Tempo só para mim
Miguel Esteves Cardoso no «Público» de 23 de Janeiro de 2009
"Sou daqueles chatos que abominam a mudança de hora, seja para mais ou para menos, sem perceber como se pode ganhar ou perder uma hora.
Dentro de mim, estou convecido, correm as horas com que nasci e nada há que as possa atrasar ou adiantar ou trocar à minha revelia.
As notícias sobre o tempo - seja o que chove; seja o que passa - são cada vez mais deprimentes. Mas no PÚBLICO de ontem tocou-se no fundo. Diz um estudo na revista Nature - cada vez mais sensacionalista - que as próprias estações do ano estão a antecipar-se dois dias.
Teremos assim a Primavera a arrancar já no dia 19 de Março. É um dos aliciantes, como a hora que se «ganha» no Inverno. Mas não se diz que o Verão vai acabar (e o Inverno começar) mais cedo. Está quieto. E aqueles dois últimos dias da Primavera e do Outono, que são tão agradáveis, viste-los.
Claro que não acredito nem por um momento que as estações estejam a antecipar-se e queiram pôr termo à longa e sólida relação que têm com os equinócios e os solstícios.
Desconfio é que se está a criar um clima conducente a mais intromissões humanas. Já devem estar a formar-se comissões para descontar e somar dias às estações: «Este ano, por causa dos efeitos do XYZ, o Outono só vai começar a 2 de Outubro. Em contrapartida, o Inverno vai durar até Maio de 2010. É favor acertarem os relógios e os calendários.»
Se calhar, é altura de cada um de nós reivindicar o direito a ter o seu próprio tempo."
Bem hajas, Carlos Carvalho, pela pista.
janeiro 25, 2009
janeiro 16, 2009
Colón? Columbus? Colombo?... Português, de Cuba!
O grandioso Pedro Laranjeira não sabe estar quieto, para bem dos nossos pecados.
Não lhe bastava ter editado o livro «O Alentejano que descobriu a América - 1492 - a Viagem Épica do português Salvador Fernandes Zarco mais conhecido como Cristóvão Colombo» de que já falei aqui. Agora já existe uma edição em espanhol e outra em inglês. "Excelent, coño!"
Não lhe bastava ter editado o livro «O Alentejano que descobriu a América - 1492 - a Viagem Épica do português Salvador Fernandes Zarco mais conhecido como Cristóvão Colombo» de que já falei aqui. Agora já existe uma edição em espanhol e outra em inglês. "Excelent, coño!"
janeiro 11, 2009
«Nós por cá»...
... vamos indo.
Em Dezembro de 2007, na minha «sétima carta de trás da serra» na revista «Perspectiva», relembrei de forma romanceada uma conversa entre mim e o Alexandre, em 1980, no intervalo entre duas aulas nos «galinheiros» (pavilhões pré-fabricados) da faculdade de economia da universidade de Coimbra. Na «carta», ficou assim:
"Quando na mesma conferência [da Ordem dos Economistas, em Lisboa] se falou dos problemas que se colocam à economia portuguesa, ficou claro que o Estado português está em falência técnica. Isto é uma conclusão minha, que aquela malta não pode dizê-lo, sob risco de terem problemas com a entidade patronal. Aliás, quando depois das primeiras chuvas de Outono fui aos míscaros com a Rosita e o Alex Narigudo, ele viu um «peido da avó», como chamamos por aqui àqueles cogumelos cujo chapéu parece um balão. Como sempre fizemos desde pequenos, pisou-o e aquilo soltou o ar lá de dentro como uma discreta bufa. E o Alex comparou: «Estes peidos da avó são como a economia. Transmitem uma imagem que nos ilude, mas são ocos por dentro».
Por isso, agora nada me admira. Aliás, estou bem preocupado com algo de que quase não ouço falar e que nos afecta praticamente a todos: a Segurança Social já estava com dificuldades de há anos a esta parte porque, diziam, os fundos e as contribuições recebidas não eram suficientes para garantir as pensões de reforma e invalidez da geração actual das pessoas que vêem uma fatia significativa do seu ordenado (11%) irem obrigatoriamente para essa entidade. Ou seja, de um salário de mil euros, por exemplo, 110 euros não recebemos porque a entidade patronal tem que entregar em nosso nome essa verba à Segurança Social. E, "ainda por cima" - aqui aplica-se muito bem esta frase - a entidade patronal ainda tem que pagar mais 237,50 euros. Para quê? Supostamente para termos garantido - diz o Estado - uma pensão quando nos reformarmos... ou em caso de invalidez... ou de desemprego...
