são um protótipo de urnas eleitorais
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setembro 27, 2015
setembro 24, 2015
«Re-flexão» - António Pimpão
Hoje quase não se fala doutra coisa que não seja da derrapagem do deficit de 2014 provocada pelo registo, nas estatísticas das contas nacionais, do financiamento de 4,9 milhões de euros feito há um ano pelo Fundo de Resolução ao Novo Banco.
Fala-se muito sobre o assunto mas nada se diz de sério, de inequívoco, procurando uns aligeirar as consequências da situação e, outros, pintá-la de negro.
Não vi, ainda, qualquer jornalista abordar o assunto em termos pedagógicos, para que possamos seguir o fio à meada.
O que tenho lido e ouvido é, sobretudo, muita mistificação.
Vou procurar transmitir o que sei sobre o assunto.
Com a promulgação da Lei 55-A/2010, de 31 de dezembro, conhecida por Lei do Orçamento do Estado (para 2011), o governo criou um novo imposto sobre a banca designado de Contribuição sobre o Sector Bancário (art.º 141.º da referida Lei).
Este imposto não foi, naturalmente, bem aceite pela Associação de Bancos e incide sobre o passivo dos bancos, a uma taxa variável entre 0,01 a 0,05% desse passivo.
Trata-se de um imposto e, como tal, constitui receita fiscal, a par do IVA ou do IRS.
Ao contrário dos restantes impostos, este não se destina a ser gasto nos encargos gerais da nação. Ao invés, é integrado num fundo, o Fundo de Resolução, gerido por uma administração no âmbito do Banco de Portugal.
Este Fundo de Resolução visa apoiar financeiramente as instituições bancárias que entrem em dificuldades.
Questão: quando este fundo aplica o seu dinheiro – proveniente dos nossos impostos – no apoio a bancos em dificuldades (como foi o caso do BES/Novo Banco) está a empresta-lo ou está a investi-lo?
O Primeiro Ministro, para dourar a pílula, defende que se trata de um mero empréstimo e, por isso, não é um gasto. Os organismos estatísticos nacionais (INE) e da união europeia (Eurostat, pelo contrário, consideram que se trata de uma aplicação, um investimento, e, como tal, da mesma forma que a sua cobrança é uma receita de impostos também a sua aplicação é uma despesa para efeitos orçamentais. E, para efeitos estatísticos, esta despesa corresponde à quantia aplicada, deduzida daquela que for recuperada no prazo de um ano (este prazo é, naturalmente, uma convenção). Isto explica a pressa com que o governo procurou vender o Novo Banco, pois dessa forma a despesa seria menor, ou seja, seria de 4,9 milhões de euros menos o valor da venda do banco. Mas sabia que a operação afetaria o deficit de 2014 (ano da aplicação), tanto mais quanto mais baixa fosse a venda. Como não se vendeu, todo o dinheiro aplicado foi incluído no deficit.
Embora aparentado, o dinheiro aplicado pelo Fundo de Resolução no Novo Banco não é um empréstimo, pois se trata de gastar dinheiro dos impostos. Empréstimo, aí, sim, é o que fez o governo ao Fundo de Resolução para que este pudesse capitalizar o banco com 4,9 milhões de euros, tendo, até então, e desde 2011, juntado apenas menos de um milhão de euros.
Também há quem culpabilize o INE (Instituto Nacional de Estatística) por só agora, a poucos dias das eleições, ter divulgado o agravamento do defict de 2014, gerando um ruído desfavorável na campanha. A verdade é que não podia ter agido de outra maneira, a partir do momento em que o governo tentou alienar o banco antes de ter decorrido um ano sobre a sua criação, porquanto a quantia a registar no deficit estava dependente do valor da alienação, como dito atrás.
É um facto que o agravamento do deficit em 2014 não prejudica em nada o deficit de 2015, na medida em que se tratou de uma situação extraordinária, irrepetível. A menos que seja necessário injetar mais dinheiro do Fundo de Resolução no Novo Banco.
António Pimpão
Fala-se muito sobre o assunto mas nada se diz de sério, de inequívoco, procurando uns aligeirar as consequências da situação e, outros, pintá-la de negro.
Não vi, ainda, qualquer jornalista abordar o assunto em termos pedagógicos, para que possamos seguir o fio à meada.
O que tenho lido e ouvido é, sobretudo, muita mistificação.
Vou procurar transmitir o que sei sobre o assunto.
Com a promulgação da Lei 55-A/2010, de 31 de dezembro, conhecida por Lei do Orçamento do Estado (para 2011), o governo criou um novo imposto sobre a banca designado de Contribuição sobre o Sector Bancário (art.º 141.º da referida Lei).
