maio 28, 2005
Livro disponível no Clube BPI
maio 26, 2005
«Persuacção» no «Diário de Coimbra»
O «Diário de Coimbra», conhecido pelos amigos como «Times» ou «Calinas», publicou hoje na secção "Empresas & Negócios" um artigo sobre o livro «Persuacção». Aproveito a oportunidade para mandar um abraço ao director, Engenheiro Adriano Lucas, ao chefe de redacção e meu amigo Manuel de Sousa, bem como a todos os jornalistas e funcionários com quem convivi vários anos e tanto aprendi enquanto coordenei o suplemento de economia do jornal: «Centro Portugal Economia».
Blogs e navegantes da Web amigos
Bem hajam:
Gotinha, pelo post que publicaste no BLOGotinha a divulgar o livro «Persuacção»;
São Rosas, que num comentário no Murcon (do Júlio Machado Vaz), referiste este livro, a propósito da polémica da educação sexual nas escolas:
"Não é possível um diálogo racional com quem vê o sexo como pecado e coisa vergonhosa. As falácias são mais que muitas e, como escreve um amigo meu num livro de gestão fresquinho - «Persuacção - o que não se aprende nos cursos de gestão» - se não estivermos prevenidos, caímos sempre em armadilhas da argumentação falaciosa. O livro não é erótico :-) mas recomendo";
Ognid, pelo post da Catedral em que recomendaste a leitura e em que Aziluth comentou:
"Gosto do título. Auguro boas vendas. Tanta gente a precisar de persuasão e ainda mais de acção! Dava certamente jeito ao governo, agora que nos quer impingir a sua persuacção, aliás coacção tributária (entre outras coisitas pouco graves como seja trabalhar mais cinco anitos para chegar à reforma, eu que aos quarenta já começo a vergar...). Seja como for, quero expressar os meus votos de grande sucesso para o livro e antevejo outro público para além do clássico empresarial"
Gotinha, pelo post que publicaste no BLOGotinha a divulgar o livro «Persuacção»;
São Rosas, que num comentário no Murcon (do Júlio Machado Vaz), referiste este livro, a propósito da polémica da educação sexual nas escolas:
"Não é possível um diálogo racional com quem vê o sexo como pecado e coisa vergonhosa. As falácias são mais que muitas e, como escreve um amigo meu num livro de gestão fresquinho - «Persuacção - o que não se aprende nos cursos de gestão» - se não estivermos prevenidos, caímos sempre em armadilhas da argumentação falaciosa. O livro não é erótico :-) mas recomendo";
Ognid, pelo post da Catedral em que recomendaste a leitura e em que Aziluth comentou:
"Gosto do título. Auguro boas vendas. Tanta gente a precisar de persuasão e ainda mais de acção! Dava certamente jeito ao governo, agora que nos quer impingir a sua persuacção, aliás coacção tributária (entre outras coisitas pouco graves como seja trabalhar mais cinco anitos para chegar à reforma, eu que aos quarenta já começo a vergar...). Seja como for, quero expressar os meus votos de grande sucesso para o livro e antevejo outro público para além do clássico empresarial"
Etiquetas:
argumentação,
educação,
falácias,
gestão,
livro «Persuacção»,
persuasão
maio 23, 2005
O velho, o rapaz e o burro
"No final do livro, apresenta no apêndice a história «o velho, o rapaz e o burro». Lembro-me de ler isto nos meus tempos de escola, mas sabe quem é o autor?
José Martins
recebido por e-mail"
O texto que ambos lemos nos tempos de escola...
O velho, o rapaz e o burro
Vivia no monte um homem muito velho que tinha na sua companhia um neto. Certo dia o velho resolveu descer ao povoado com o seu burro fazendo-se acompanhar do neto. Seguiam a pé, o velho à frente seguido do burro e atrás o neto. Ao passarem por uma povoação logo foram criticados pelos que observavam a sua passagem:
- Olhem aqueles tolos alí, com um burro e vão a pé.
O velho disse ao neto que se montasse no burro e este assim fez. Um pouco mais adiante passaram junto de outras pessoas que logo opinaram:
- O garoto que é forte montado no burro e o velho, coitado, é que vai a pé .
Então o velho mandou descer o neto e montou ele no burro. Andaram um pouco mais até que encontraram novo grupo de pessoas e mais uma vez foram censurados:
- Olhem para isto. A pobre criança a pé e ele repimpado no burro.
