dezembro 30, 2007

Um pedaço de mim vai fechar...

... e é um bocadinho doce, que feito com aquele esmero só encontrava na pastelaria Lisbonense, no largo do Pelourinho da Covilhã.
Quem nunca comeu uma garganta de freira desta pastelaria não consegue entender a minha tristeza. Aqueles fios de ovos enrolados numa fina folha de hóstia... tão simples e, também por isso, genial. Quantas vezes fui lá de propósito mas já não havia...
Aprendi a gostar das gargantas de freira desde pequeno, quando a minha avó e os meus pais lá as compravam. E sempre fomos atendidos pelo senhor José Cunha, tão doce como os doces que vende. Vende... até daqui a dois dias, final do ano, porque depois disso a pastelaria Lisbonense fecha definitivamente, pois o senhor José Cunha vai ter a sua merecida reforma. Foi o que li no meu querido «Jornal do Fundão» desta semana.
Senhor José Cunha, bem haja por tudo. Muita saúde, é o que eu mais lhe desejo.


O senhor José Cunha



A notícia

dezembro 25, 2007

A minha sétima carta de trás da serra na revista Perspectiva

Olá,

Como vai isso aí pela capital? Ouvi dizer que fizeram um magusto na Assembleia da República. Não consigo imaginar um magusto sem ser no meio de um pinhal, com o frio a enregelar-nos o nariz e acompanhado com uma jeropiga que nos ponha a cantar a "Cana Verde dos Velhotes", terminando todos sempre com a cara enfarruscada pelas cinzas da caruma e dos paus onde se assaram as castanhas. Todos menos o Pinto, que nunca alguém teve coragem para lhe chegar as mãos encarvoadas à cara, sob risco de chegar a casa sem os dentes da frente. O Dadinho, esse, uma vez até lhe desapertámos as calças e pusemos-lhe a pilinha negra. Mas só a cor, porque de resto o frio do Outono na Serra não perdoa. Lembras-te?
Sabes que estive há dias aí em Lisboa? Fui a uma conferência de economistas. Chegámos cinquenta minutos atrasados porque estivemos parados na auto-estrada perto de Alverca, devido a um choque de viaturas em cadeia. Desabafei com um camionista parado ao nosso lado que na minha terra às vezes também temos que parar na estrada para deixar passar um rebanho, que deixa irremediavelmente tudo cheio de berlindes castanhos. Ele não ligou nada ao que eu disse, continuou com ar carrancudo e até me olhou com um ar desconfiado, mas eu já tinha ouvido dizer que nas cidades as pessoas não falam com estranhos. E na nossa terra, como sabes, não há estranhos.
Uma das pessoas que falou na conferência foi a Manuela Ferreira Leite. Apreciei especialmente quando alguém da assistência a confrontou com a discrepância do IVA entre Portugal e Espanha, originando nas zonas de fronteira idas de portugueses às compras ao lado de lá, "com a perda de receitas para o Estado que isso implica". Manuela Ferreira Leite respondeu que isso não a preocupava, já que as receitas de IVA das regiões fronteiriças representam algo como zero vírgula muito pouco por cento do total. Como a considero uma excelente economista e tem acesso a estes dados, tudo me leva a crer que é mesmo assim. Ora isto dá-me uma ideia: sendo as receitas do IVA residuais, que tal o Estado prescindir delas, isentando desse imposto os bens e serviços disponibilizados no interior? Pelo menos, que lhes fosse aplicada a taxa mínima. Aí sim, em vez de irmos a Espanha comprar aqueles caramelos solanos que se agarram aos dentes, os espanhóis que viessem cá. E até lhes podíamos pedir, depois de ganharmos alguma confiança, que nos trouxessem uns barris de gasolina sempre que viessem. E como vocês por aí estão sempre a alternar no poder (um "poder de alterne"?!), bem que poderiam fazer um pacto de regime, que me parece que até está na moda por esses lados.
Quando na mesma conferência se falou dos problemas que se colocam à economia portuguesa, ficou claro que o Estado português está em falência técnica. Isto é uma conclusão minha, que aquela malta não pode dizê-lo, sob risco de terem problemas com a entidade patronal. Aliás, quando depois das primeiras chuvas de Outono fui aos míscaros com a Rosita e o Alex Narigudo, ele viu um «peido da avó», como chamamos por aqui àqueles cogumelos cujo chapéu parece um balão. Como sempre fizemos desde pequenos, pisou-o e aquilo soltou o ar lá de dentro como uma discreta bufa. E o Alex comparou: "Estes peidos da avó são como a economia. Transmitem uma imagem que nos ilude, mas são ocos por dentro".
E agora tenho que terminar desejando-te muita saúde, que é hora da janta e tenho ao lume um arroz de míscaros numa panela de ferro, que vou acompanhar com um tinto da Quinta dos Termos do meu amigo João Carvalho, um dos miminhos da nossa terra.

