SOARES FAZ 90 ANOS
Devo dizer que nunca coloquei a cruz no seu nome, mas vejo o evidente:
Hoje, as televisões abriram o jornal da uma todas com a mesma notícia.
Olhando para as imagens, vemos gente de todos os quadrantes políticos a
felicitá-lo. Gente que, como ele, já apresenta provecta idade e as cãs
da vida pública dedicada. Serão todos bons? Será o aniversariante bom?
Talvez não, mas lá estavam aqueles que nas épocas de menor segurança
abandonaram a sua área de conforto e lutaram por ideais, muitas vezes antagónicos, mas, na sua mente, os ideais de um Portugal melhor.
Frequentemente se criticam as senilidades desta geração; porém, se não
tivessem sido eles, estes jotinhas que hoje nos governam pugnariam todos
por ideias da União Nacional e da Mocidade Portuguesa.
Uma geração
que não sabe respeitar a memória dos mais velhos não merece ser
recordada no futuro. Há algumas múmias que não se fizeram representar e
outros cachopos que assobiam para o lado, mas quando fizerem os seus 90
anos, nada mais terão a seu lado que a enfermeira do Lar e um ou outro
familiar dedicado. É esta a lição da vida.
E O SENHOR VOTA EM QUEM?
Desde as minhas aulas de 10º ano, na
disciplina de Noções de Administração Pública, que ainda não compreendi
nem aceitei o método de eleição de deputados na nossa república.
Achava muito bem que os deputados fossem eleitos por círculos regionais,
para defenderem os interesses dos seus eleitores. Grande engano!
Os
deputados da Madeira votaram contra o OGE e vão ser penalizados,
incluindo o Vice Presidente da Assembleia. Há uns anos, os deputados de
Coimbra do PS e outros que eram
professores também votaram contra e foram censurados. Sobre os
interesses dos eleitores estão os interesses dos partidos, a disciplina
de voto.
Ora bolas. Votar para quê? Que sistema injusto é este. Por
exemplo, o círculo eleitoral de Portalegre elege um só deputado (ou PS
ou PSD), mas o boletim contempla todos os partidos. Para onde vão os
votos nesses partidos? Simplesmente não vão!
Defendo abertamente os
grupos independentes de cidadãos que não obedeçam a disciplinas
partidárias, assim como defendo o fim dos círculos eleitorais. Deveriam
ser os partidos a elaborar uma lista com candidatos de todo o país e os
votos cairiam por atacado. Todos os votos seriam úteis e poríamos fim ao
desperdício (neste caso, de votos), o que tão bem nos ficaria.
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