Tinha 24 anos e morreu.
Deixou a vida quase toda por viver e, afinal, morreu... também para que eu viva.
Pertencia aos Bombeiros Voluntários de Alcabideche.
Chamava-se Rita Pereira. Tinha 24 anos e a vida quase toda por viver.
Agora já não temos que lhe fazer ao nome. Talvez uma lápide que nos apazigue as consciências.
Tinha 24 anos e morreu a combater um país incendiado. Claro que não foi um acidente!
Ela morreu em Tondela porque quis ir para lá combater um incêndio que alguém ateou. Foi, então, uma morte voluntária em nossa defesa.
Cara Ana Rita, aqui te deixo a minha gratidão sem tamanho por teres dado a tua vida para salvares as nossas. Uma gratidão tão grande como grande é a dimensão da vergonha por deixarmos arder Portugal e assassinar os seus filhos melhores sem emenda, sem punição... sem vergonha!
Sem um estremecimento da consciência nacional que imponha aos mandantes o cumprimento de zelarem pelo país condignamente sob pena de serem, eles também, responsabilizados por cada morte como a tua.
24 anos e uma vida quase toda por viver! Que pena, Ana Rita. E que vergonha!
Tristeza...
ResponderEliminarRevolta e tristeza profundas...
ResponderEliminarClaro que subscrevo a nota do Jorge Castro e os comentários.
ResponderEliminarMas sem querer ser mais papista que o papa, (ou mais troikista que a troika...) às vezes ponho-me a interrogar a mim mesmo, se além dos incendiários paranoicos, e outros a soldo de interesses madeireiros (que pelo menos legalmente, já não podem com antigamente comprar por uma tuta (sem meia...) a madeira queimada),pergunto-me eu se não anda por ali também mais uma mãozinha dos nossos "amigos" banqueiros, que partidários do quanto pior melhor (para eles...)não estão a esfregar as mãos de contentamento a preparar empréstimos especulativos para "ajudar" a economia, depois de terem contribuído fortemente para a degradação da mesma do modo que sabemos e sentimos...
Estarei muito longe da verdade???
Cuidado, rapaz. Na próxima vez que fores fazer um levantamento ao Multibanco, verifica antes se a máquina não tem um tubo apontado à tua testa :O)
EliminarE os interesses na contratação de aeronaves? E os contratos de intercâmbio de «profissionais do incêndio»? E porque não se colocam vigilâncias permanentes, com tanta gente sem emprego? E as patrulhas de militares de que tanto se falou? E...?
EliminarCerto é que se tem fartado de morrer gente por uma ocupação, salvo erro, remunerada a 2 euros à hora.
Ah, e uma curiosidade verídica: um amigo meu andou, durante cerca de quinze anos, a lançar beatas para um amontoado de lixo vegetal imenso que existia cá para os nossos lados. Muito perto do quartel dos bombeiros e sem habitações próximas, pelo que, se houvesse problema de acendimento, eles lá estariam. Tratava-se de um teste para ver se compreendia o porquê de tantos incêndios. Saía do comboio e, no trajecto para casa, lá vai beata. Saía de casa, a caminho do comboio... e lá ia beata. 15 anos! E nunca aquela massa vegetal seca ardeu. Tanto incêndio é realmente um fenómeno!
Não é um fenómeno, é uma guerra onde os dois lados tem armas desiguais: perante um fósforo e uma lata de gasolina, milhões de litros de água pouco podem fazer.
EliminarUma só morte no combate a um incêndio já é intolerável. Este ano morreram já vários heróis no combate ao terrorismo incendiário.
já era tempo de serem tomadas outras atitudes. Fazendo bem as continhas, quanto custam os incêndios? Quanto é que se lucra com eles e quem é que lucra?
Do que valem estas perguntas para quem perdeu o que há de mais valioso: a vida?
Aqui no Alentejo, seco, muito seco, de 40 e tais, quase 50 em muitos recantos, é raro um incêndio. Apenas um recentemente por avaria de uma máquina.
É como o Orca diz: um cigarro no meio do restolho seco não acende fogueira alguma, nem começa ás quatro da madrugada em cinco ou seis pontos diferentes e todos ao mesmo tempo.
A evidência só cega a quem não quer ver e isto só tem um remédio....que não digo, mas todos adivinham.