Mas, como um desenho humorístico recente resumia sobre o «caso Madoff», dois matulões interrogavam o Bernard L. Madoff:
- Onde é que aprendeu a pagar a investidores antigos com dinheiro de novos investidores?
Encandeado com um foco de luz a apontar-lhe a cara, Madoff responde-lhes:
- Com a Segurança Social!
"Então, Paulo Moura, isto não é nada de novo!" - Pois não, mas já ouviram falar da pancada que os fundos da Segurança Social levaram com esta queda nas bolsas de valores? Sim, sim, o nosso dinheirinho, que a Segurança Social já não podia garantir que chegava para todos, agora ainda minguou mais. E nós, cantamos e rimos?
O Medina Carreira chama os bois pelos nomes. Na entrevista que deu ao «Nós por cá» relembrou que já Rafael Bordalo Pinheiro chamava no fim do século XIX a "porca da política" e a economia era uma "galinha choca". Medina Carreira comparou a política actual a uma "santola só com casca". Eu continuo a chamar a tudo isto "o peido da avó".
Em Dezembro de 2007, na minha «sétima carta de trás da serra» na revista «Perspectiva», relembrei de forma romanceada uma conversa entre mim e o Alexandre, em 1980, no intervalo entre duas aulas nos «galinheiros» (pavilhões pré-fabricados) da faculdade de economia da universidade de Coimbra. Na «carta», ficou assim:
"Quando na mesma conferência [da Ordem dos Economistas, em Lisboa] se falou dos problemas que se colocam à economia portuguesa, ficou claro que o Estado português está em falência técnica. Isto é uma conclusão minha, que aquela malta não pode dizê-lo, sob risco de terem problemas com a entidade patronal. Aliás, quando depois das primeiras chuvas de Outono fui aos míscaros com a Rosita e o Alex Narigudo, ele viu um «peido da avó», como chamamos por aqui àqueles cogumelos cujo chapéu parece um balão. Como sempre fizemos desde pequenos, pisou-o e aquilo soltou o ar lá de dentro como uma discreta bufa. E o Alex comparou: «Estes peidos da avó são como a economia. Transmitem uma imagem que nos ilude, mas são ocos por dentro».
Por isso, agora nada me admira. Aliás, estou bem preocupado com algo de que quase não ouço falar e que nos afecta praticamente a todos: a Segurança Social já estava com dificuldades de há anos a esta parte porque, diziam, os fundos e as contribuições recebidas não eram suficientes para garantir as pensões de reforma e invalidez da geração actual das pessoas que vêem uma fatia significativa do seu ordenado (11%) irem obrigatoriamente para essa entidade. Ou seja, de um salário de mil euros, por exemplo, 110 euros não recebemos porque a entidade patronal tem que entregar em nosso nome essa verba à Segurança Social. E, "ainda por cima" - aqui aplica-se muito bem esta frase - a entidade patronal ainda tem que pagar mais 237,50 euros. Para quê? Supostamente para termos garantido - diz o Estado - uma pensão quando nos reformarmos... ou em caso de invalidez... ou de desemprego...
Mas, como um desenho humorístico recente resumia sobre o «caso Madoff», dois matulões interrogavam o Bernard L. Madoff:
- Onde é que aprendeu a pagar a investidores antigos com dinheiro de novos investidores?
Encandeado com um foco de luz a apontar-lhe a cara, Madoff responde-lhes:
- Com a Segurança Social!
"Então, Paulo Moura, isto não é nada de novo!" - Pois não, mas já ouviram falar da pancada que os fundos da Segurança Social levaram com esta queda nas bolsas de valores? Sim, sim, o nosso dinheirinho, que a Segurança Social já não podia garantir que chegava para todos, agora ainda minguou mais. E nós, cantamos e rimos?
O Medina Carreira chama os bois pelos nomes. Na entrevista que deu ao «Nós por cá» relembrou que já Rafael Bordalo Pinheiro chamava no fim do século XIX a "porca da política" e a economia era uma "galinha choca". Medina Carreira comparou a política actual a uma "santola só com casca". Eu continuo a chamar a tudo isto "o peido da avó".
janeiro 08, 2009
Uma grande lição (e bem humorada)...
... de Warren Buffet, o homem mais rico do mundo, para os alunos de um MBA da Universidade da Florida.
Parte 1:
Todos os videos (9 partes - 1h30 total) aqui.
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