Este imposto não foi, naturalmente, bem aceite pela Associação de Bancos e incide sobre o passivo dos bancos, a uma taxa variável entre 0,01 a 0,05% desse passivo.
Trata-se de um imposto e, como tal, constitui receita fiscal, a par do IVA ou do IRS.
Ao contrário dos restantes impostos, este não se destina a ser gasto nos encargos gerais da nação. Ao invés, é integrado num fundo, o Fundo de Resolução, gerido por uma administração no âmbito do Banco de Portugal.
Este Fundo de Resolução visa apoiar financeiramente as instituições bancárias que entrem em dificuldades.
Questão: quando este fundo aplica o seu dinheiro – proveniente dos nossos impostos – no apoio a bancos em dificuldades (como foi o caso do BES/Novo Banco) está a empresta-lo ou está a investi-lo?
O Primeiro Ministro, para dourar a pílula, defende que se trata de um mero empréstimo e, por isso, não é um gasto. Os organismos estatísticos nacionais (INE) e da união europeia (Eurostat, pelo contrário, consideram que se trata de uma aplicação, um investimento, e, como tal, da mesma forma que a sua cobrança é uma receita de impostos também a sua aplicação é uma despesa para efeitos orçamentais. E, para efeitos estatísticos, esta despesa corresponde à quantia aplicada, deduzida daquela que for recuperada no prazo de um ano (este prazo é, naturalmente, uma convenção). Isto explica a pressa com que o governo procurou vender o Novo Banco, pois dessa forma a despesa seria menor, ou seja, seria de 4,9 milhões de euros menos o valor da venda do banco. Mas sabia que a operação afetaria o deficit de 2014 (ano da aplicação), tanto mais quanto mais baixa fosse a venda. Como não se vendeu, todo o dinheiro aplicado foi incluído no deficit.
Embora aparentado, o dinheiro aplicado pelo Fundo de Resolução no Novo Banco não é um empréstimo, pois se trata de gastar dinheiro dos impostos. Empréstimo, aí, sim, é o que fez o governo ao Fundo de Resolução para que este pudesse capitalizar o banco com 4,9 milhões de euros, tendo, até então, e desde 2011, juntado apenas menos de um milhão de euros.
Também há quem culpabilize o INE (Instituto Nacional de Estatística) por só agora, a poucos dias das eleições, ter divulgado o agravamento do defict de 2014, gerando um ruído desfavorável na campanha. A verdade é que não podia ter agido de outra maneira, a partir do momento em que o governo tentou alienar o banco antes de ter decorrido um ano sobre a sua criação, porquanto a quantia a registar no deficit estava dependente do valor da alienação, como dito atrás.
É um facto que o agravamento do deficit em 2014 não prejudica em nada o deficit de 2015, na medida em que se tratou de uma situação extraordinária, irrepetível. A menos que seja necessário injetar mais dinheiro do Fundo de Resolução no Novo Banco.
António Pimpão
setembro 22, 2015
60 € por dia?... quem me dera ser grego!
O que eu acho extraordinário - verdade, ainda acho... - é esta coisa extraordinária de um Passos e outros descaminhos dizerem, extraordinariamente e perante uma nova eleição em que o Syriza obtém a maioria - contra as abençoadas sondagens, note-se... - que, «felizmente», nós não somos a Grécia!!!
A Gécia onde, vejam lá, o vulgar cidadão apenas pode levantar 60 € por dia nas caixas multibanco!!!!
Eu sei que já muita gente falou nisto, mas deixem-me lá falar eu, outra vez: 60 € por dia? São, se não me falha a calculadora, cerca de 1.800 € por mês...
Vá, confessem lá: quantos de vocês é que podem levantar 1.800 € por mês nas caixas multibanco? É que eu não posso... e dizem-me que pertenço à classe média (remediada, pelo menos - para quem tiver muitas dúvidas posso sempre remeter, a pedido, uma cópia do meu vencimento, com os 50% limpinhos e direitinhos para o Estado).
Felizmente que nós não somos a Grécia?!
Ora, com vossa licença, vão berdamerda!
Etiquetas:
economia,
opinião,
pensamento crítico
Escândalo da Volkswagen. A ponta do Iceberg?
´
O último escândalo que tem a empresa de referência Alemã, a Volkswagen, em epicentro, pode muito bem ser apenas um início do desmontar de um novelo com ramificações incalculáveis.
Habituados que estamos a ver na chamada "locomotiva" da economia Europeia, uma bitola de comportamentos em que o rigor aparece como a espinha dorsal, é-nos lícito colocar todo um rol de interrogações.
