outubro 29, 2014

Grafeno, uma alternativa formidável, já!.

Abastecer um carro eléctrico em trinta segundos e um telemóvel em dois?


O  nosso mundo, melhor, a fórmula de relativa estabilidade ambiental que dá o suporte à simbiose que nos permitiu construir a civilização actual está gravemente ameaçada. Não  só a superpopulação devido à explosão demográfica versus a crescente escassez de recursos, mas principalmente a não sustentabilidade dos modelos energéticos, são a principal ameaça. Se por um lado é possível conduzir-se por iniciativas institucionais à limitação demográfica, por outro lado, tanto a produção de energia como a produção de alimentos ultrapassaram já há muito o limiar da sustentabilidade. Não é possível continuar a produzir num modelo que globalmente tira mais da equação ambiental daquilo que ela pode dar. O défice é esse que todos nós sentimos, como mero elemento que somos nesta teia de interacções complexas dum ecossistema que teimamos em ignorar.


Os horizontes não são agradáveis por mais que determinados governantes insistam em projectar cenários de amanhãs sempre melhores do que os que passaram e que todos vemos piorar de ano para ano. Um dos elementos que mais contribui para a desequilíbrio ambiental são os motores de automóvel.  Os recursos energéticos sob forma de combustíveis fósseis estão já praticamente esgotados. Mesmo em países onde ele jorrava debaixo dos pés por cada poço que se escavava num quintal. O Dubai, actualmente um centro financeiro que vive da inércia do movimento de capitais, turismo e investimentos em energia alternativa, já não tem uma pinga, e os outros Emiratos estão no limiar. Exploram-se agora os xistos betuminosos, ou seja, as côdeas que ninguém queria quando o bolo era farto.

ciclo dos motores térmicos
E se pensarmos que os motores dos carros, sendo térmicos, trabalham sob o ciclo de Carnot que apenas aproveita menos de 20% da energia, desperdiçando os restantes 80 em calor e atritos, então concluímos que poderíamos ter tido combustível para 500 anos caso o seu potencial energético fosse aproveitado a 100%, com todas as vantagens económicas e ecológicas decorrentes. Mas o mundo  dos Homens que temos é este e não outro, e o paradigma do crude a baixo preço e inesgotável sob o ponto de vista das gerações anteriores, entregou-nos como herança este modelo no limiar do colapso, com todos os perigos que a nível mundial a luta pelo acesso às fontes de energia fóssil,- a caminho do esgotamento,- representa.  A verdade é que pese embora todas os avanços em energias renováveis, no caso da mobilidade, ainda não tinha aparecido até há pouco nenhuma alternativa prática ao velho, ineficaz (energeticamente), e poluente automóvel movido a energia fóssil. 
. Alternativa eléctrica

Os motores eléctricos aproveitam a energia aplicada praticamente a 100%. 
Mas as baterias! 
As baterias foram desde sempre um quebra-cabeças. Pesadas se feitas de chumbo, caríssimas e complexas se feitas recorrendo às tecnologias de iões de lítio. Depois existe ainda o problema do carregamento. Lento demais para ser alternativa ao ainda prático posto de combustível e sujeito a um infernal condicionamento quanto aos ciclos de carga. 

Isto advém do processo electro-químico que está na base da construção das baterias que conduz a que para cada um ou dois electrões livres é preciso dispor de uma fórmula complexa de átomos que lhe dêem o suporte físico. Numa bateria descarregada, para que ela volte a ter carga, é necessário uma inversão química de todo o processo e isso tem de ser feito a uma velocidade relativamente baixa pois de contrário as baterias estão sujeitas à destruição.  A juntar a isto, uma deficiente recarga pode conduzir a uma acentuada redução na capacidade de acumulação de energia, o que vulgarmente se chama de viciação, o que leva a que só muito pouca da energia cinética seja possivel de ser recuperada e reconvertida em carga eléctrica devolvida às baterias durante as travagens de desacelerações.  Os electrões, extremamente abundantes no Universo, são assim  difíceis de guardar no caldinho químico de uma bateria.

