março 19, 2013

O roubo, a mentira, o despudor, a chulice… e o regime contributivo para a Segurança Social, a propósito de recente programa da TVi, «Olhos nos Olhos», e a desinformação perpetrada pelo profeta da desgraça Medina com bela Carreira.

Não venho fazer análises económicas, nem financeiras, nem vos proponho previsões, antecipações, nem opiniões sustentadas em estudos vários.

Quero lavrar tão só, aqui e agora, o meu testemunho, parco, subjectivo, liminar mas inquestionável sobre uma realidade que faz ruir, pela base, todos os dislates, as aldrabices, as tretas, as bacoradas e outras cavalidades que presuntivos analistas proferem quando referem esta matéria.

Um testemunho apenas sustentado por uma carreira de cerca de 35 (trinta e cinco anos) de descontos para a Segurança Social. Os MEUS descontos ACRESCIDOS dos descontos da entidade empresarial que liquidou os meus vencimentos ao longo de todo este tempo.

Esses pagamentos, efectuados ao Estado, sem apelo nem agravo nem margem de fuga, com base em regras estabelecidas pelo mesmo Estado a que só conseguiam furtar-se alguns poucos «amigos» das estatais personalidades e as próprias personalidades, destinavam-se a assegurar a MINHA reforma e nenhuma outra!

Não descontei para a reforma dos meus filhos nem para a dos meus avós. Descontei para a MINHA reforma. Que não haja nem subsista qualquer dúvida sobre isto, relativamente ao contrato social a que me encontrava obrigado com o Estado.

Tudo quanto se possa dizer fora disto é uma aldrabice, uma venda de banha-da-cobra, uma vigarice.

Se o Estado desbaratou essas MINHAS contribuições, o Estado tem de responder por isso. E informar, com carácter de urgência, o que fez com esse meu dinheiro e como irá repô-lo.

Assim, quando vejo propalarem que a Segurança Social está em rotura porque daqui a 20 anos não há gente suficiente para pagar todas as reformas de uma população envelhecida, estamos no domínio da despudorada falta de vergonha, da vigarice mais soez, da criação criminosa de condições para uma conflitualidade social sem nome nem barreiras.

Essa gentinha – e chamar-lhes gentinha é uma condescendência piedosa não merecida – que promoveu a desregulamentação do trabalho, o execrando «recibo verde» e outras manigâncias quejandas, como os sacos azuis e tantos outros pagamentos «por baixo da mesa» aos seus gestores e demais apaniguados -  o que veio a subverter todas as lógicas contributivas ao longo de mais de uma vintena de anos -, esta gentinha, digo eu, é que deveria agora ficar remetida (e, ainda assim, demasiado bem) ao seu chorudo pé-de-meia, se o amealhou, sem vir, para cúmulo do insulto, deitar a mão ao que resta do bolo, gritando, ao mesmo tempo, que este já não chega para todos...

Lixam-nos a vida, o presente e o futuro, retiram a esperança a velhos e novos, hipotecam uma geração inteira… e vêm gritar que a culpa é de haver mais velhos do que novos.

Ali ao lado, o self made (?) Belmiro, também acha que devia pagar menos nos ordenados, que já são de miséria; mais acima, uma besta governamental afirma que podemos passar bem sem a História e, no cúmulo do desvario, a «Europa» quer retirar dinheiro aos depositantes cipriotas, para endireitar as contas do país.
E não vemos nenhum destes energúmenos sequer abrir mão de migalha, continuando a mamar da teta da porca de Bordalo que não cessa de jorrar fecundo leite que os sustenta.

Mesmo os milionários «indignados» mais não são do que uma manobra de diversão que não visa mais do que exercer uma pressão indecorosa sobre o Tribunal Constitucional ao pretenderem equiparar-se ao que não é equiparável - um frete a Passos Coelho, digo eu, que há muito perdi ilusões quanto à boa-fé de certos actos.

Que pretendem? A subversão da ordem social? O fim do Estado de direito? A desobediência civil que irá, na ordem natural das coisas, vitimá-los também? Se a loucura lhes é tão evidente, hospício com eles, já!

Paleio radical? Ora, meus amigos, deixemo-nos de merdas!

Quando um puto desgraçado, em cima dos trinta anos e depois de uma dúzia de empregos da treta sequenciados por um semestre inteiro desempregado, no seguimento de humilhações várias – a que um filho ao colo não é factor despiciendo – consegue uma nova ocupação, auferindo 300 (trezentos) euros num emprego (?) a tempo inteiro e por turnos, para acesso ao qual necessita de obter um passe «social» que lhe custa para cima de 100 euros… e continua a ter o filho ao colo, mais a água, a electricidade, a renda da casa, o fisco, qual é o comentário que isto nos merece?

A mim, apenas um: fodam-se todos estes fautores da desgraça! Sem remissão nem pecado. Fodam-se! Depressa e dolorosamente, que amanhã já é tarde!         

5 comentários:

  1. Não diria melhor.

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  2. Eu só acho que dizer-lhes "fodam-se" é desejar-lhes bem...

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  3. Pois é. E por isso acrescentei o dolorosamente. No caso, estava a lembrar-me de um poste de iluminação pública...

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    1. Eu acho que seria suficiente um extintor... atravessado.

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