... mas feliz de quem recebe um retorno do que escreve:
"Bom dia
Estive a ler este artigo agora, antes de sair para a escola, e realmente, sem falar de mim, chego a ter saudades da minha esposa que, também sendo professora, pelo menos duas vezes por período praticamente não existe para mim nem para a minha filha.
É difícil entender isto sem se estar por dentro.
Obrigado pelas suas palavras.
Cumprimentos
Graciano Torrão"
Entretanto, soube por amigos professores e amigos de professores que a minha carta "triste ensina..." tem andado por aí, a circular por e-mail.
Já agora, aproveito para informar que a minha próxima carta de trás da serra será publicada na revista «Perspectiva» que sairá com o «Público» de 6 de Abril. Vou revelar os meus dotes de futebolista desde a infância... e dizer o que penso sobre o que os professores mais devem exigir: meios.
março 31, 2008
Triste ensina...
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Quero a minha hora de volta! *
Quando recuperar da hora que adiantou no domingo (e do despertador que tocou uma hora mais tarde porque me esqueci de acertar esse relógio) prometo que tratarei da petição à Assembleia da República para se acabar com esta desgraça.
* e não vale dizer que ma devolvem só em Outubro...
* e não vale dizer que ma devolvem só em Outubro...
março 13, 2008
Subprime - o que é e o que se pode esperar?
O que é o subprime
Fala-se muito na crise do "subprime" e do "mercado de crédito de alto risco nos EUA" mas pouco se consegue saber de concreto sobre este tema.
Há algumas décadas atrás, o sistema financeiro de crédito hipotecário consistia em instituições bancárias onde se faziam depósitos, os quais eram usados para financiar empréstimos para compra de casa. O risco de crédito, o risco da taxa de juro e o risco de liquidez eram todos da própria instituição bancária.
A partir de 1938, para gerar maior liquidez na economia, foi criada nos EUA uma entidade estatal que comprava esses créditos aos bancos e os geria, assumindo os riscos dessas operações. Nos anos 60, dado o sucesso desta solução, os empréstimos que esta entidade contraía para financiar as compras de crédito eram já uma fatia significativa da dívida dos EUA.
A partir de 1968, foi feita uma reorganização que privatizou parte do processo, passando algum do risco de mercado para investidores, eliminando essa fatia da dívida estatal. Uma fatia grande desta dívida passou a ser transaccionada em bolsa, como títulos suportados por hipotecas, comprados por investidores institucionais, milionários, e os próprios bancos. Este processo diluiu os riscos de mercado para os bancos e retirou dos seus balanços este risco. Permitiu ainda aos bancos terem disponível maior liquidez para as suas operações de crédito.
A gestão destes títulos passava normalmente por um paraíso fiscal off-shore, sob formas cada vez mais complexas e cada vez com maior sucesso. Em 2003, 76% deste mercado (nos EUA) era público e 24% era detido por instituições privadas. Em meados de 2006, a parte pública desceu para 43% e os privados subiram para 57%. Só que as entidades privadas tendencialmente passaram a conceder crédito a organizações com algum risco ou mesmo alto risco (clientes "subprime", muitas vezes até sem qualquer classificação de risco), ao contrário das entidades públicas, que mantinham critérios mais cautelosos de atribuição de crédito (clientes "prime", muitas vezes com a classificação AAA).
A partir de 1987, criou-se nos EUA um esquema colateral de títulos de dívida, com o objectivo de a repartir em tranches e classes de risco, com diferentes taxas de juro, com as mais altas premiando obviamente as tranches de alto risco (o mercado "subprime").