Ordenou então o velho ao neto:
- Sobe rapaz, seguimos os dois montados no burro.
O rapaz obedeceu de imediato e continuaram a viagem mas um pouco mais adiante um grupo de pessoas enfrentou-os com indignação:
- Desçam, homens cruéis, querem matar o burrinho?
Descendo do burro, disse o velho ao rapaz:
- Desce, continuamos a viagem como começámos. Está visto que não podemos calar a boca ao mundo.
O autor desta pérola foi Jean de la Fontaine e a versão original é assim (*1):
Le Meunier, son Fils, et l'Ane
L'invention des Arts étant un droit d'aînesse,
Nous devons l'Apologue à l'ancienne Grèce.
Mais ce champ ne se peut tellement moissonner
Que les derniers venus n'y trouvent à glaner.
La feinte est un pays plein de terres désertes.
Tous les jours nos Auteurs y font des découvertes.
Je t'en veux dire un trait assez bien inventé;
Autrefois à Racan Malherbe l'a conté.
Ces deux rivaux d'Horace, héritiers de sa Lyre,
Disciples d'Apollon, nos Maîtres, pour mieux dire,
Se rencontrant un jour tout seuls et sans témoins
(Comme ils se confiaient leurs pensers et leurs soins),
Racan commence ainsi : Dites-moi, je vous prie,
Vous qui devez savoir les choses de la vie,
Qui par tous ses degrés avez déjà passé,
Et que rien ne doit fuir en cet âge avancé,
A quoi me résoudrai-je ? Il est temps que j'y pense.
Vous connaissez mon bien, mon talent, ma naissance.
Dois-je dans la Province établir mon séjour,
Prendre emploi dans l'Armée, ou bien charge à la Cour?
Tout au monde est mêlé d'amertume et de charmes.
La guerre a ses douceurs, l'Hymen a ses alarmes.
Si je suivais mon goût, je saurais où buter;
Mais j'ai les miens, la cour, le peuple à contenter.
Malherbe là-dessus : Contenter tout le monde!
Ecoutez ce récit avant que je réponde.
J'ai lu dans quelque endroit qu'un Meunier et son fils,
L'un vieillard, l'autre enfant, non pas des plus petits,
Mais garçon de quinze ans, si j'ai bonne mémoire,
Allaient vendre leur Ane, un certain jour de foire.
Afin qu'il fût plus frais et de meilleur débit,
On lui lia les pieds, on vous le suspendit;
Puis cet homme et son fils le portent comme un lustre.
Pauvres gens, idiots, couple ignorant et rustre.
Le premier qui les vit de rire s'éclata.
- Quelle farce, dit-il, vont jouer ces gens-là?
Le plus âne des trois n'est pas celui qu'on pense.
Le Meunier à ces mots connaît son ignorance;
Il met sur pieds sa bête, et la fait détaler.
L'Ane, qui goûtait fort l'autre façon d'aller,
Se plaint en son patois. Le Meunier n'en a cure.
Il fait monter son fils, il suit, et d'aventure
Passent trois bons Marchands. Cet objet leur déplut.
Le plus vieux au garçon s'écria tant qu'il put:
- Oh là ! oh ! descendez, que l'on ne vous le dise,
Jeune homme, qui menez Laquais à barbe grise.
C'était à vous de suivre, au vieillard de monter.
- Messieurs, dit le Meunier, il vous faut contenter.
L'enfant met pied à terre, et puis le vieillard monte,
Quand trois filles passant, l'une dit : C'est grand'honte
Qu'il faille voir ainsi clocher ce jeune fils,
Tandis que ce nigaud, comme un Evêque assis,
Fait le veau sur son Ane, et pense être bien sage.
- Il n'est, dit le Meunier, plus de Veaux à mon âge:
Passez votre chemin, la fille, et m'en croyez.
Après maints quolibets coup sur coup renvoyés,
L'homme crut avoir tort, et mit son fils en croupe.
Au bout de trente pas, une troisième troupe
Trouve encore à gloser. L'un dit : Ces gens sont fous,
Le Baudet n'en peut plus ; il mourra sous leurs coups.
Hé quoi ! charger ainsi cette pauvre bourrique!
N'ont-ils point de pitié de leur vieux domestique?
Sans doute qu'à la Foire ils vont vendre sa peau.