Condensador eléctrico, duas placas isoladas
De imediato uma ideia luminosa nos ocorre: não será possível acumular apenas electrões, dispensando assim o volume e peso dos átomos que os suportam? A resposta é sim. E já há muito, desde sempre, que todos nós utilizamos dentro dos nossos equipamentos uns acessórios a que se chamam condensadores ou capacitores. Extremamente versáteis usam-se desde filtragens, isoladores de corrente contínua, elementos de entrega de sinal, memórias RAM  para computadores etc.  Não existe equipamento dos nossos dias que não use profusamente esses acessórios. Carregam e descarregam de forma rápida, sem viciações,  e praticamente sem envelhecimento.  O problema é que apenas aguentam energia por um lapso de tempo reduzido. Até agora não era possível acumular grandes quantidades de energia pelo que o uso de condensadores como armazéns de energia para efeitos de alimentação autónoma de motores ou outros equipamentos, como telemóveis, estava fora de questão.

Contudo, isso agora mudou. Uma descoberta fantástica, resultado do trabalho dos Prémio Nobel Andre Geim e Konstantin Novoselov abriu novas perspectivas há pouco tempo sequer imagináveis! O grafeno permite que se produzam o que

quanto mais superfície e mais próximas, mais capacidade
se chama de super-condensadores

Fundamentalmente, o que é um condensador?  Embora tão versátil, um condensador é apenas um dispositivos formado por duas placas. Quanto mais juntas estão, mais energia podem acumular.  Jamais se podem tocar e por isso isola-se o espaço entre as duas com uma placa isolante a que se chama dieléctrico. Quanto mais fina, mais capacidade de acumular electrões o dispositivo possui.  No limite, se tivessem encostadas uma à outra à distância de isolamento de um átomo, poderiam acumular uma super gigantesca quantidade de energia.  O grafeno permite reproduzir precisamente essa condição. Uma descoberta de ficção científica, o grafeno é extremamente leve, resistente e com qualidades extraordinárias a todos os níveis. Com super-condensadores de grafeno é possível produzir baterias para telemóveis que se carregam em dois ou três segundos, para carros que se carregam de seis a trinta segundos, etc.  E isto em qualquer patamar de descarga. Tanto faz que esteja quase carregada, a meia carga, ou completamente descarregada.  Não tem nem ciclos de carga nem viciações.

Estrutura microscópica de uma folha de Grafeno
Mas  o mais aliciante e fantástico é que depois da descoberta inicial, uma pequena alteração no processo de produção do grafeno levou a que se possa eficazmente produzir nas nossas casas!  Tão simples de construir e eficazes, mesmo com o recurso a processos quase artesanais, que melhor do que palavras, as imagens.  
Uma enorme vantagem do grafeno é ser -além de muito leve-, incomparavelmente mais barato e no fim do ciclo, totalmente reciclável e de impacto ambiental praticamente neutro.
As indústrias do automóvel tem vindo a dar passos largos ao investir na sua optimização e estão neste momento ao ponto de anunciar  a aplicação desta tecnologia aos seus produtos  auto movidos a electricidade, embora se deva dizer com toda a propriedade que as aplicações deste material só agora despertaram e sim. Um outro mundo é possível. Não sem problemas, mas certamente sem este:  os impactos ambientais no que ao pormenor da produção de energia motora dizem respeito. Outras aplicações extraordinárias podem ser desde já apontadas; roupas e edifícios inteligentes e auto-sustentados. O grafeno é ainda incrivelmente resistente e leve o que está a entusiasmar todos os sectores ligados à inovação mas também outros com larga experiência e tradicionais tais como a engenharia, construção civil e aeronáutica.
A Humanidade encontrou sempre um caminho em momentos em que tudo indicava o seu colapso. Esperemos que esta descoberta contamine no bom sentido todo um paradigma económico que pertence há muito ao passado. Para bem do Planeta e principalmente de todos nós.

outubro 25, 2014

Rui Machete

em nova polémica sobre as jihadistas portuguesas
  Raim on Facebook

A liberdade e a felicidade, alguém já achou? Dizem que no Butao as pessoas são felizes...à força. E nós?

