Ao longo de uma entrevista à revista «Visão» (nº 661 de 3/11/2005), Mário Soares mostra conhecer - e saber usar a seu favor - as regras da argumentação racional:
[a propósito de Cavaco Silva] (...) "É um homem um pouco rígido e, provavelmente, não é um homem com a preocupação do diálogo. Não gosta de controvérsia, de debater, de convencer".
[quando os entrevistadores lhe perguntaram "porque escolheu, para lugares importantes, na sua campanha, João Paulo Velez, ex-assessor de Santana Lopes, e Cunha Vaz, que Ferro Rodrigues processou por difamação?"] "Essa pergunta, desculpe que lhe diga, é uma pergunta ad hominem (...)" [ataque falacioso pondo em causa a competência de uma pessoa ao fazer insinuações sobre a sua personalidade. Aqui, Mário Soares argumentou - e bem - que ambos estavam nas suas funções pelas suas competências profissionais]
[a propósito da forma como encara o mandato, se for eleito] (...) "Penso que posso dar um grande contributo para a estabilidade do País na concertação social, uma referência que faltou no manifesto de Cavaco Silva. Não é só coesão, mas coesão através da concertação, isto é, da discussão entre as partes, do acordo".
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