No momento em que o
facebook entrou na Internet como uma gigantesca plantação de eucaliptos vesti a
pele de velho do Restelo e, em absoluto contra ciclo, amuei.
Nesse preciso
instante dediquei-me a obter informação acerca desse fenómeno que, de uma
penada, liquidava de vez o Hi5 e congéneres e, na minha perspectiva, ameaçava
de morte a própria Blogosfera como a conheci até então.
Percebi na hora o que
estava em causa, a ameaça que essa invenção do demo representava para esta
comunidade a que aderi com entusiasmo, embora fosse notório o meu papel de voz
clamando no deserto.
Poucos anos
decorridos desde essa profecia da desgraça à qual ninguém conferiu qualquer
tipo de relevância, os factos estão à vista para me darem a razão que de bom
grado abdicaria.
A nostalgia, porquanto evidente, nem constitui o móbil para
este simulacro de desabafo. Participei com entusiasmo na era de ouro blogueira,
mesmo constatando a óbvia infiltração
de hordas dos deserdados dos chats
que se viram obrigados a enfrentarem esta prova de fogo de terem que preencher,
todos os dias, um espaço capaz de atrair gente com sede de conversa mas,
chatice, com sentido crítico o bastante para identificarem um trabalho de merda
quando o apreciavam.
Nas tentativas frustradas dos menos capazes em conquistarem
o seu lugar ao sol nesta plataforma de comunicação, a ditadura dos contadores
que lhes deixava as caixas de comentários às moscas, traduzidas no cariz efémero
da maioria dos blogues, percebi o potencial de algo como o facebook e o
entusiasmo de muitos (quase todos os) outros, como previ, esmoreceu.
Na prática, esse novo formato ofereceu de bandeja uma saída
airosa para os menos capazes, aqueles a quem algo mais do que a publicação de
uma foto da treta ou de citações de terceiros (ou mesmo o plágio descarado)
surgia como uma barreira intransponível à sua sede de projecção ou apenas de
engate.
E começou aí a debandada dos medíocres, o que até seria porreiro
se o tal livro das caras não se tornasse num imenso curral para o numeroso rebanho
que, apenas e só por essa mesma expressão numérica, acabou por se tornar numa
coisa montes de relevante e provocaria um efeito semelhante ao que as novelas e
os reality shows criaram na televisão:
a ditadura das audiências.
Esta história, para mim triste porque assisti ao fim de
muitos blogues excelentes à míngua de quem os visitasse e ainda menos
participasse nas respectivas caixas de comentários, resume a tal profecia que
me guinda ao estatuto de visionário que antecipou a inevitável adesão dos
melhores desta comunidade ao formato que concentrou as atenções do mundo
inteiro e ao qual, coerente, recusei até hoje aderir.
Agora o facebook é o líder incontestado de audiências, a TVI
da net.
E a Blogosfera transformou-se de repente na RTP2.
Embora tenha aderido ao Facebook, continuo com o Blogue e tentando acompanhar mais uns poucos.
ResponderEliminarO Facebook parece-me estar a perder o interesse.
São banalidades a mais e muitas fotos pessoais
O Facebook é uma perda de tempo. Da minha parte, praticamente só o uso para divulgar o que se vai publicando neste blog e n'a funda São.
ResponderEliminarJá agora... por curiosidade, o blog «a funda São» atingiu esta semana os 3 milhões de visitas (em quase 10 anos de existência). E tem uma média diária de mil visitas. Ainda há vida nos blogs.
EliminarPoizá çim çenhor
ResponderEliminarÀ vida nos berloguis poizentão!!!
O cu Fêissebuque fésh foi uma ispéçe de beralhar as cartas da birlogoishfera e açim.
Vossezes hádem de ver que rialmente, o feiçebuque istá a perdere o intreçe poish nam dish nada aléim de vulgaridadis, pushtado pur piçoas vulgaris e çeim nada pra dezer, e cuando a coiza éi rialmente intreçante, temos quir ao berlogue cuza o feissebuque cumo meiu de divulgassão..... do birlogue...
Tal i cual comu dish a Ção Rozas....e o Tubarinho tameim....
É iço mêzmu!
EliminarInganêime! Qería diser "Ê iço mêzmu!"
EliminarNavego, também, nessas águas, Shark. Tudo pelos blogues, nada pelo facebook.
ResponderEliminarEstou lá, assim como se não estivesse, que isto de fenómenos novos é sempre bom sabermos do que falamos. De resto, não estou lá para nada.
Há conceitos a que alguns aderem tão rapidamente que dá para ver que nem se pensou bem na coisa. Por exemplo: ah, é um belo meio de encontrarmos velhas amizades perdidas. Muito verdade. E, pelo caminho, é um meio pelo menos tão excelente para sermos encontrados por uma pipa de chatos que, no momento, não nos fazem falta nenhuma e tendem sempre a ser bastante intrusivos.
Porque se é bom eu encontrar quem procuro, isso não é sinónimo de ser bom eu ser encontrado por quem me procura. Mas a malta pensa pouco... e desata a fazer amizades como se não houvesse amanhã nem anteontem, gosta de tudo, copia tudo... Enfim, é a suprema relaxação.
No fundo, ficamos todos apanhadinhos numa rede de informações que não controlamos, mas que nos controla. E gostamos, pelo menos, as mais das vezes. Bem se diz que a primeira vez é que custa; depois...
Iço é que é Iço :O)
EliminarHora toma lá um laique, melhér, diria o Nelo
ResponderEliminarEu sei que vocês sabem que eu sei que todos sabemos bem do que estou a falar. :)
ResponderEliminarAhn?!...
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