Podemos dizer que uma empresa não é um país.
Pois é. Mas a Volkswagen é tão só a maior empresa Alemã, é a cara da qualidade e do rigor que o país criou e exportou para todo o mundo, e se a empresa resolve arriscar o seu prestígio numa batota sofisticada, é porque apenas essa batota lhe poderia dar a vantagem competitiva de que estaria a carecer.
O que nos levanta outras suspeitas.
Uma breve investigação dá-nos outras respostas e abre outras perguntas, outras suspeitas.
Assim, descobre-se que a Volkswagen foi autuada no passado recente (Janeiro 2014) em outra multa milionária, por graves irregularidades nas linhas de produção no Brasil.
No mesmo ano, em Setembro, foi na China, e por razões que se prendiam mais com corrupção e controlo de preços.
Este ano 2015, conheceu mais um processo em que 107 concessionários de diversas marcas foram autuados em 40 milhões por manobras de controlo de mercado, tudo orquestrado pela empresa-mãe: a Volkswagen!
Mais casos haverá, mas basta-nos estas três referências para que possamos extrapolar e parar para pensar.
Interrogação:
As contas públicas Alemãs, estarão afinal assim tão saudáveis?
Que manobras sofisticadas, engenharias financeiro-informáticas e outras, terão feito com que a Alemanha apresentasse as contas sempre dentro dos parâmetros que afinal eles mesmo estabeleceram?
Que direito tiveram eles de massacrar os parceiros da União Europeia apenas por causa de uma relação entre custos e receitas?
Que legitimidade terão os governantes submissos a impor ditames rigorosos, se afinal os lhes que exigem rigor, só o conseguem a custo do martelar de dados?
A investigação que agora irá encetar-se, vai fazer certamente fazer rolar muitas cabeças.
Ou não.
Talvez role apenas a do mecânico e que apertou a última porca da centralina do carro, algures numa linha de montagem por essas terras da Alemanha.
Quem sabe. Se calhar Português, emigrado em consequência da falta de rigor das contas públicas do seu país e que lhe fizeram fechar a pequena oficina que o seu pai, também mecânico lhe tinha deixado em herança...
O último escândalo que tem a empresa de referência Alemã, a Volkswagen, em epicentro, pode muito bem ser apenas um início do desmontar de um novelo com ramificações incalculáveis.
Habituados que estamos a ver na chamada "locomotiva" da economia Europeia, uma bitola de comportamentos em que o rigor aparece como a espinha dorsal, é-nos lícito colocar todo um rol de interrogações.
Podemos dizer que uma empresa não é um país.
Pois é. Mas a Volkswagen é tão só a maior empresa Alemã, é a cara da qualidade e do rigor que o país criou e exportou para todo o mundo, e se a empresa resolve arriscar o seu prestígio numa batota sofisticada, é porque apenas essa batota lhe poderia dar a vantagem competitiva de que estaria a carecer.
O que nos levanta outras suspeitas.
Uma breve investigação dá-nos outras respostas e abre outras perguntas, outras suspeitas.
Assim, descobre-se que a Volkswagen foi autuada no passado recente (Janeiro 2014) em outra multa milionária, por graves irregularidades nas linhas de produção no Brasil.
No mesmo ano, em Setembro, foi na China, e por razões que se prendiam mais com corrupção e controlo de preços.
Este ano 2015, conheceu mais um processo em que 107 concessionários de diversas marcas foram autuados em 40 milhões por manobras de controlo de mercado, tudo orquestrado pela empresa-mãe: a Volkswagen!
Mais casos haverá, mas basta-nos estas três referências para que possamos extrapolar e parar para pensar.
Interrogação:
As contas públicas Alemãs, estarão afinal assim tão saudáveis?
Que manobras sofisticadas, engenharias financeiro-informáticas e outras, terão feito com que a Alemanha apresentasse as contas sempre dentro dos parâmetros que afinal eles mesmo estabeleceram?
Que direito tiveram eles de massacrar os parceiros da União Europeia apenas por causa de uma relação entre custos e receitas?
Que legitimidade terão os governantes submissos a impor ditames rigorosos, se afinal os lhes que exigem rigor, só o conseguem a custo do martelar de dados?
A investigação que agora irá encetar-se, vai fazer certamente fazer rolar muitas cabeças.
Ou não.
Talvez role apenas a do mecânico e que apertou a última porca da centralina do carro, algures numa linha de montagem por essas terras da Alemanha.