- Parbleu, dit le Meunier, est bien fou du cerveau
Qui prétend contenter tout le monde et son père.
Essayons toutefois, si par quelque manière
Nous en viendrons à bout. Ils descendent tous deux.
L'Ane, se prélassant, marche seul devant eux.
Un quidam les rencontre, et dit : - Est-ce la mode
Que Baudet aille à l'aise, et Meunier s'incommode?
Qui de l'âne ou du maître est fais pour se lasser?
Je conseille à ces gens de le faire enchâsser.
Ils usent leurs souliers, et conservent leur Ane.
Nicolas au rebours, car, quand il va voir Jeanne,
Il monte sur sa bête ; et la chanson le dit.
Beau trio de Baudets ! Le Meunier repartit:
- Je suis Ane, il est vrai, j'en conviens, je l'avoue;
Mais que dorénavant on me blâme, on me loue;
Qu'on dise quelque chose ou qu'on ne dise rien;
J'en veux faire à ma tête. Il le fit, et fit bien. (*2)
Quant à vous, suivez Mars, ou l'Amour, ou le Prince;
Allez, venez, courez; demeurez en Province;
Prenez femme, Abbaye, Emploi, Gouvernement:
Les gens en parleront, n'en doutez nullement.
Jean de la Fontaine
_____________________________
(*1) esta e as outras fábulas de la Fontaine podem ser consultadas aqui.
(*2) la Fontaine ainda se esqueceu de uma outra opção:
José Martins
recebido por e-mail"
O texto que ambos lemos nos tempos de escola...
O velho, o rapaz e o burro
Vivia no monte um homem muito velho que tinha na sua companhia um neto. Certo dia o velho resolveu descer ao povoado com o seu burro fazendo-se acompanhar do neto. Seguiam a pé, o velho à frente seguido do burro e atrás o neto. Ao passarem por uma povoação logo foram criticados pelos que observavam a sua passagem:
- Olhem aqueles tolos alí, com um burro e vão a pé.
O velho disse ao neto que se montasse no burro e este assim fez. Um pouco mais adiante passaram junto de outras pessoas que logo opinaram:
- O garoto que é forte montado no burro e o velho, coitado, é que vai a pé .
Então o velho mandou descer o neto e montou ele no burro. Andaram um pouco mais até que encontraram novo grupo de pessoas e mais uma vez foram censurados:
- Olhem para isto. A pobre criança a pé e ele repimpado no burro.
Ordenou então o velho ao neto:
- Sobe rapaz, seguimos os dois montados no burro.
O rapaz obedeceu de imediato e continuaram a viagem mas um pouco mais adiante um grupo de pessoas enfrentou-os com indignação:
- Desçam, homens cruéis, querem matar o burrinho?
Descendo do burro, disse o velho ao rapaz:
- Desce, continuamos a viagem como começámos. Está visto que não podemos calar a boca ao mundo.
O autor desta pérola foi Jean de la Fontaine e a versão original é assim (*1):
Le Meunier, son Fils, et l'Ane
L'invention des Arts étant un droit d'aînesse,
Nous devons l'Apologue à l'ancienne Grèce.
Mais ce champ ne se peut tellement moissonner
Que les derniers venus n'y trouvent à glaner.
La feinte est un pays plein de terres désertes.
Tous les jours nos Auteurs y font des découvertes.
Je t'en veux dire un trait assez bien inventé;
Autrefois à Racan Malherbe l'a conté.
Ces deux rivaux d'Horace, héritiers de sa Lyre,
Disciples d'Apollon, nos Maîtres, pour mieux dire,
Se rencontrant un jour tout seuls et sans témoins
(Comme ils se confiaient leurs pensers et leurs soins),
Racan commence ainsi : Dites-moi, je vous prie,
Vous qui devez savoir les choses de la vie,
Qui par tous ses degrés avez déjà passé,
Et que rien ne doit fuir en cet âge avancé,
A quoi me résoudrai-je ? Il est temps que j'y pense.
Vous connaissez mon bien, mon talent, ma naissance.
Dois-je dans la Province établir mon séjour,
Prendre emploi dans l'Armée, ou bien charge à la Cour?
Tout au monde est mêlé d'amertume et de charmes.
La guerre a ses douceurs, l'Hymen a ses alarmes.
Si je suivais mon goût, je saurais où buter;
Mais j'ai les miens, la cour, le peuple à contenter.
