agosto 30, 2013

uma flor na madrugada

- Em homenagem aos bombeiros mortos nos incêndios de 2013 e na hora em que nos morreu mais uma jovem de 21 anos, Cátia Pereira Dias, combatendo por nós um estéril e criminoso incêndio.

uma flor
apenas despontada
na negrura desolada da colina

uma flor só
e assim bem mais que nada
no silêncio agora frio de neblina

uma flor que nos grita
e à madrugada
a coragem de estar viva que a anima

uma flor tão ridente
e esperançada
que jamais deixará de ser menina.


- Jorge Castro
29 de Agosto de 2013


Nota - Sugiro uma visita a http://bombeirosparasempre.blogspot.pt/, onde poderemos colher informação importante sobre esta realidade.

Presumo, também, que face aos contornos de toda esta tragédia, alguém de bom senso deveria ter já decretado luto nacional. Seria um mínimo de humanidade...

8 comentários:

  1. Quando te vi isto no Sete Mares, pensei precisamente que tinhas de o publicar aqui também.
    Abre aço!

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  2. Publiquei também no blog do Bairro.

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    1. Caríssimo, então muda, por favor, a última palavra para «humanidade». Aqui já a mudei eu.

      A outra também me fazia algum sentido. Mas esta faz-me mais.

      Grande abraço.

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  3. Apareceram agora os venerandos a debitar umas trivialidades a propósito.
    Palavras de circunstância que tanto aplacariam os fogachos do Portas como as lágrimas do Coelho sempre e quando o tribunal o põe fora da legalidade.
    O que separa os dois mundos, não são as palavras, naõ são os equipamentos: poucos, muitos ou inexistentes.
    O que separa os dois mundos é a atitude.
    De um lado quem chora de coração a morte de um dos seus, o Borges, brilhante, lindo e liberal que merece sempre muitos mais milhões do que aqueles que em vida lhes eram pagos.
    Mereceu um destaque do fundo da alma quase em directo.
    Morreu um grande....
    D João II passou muitos, por muito menos pelo fio da adaga, mas isso faz parte de outros contos.
    Agora a reboque de milhares de comentários houve como que um despertar.
    Afinal, quando uma menina de vinte anos morre na mesma altura da morte do grande Borges, da-se a coincidência o que é uma chatice.
    Não que tenha feito nada de importante, só a ajudar a apagar uns fogos florestais, coisas do povo com que se entretêm: eles puxam fogo, e depois apagam, é tudo lá entre eles. Ainda por cima, são ajudados pelo ESTADO com os MILHÕES, esses sim importantes e sobre os quais o outro, o Borges tanto percebia.
    Uma pena...
    Faleceu...
    Ah...
    Quase que me esquecia, os miudos nos incêndios...
    Que chatice...
    Sai o modelo XYZ de circunstância.
    O povo gosta disso, futebol, telenovelas e circunstância.
    Choram, riem e comovem-se
    E o dia está feito...

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    1. Charlie, enviei-te um e-mail: faz um post deste comentário, que merece.

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  4. Mal possa dispor de tempo, minha querida Sãozinha...

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