Paulo Proença de Moura
Página on-line da revista «Perspectiva». Na secção das Crónicas estão disponíveis todos os meus textos anteriores.

dezembro 24, 2007

A sombra do Pai Natal - Raim | Um cabaz de luxo - por Pedro Laranjeira


A sombra do Pai Natal - Raim

"Nenhuma das grandes festas das tradições mundiais, como a noite das bruxas na américa ou ano novo chinês, consegue subverter tão profundamente os mais nobres princípios da humanidade como o Natal do ocidente.
Os festejantes parecem esquecer aquilo que eram supostos festejar: o nascimento de um Cristo pobre, humilde, pacífico, humano.
A comemoração do Natal na data romana da chegada do Inverno existe há dezasseis séculos. Tradições várias se lhe juntaram, como a figura do Pai Natal, inspirada no bispo turco Nicolau (os ingleses chamam-lhe Santa Claus), ou a simbologia do presépio, introduzida por S. Francisco de Assis no século XIII.
Já Vasco da Gama tinha chegado à Índia quando a Árvore de Natal foi inventada por Martinho Lutero, com velas a lembrar estrelas e algodão a imitar neve.
Hoje, tudo mudou. A árvore mantém-se, o presépio já só existe nos círculos religiosos, mas o Pai Natal multiplica-se por milhares de figuras que são mais promotores de vendas que símbolos de festa.
Talvez tudo tenha começado com a campanha publicitária da Coca-Cola que em 1881 deu às roupas castanhas do velhinho o seu vermelho actual.
Agora, o Natal já não é dos pobres, nem dos cristãos, nem dos humildes. É da sociedade de negócios, do consumismo desenfreado, do lucro a qualquer preço.
Somos inundados por campanhas publicitárias, apontadas a um “target” fácil, que cativa todos: as crianças.
A cada novo Natal aumenta a exploração fácil a troco do dinheiro abundante: este ano temos até bonecas que a criança pode maquilhar... e usar os cosméticos nela própria! – com poucos anos de idade! Parabéns!
O grande “boom”, porém, são os brinquedos das novas tecnologias, virados para lutas, combates, uso de armas, violência gratuita.
Um cabaz de lixo!
Estamos distraídos, ou somos já mutantes de nós próprios?..."
Pedro Laranjeira
Director Editorial
Artigo publicado na revista «Perspectiva» do passado sábado, em que saíu também a minha sétima «carta de trás da serra». Leram?

dezembro 19, 2007

Ainda a respeito da ASAE - a opinião do OrCa sobre 'normalização'

"Genericamente sou contra a 'normalização' do não normalizável. Por este andar, o ritmo de higiene diária - que, segundo consta, por exemplo nos ingleses é supostamente semanal - também virá a ser normalizada.