Quem sabe. Se calhar Português, emigrado em consequência da falta de rigor das contas públicas do seu país e que lhe fizeram fechar a pequena oficina que o seu pai, também mecânico lhe tinha deixado em herança...
setembro 16, 2015
Sai um pires de plafonamento para a mesa do canto!
Na mesa do cidadão:
- Então aqui o que vai ser?
- Olhe, arranje uma reforma que respeite a minha carreira contributiva, com pouco açúcar.
- Ah, isso não temos. Mas temos plafonamento vertical ou plafonamento horizontal.
- E o senhor qual recomenda?
- Para mim é igual, mas só depois de 4 de outubro é que começamos a servi-los. Dependerá do patrão.
- Bem, venha um. Por favor, aqueça no micro-ondas!
- Isso é que não dá. Eles são servidos a frio e sem anestesia. O custo da energia e do aparelho será para dar às seguradoras e mutualistas.
- Então deixe estar. E diga a qualquer um dos seus patrões para meter o plafonamento no ...
- Então aqui o que vai ser?
- Olhe, arranje uma reforma que respeite a minha carreira contributiva, com pouco açúcar.
- Ah, isso não temos. Mas temos plafonamento vertical ou plafonamento horizontal.
- E o senhor qual recomenda?
- Para mim é igual, mas só depois de 4 de outubro é que começamos a servi-los. Dependerá do patrão.
- Bem, venha um. Por favor, aqueça no micro-ondas!
- Isso é que não dá. Eles são servidos a frio e sem anestesia. O custo da energia e do aparelho será para dar às seguradoras e mutualistas.
- Então deixe estar. E diga a qualquer um dos seus patrões para meter o plafonamento no ...
setembro 11, 2015
«plafonamento» vertical...?
Estou confuso...
Passos Coelho, no debate com António Costa - que lhe correu mal (o debate e o António Costa) -, saiu-se com uma tirada, tentando comparar a «sua» proposta de novo esquema para a Segurança Social com o proposto pelo PS, que me deixou algo atordoado: o PS apresentaria, segundo ele, um «plafonamento» vertical, ao contrário do do PAF que seria horizontal...
Sabemos da dificuldade interpretativa em relação ao economês que vamos ouvindo, mas ele há conceitos que ultrapassam liminarmente a capacidade de discernimento do eleitor mais comum. Vejamos:
O dito «plafonamento» vem do francês plafond, não é? Que quer dizer tecto, não é? É.
Então o «plafonamento» vertical há-de ser, benza-os deus e a bem dizer, uma parede, não será? É que um tecto vertical, eu cá não estou a ver bem como seja...
Estou confuso...
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pensamento crítico
setembro 10, 2015
Radicais livres.
Foi
descoberto, e aqui revelado, o mapa que prova o plano de invasão de
alguns países europeus por um grupo de radicais lusitanos. Aconteceu
essencialmente depois de 2009 e a leva de 'refugiados' radicais dava
pelo nome de 'jovens desempregados a sair da situação de conforto'. O
número rondou os 70.000 radicais. Tiveram sorte de não ter de passar
pela Hungria nem de atravessar o Mediterrâneo, mas sabe-se que quase
todos viajaram na Ryanair e na Easyjet!
setembro 09, 2015
Breve reflexão a caminho das presidenciais
Verdade verdadeira como punhos é o estarmos a dever fundamentalmente
às perturbações gástricas do PS o termos vivido 10 anos com a abencerragem
que nos ocupa Belém.
Estaremos recordados do tiroteio cerrado do PS contra a
candidatura de Manuel Alegre que conduziu a esta presidência errática, abstrusa
e ausente que nos calhou em sorte.
Agora, quando se desenha uma nova e tão credível lufada de
ar fresco, já uma seitinha partidária acorre, pressurosa e alvoroçada, a clamar
que também eles têm uma candidatazinha que se candidatará contra a tal candidatura
credível que vai evoluindo no terreno.
setembro 04, 2015
pensamento do dia: os efes que nos... lixam
Ele havia o Fado;
Ele havia o Futebol;
Ele havia Fátima...
alguns, mais alarvemente, diziam que quando estres três efes não chegavam para manter o povinho calmo e sereno, então F...iam-se.
Nesta era pós-moderna, cheia de «inovações» acabrunhantes, cá nos chegou o efe dos passos perdidos e das portas fechadas:
Festivais
... que servem exactissimamente para o mesmo grande adormecimento e anestesia das massas. E as massas aderem, que nem post-its. Haja saúdinha e, de preferência, da boa.
Por estas e por outras é que, quando alguém me fala do elevado custo dos livros, me dá logo vontade de estrangular o gajo!
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