que eu divulgue, no interesse da comunidade. Nem será, neste contexto, relevante o anúncio do nome da paciente, como não será curial factualizar, ainda mais, as ocorrências descritas, por não haver aqui intuitos de algum modo persecutórios. Tão só isto: o testemunho que possa revelar-se útil para uma inversão de valores que é urgente.


Jorge Castro"

março 26, 2009

A minha abordagem à mudança de hora despertou a atenção da TVI

De: Jorge N. Oliveira
Enviada: quarta-feira, 25 de Março de 2009
Para: paulo@mouras.net
Assunto: TVI

Boa tarde.
Sou o editor do programa Diário da Tarde, do TVI24.
Sabendo que V. é um estudioso das questões relacionadas com a mudança da hora, gostaria de convidá-lo a participar em directo no programa da próxima sexta-feira, 27.
Se aceitar, peço-lhe o favor de estar na TVI (Rua Mário Castelhano, nº40, Queluz de Baixo) às 17h do dia 27.
Por favor, confirme a sua presença – caso esteja interessado e disponível – para este e-mail.

Melhores cumprimentos,
Jorge Nuno Oliveira
Redactor Principal, TVI

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From: Paulo Moura
Sent: Wednesday, March 25, 2009 22:08
To: Jorge N. Oliveira
Subject: RE: TVI

Boa noite, Jorge Oliveira

Agradeço-lhe a atenção e o convite.
Teria muito gosto em colaborar consigo na abordagem dessa temática que, como refere, me cativa desde há bastante tempo. Teria muito interesse nisso, até porque estou a pensar avançar com uma petição para que não haja mudanças de hora em Portugal. É que alegadamente as mudanças de hora levam a poupanças energéticas - que estão por demonstrar, havendo até estudos com conclusões opostas - mas o facto é que perturbam a vida das pessoas durante vários dias após ocorrerem, originando problemas que afectam o bem estar de todos. E pensar que tudo começou com um artigo humorístico de Benjamin Franklin para o «Journal de Paris» em 1784...
O problema é que na sexta-feira, dia 27, será de todo impossível a minha presença, já que a essa hora que indica estarei em Anadia.
De qualquer forma, se puder ser útil para qualquer informação de que necessite, disponha.
No meu blog «Persuacção» tenho vários posts sobre este assunto e, inclusivamente, um link para uma página que aborda especificamente este assunto.

Cumprimentos,
Paulo Moura
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De: Jorge N. Oliveira
Enviada: quinta-feira, 26 de Março de 2009
Para: paulo@mouras.net
Assunto: Re: TVI

É pena.
Mas como daqui a seis meses a hora volta a mudar, fica feito o convite.

Cumprimentos,
Jorge Nuno Oliveira

outubro 26, 2008

Argumento «genial» contra a mudança de hora

Pois... mudou a hora mais uma vez.
Um amigo meu cantou-me hoje esta canção infantil:
"Vai mudar a hora...nhã,nhã,nhã,nhã,nhã,nhã!
Vai mudar a hora... nhã,nhã,nhã,nhã,nhã,nhã!"


Um colega meu disse-me anteontem: "Só assino uma petição que tu faças para acabar com as mudanças de hora depois desta de Outubro. Agora está quietinho que eu quero recuperar a hora que me tiraram antes do Verão".

O Mário Nogueira enviou-me este recorte de um jornal que, pela cidade do leitor (Albury) e pela referência à CSIRO, deduzo que seja australiano:
Tradução livre:
"A causa da seca clara como o dia

Quando era criança nunca tivemos seca após seca.
Entretanto começou o horário de verão. Até começou com um pouquinho mas agora temos horário de verão durante seis meses do ano.
Tornou-se demasiado para o meio ambiente aguentar.
É tão lógico: durante seis meses do ano temos uma hora extra por dia de tardes quentes.
Li algures que os estudos científicos tinham demonstrado que actualmente há muito menos humidade na atmosfera, o que significa que temos menos chuva.
Eu acho que é esta hora extra de sol que lentamente evapora toda a humidade de tudo.
Porque é que o governo não pode pôr a CSIRO a fazer estudos sobre esta matéria, ou melhor ainda, a acabar com a hora de verão?
Eles têm que fazer algo antes que seja tarde demais.
Chris Hill
Albury"


Com amigos assim, quem precisa de inimigos?

março 31, 2008

Quero a minha hora de volta! *

Quando recuperar da hora que adiantou no domingo (e do despertador que tocou uma hora mais tarde porque me esqueci de acertar esse relógio) prometo que tratarei da petição à Assembleia da República para se acabar com esta desgraça.

* e não vale dizer que ma devolvem só em Outubro...

outubro 24, 2007

Mudança de hora - avançamos com uma petição?

Mais um comentário recebido sobre este assunto, agora que estamos a menos de uma semana da mudança para a hora de inverno:

"Sou a favor de uma petição contra mudança da hora. É simplesmente deprimente sair do trabalho ou da escola já de noite. Isto quer dizer que as consequências sao tao negativas para miúdos como para graúdos. Falo por experiência própria!
Sim, ficamos com mais horas de luz para produzirmos, e o tempo de lazer e de felicidade? Querem ver as estatísticas sobre as situações de stress, de depressões e de outras patologias dos nossos dias. Viajei muito pelo Europa e asseguro-vos que não temos nada a ver com eslavos ou nórdicos que adoram acordar cedo. Temos ritmos de vida culturais diferentes e isso reflecte-se a nível biológico. Penso que a maioria dos Portugueses concorda comigo. E desde já vos digo, não me importo nada de ir trabalhar de noite, desdamente que tenha uma hora luz que me permita gozar o descanso com outras pessoas e fora de casa."