Em termos de prioridade de pagamentos, em primeiro lugar estão os créditos "prime". Os créditos "subprime" só são liquidados após os de menor risco e menor taxa de juro. Em condições normais do mercado, estes títulos podem ser renegociados, nomeadamente por fundos de alto risco ("hedge funds") e nos mercados de futuros (em que se assumem compromissos, com preços pré-estabelecidos, para compra e venda de títulos numa data futura). Estes "hedge funds" são pouco transparentes e "alavancam" os valores investidos. Por exemplo: um "hedge fund" com 100 milhões USD para aplicar, pode juntar-lhes 500 milhões USD de empréstimos para investir 600 milhões USD. Se pensarmos que estes títulos são renegociados, é fácil imaginar os números com muitos zeros que estas operações podem atingir. Associado a esta "bolha especulativa", estes títulos não são negociados em bolsa e sim bilateralmente, entre as entidades intervenientes. Alguns destes contratos contêm cláusulas ilegais. Os preços e volumes transaccionados são assim desconhecidos. E basta que não haja interessados em transacções para que este mercado fique sem liquidez. Foi o que se passou em Agosto de 2007, com os "hedge funds" a pararem as suas transacções. Os emissores dos títulos colaterais de dívida deixaram de ter quem os comprasse... e não emitiram mais, provocando um choque em cadeia, envolvendo os bancos e as outras instituições que investiam nesse mercado e, indirectamente, mesmo aqueles que transaccionavam só em mercados "prime", com risco reduzido. O impacto foi para os compradores potenciais de casas ou para quem quer fazer obras: os empréstimos pedidos não são concedidos. Daí a crise actual do sector de construção e imobiliário nos EUA. As estimativas mais recentes apontam para prejuízos até 600 mil milhões de euros.
O impacto maior deste choque em cadeia estará provavelmente ainda por aparecer. Muitas entidades ainda não reconheceram as perdas desta crise nos seus balanços. E penso que há muitas "fachadas" que irão ainda ruir.
O que se pode esperar
Os agentes económicos tendem a decidir e a actuar mais com base em expectativas do que em realidades.
Dou sempre como exemplo a frase de Durão Barroso «O país está de tanga», quando foi nomeado primeiro-ministro em Abril de 2002, que marcou um período de desânimo das empresas portuguesas de que ainda hoje não se recuperou. Nos meses seguintes àquela frase, os bancos e muitas empresas cortaram crédito e reduziram ou adiaram investimentos.
As mensagens que os bancos passam neste momento, incluindo o próprio governador do Banco de Portugal, não augura nada de bom para a economia. Mesmo que os indicadores fundamentais das empresas e bancos sejam "saudáveis", vão-se mostrar "doentes", aproveitando para tomar medidas mais gravosas para os clientes... e consumidores. No caso dos bancos, é uma tentação poder aumentar os "spreads" e, logo, a sua margem bruta de lucro.
Isto não augura nada de bom, nem para as famílias, nem para as empresas e nem mesmo para o Estado português, que apesar de não recorrer praticamente a empréstimos bancários, financia a sua dívida pública nos mercados internacionais e pode vir a ter dificuldades na colocação de novas emissões de Obrigações do Tesouro.
_____________
Fonte principal: artigo "Subprime: tentacles of a Crisis" da revista "Finance & Development", Dezembro 2007.
Fala-se muito na crise do "subprime" e do "mercado de crédito de alto risco nos EUA" mas pouco se consegue saber de concreto sobre este tema.
Há algumas décadas atrás, o sistema financeiro de crédito hipotecário consistia em instituições bancárias onde se faziam depósitos, os quais eram usados para financiar empréstimos para compra de casa. O risco de crédito, o risco da taxa de juro e o risco de liquidez eram todos da própria instituição bancária.
A partir de 1938, para gerar maior liquidez na economia, foi criada nos EUA uma entidade estatal que comprava esses créditos aos bancos e os geria, assumindo os riscos dessas operações. Nos anos 60, dado o sucesso desta solução, os empréstimos que esta entidade contraía para financiar as compras de crédito eram já uma fatia significativa da dívida dos EUA.
A partir de 1968, foi feita uma reorganização que privatizou parte do processo, passando algum do risco de mercado para investidores, eliminando essa fatia da dívida estatal. Uma fatia grande desta dívida passou a ser transaccionada em bolsa, como títulos suportados por hipotecas, comprados por investidores institucionais, milionários, e os próprios bancos. Este processo diluiu os riscos de mercado para os bancos e retirou dos seus balanços este risco. Permitiu ainda aos bancos terem disponível maior liquidez para as suas operações de crédito.