Já estou a ver-me, entrando no meu local de trabalho, com várias etiquetas confirmando:

1 - que me lavei hoje;
2 - que ontem já me tinha lavado;
3 - que os slips que uso hoje estavam lavados ontem;
4 - que não calquei merda de cão, nas últimas 24 horas, com os sapatos que trago calçados ;
5 - que a minha barba de três dias corresponde a um padrão estético definido pela norma comunitária XPTO e não a mero indício de desmazelo ou pressa matinal;
6 - que não sou portador de doença infectocontagiosa há, pelo menos, cinco anos;
7 - que sou casado com comunhão de adquiridos e não impende sobre mim nenhum processo litigioso de foro conjugal pela parte de cônjuge ou de terceiros;
8 - que estacionei devidamente a minha viatura, conforme documento comprovativo a exibir na portaria;
9 - que a dimensão do perímetro craniano está conforme a qualificação profissional que me está atribuída;
10 - que não me são conhecidas atitudes violentas ou actos atentatórios do pudor há, pelo menos, 20 anos;
11 - que a minha elevada estatura - para cima de 1m63 - é compatível com o nível de instalações que me estão disponibilizadas e, se tal não se verificar, se possuo curso pós-formação em horário pós-laboral que coadune o tamanho às instalações;
12 - que a normal inclinação do pénis para a esquerda não excede o normativo comunitário, tendo em vista eventuais derrames danosos nos mictórios disponíveis;
13 - que o meu inefável odor corporal não é susceptível:
a) de provocar delírios eróticos nas colegas;
b) de ocasionar vómito nos circunstantes;
14 - que as peúgas não comportam nenhuma conspícua 'batata' que possa colocar em causa o bom nome da firma;
15 - que sou detentor de um certificado que me identifica como utilizador do WC sem nunca ocupar tempo superior a três minutos e sem nunca deixar a tampa da sanita aberta;
16 - que o meu cesto de papéis contribui para o depósito de 250 gr de papel por dia, que encaminho para a reciclagem, conforme recibo comprovante;
17 - que os meus pais eram animais mamíferos,homem e mulher (de Lineu), heterossexuais e que fui concebido com ambos em vida...

Basta que alguém se vá lembrando de cada uma destas coisas, que lhe passe pela cabeça que cada um dos items é relevante para qualquer causa mirífica... e que nós todos vamos dizendo amén.

A verdade é que a legislação comunitária apresenta os caracóis como 'peixes de água doce' apenas para favorecer o seu cultivo com acesso a subsídios a favor de agricultores franceses.

Depois, digam que é brincadeira...
e lembrem-se da história do macaco!"
________________________________________
"A ver:
- uma coisa, importante para todos, é o bom cumprimento de regulamentos existentes, consensualmente definidos como salvaguarda da saúde pública;
- outra, muito diversa, é a homogeneização (ou homogeneidade, talvez) em tudo quanto é produto.
Se ambas caem sob a alçada de um mesmo organismo, a confusão está instalada e a possibilidade do 'napoleonismo' também.
Quem regula a actividade do regulador?
Mas, bem no fundo, interessa acautelar o seguinte: quem, onde e como é que se dá voz ao consumidor, afinal o interessado?"

OrCa

dezembro 05, 2007

Ainda a ASAE - mais uma experiência pessoal de higiene (ou melhor, da falta dela)

"O António Barreto é um senhor. Concordo com ele na generalidade e contigo, Paulo, na especialidade. Quando fui comer leitão à BoaVista (recentemente) vi chegar o empregado que prepara os 'leitanitos'. Chegou com muita brilhantina no cabelo, chaves do carro e carteira na mão. Despiu o blusão, arrumou as tralhas e ala que se faz tarde, fez-se aos 'leitanitos' mesmo debaixo dos nossos narizes ligeiramente contorcidos. Perdoámos-lhe pelo bem que nos soube, mas..."
Guida

dezembro 01, 2007

A ASAE - a opinião de A. Vilhena

"Ainda se lembram de quando, muito preocupada com o nosso bem estar e a nossa boa forma física, a Dinamarca propôs a pasteurização das massas queijeiras?E houve quem embandeirasse em arco... santa ingenuidade e abençoada ignorância!"
A. Vilhena

Visitei o link que sugere (do blog Café Portugal) e de facto surpreendeu-me a «estratégia dos dinamarqueses»:
"Lembram-se quando, muito preocupada com o nosso bem estar e a nossa boa forma física, a Dinamarca propôs a pasteurização das massas queijeiras. O que eu li por aí de aplauso a uma medida que ia matar germens, combater infecções e trazer saúde a rodos. Ingénuos, não perceberam que a indústria de laticínios dinamarquesa pressionava esta medida, não por estar preocupada com a qualidade de vida de cidadãos e consumidores mas, apenas, porque através da pasteurização conseguia quase anular as características distintivas dos diversos queijos. E depois de serem todos idênticos, eles até podiam fazer Queijo da Serra, Serpa, Ilha: passava a ser uma questão de alquimia e de rotulação."

