A Laurinda Alves, na sua crónica "À luz do dia" na revista XIS do Público de hoje, escreve sobre a temática do meu livro. Alguns excertos:
«Debater ideias, defender argumentos, sustentar uma polémica, comunicar pontos de vista ou participar numa discussão de forma assertiva e construtiva é um embaraço para muitos portugueses.
(...) O sistema de ensino português tem lacunas graves e não são apenas aquelas que nos habituámos a enunciar. (...) Acontece que, para além das dificuldades clássicas do sistema, existem alguns vazios por preencher e um deles é seguramente o da comunicação. (...) Não existe nas salas de aula um espaço exclusivamente reservado à troca de ideias, ao ensaio do debate ou ao treino da argumentação (...).
Ao contrário do que é comum nas escolas inglesa, francesa e alemã (para dar apenas três exemplos próximos) onde há disciplinas de recitation, treino e improviso retórico, o sistema escolar português não aposta na capacidade de comunicação dos seus alunos.
Ora uma criança ou um adolescente que não aprende a falar em público, que não está habituado a expor as suas ideias perante os outros, que não treina a sua capacidade de argumentação, que não é estimulado no diálogo e é permanentemente poupado ao confronto verbal, é alguém que corre o risco de ficar para sempre amputado de uma faculdade essencial.
Saber comunicar não é um dom de poucos, mas antes um direito e um dever de todos.
(...) Por tudo isto e porque em matéria de comunicação (como em tudo na vida) ninguém nasce ensinado, valia a pena pensar no assunto e rever os currículos escolares na próxima reforma do ensino.»