A gestão destes títulos passava normalmente por um paraíso fiscal off-shore, sob formas cada vez mais complexas e cada vez com maior sucesso. Em 2003, 76% deste mercado (nos EUA) era público e 24% era detido por instituições privadas. Em meados de 2006, a parte pública desceu para 43% e os privados subiram para 57%. Só que as entidades privadas tendencialmente passaram a conceder crédito a organizações com algum risco ou mesmo alto risco (clientes "subprime", muitas vezes até sem qualquer classificação de risco), ao contrário das entidades públicas, que mantinham critérios mais cautelosos de atribuição de crédito (clientes "prime", muitas vezes com a classificação AAA).
A partir de 1987, criou-se nos EUA um esquema colateral de títulos de dívida, com o objectivo de a repartir em tranches e classes de risco, com diferentes taxas de juro, com as mais altas premiando obviamente as tranches de alto risco (o mercado "subprime").
Em termos de prioridade de pagamentos, em primeiro lugar estão os créditos "prime". Os créditos "subprime" só são liquidados após os de menor risco e menor taxa de juro. Em condições normais do mercado, estes títulos podem ser renegociados, nomeadamente por fundos de alto risco ("hedge funds") e nos mercados de futuros (em que se assumem compromissos, com preços pré-estabelecidos, para compra e venda de títulos numa data futura). Estes "hedge funds" são pouco transparentes e "alavancam" os valores investidos. Por exemplo: um "hedge fund" com 100 milhões USD para aplicar, pode juntar-lhes 500 milhões USD de empréstimos para investir 600 milhões USD. Se pensarmos que estes títulos são renegociados, é fácil imaginar os números com muitos zeros que estas operações podem atingir. Associado a esta "bolha especulativa", estes títulos não são negociados em bolsa e sim bilateralmente, entre as entidades intervenientes. Alguns destes contratos contêm cláusulas ilegais. Os preços e volumes transaccionados são assim desconhecidos. E basta que não haja interessados em transacções para que este mercado fique sem liquidez. Foi o que se passou em Agosto de 2007, com os "hedge funds" a pararem as suas transacções. Os emissores dos títulos colaterais de dívida deixaram de ter quem os comprasse... e não emitiram mais, provocando um choque em cadeia, envolvendo os bancos e as outras instituições que investiam nesse mercado e, indirectamente, mesmo aqueles que transaccionavam só em mercados "prime", com risco reduzido. O impacto foi para os compradores potenciais de casas ou para quem quer fazer obras: os empréstimos pedidos não são concedidos. Daí a crise actual do sector de construção e imobiliário nos EUA. As estimativas mais recentes apontam para prejuízos até 600 mil milhões de euros.
O impacto maior deste choque em cadeia estará provavelmente ainda por aparecer. Muitas entidades ainda não reconheceram as perdas desta crise nos seus balanços. E penso que há muitas "fachadas" que irão ainda ruir.
O que se pode esperar
Os agentes económicos tendem a decidir e a actuar mais com base em expectativas do que em realidades.
Dou sempre como exemplo a frase de Durão Barroso «O país está de tanga», quando foi nomeado primeiro-ministro em Abril de 2002, que marcou um período de desânimo das empresas portuguesas de que ainda hoje não se recuperou. Nos meses seguintes àquela frase, os bancos e muitas empresas cortaram crédito e reduziram ou adiaram investimentos.
As mensagens que os bancos passam neste momento, incluindo o próprio governador do Banco de Portugal, não augura nada de bom para a economia. Mesmo que os indicadores fundamentais das empresas e bancos sejam "saudáveis", vão-se mostrar "doentes", aproveitando para tomar medidas mais gravosas para os clientes... e consumidores. No caso dos bancos, é uma tentação poder aumentar os "spreads" e, logo, a sua margem bruta de lucro.
Isto não augura nada de bom, nem para as famílias, nem para as empresas e nem mesmo para o Estado português, que apesar de não recorrer praticamente a empréstimos bancários, financia a sua dívida pública nos mercados internacionais e pode vir a ter dificuldades na colocação de novas emissões de Obrigações do Tesouro.
