Porque de atoardas mais ou menos disparatadas anda este nosso Portugal (e o mundo todo...) cheio, sempre com intuitos muito claros de promover desestabilidades úteis e convenientes, aqui divulgo o comunicado da Associação 25 de Abril relativamente à «questão Colégio Militar», para mais objectivo esclarecimento acerca do assunto em apreço e, já agora, repor alguma verdade nos factos.
Na verdade, os «órgão de comunicação» a que temos direito, para além da sua óbvia utilidade pública, transportam também em si quanta deliberada malevolência? E como escrutiná-los, depois? Vejamos, então:
A Associação 25 de Abril, fundada
por militares de Abril, é uma associação que desenvolve as suas actividades no
campo cultural e cívico e não no campo militar, ainda que procure dar também
uma atenção especial a tudo o que se relaciona com as Forças Armadas e a Defesa
Nacional (cumprindo assim o estabelecido nos seus estatutos).
Aliás, há momentos em que todos
esses campos se misturam, se entrelaçam, sendo difícil isolá-los uns dos
outros.
O caso da apresentação do pedido
de demissão, por parte do general Carlos Jerónimo, do cargo de Chefe do Estado
Maior do Exército é precisamente uma das situações em que a Associação 25 de
Abril considera dever pronunciar-se publicamente.
Tudo teve origem em declarações
públicas do subdirector do Colégio Militar que, podendo ser consideradas
imprudentes e não “politicamente correctas”, foram deturpadas e deram origem às
já naturais demagogias de alguns grupos de pressão, devidamente apoiados por
algumas forças políticas.
Seria, aliás, interessante
analisar quem provocou estas declarações e as razões escondidas porque o fez.
Isto é, qual o objectivo pretendido ao provocar todo este alarido. Desde logo,
podemos apontar duas hipóteses: A criação de justificações para provocar
alterações na Direcção do Colégio Militar e na Chefia do Exército, ou o desviar
atenções de escândalos que é preciso esquecer rapidamente… E, se assim foi como
se admite que tenha sido, lá vieram logo alguns a morder a isca e a fazer o
alvoroço que convinha.
Não se esperava é que o ministro
da tutela, isto é, o Ministro da Defesa Nacional alinhasse na mesma tecla,
desse voz à demagogia e tivesse uma inabilidade extraordinária, mostrando não
perceber nada da psicologia dos militares.
Em vez de procurar resolver o
problema internamente, decidiu “encher o peito” e vir para a comunicação social
exigir explicações ao responsável maior do Exército, o seu Chefe do Estado
Maior. Abusando ainda da sua posição de tutela e procurando intervir
directamente na acção de comando que não lhe compete.
Teve a resposta que é própria dos
militares com aprumo e coluna vertebral: o Chefe do Estado Maior perdeu a
confiança no seu ministro e bateu com a porta.
Sintomaticamente, talvez porque o
objectivo a alcançar é mesmo acabar com o Colégio Militar, como já acabaram com
o Instituto de Odivelas, não assistimos à onda de indignação de tudo o que é
“comentador político”, como se verificou no caso da ameaça de bofetadas feitas
por um outro ministro, no caso o Ministro da Cultura.
Felicitando o general Carlos Jerónimo
pela atitude firme, que o dignifica não só a si mas também ao Exército e às
Forças Armadas, fazemos votos de :
·
Nomeação pelo Governo de um novo Chefe do Estado
Maior do Exército, que continue o meritório trabalho que o seu antecessor vinha
desenvolvendo.
·
Continuação da acção educativa e formadora do
Colégio Militar, com a sua manutenção na esfera do Exército, que não teme a
comparação com qualquer outro estabelecimento de ensino da mesma natureza.
Nomeadamente na não descriminação de qualquer natureza, de acordo com o estabelecido
na Constituição da República Portuguesa.
·
Que o Ministro da Defesa Nacional compreenda de
vez que subordinação das Forças Armadas ao poder político não significa
subserviência. O que implica, entre outras coisas, o respeito pelas respectivas
competências e a não interferência abusiva nas competências dos subordinados.
Os militares têm como um dos princípios sagrados da
sua acção esse procedimento.
Saiba o MDN compreendê-lo e praticá-lo igualmente.
Porque, se o não souber fazer, terá – ele ou quem o
superintende - de retirar as óbvias
conclusões…
Lisboa, 13 de Abril de 2016
O Presidente da Direcção
Vasco Correia Lourenço
PS.
Aproveita-se para esclarecer uma noticia do Jornal I de hoje:
1. Nunca o coronel Vasco Lourenço fez qualquer apelo para que nenhum general
aceite ser Chefe do Estado Maior do Exército.
À colocação da questão de que se sabia
haver movimentações nesse sentido, limitou-se a dizer “ há quem defenda isso,
por mim acho que seria desejável, mas não acredito que isso se verifique”.
2.
Nem o coronel Vasco Lourenço nem muito menos a
Associação 25 de Abril estão envolvidos na preparação de qualquer manifestação
contra o governo, no 25 de Abril ou noutra qualquer ocasião.
Isto é tudo muito complicado...
ResponderEliminarSe calhar, até nem é muito... Há é muito gajo a fazer renda de bilros em tudo quanto deita a mão...
EliminarE os bilros complicam...
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