Se é como diz, seria algo de maquiavélico.
Outra coisa que refere um dos comentadores - e concordo - é a diferente postura dos espanhóis face a estas medidas de pseudo-homogeneização da UE:
"Os nossos (des)governantes deviam negociar com a UE a manutenção e as boas práticas do nosso mundo rural, tal como fizeram os espanhóis."

E faço minhas as suas palavras:
"Deixem-me com as açordas, não me obriguem a espargos de lata e não me retirem do mercado as mação com bicho. Que eu tenho medo é das outras, tão bonitas, tão calibradas, tão quimicamente tratadas."

Disto, já Miguel Esteves Cardoso escrevia num dos primeiros números do Independente!...

A opinião de António Barreto sobre a ASAE... e uma pequena observação final minha

"A MEIA DÚZIA DE LAVRADORES que comercializam directamente os seus produtos e que sobreviveram aos centros comerciais ou às grandes superfícies vai agora ser eliminada sumariamente. Os proprietários de restaurantes caseiros que sobram, e vivem no mesmo prédio em que trabalham, preparam-se, depois da chegada da “fast food”, para fechar portas e mudar de vida. Os cozinheiros que faziam a domicílio pratos e “petiscos”, a fim de os vender no café ao lado e que resistiram a toneladas de batatas fritas e de gordura reciclada, podem rezar as últimas orações. Todos os que cozinhavam em casa e forneciam diariamente, aos cafés e restaurantes do bairro, sopas, doces, compotas, rissóis e croquetes, podem sonhar com outros negócios. Os artesãos que comercializam produtos confeccionados à sua maneira vão ser liquidados.
A SOLUÇÃO FINAL vem aí. Com a lei, as políticas, as polícias, os inspectores, os fiscais, a imprensa e a televisão. Ninguém, deste velho mundo, sobrará. Quem não quer funcionar como uma empresa, quem não usa os computadores tão generosamente distribuídos pelo país, quem não aceita as receitas harmonizadas, quem recusa fornecer-se de produtos e matérias-primas industriais e quem não quer ser igual a toda a gente está condenado. Estes exércitos de liquidação são poderosíssimos: têm Estado-maior em Bruxelas e regulam-se pelas directivas europeias elaboradas pelos mais qualificados cientistas do mundo; organizam-se no governo nacional, sob tutela carismática do Ministro da Economia e da Inovação, Manuel Pinho; e agem através do pessoal da ASAE, a organização mais falada e odiada do país, mas certamente a mais amada pelas multinacionais da gordura, pelo cartel da ração e pelos impérios do açúcar.
EM FRENTE À FACULDADE onde dou aulas, há dois ou três cafés onde os estudantes, nos intervalos, bebem uns copos, conversam, namoram e jogam às cartas ou ao dominó. Acabou! É proibido jogar!
Nas esplanadas, a partir de Janeiro, é proibido beber café em chávenas de louça, ou vinho, águas, refrigerantes e cerveja em copos de vidro. Tem de ser em copos de plástico.
Vender, nas praias ou nas romarias, bolas de Berlim ou pastéis de nata que não sejam industriais e embalados? Proibido.
Nas feiras e nos mercados, tanto em Lisboa e Porto, como em Vinhais ou Estremoz, os exércitos dos zeladores da nossa saúde e da nossa virtude fazem razias semanais e levam tudo quanto é artesanal: azeitonas, queijos, compotas, pão e enchidos.
Na província, um restaurante artesanal é gerido por uma família que tem, ao lado, a sua horta, donde retira produtos como alfaces, feijão verde, coentros, galinhas e ovos? Acabou. É proibido.
Embrulhar castanhas assadas em papel de jornal? Proibido.
Trazer da terra, na estação, cerejas e morangos? Proibido.
