agosto 21, 2014

As Faixas de Gaza estão por todo o lado

o massacre dos Judeus em  Lisboa 1506
Temos assistido com alguma anestesia ao que nos territórios da Palestina acontece: à custa da repetição do estímulo a reacção entorpece, torna-se banal e só a formação moral nos empurra para a resposta negativa.

Os Palestinianos atiram uns roquetes e os Judeus arrasam um bairro. A desproporção é absoluta, de um lado dezenas de mortes a lamentar, do outro mais de dois mil, inúmeras crianças.
Há alguma irracionalidade nas acções da nação Sionista?
Só à luz da nossa racionalidade emocional carregada de valores de Humanidade que se diz ser Universal.
Mas, parafraseando o velho Orwell, os Homens são todos iguais mas há uns mais iguais do que outros. 
E à luz disso que os Falcões Judeus se sentem no direito de defender o roubo que fizeram aos que legitimamente reclamam.
Os Judeus têm sido perseguidos ao longo da História e  Portugal conta com uns episódios bem negros nesse particular como por exemplo quando por casamento de D. Manuel com Isabel, filha dos Reis Católicos, o nosso Pais aderiu à perseguição que estes levavam a cabo em território Espanhol e que culminou por cá com  a matança de 1506 em Lisboa: o terrível Pogrom. 
É cíclico este "downgrade" do Homem ao registo da bestialidade, e tal como afirmei nas linhas acima, a nossa diferença em relação à besta, é a capacidade da construção interior de valores, de relativizar, de substituir a reles vingança por reacções de carácter positivo.
Um sobrevivente numa rua totalmente destruída (Faixa de Gaza)
Desde o Holocausto Nazi que o mundo(?) se enche de uma tremenda compaixão pelo povo Judeu.
Nada contra, tudo a favor
Mas já agora a mesma compaixão, -com actos musculados se fôr necessário sobre quem "holocausta" - para com os Tibetanos, os Animistas vítimas do Islamismo Fundamentalista, o Povo de Gaza, os Velhos roubados das suas reformas, as crianças morrendo de fome por causa das mega-negociatas no ramo alimentar mundial, etc etc etc.
Veremos como temos uma Gaza mesmo ao nosso lado, quiçá dentro das nossa casas, em que os mísseis têm o silêncio das coimas, das penhoras, das cartas, mails ou SMS de despedimento, da operações urgentes adiadas devido aos "cortes" sempre em irracional contra-ciclo com o aumento de impostos, dos fechos das escolas e centros de saúde, obrigando as pessoas a andar de carro, com o carro que muitos não têm, nem dinheiro para gasolina ou taxi, nem carreira de camioneta que acabou porque o privado que a concessionou por altura da privatização perdia dinheiro com ela... e por aí fora...e por aí a fora...e por aí afora....Uma invisível muralha que cerca a quem não tem os mínimos recursos e que o Estado, retirando-se das suas obrigações de carácter civilizacional e até  Humanitário, promove
E tudo porquê? 

Por causa do dinheiro.
Dinheiro imenso dinheiro que os Banqueiros Judeus em Wall Street possuem com o qual tudo dominam e que por isso sustentam a sua jóia da coroa: um Estado insustentável no Médio Oriente em que cada amendoím produzido custa o valor de quatro. 
Mau negócio? Talvez, But the Bible tells you so.
And that's why Gaza must go on...


Mas tudo isto dá origem a um ciclo longo de consequências em cadeia.  Há custos económicos que tem de ser assumidos e repercutidos na máquina trituradora, levados mais longe ao longo das imensas engrenagens da engenharia financeira
No fim há as contas que alguém tem que pagar, e que sobram sempre para os mesmos: nós, os habitantes das nossas faixas de Gaza.


9 comentários:

  1. O melhor que posso fazer é nem dizer nada mais do que aquilo que já disseste.

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  2. "A História das Guerras parece um círculo vicioso. Alguém lucra! A indústria bélica ganha horrores com essa carnificina. Quiçá essa mesma quantia fosse investida para curar as feridas produzidas por essas guerras. Mas não há paga para quem perde um filho, o marido, a esposa, a mãe, o pai... Famílias inteiras são extirpadas... e essa dor é massacrante, dolorosa e interminável, e agravada pela dor da destruição de suas casas, escolas, hospitais, provocada por artefatos cada vez mais potentes na arte de MATAR e DESTRUIR.

    Que modo absurdo é esse, que já não enxerga princípios, valores e sentimentos, e guerreia em nome de não sei quem, para não sei o quê?"

    Só reforçando o teu texto,Charlie.

    (Em " Nunca entendi as guerras", de 22/07/2014)

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  3. Mas eu vou dizer mais, noutros registos, não anti-semitas, como alguns podem pensar, mas tal como em relação ao capital, anti-este-semitismo.
    Do mesmo modo que sou a favor da capitalização (o nosso aumento de competências, de realizações, de algum património) sou totalmente contra este sistema parasita que se apropria do nosso capital e nos faz escravos daquilo que sendo nosso por opção, passa a ser por obrigação.
    E é aqui neste particular que os dois vectores se tocam, o sistema financeiro mundial que está nas mãos dos que financiam a imoralidade absulota do que se passa em Israel.

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  4. Chama a mamãe, dá-me o link directo, por favor, ok?

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  5. Oh, Charlie...é o meu blog, que é tão simples como um beijo dado sem ser pedido...
    chamamamae.blogspot.com.br

    Por falar nisso... beijos!

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  6. Pois estamos numa grandíssima conformidade opinativa, meu caro Charlie. De Gaza a Gaza, temos essa de trazer por casa...
    Abraço.

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  7. Não sendo possível acabar com o dinheiro como meio de troca, deveria acabar-se com tudo o que é especulação.

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  8. Acabar com os que pervertem o sentido e objectivo do meio de troca prático que é o dinheiro

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