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Fonte principal: artigo "Subprime: tentacles of a Crisis" da revista "Finance & Development", Dezembro 2007.
março 07, 2008
má Educação
«O que ouço nos protestos é revelador que as pessoas não sabem do que estão a falar»
Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação,
em entrevista ontem a Judite de Sousa, na RTP
Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da Educação,
em entrevista ontem a Judite de Sousa, na RTP
Já todos estamos fartos de saber que a política é o domínio privilegiado da argumentação falaciosa.
Se eu fosse professor, ficaria ainda mais indignado e revoltado por esta acusação. E insistiria no que me parece ser objectivamente mais importante em tudo isto: a falta de meios nas escolas (humanos, materiais, financeiros e de tempo) para que os professores possam cumprir a sua missão.
E, mesmo não sendo professor, quero mostrar à senhora ministra que sei do que estou a falar.
Decreto-Lei nº 15/2007 de 19 de Janeiro (Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário):
alínea c) do Artigo 5º - "Direito de participação no processo educativo - O direito à autonomia técnica e científica e à liberdade de escolha dos métodos de ensino, das tecnologias e técnicas de educação e dos tipos de meios auxiliares de ensino mais adequados (...)"
Artigo 7º - "Direito ao apoio técnico, material e documental - O direito ao apoio técnico, material e documental exerce-se sobre os recursos necessários à formação e informação do pessoal docente, bem como ao exercício da actividade educativa."
Decreto Regulamentar nº 2/2008 de 10 de Janeiro - Regulamentação do ECD:
Nº 2 do artigo 11º - "O docente tem direito a que lhe sejam garantidos os meios e condições necessários ao seu desempenho, em harmonia com os objectivos que tenha acordado."
Vamos ver se os professores permitirão que o Ministério da Educação continue a fazer omeletas sem ovos, continuando a usar o truque de pôr a cabeça de cada professor.... num ovo!
_____________
Comentário do OrCa:
"Uma vez mais, de acordo, meu caro.
Cá pelos lados de que falo, também sabendo do que estou a falar, a pelintrice chega a tais pontos que não há verba para programas anti-vírus, de tal forma que todos os equipamentos informáticos estão de tal forma infectados que se torna impossível trabalhar com eles - e estamos a falar de uma escola pública «topo de gama» da linha de Cascais!!!
O recurso é usar uma pen e fazer-lhe sempre uma «barrela» quando se chega a casa, pois a coisa até tresanda!...
O "choque tecnológico" é este: muito equipamento e ninguém que o mantenha, que o repare, que promova, sequer, acções de formação que permitam a cada professor ser utilizador precavido. O resultado é esse: trabalho para casa, acumulando o labor diário de aturar turmas com trinta galfarros, cheios de prosápia e costas quentes que este e outros santos governos proporcionaram, com o deslumbramento idiota de alguns pais feitos à pressa e por acidente.
A factura que todos vamos pagando, em nossas casas, derivada deste estado de coisas, alguém contabiliza?
A senhora ministra, seguramente, não. Aos mentores destas «políticas» basta-lhes dizerem que o mundo passou a ser quadrado, para que se convençam que assim passou a ser... Depois, tropeçam nalgum dos vértices da ilusão que alimentaram e escafedem-se no espaço sideral, para alívio do povo, mas com uma multidão de mazelas deixadas para trás.
Amanhã, levarão no focinho! Esperemos que ainda tenham emenda."
março 04, 2008
Estudo científico mostra que mudança de hora pode provocar aumento dos consumos de energia
Alguns excertos do artigo de Justin Lahart "Daylight Saving Wastes Energy, Study Says" no The Wall Street Journal:
"Durante décadas, a sabedoria convencional sustentou que a hora de Verão reduz o custo de utilização de energia. Mas uma situação invulgar no estado do Indiana (E.U.A.) fornece provas que desafiam esse ponto de vista: a hora saltar para a frente pode de facto desperdiçar energia.
Até dois anos atrás, só 15 dos 92 condados de Indiana avançavam uma hora aos seus relógios na Primavera e atrasavam uma hora no Outono. Os restantes mantinham-se na hora padrão todo o ano, em parte porque os agricultores resistiram à perspectiva de terem uma hora extra de trabalho às escuras da madrugada. Mas muitos residentes odiaram entrar e sair de sincronismo com negócios e residentes de estados vizinhos, o que fez prevalecer na Lei de Indiana a mudança de hora em todo o Estado, com início da Primavera de 2006.