Marco Rosa

Agradeço-lhe a achega que nos dá. E se me explicar como se pode avançar com uma petição, terei todo o gosto em iniciar esse processo.
Entretanto, remeto-vos para o link ali ao lado, com uma análise argumentativa desta problemática da mudança de hora.
PM

junho 21, 2006

Empreender - por Henrique Plöger Abreu*

"Outrora fomos uma potência mundial, um país que tomou a iniciativa e o rumo do seu destino nas Suas mãos.
Temos um legado e uma tradição de empreendedores a preservar. No passado descobrimos o mundo, contra todas as adversidades.
Hoje, em Portugal, estamos sempre à espera de que venha alguém superior (chefe, politico) com as directrizes ou um plano de actuação que tenhamos de seguir.
Não se toma a iniciativa, o espírito empreendedor e a tomada de riscos não são incentivados nas universidades, escolas e em grande parte das empresas. Tem tudo a ver, na minha opinião, com a qualidade de líderes que estamos a formar na nossa sociedade.
Um verdadeiro líder pode não ter a autoridade formal para recompensar ou punir boas/más prestações, mas as pessoas que o rodeiam reconhecem nele uma verdadeira autoridade ao satisfazer os seus pedidos, ou seja, se devidamente motivados os colaboradores tomam a iniciativa sem que seja necessário andar a puxar pelos galões.
Nas organizações inovadoras e modernas, as pessoas - que são o motor do desenvolvimento das empresas - assumem a autoridade apenas e só através do sucesso alcançado em anteriores iniciativas.
A questão vital nesta nova teoria de gestão é a de que os colaboradores seguem um líder porque é essa a sua livre vontade e não porque o têm de fazer.
É essa a motivação que os faz ir para além do trabalho necessário e esperado, ou seja, o de ir sempre um pouco mais além daquilo que lhes é exigido e que acaba por fazer a diferença, com entusiasmo, motivação e paixão.
O Marechal da Prússia Helmuth von Moltke (1800 - 1891) estabeleceu a elaboração de directrizes aos seus oficiais em vez de ordens.
Moltke pretendeu desenvolver o empreendedorismo nas suas fileiras ao motivar os oficiais prussianos a tomas decisões por iniciativa própria.
Os grandes empreendedores criam uma cultura empresarial na qual a sua visão e valores são vividos por colaboradores que pensam de uma forma independente.
Hans Hinterhuber e Wolfgang Popp elaboraram para a HBR um artigo em que, partindo da análise de Moltke, sugeriram que os empreendedores e gestores, à semelhança de atletas de alta competição (exemplos: Michael Schumacher ou Tiger Woods) para se tornarem campeões necessitam de muito treino e trabalho contínuo, com a finalidade de desenvolverem competências pessoais a fim de melhorarem as Suas aptidões naturais. Hinterhuber e Popp criaram um questionário que pode ajudar um gestor a medir a Sua competência de liderança e gestão estratégica.
Aqui estão descriminadas as questões que servirão de base para uma análise introspectiva de cada um de nós.:

1. Tem uma visão empreendedora sobre o futuro da Sua empresa/departamento?
2. Está consciente da filosofia da empresa e do papel que desempenha nela?
3. Sente que os seus produtos, serviços ou marca oferecem ao seu cliente um claro benefício e à sua empresa uma vantagem competitiva sobre os seus concorrentes?
4. As pessoas que dependem de si hierarquicamente agem de uma forma independente e de acordo com os objectivos da empresa, sem uma dose exagerada de supervisão da Sua parte?
5. O seu departamento/empresa reflecte a Sua própria visão?

6. Envolve os Seus subordinados no planeamento estratégico?
7. Os valores corporativos da sua empresa/departamento estão alinhados com esse planeamento estratégico?

8. Observa atentamente os seus concorrentes de mercado e tenta aprender algo de novo com eles?
9. É da opinião de que o seu sucesso se deve ao seu trabalho árduo e não à sorte?
10. Está a tentar deixar o mundo num local melhor do que aquele que é no presente?

Henrique Plöger Abreu"
* publicado originalmente no blog do Fórum de Reflexão Económica e Social

março 04, 2006

Após caricaturas do profeta Maomé

"O Presidente da República, Jorge Sampaio, apontou hoje o «diálogo contínuo» e o «melhor conhecimento mútuo» entre o Islão e o Ocidente como a via para evitar a repetição de violência como a gerada pela publicação de caricaturas do profeta Maomé».
«O diálogo e a convivência - não apenas entre Governos, mas também entre homens de cultura, de leis e de religião de ambos os lados - são especialmente necessários e importantes neste momento delicado das relações entre o Ocidente e o Islão, em que qualquer mal-entendido ou divergência podem rapidamente assumir enormes proporções junto das opiniões públicas, como ainda recentemente vimos», disse, no final da sua deslocação à Argélia."

in Diário Digital, 04-03-2006

A força dos argumentos contra o argumento da força. Eu não diria melhor.