Usar, na mesa do restaurante, um galheteiro para o azeite e o vinagre é proibido. Tem de ser garrafas especialmente preparadas.
Vender, no seu restaurante, produtos da sua quinta, azeite e azeitonas, alfaces e tomate, ovos e queijos, acabou. Está proibido.
Comprar um bolo-rei com fava e brinde porque os miúdos acham graça? Acabou. É proibido.
Ir a casa buscar duas folhas de alface, um prato de sopa e umas fatias de fiambre para servir uma refeição ligeira a um cliente apressado? Proibido.
Vender bolos, empadas, rissóis, merendas e croquetes caseiros é proibido. Só industriais.
É proibido ter pão congelado para uma emergência: só em arcas especiais e com fornos de descongelação especiais, aliás caríssimos.
Servir areias, biscoitos, queijinhos de amêndoa e brigadeiros feitos pela vizinha, uma excelente cozinheira que faz isto há trinta anos? Proibido.
AS REGRAS, cujo não cumprimento leva a multas pesadas e ao encerramento do estabelecimento, são tantas que centenas de páginas não chegam para as descrever.
Nas prateleiras, diante das garrafas de Coca-Cola e de vinho tinto tem de haver etiquetas a dizer Coca-Cola e vinho tinto.
Na cozinha, tem de haver uma faca de cor diferente para cada género.
Não pode haver cruzamento de circuitos e de géneros: não se pode cortar cebola na mesma mesa em que se fazem tostas mistas.
No frigorífico, tem de haver sempre uma caixa com uma etiqueta “produto não válido”, mesmo que esteja vazia.
Cada vez que se corta uma fatia de fiambre ou de queijo para uma sanduíche, tem de se colar uma etiqueta e inscrever a data e a hora dessa operação.
Não se pode guardar pão para, ao fim de vários dias, fazer torradas ou açorda.
Aproveitar outras sobras para confeccionar rissóis ou croquetes? Proibido.
Flores naturais nas mesas ou no balcão? Proibido. Têm de ser de plástico, papel ou tecido.
Torneiras de abrir e fechar à mão, como sempre se fizeram? Proibido. As torneiras nas cozinhas devem ser de abrir ao pé, ao cotovelo ou com célula fotoeléctrica.
As temperaturas do ambiente, no café, têm de ser medidas duas vezes por dia e devidamente registadas.
As temperaturas dos frigoríficos e das arcas têm de ser medidas três vezes por dia, registadas em folhas especiais e assinadas pelo funcionário certificado.
Usar colheres de pau para cozinhar, tratar da sopa ou dos fritos? Proibido. Tem de ser de plástico ou de aço.
Cortar tomate, couve, batata e outros legumes? Sim, pode ser. Desde que seja com facas de cores diferentes, em locais apropriados das mesas e das bancas, tendo o cuidado de fazer sempre uma etiqueta com a data e a hora do corte.
O dono do restaurante vai de vez em quando abastecer-se aos mercados e leva o seu próprio carro para transportar uns queijos, uns pacotes de leite e uns ovos? Proibido. Tem de ser em carros refrigerados.
TUDO ISTO, como é evidente, para nosso bem. Para proteger a nossa saúde. Para modernizar a economia. Para apostar no futuro. Para estarmos na linha da frente. E não tenhamos dúvidas: um dia destes, as brigadas vêm, com estas regras, fiscalizar e ordenar as nossas casas. Para nosso bem, pois claro."
António Barreto
«Retrato da Semana» - «Público» de 25 de Novembro de 2007


Hoje fui almoçar a um restaurante que mudou de gerência. Os novos donos falaram-me do que encontraram na cozinha, quando lá entraram pela primeira vez. E bastou-me ouvir isso para aceitar melhor o que a ASAE faz. E para não ser tão anti-ASAE como era até ontem...