março 07, 2008

má Educação

«O que ouço nos protestos é revelador que as pessoas não sabem do que estão a falar»
Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação,
em entrevista ontem a Judite de Sousa, na RTP

imagem de ozlemarc - Worth1000.comJá todos estamos fartos de saber que a política é o domínio privilegiado da argumentação falaciosa.
Se eu fosse professor, ficaria ainda mais indignado e revoltado por esta acusação. E insistiria no que me parece ser objectivamente mais importante em tudo isto: a falta de meios nas escolas (humanos, materiais, financeiros e de tempo) para que os professores possam cumprir a sua missão.
E, mesmo não sendo professor, quero mostrar à senhora ministra que sei do que estou a falar.

Decreto-Lei nº 15/2007 de 19 de Janeiro (Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário):

alínea c) do Artigo 5º - "Direito de participação no processo educativo - O direito à autonomia técnica e científica e à liberdade de escolha dos métodos de ensino, das tecnologias e técnicas de educação e dos tipos de meios auxiliares de ensino mais adequados (...)"
Artigo 7º - "Direito ao apoio técnico, material e documental - O direito ao apoio técnico, material e documental exerce-se sobre os recursos necessários à formação e informação do pessoal docente, bem como ao exercício da actividade educativa."

Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro - Regulamentação do ECD:

Nº 2 do artigo 11º - "O docente tem direito a que lhe sejam garantidos os meios e condições necessários ao seu desempenho, em harmonia com os objectivos que tenha acordado."

Vamos ver se os professores permitirão que o Ministério da Educação continue a fazer omeletas sem ovos, continuando a usar o truque de pôr a cabeça de cada professor.... num ovo!
_____________
Comentário do OrCa:
"Uma vez mais, de acordo, meu caro.
Cá pelos lados de que falo, também sabendo do que estou a falar, a pelintrice chega a tais pontos que não há verba para programas anti-vírus, de tal forma que todos os equipamentos informáticos estão de tal forma infectados que se torna impossível trabalhar com eles - e estamos a falar de uma escola pública «topo de gama» da linha de Cascais!!!
O recurso é usar uma pen e fazer-lhe sempre uma «barrela» quando se chega a casa, pois a coisa até tresanda!...
O "choque tecnológico" é este: muito equipamento e ninguém que o mantenha, que o repare, que promova, sequer, acções de formação que permitam a cada professor ser utilizador precavido. O resultado é esse: trabalho para casa, acumulando o labor diário de aturar turmas com trinta galfarros, cheios de prosápia e costas quentes que este e outros santos governos proporcionaram, com o deslumbramento idiota de alguns pais feitos à pressa e por acidente.
A factura que todos vamos pagando, em nossas casas, derivada deste estado de coisas, alguém contabiliza?
A senhora ministra, seguramente, não. Aos mentores destas «políticas» basta-lhes dizerem que o mundo passou a ser quadrado, para que se convençam que assim passou a ser... Depois, tropeçam nalgum dos vértices da ilusão que alimentaram e escafedem-se no espaço sideral, para alívio do povo, mas com uma multidão de mazelas deixadas para trás.
Amanhã, levarão no focinho! Esperemos que ainda tenham emenda."

3 comentários:

  1. Uma vez mais, de acordo, meu caro.

    Cá pelos lados de que falo, também sabendo do que estou a falar, a pelintrice chega a tais pontos que não há verba para programas anti-vírus, de tal forma que todos os equipamentos informáticos estão de tal forma infectados que se torna impossível trabalhar com eles - e estamos a falar de uma escola pública "topo de gama" da linha de Cascais!!!

    O recurso é usar uma pen e fazer-lhe sempre uma "barrela" quando se chega a casa, pois a coisa até tresanda!...

    O "choque tecnológico" é este: muito equipamento e ninguém que o mantenha, que o repare, que promova, sequer, acções de formação que permitam a cada professor ser utilizador precavido. O resultado é esse: trabalho para casa, acumulando o labor diário de aturar turmas com trinta galfarros, cheios de prosápia e costas quentes que este e outros santos governos proporcionaram, com o deslumbramento idiota de alguns pais feitos à pressa e por acidente.

    A factura que todos vamos pagando, em nossas casas, derivada deste estado de coisas, alguém contabiliza?

    A senhora ministra, seguramente, não. Aos mentores destas "políticas" basta-lhes dizerem que o mundo passou a ser quadrado, para que se convençam que assim passou a ser... Depois, tropeçam nalgum dos vértices da ilusão que alimentaram e escafedem-se no espaço sideral, para alívio do povo, mas com uma multidão de mazelas deixadas para trás.

    Amanhã, levarão no focinho! Esperemos que ainda tenham emenda.

    ResponderEliminar
  2. Somos governados por uma choldra de chulos e ladrões. Deveríamos fazer como o Agostinho da Silva, que enquanto por cá viveu depois de regressado do Brasil. Nunca pagou impostos pelo facto do Estado também nunca lhe ter dado resposta às cartas que ele enviava perguntando qual o destino que o dinheiro exigido iria ter.
    Faleceu entretanto e respostas; népias!

    ResponderEliminar
  3. As coisas que eu aprendo contigo!
    Grande Agostinho da Silva!

    ResponderEliminar