Malherbe là-dessus : Contenter tout le monde!
Ecoutez ce récit avant que je réponde.
J'ai lu dans quelque endroit qu'un Meunier et son fils,
L'un vieillard, l'autre enfant, non pas des plus petits,
Mais garçon de quinze ans, si j'ai bonne mémoire,
Allaient vendre leur Ane, un certain jour de foire.
Afin qu'il fût plus frais et de meilleur débit,
On lui lia les pieds, on vous le suspendit;
Puis cet homme et son fils le portent comme un lustre.
Pauvres gens, idiots, couple ignorant et rustre.
Le premier qui les vit de rire s'éclata.
- Quelle farce, dit-il, vont jouer ces gens-là?
Le plus âne des trois n'est pas celui qu'on pense.
Le Meunier à ces mots connaît son ignorance;
Il met sur pieds sa bête, et la fait détaler.
L'Ane, qui goûtait fort l'autre façon d'aller,
Se plaint en son patois. Le Meunier n'en a cure.
Il fait monter son fils, il suit, et d'aventure
Passent trois bons Marchands. Cet objet leur déplut.
Le plus vieux au garçon s'écria tant qu'il put:
- Oh là ! oh ! descendez, que l'on ne vous le dise,
Jeune homme, qui menez Laquais à barbe grise.
C'était à vous de suivre, au vieillard de monter.
- Messieurs, dit le Meunier, il vous faut contenter.
L'enfant met pied à terre, et puis le vieillard monte,
Quand trois filles passant, l'une dit : C'est grand'honte
Qu'il faille voir ainsi clocher ce jeune fils,
Tandis que ce nigaud, comme un Evêque assis,
Fait le veau sur son Ane, et pense être bien sage.
- Il n'est, dit le Meunier, plus de Veaux à mon âge:
Passez votre chemin, la fille, et m'en croyez.
Après maints quolibets coup sur coup renvoyés,
L'homme crut avoir tort, et mit son fils en croupe.
Au bout de trente pas, une troisième troupe
Trouve encore à gloser. L'un dit : Ces gens sont fous,
Le Baudet n'en peut plus ; il mourra sous leurs coups.
Hé quoi ! charger ainsi cette pauvre bourrique!
N'ont-ils point de pitié de leur vieux domestique?
Sans doute qu'à la Foire ils vont vendre sa peau.
- Parbleu, dit le Meunier, est bien fou du cerveau
Qui prétend contenter tout le monde et son père.
Essayons toutefois, si par quelque manière
Nous en viendrons à bout. Ils descendent tous deux.
L'Ane, se prélassant, marche seul devant eux.
Un quidam les rencontre, et dit : - Est-ce la mode
Que Baudet aille à l'aise, et Meunier s'incommode?
Qui de l'âne ou du maître est fais pour se lasser?
Je conseille à ces gens de le faire enchâsser.
Ils usent leurs souliers, et conservent leur Ane.
Nicolas au rebours, car, quand il va voir Jeanne,
Il monte sur sa bête ; et la chanson le dit.
Beau trio de Baudets ! Le Meunier repartit:
- Je suis Ane, il est vrai, j'en conviens, je l'avoue;
Mais que dorénavant on me blâme, on me loue;
Qu'on dise quelque chose ou qu'on ne dise rien;
J'en veux faire à ma tête. Il le fit, et fit bien. (*2)
Quant à vous, suivez Mars, ou l'Amour, ou le Prince;
Allez, venez, courez; demeurez en Province;
Prenez femme, Abbaye, Emploi, Gouvernement:
Les gens en parleront, n'en doutez nullement.
Jean de la Fontaine
_____________________________
(*1) esta e as outras fábulas de la Fontaine podem ser consultadas aqui.
(*2) la Fontaine ainda se esqueceu de uma outra opção:
maio 18, 2005
O livro já pode ser comprado por aí:
Pela Internet:
Somlivre.pt
Mediabooks
FNAC
Bertrand
As livrarias Bertrand já têm o livro disponível.
Brevemente também em outras livrarias em todo o país...
Mediabooks
FNAC
Bertrand
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Brevemente também em outras livrarias em todo o país...
maio 16, 2005
Falácias formais? Que as há, há...
"No seu livro, refere que as falácias de conteúdo são as que mais facilmente se encontram na argumentação, quando há processos de mudança nas organizações.
