E lá foi mais um. Victor sem vitória, Gaspar-reizinho-mago sem estrela que o guie, para além dos patrões da finança que o aconchegam. Passou por cá, efémero mas contundente, para desgraça nossa. Terá lugar guardado à mão direita de qualquer deus-pai da alta finança, que lá isso eles cultivam muito entre eles: entreajudam-se e sabem pagar fretes.
Talvez fosse monocórdico o seu tom. Mas foi avassaladoramente polifónico o seu dom.
Coelho lhe deu guarida e sustento. A todos nós, também não. Não caberíamos todos na lura…
Resvalou o Victor em inconstitucionalidades permanentes. O chefe encolheu os ombros. E ele não se curou. Reincidiu e voltou a reincidir. Voltaria a fazer a mesma coisa se o deixassem (se o deixarem?).
Então, de assombro em assombro, Passos Coelho deu novo passo perdido ao nomear ministra-substituta a swap-secretária Maria Luís. Quer mais do mesmo mas, já agora, mandando ele qualquer coisinha – dizia-se -, para que tudo vá ficando na mesma alegre pasmaceira… Fiquei na dúvida se a escolha não teria sido motivada pela similaridade de penteados entre Maria Luís e a Angela Merkle.
Paulo, que não é Pedro, nem sobre ele este edificará nenhuma igreja, secundou-o na saída e bateu com as portas como ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros. Com todas as portas: as abertas, as fechadas e as encostadas. Irrevogavelmente.
Depois houve notícia de que, afinal, um portãozito das traseiras, mesmo ao lado da porta do cavalo, estava aberto para qualquer circunstância de extravio de chave ou de mandato e a irrevogabilidade transformou-se, prontamente, numa situação furtuita e efémera, como tudo o que é transitório nesta vida e, após assento à mesa das aflições, sai proposta de vice-primeiro, o que deverá considerar-se uma proposta viciosa.
Como acólito, Pires de Lima, o inefável. Os outros ministros do alfombre CDS iam sair, mas já não saíram… E propunha-se essa coisa extraordinária de se dar uma cambalhota com os resultados das últimas eleições, entregando o poder a quem teve votação minoritária. Essa é que é essa, digam lá o que quiserem.
E o PSD a ver passar todos estes comboios, foguetes e lantejoulas, impávido mas pasmo, mudo e quedo mas perplexo.
Aí, chega o presidente de todos os portugueses a dar – finalmente – um murro na mesa! Parte o punho com a murraça e destrambelha o (des)governo do país com uma farândola de decisões que nem o são muito bem nem antes pelo contrário. Ele não pode com o Portas, é certo. E não lhe apetece aturar o Passos, também. E ele, como os elefantes, é homem que não esquece antigos agravos – veja-se o episódio Saramago. Lembram-se do filme Aníbal e os Elefantes, com Victor (também ele) Mature?
Propõe o presidente, no desconchavo do desespero, um entendimento de «salvação nacional» aos três assinantes do programa de submissão. E eles lá vão, os três, mais cordatos uns do que outros, mas todos atentos e obrigados à ordem dada por um zombie à múmia que já era o governo: levanta-te e caminha!
E o país estremece, rola sobre si próprio, boceja, aconchega os lençóis, volta-se para o outro lado… e adormece, de novo que, não tarda nada, está aí a chegar outro campeonato de futebol.
Dir-se-ia, de tal cenário, o sono da morte. Dos inocentes? Ou nem por isso? Temos país, ainda? Ou nem por isso?
Tentei efectuar uma sondagem aos mercados. Como as disponibilidades não são muitas só deu para ir ao mercado de Carcavelos. Mas o que é verdade é que não encontrei por lá ninguém que estivesse a dar grande atenção a estas coisas…
Mas pude verificar que, ao contrário de outros tempos, em que as moscas mudavam, mas a estrumeira era a mesma, agora nem as moscas mudam. São todas velhas conhecidas. As moscas, os seus zumbidos e as caganitas que largam conspicuamente nos tais lençóis em que dormimos.
Como eu já escrevi hoje no Facebook, passámos de um desGoverno para um inGoverno...
ResponderEliminarQuanto ao Jorge Castro, apoio a 150% a sua escrita ( porque quanto a poias... já contratei uns macados do Jardim Zoológico de Lisboa para as atirarem com pontaria certeira, a qum todos nós sabemos...;
ResponderEliminarQuanto ao Paulo Moura: Concordo com o "des" e com o "in"... Quanto ao resto, não sei o que é...
Claro que não são "macados"... embora sejam aparentemente "marados"... O que eu queria escrever, e troquei os dedos, era "macacos"...
ResponderEliminarMacados deve ser! Eu cá não alterava. Porque são uma espécie degenerada que nasce de uma macaca que se cruza com um mercado... e dá um macado.
ResponderEliminarComo um Portas cruzado com um Passos dará um Pastas; um Crato com um Relvas, um Cravas; um Gaspar com um Macedo, um Maçar... As combinações são infinitas.
Também não me parece que queiras escrever mercado. Eu acho que é merdaco.
ResponderEliminarEu até já estou lisdécixo!
ResponderEliminarE eu quifei foncusa.
ResponderEliminarFoncuza andu éu melhéres, q' nam á cu caguënte...
ResponderEliminarMas olha que tu consegues manter a tua fluência, mesmo c'acrise
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