Sobre a noção de clausura e felicidade, somos na nossa grande maioria, criaturas complexas. Tirando os casos de alterações graves de personalidade presentes nos exibicionistas, procuramos o retiro e a clausura voluntária para que nos sintamos em plena liberdade nos nossos relacionamentos íntimos.



Butão
 
Num comentário da minha/nossa querida amiga relativo a um post anterior falou-se de liberdade e felicidade. A liberdade é de facto um conceito bastante vago, talvez ainda mais vago do que a da felicidade. Poderá um monge que livremente escolhe a clausura, ser indicado como um ser livre? E já que a sua clausura provém da livre escolha, poderá esse homem preso ser também feliz? Se-lo á na medida em que a sua escolha livre é aquela em que a sua noção de procura de felicidade está ligada ao que o ambiente de recolhimento proporciona, mas pode não ser nada feliz na sua procura e contudo não querer sair. Podemos dizer que a sua prisão é quase virtual, pois basta em princípio um acto de vontade para que dela saia. Tal como uns pintassilgos que fizeram ninho de uma gaiola desactivada cuja porta estava aberta, portanto não-presos numa prisão para pássaros. Sabemos no entanto, durante a História, que muitos homens e mulheres foram monges à força. As questões de herança e partilhas, a sucessão dos ceptros do poder levaram no Velho Mundo a uma prática que deixou para trás uma grande quantidade de mosteiros. Seriam felizes? Enterrados vivos sem a tal vocação nem outra culpa que não fosse serem irmãos e irmãs mais novas de famílias que queriam as suas terras indivisas. Poderiam eles tornar-se felizes mais tarde, à medida que a chama se fosse extinguindo, ou seja que se fossem amansando e baixando os braços, adaptando-se às circunstâncias, abrindo dentro da clausura portas para outras realidades? Tudo indica que sim na grande maioria dos casos.
O chamado síndroma de Estocolmo refere-se exactamente à moldagem na relação de forças entre raptores e raptados. Numa situação prolongada no tempo, assiste-se a uma rotação de valores, acabando por estabelecer-se uma relação solidária no que começou por ser uma dependência forçada.

  Sobre a noção de clausura e felicidade, somos na nossa grande maioria, criaturas complexas. Tirando os casos de alterações graves de personalidade presentes nos exibicionistas, procuramos o retiro e a clausura voluntária para que nos sintamos em plena liberdade nos nossos relacionamentos íntimos. Somos, nas nossas sociedades, felizes nos pequenos momentos de felicidade que intervalam nas brechas dos muros que à nossa volta vamos deixando construir, mas somos também nós a construir outros muros que nos libertam... Contudo, nos sistemas políticos actuais sentimos estar presos, cada vez mais presos. E paradoxalmente, estas prisões são feitas - dizem os carcereiros- para que sejamos cada vez mais felizes. Ou seja, elevam cada vez mais a altura dos muros que nos separam do acesso aos meios para que possamos cada um por nós sentirmo-nos mais felizes intramuros. Um perfeito paradoxo. Já não existe na Europa, salvo uma minoria marginal de meia duzia de centenas de pessoas, ninguém que viva do que a terra dá sem o uso do dinheiro. Não é possível passar no crivo dum fisco universal que tudo tributa. Quem vive das galinhas e das couves, não tem a liberdade de dizer que não vai pagar o imposto sobre a propriedade, ou no equivalente em dinheiro sobre os bens que produz. Ainda está fresco o episódio do fisco Português no seu massacre persecutório aos velhotes e as suas meia dúzia de sacas de batata tiradas do quintal à base de enxada e dores nas costas. Ou seja, não somos livres se não possuirmos dinheiro, não só para alguma despesa lateral, mas para alimentar um fisco que o faz para que sejamos "mais felizes"... Perante isto, qual será a medida de felicidade dos habitantes do Butão? São obrigados ser livres e felizes, à força? O Butão tem duas religiões dominantes, o Budismo e o Hinduismo e a Constituição proibe expressamente o prosiletismo. Ninguém pode obrigar nem ser obrigado a seguir determinada corrente religiosa. Por outro lado, a população é muito reduzida se comparada com as mega urbes das nossas sociedades: as duas maiores cidades, têm apenas sessenta mil habitantes num universo de um quarto milhão de pessoas. As aldeias agrícolas são autosuficientes e o comércio reduzido, não há o conceito de uma economia esquizofrénica baseada na lógica do aumento constante, tendencialmente infinito, da produção e troca de bens. Proibiram o tabaco: uma decisão acertada. Ou seja, em termos absolutos, uma privação de liberdade. Mas o tabaco conduz ao consumo compulsivo (contra-senso do conceito de liberdade), mata que se farta, o que faz com que parte da liberdade-dinheiro que todos possuem vá direitinho para as despesas com os tratamentos das doenças. Podemos argumentar com a privação da liberdade de escolha, mas aí também o argumento funciona no que toca ao haxixe, cocaína, etc. Predujiciais individual e colectivamente pelo impacte que têm a todos os níveis.

