Está na ordem do dia o debate sobre o futuro, - necessariamente breve, pelas razões biológicas incontornáveis- de quem já deu à sociedade os melhores anos da sua vida, e que espera que ao último quartel da sua existência, possa chamar efectivamente "o descanso do guerreiro".
Sendo o território o das expectativas, da relativa independência e fundamentalmente, da dignidade, é objectivamente tanto mais importante quanto mais alta é a faixa etária, mas faz parte, desde muito cedo, das preocupações individuais.
Muito se tem debatido sobre o tema, com mais ou menos isenção, com mais ou menos distorção das realidades, mas este trabalho faz uma reflexão e análise concisa e objectiva, e desmonta de forma muito simples toda a nuvem de medo e demagogia que se tem lançado sobre a máquina que sustenta o tabuleiro das reformas, em última análise, a contribuição colectiva, todos nós.
O artigo está muito bem escrito, sintético e esclarecedor.
Factual até e indesmentível. Não há lugar para maquinações efabulásticas (permita-se me a liberdade) pois os factores estão reduzidos a valores mensuráveis.
De facto o que se passa é que as pensões são mais um enorme fundo de milhares de milhões, apetecível demais para ser desperdiçado pelos predadores.
O argumento da insustentabilidade cai pela base, sem recorrer-se a equações matemáticas, bastando para tal duas ou três perguntas/respostas:
1-Se os fundos de pensões são um buraco, ou seja: dão despesa, porque é que os governos foram sucessivamente a fundos PARTICULARES levantar milhares de milhões?
A resposta é: porque estavam la em ACTIVOS, não eram portanto dívida.
(vá lá em modernês, onde dívida renasce sob a magnificência conhecida como activo negativo)
2-As pensões que esses fundos proviam, passaram a ser pagas por quem?
Resposta:
Transitaram para o aumento das despesas da Segurança Social que teve de passar a pagá-las, sem qualquer contrapartida ou entrada de dinheiro pois os fundos surripiados, e que proviam essas reformas, foram para o orçamento geral do Estado e não para a S.S.
Um abuso de confiança portanto.
3-Não recebemos de acordo com o que descontamos e o Estado tem de completar, o que é um fardo grisalho terrível equiparado à Peste.
Resposta: Mentira!
Exceptuam-se obviamente os miseráveis casos de inúmeras figuras públicas que auferem de forma indigna, elevadosmontantes do bolo colectivo. |
Por outro lado, (quase) ninguém vive, depois das reformas, novamente os 40 ou 50 dos anos que fez de descontos, e uma parte considerável morre antes disso e nunca chega a receber um tostão.
(Exceptuam-se obviamente os miseráveis casos de inúmeras figuras públicas que auferem de forma indigna, elevados montantes depredados do bolo colectivo)
Assim sendo, uma outra pergunta sub jaz: onde está todo esse dinheiro? E as capitalizações, etc? .....
Algures certamente,já que o dinheiro é a tal coisa Lavoisieriana, que nunca desaparece, muda é de mãos.
As nossas reformas, actuais ou futuras, não são um encargo para o Estado e muito menos ainda um favor. São antes um DIREITO que compramos ao longo da vida, um investimento muito proveitoso para o Estado que se assume como administrador de verbas para as quais não contribui com coisa alguma.
É portanto, o mecanismo de segurança social, um grande negócio, se assim não fosse não estariam os abutres do costume de garras e bicos afiados para se atirar à carniça dos fundos de pensões.
Boas malhas, Charlie!
ResponderEliminarMalhas largas.. ;)
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