De todos os casos práticos que apresenta, só há um exemplo de possível falácia formal (que se verifica que nem sequer é falácia).
Pode dar mais algum exemplo de falácia formal?
Fernando Silveira
recebido por e-mail"
Posso dar-lhe um exemplo recente que tem a ver com mudança organizacional, neste caso induzida por factores externos: o protocolo de Quioto.
As empresas de cerâmica estarão enquadradas na legislação decorrente do protocolo de Quioto (com limites para a emissão de gases com efeito de estufa) se forem "unidades com capacidade de produção superior a 75 toneladas por dia e/ou uma capacidade de forno superior a 4 m3 e uma densidade de carga enfornada por forno superior a 300 Kg/m3" (directiva 2003/87/CE transcrita ipsis verbis para a legislação portuguesa).
Os espanhóis resolveram o problema de uma forma simples: substituíram o «e/ou» por «e» na transcrição da Directiva para a legislação nacional... e deixaram de ter dúvidas. Agora nós: temos A e/ou B e C. Diz o Governo (Instituto do Ambiente) que "basta uma das três condições ser preenchida". Eu digo-lhes que são a A ou a B e também, necessariamente, a C. Mas reconheço que não é claro, também para mim, já que, em rigor, deveria ter «(A e/ou B) e C».
E uma coisa é certa: a condição C não é preenchida por muitas empresas. Pela minha leitura, estariam isentas. Pela leitura do Governo, estão enquadradas porque estão dentro das condições A e B.
Pedi a opinião a Desidério Murcho: "o governo português parece estar a interpretar a lei assim: A e/ou (B e C), de modo que bastaria ter A para ter de cumprir a obrigação. Haver coisas
destas em legislação internacional é a demonstração de como uma formação elementar em lógica faz falta; pois imagine o que seria um legislador que apresentasse uma lei que dissesse que para se fazer o cálculo de um dado imposto se fazia assim: A + B x C. Claro, neste caso, toda a gente vê logo que há uma ambiguidade porque tudo depende de onde se mete os parêntesis. Com esta bagunça os espanhóis podem defender-se dizendo que a ausência de parêntesis indica que o legislador não pode ter em mente «e/ou» mas apenas «e» pois nesse caso não há ambiguidade por falta de parêntesis!"
Confuso? Também eu! E seria tão simples, se a linguagem utilizada pelo legislador fosse clara, sem ambiguidades...
De todos os casos práticos que apresenta, só há um exemplo de possível falácia formal (que se verifica que nem sequer é falácia).
Pode dar mais algum exemplo de falácia formal?
Fernando Silveira
recebido por e-mail"
Posso dar-lhe um exemplo recente que tem a ver com mudança organizacional, neste caso induzida por factores externos: o protocolo de Quioto.
As empresas de cerâmica estarão enquadradas na legislação decorrente do protocolo de Quioto (com limites para a emissão de gases com efeito de estufa) se forem "unidades com capacidade de produção superior a 75 toneladas por dia e/ou uma capacidade de forno superior a 4 m3 e uma densidade de carga enfornada por forno superior a 300 Kg/m3" (directiva 2003/87/CE transcrita ipsis verbis para a legislação portuguesa).
Os espanhóis resolveram o problema de uma forma simples: substituíram o «e/ou» por «e» na transcrição da Directiva para a legislação nacional... e deixaram de ter dúvidas. Agora nós: temos A e/ou B e C. Diz o Governo (Instituto do Ambiente) que "basta uma das três condições ser preenchida". Eu digo-lhes que são a A ou a B e também, necessariamente, a C. Mas reconheço que não é claro, também para mim, já que, em rigor, deveria ter «(A e/ou B) e C».
E uma coisa é certa: a condição C não é preenchida por muitas empresas. Pela minha leitura, estariam isentas. Pela leitura do Governo, estão enquadradas porque estão dentro das condições A e B.
Pedi a opinião a Desidério Murcho: "o governo português parece estar a interpretar a lei assim: A e/ou (B e C), de modo que bastaria ter A para ter de cumprir a obrigação. Haver coisas
destas em legislação internacional é a demonstração de como uma formação elementar em lógica faz falta; pois imagine o que seria um legislador que apresentasse uma lei que dissesse que para se fazer o cálculo de um dado imposto se fazia assim: A + B x C. Claro, neste caso, toda a gente vê logo que há uma ambiguidade porque tudo depende de onde se mete os parêntesis. Com esta bagunça os espanhóis podem defender-se dizendo que a ausência de parêntesis indica que o legislador não pode ter em mente «e/ou» mas apenas «e» pois nesse caso não há ambiguidade por falta de parêntesis!"