Pinochet, golpe de Estado em 1973 e o derrube do governo eleito de Allende
Mas até no chamado Ocidente, o que era inicialmente um ritual marginal que passou para o consumo compulsivo e marca da liberdade de escolha há alterações: as pessoas podem comprar tabaco, não podem cultivar porque isso não dá impostos, mas não podem fumar em qualquer local fechado, e em muitos sítios em lado algum. Como somos livres, temos a liberdade de optar entre alternativas, excepto nas que colectivamente nos são vedadas de forma imposta. Como dizem os Budistas, quem quer estar em todos os lados ao mesmo tempo, não está em lado algum. Poderá então um Estado impôr um padrão de conduta? Balizar a liberdade? Dizer entre as infinitas hipóteses de escolha, quais as que podem ser seguidas? Os ditadores pensam que sim. Mas os sistemas abertos com destaque para os EUA, arautos da liberdade, apoiaram e financiaram dezenas de ditaduras ferozes, ao mesmo tempo que diziam às suas populações que eram aliados, "moderados" que combatiam a falta de liberdade dos países comunistas. De uma forma diferente mas com os mesmíssmos resultados, os sistemas políticos balizam a liberdade, uns apenas pela força outros pela força do condicionamento da informação, não dispensando fora de portas e mesmo dentro de portas,- desde que ninguém veja nem saiba-, a força bruta: desaparecimentos, assassinatos selectivos etc. Estamos todos rodeados de muros, não se vêem, mas sentem-se e embora de longe em longe, ou de perto em perto a onda se agigante e derrube os muros por mais altos que sejam.
Contudo, apesar das cíclicas crises sociais e politicas, somos na maior parte do tempo os reféns que simpatizam com os carrascos. Acomodados e continuando a vida com horizontes mais estreitos, de mãos atadas, e de venda sobre os olhos, contentes se houver algum alívio na mão que oferece as carícias do chicote diário. E é este o mundo livre que não trocamos por nenhum outro. Ou seja, liberdade, liberdade, não sei bem o que é, mas tenho uma suspeita, e chego a sentir-me feliz todas a vezes que penso nela...

outubro 13, 2014

outubro 12, 2014

Quem numas loas o grande chefe ode, sabe que é ele quem nos pode, pode pode...

http://oinsurgente.org/2013/02/22/a-etica-segundo-cavaco-silva/

O Cavaco é homem
de estados de coma.
De homem
que nunca se engana
e raramente tem dúvidas:

“Comprem senhores,
Comprem!
Acções fresquinhas e boas
Quem destas acções compra,
E depois vende
Aos céus, como eu
Ao terceiro dia ascende.”


