... nomeadamente nos títulos da imprensa escrita.
Um exemplo, a propósito dos incêndios que têm desvastado o país:
"PSD/Coimbra
Tenham vergonha, senhores políticos
Os políticos deviam estar em silêncio numa altura em que a tragédia bateu, de forma tão rápida, à porta das populações. Em vez disso, sacodem as culpas e atribuem-na aos outros. (...)"
Jornal «as Beiras» - 2005-08-25
O PSD/Coimbra é a fonte deste reparo?! Ou o seu alvo, já que não é um artigo de opinião e é assinado por uma jornalista daquele diário?
Quando se lê o corpo da notícia, fica-se a saber que foi o presidente da Concelhia de Coimbra do PSD, Marcelo Nuno, que fez esta chamada de atenção... aos políticos. Ou seja, também a ele próprio. Passo à frente este paradoxo e restrinjo-me à confusão gerada pela ambiguidade do título: a frase é uma citação (sabemo-lo depois), mas como não está entre aspas provoca problemas de leitura. E o antetítulo não ajuda nada. Ajudaria, sim, se fosse "PSD/Coimbra acusa governo". A partir daí, saíamos da ambiguidade jornalística e já poderíamos focalizar-nos no conteúdo do artigo. E no paradoxo dos políticos que se revezam no poder e que dançam o Bailinho das Cadeiras e o Vira das Farpas com a mesma naturalidade com que George Bush diz "nós somos os bons e ___________ são os maus".
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