Confuso? Também eu! E seria tão simples, se a linguagem utilizada pelo legislador fosse clara, sem ambiguidades...
maio 13, 2005
Referência no "expresso Emprego"
maio 11, 2005
Sinopse
Persuacção, s. f. forma particular de persuasão tendo uma determinada acção como fim último.
Embora esta palavra não apareça em nenhum dicionário, os gestores praticam-na. Ter consciência disso torna-nos a todos, elementos de organizações, menos vulneráveis às armadilhas de argumentação falaciosa. De que forma? Só lendo...
A mudança nas organizações nunca é um processo meramente técnico e puramente objectivo. Porque é preciso persuadir, provocando ou aumentando a adesão de terceiros, a argumentação para a acção assume uma importância vital para que as decisões – as escolhas – se tornem, na medida do possível, imunes às armadilhas que são colocadas pelos elementos da organização que resistem à mudança.
Estas armadilhas – as falácias – surgem ao longo de todo o processo de mudança: tanto na fase de preparação, como na de implementação e mesmo no controlo. Assumem a forma de argumentos não válidos, seja por sofrerem de vícios formais, de conteúdo ou por não cumprirem as regras de uma argumentação racional. É assim útil o domínio da argumentação – e das técnicas que lhe estão associadas – para desmontar argumentos falaciosos que interessa contrariar, sob pena de se pôr em causa o próprio processo de mudança, por vezes mesmo antes deste se iniciar.
Nesta obra, Paulo Proença de Moura propõe que se estabeleça uma ponte entre a gestão e a argumentação filosófica, para que o agente de mudança adquira competências que normalmente não são contempladas no ensino de gestão em Portugal.
Os vários casos práticos apresentados permitem reforçar a utilidade desta obra e o domínio da argumentação, não só para os gestores, mas também para todos os elementos da organização.
Autor: Paulo Proença de Moura
Editora: Edições Sílabo, Lda.
Preço de Venda ao Público: 16,90 €
Nº páginas: 200
Publicação: Maio de 2005
Embora esta palavra não apareça em nenhum dicionário, os gestores praticam-na. Ter consciência disso torna-nos a todos, elementos de organizações, menos vulneráveis às armadilhas de argumentação falaciosa. De que forma? Só lendo...
A mudança nas organizações nunca é um processo meramente técnico e puramente objectivo. Porque é preciso persuadir, provocando ou aumentando a adesão de terceiros, a argumentação para a acção assume uma importância vital para que as decisões – as escolhas – se tornem, na medida do possível, imunes às armadilhas que são colocadas pelos elementos da organização que resistem à mudança.
Estas armadilhas – as falácias – surgem ao longo de todo o processo de mudança: tanto na fase de preparação, como na de implementação e mesmo no controlo. Assumem a forma de argumentos não válidos, seja por sofrerem de vícios formais, de conteúdo ou por não cumprirem as regras de uma argumentação racional. É assim útil o domínio da argumentação – e das técnicas que lhe estão associadas – para desmontar argumentos falaciosos que interessa contrariar, sob pena de se pôr em causa o próprio processo de mudança, por vezes mesmo antes deste se iniciar.
Nesta obra, Paulo Proença de Moura propõe que se estabeleça uma ponte entre a gestão e a argumentação filosófica, para que o agente de mudança adquira competências que normalmente não são contempladas no ensino de gestão em Portugal.
Os vários casos práticos apresentados permitem reforçar a utilidade desta obra e o domínio da argumentação, não só para os gestores, mas também para todos os elementos da organização.
Autor: Paulo Proença de Moura
Editora: Edições Sílabo, Lda.
Preço de Venda ao Público: 16,90 €
Nº páginas: 200
Publicação: Maio de 2005
Etiquetas:
argumentação,
falácias,
gestão,
livro «Persuacção»,
persuasão
maio 03, 2005
Boas novas
Recebi hoje esta mensagem da Sílabo:
"os livros chegaram às nossas instalações durante a manhã de hoje".
Habemus libri!
"os livros chegaram às nossas instalações durante a manhã de hoje".
Habemus libri!
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