Passou o dia,
Passou a noite
Passou outro dia,
Outra noite
e mais outro e outra
ainda
E depois…
Ah afinal…
Mas que indecência!
O dinheiro que era bom
Passou a ser mau
Mas o Aníbal, não se enganou
Não!
Querias!
Ou disse o que disse em código
Xis Pê Tê Éne,
(....para não assustar os Mercados
Esses cabrões....)
ou num estado de ausência
viu-se nos tempos
em que com a Maria
investia na magia;
de a partir de tostôes,
de poupança Algarvia
fazer a massa que corria
na ria do Bê Pê Éne....


charlie

outubro 06, 2014

pensamento do (a)dia

Se o senhor presidente da república é o garante do bom funcionamento das instituições, perante o que se está a passar, há mais de um mês, em pilares fundamentais e determinantes da sociedade, como são os casos da Educação e da Justiça, onde se pode falar de tudo menos de regular funcionamento institucional, de que estará ele à espera para tomar medidas consequentes?

carta da APRE! - a bem da coesão intergeracional

Texto de uma carta enviada pela APRE! ao Expresso e que não foi publicada (recebido por mail, através da direcção da Associação).

Com efeito, os actuais pensionistas portugueses nasceram antes, durante ou pouco depois da 2ª Guerra Mundial, numa sociedade essencialmente agrícola, com um elevadíssimo índice de analfabetismo. Mais tarde enfrentaram uma guerra colonial, em quatro frentes: Angola, Moçambique, Guiné e Timor. Quis o destino que a nossa vida fosse consumida a implantar a democracia, a realizar a descolonização, a construir a sociedade industrial e depois a sociedade de serviços; a transformar o analfabetismo em conhecimento e ciência, substituindo os quartéis militares por universidades e politécnicos, dispersos pelo país. O prémio de todo o nosso esforço parecia estar na adesão à então CEE, actual União Europeia, com uma tal energia e entusiasmo que integrámos o pelotão da frente da moeda única, o euro.

Quando hoje se diz que a actual geração jovem do país é a melhor preparada de sempre, está a dizer-se que nunca antes os pais prepararam a sociedade e investiram tanto nos filhos, para lhes dar um futuro que os próprios pais não tiveram.

Quando os jovens se queixam de pagar impostos e a segurança social para pagarem as pensões dos actuais pensionistas, esquecem-se que os pais podiam não ter investido neles e egoisicamente terem poupando para a sua reforma.

Quando hoje uns senhores de ideologia liberal dizem que o Estado não produz riqueza para pagar as reformas, estão a dizer que não querem pagar impostos para gente que não produz, constituindo uma espécie de resíduo social, esquecendo-se dos benefícios que usufruem, em consequência das transformações sociais que levamos a efeito.

Quando hoje se diz que para atingir as metas orçamentais impostas pela TROIKA, sob caução do Governo, tem de se cortar na despesa social, esquecem-se que a despesa social e os vínculos legalmente constituídos já existiam quando tomaram a decisão de atingir tais metas. Governantes sérios e honestos não podem decidir e assumir compromissos com terceiros que não possam cumprir. Os governantes não são proprietários do poder, desses tratámos nós, os governos governam em nome do povo. (...)

É lamentável a máquina que está montada na comunicação social contra os reformados, pobres ou da classe média. Jornalistas, analistas e comentadores apelando a cortes sobre cortes, achincalhando a Constituição (que também já existia antes de assumirem compromissos irrealistas), implorando à sua violação, esquecem-se que estão a «cavar a sua própria sepultura». Um Estado, integrado na União Europeia, é obrigado a agir de boa fé, como uma pessoa de bem. Um Estado que agora viola princípios e desrespeita direitos, passa a violar sempre e a desrespeitar sempre que isso lhe convém.

Nós não admitiremos que governantes inexperientes, idealistas e manipuladores políticos desrespeitem os nossos direitos, conquistados ao longo duma vida de trabalho e de transformação social. Seremos coerentes com a nossa história, seria triste, muito triste, se ela acabasse assim.

Maria do Rosário Gama, Presidente da Direcção da Apre!
Carlos Frade, Presidente do Conselho Fiscal da Apre

Estando no geral muito de acordo com o que fica dito - encontrando-me ainda ao activo - só terei muitos pruridos em apelidar os actuais governantes de «idealistas», como se refere no texto. Criminosos, talvez, inconscientes, com muitas reservas, deliberados, sempre. Em suma, alguém que mente deliberada e conscientemente em função de um modelo social assumido e cúmplice dos interesses de minorias endinheiradas e que utiliza o voto que lhe foi dado como justificativo das suas malfeitorias.