Esta mudança deu ao professor Matthew Kotchen e à aluna Laura Grant, da Universidade da Califórnia - Santa Barbara, uma ocasião única para ver como a mudança de hora afecta o uso da energia. Usando sete milhões de leituras mensais da empresa Duke Energy Corp. cobrindo praticamente todos os lares do Sul do Estado de Indiana durante três anos, puderam comparar o consumo de energia antes e depois de os condados praticarem a mudança de hora. As leituras de condados que já tinham adoptado o 'daylight-saving time' serviram como grupo de controlo que lhes permitiu ajustar as mudanças meteorológicas de um ano para outro.
O que descobriram: Ter todo o Estado a praticar a mudança de hora, em vez de manter a hora padrão, custa aos lares de Indiana mais 8,6 milhões de dólares nas contas de electricidade. Eles concluem que o custo reduzido da iluminação durante as tardes é mais do que contrabalançado pelos custos mais elevados com ar condicionado nas tardes mais quentes e aumento de custos com aquecimento nas manhãs mais frescas. (...)
Não seria isso o que Benjamin Franklin esperaria. Em 1874, ele escreveu sobre «o imenso valor que a cidade de Paris poderia poupar em cada ano se usasse o sol em vez de velas" (o sr. Franklin não propôs que se adiantassem os relógios, em vez disso sugeriu satiricamente aplicar um imposto sobre as persianas e tocar os sinos das igrejas ao nascer do sol para acordar os parisienses e fazê-los sair mais cedo das suas camas)."
O artigo continua com o historial da aplicação das mudanças de hora. E refere que "um relatório de 1975 do U.S. Department of Transportation concluiu que a mudança reduziu a procura de electricidade em 1% em Março e Abril. Mas em 1976, num relatório para o Congresso de avaliação a essa análise, o National Bureau of Standards concluiu que não havia poupanças significativas de energia."
E constata que "os números de poupança de energia frequentemente citados pelos legisladores e outros derivam de pesquisas efectuadas nos anos 70. Mas há uma diferença crucial entre os anos 70 - ou, a esse respeito, da época de Ben Franklin - e agora: é a prevalência do ar condicionado."
Mas aponta para vantagens aparentes da mudança de hora, como benefícios sociais de quem regista "menos crimes, menos acidentes mortais rodoviários, mais tempo para recreação e aumento da actividade económica com a hora extra de sol ao fim da tarde".
Recomendo a leitura do artigo completo (em inglês).
Obrigado pela dica, MN ;-)
"Durante décadas, a sabedoria convencional sustentou que a hora de Verão reduz o custo de utilização de energia. Mas uma situação invulgar no estado do Indiana (E.U.A.) fornece provas que desafiam esse ponto de vista: a hora saltar para a frente pode de facto desperdiçar energia.
Até dois anos atrás, só 15 dos 92 condados de Indiana avançavam uma hora aos seus relógios na Primavera e atrasavam uma hora no Outono. Os restantes mantinham-se na hora padrão todo o ano, em parte porque os agricultores resistiram à perspectiva de terem uma hora extra de trabalho às escuras da madrugada. Mas muitos residentes odiaram entrar e sair de sincronismo com negócios e residentes de estados vizinhos, o que fez prevalecer na Lei de Indiana a mudança de hora em todo o Estado, com início da Primavera de 2006.
Esta mudança deu ao professor Matthew Kotchen e à aluna Laura Grant, da Universidade da Califórnia - Santa Barbara, uma ocasião única para ver como a mudança de hora afecta o uso da energia. Usando sete milhões de leituras mensais da empresa Duke Energy Corp. cobrindo praticamente todos os lares do Sul do Estado de Indiana durante três anos, puderam comparar o consumo de energia antes e depois de os condados praticarem a mudança de hora. As leituras de condados que já tinham adoptado o 'daylight-saving time' serviram como grupo de controlo que lhes permitiu ajustar as mudanças meteorológicas de um ano para outro.
O que descobriram: Ter todo o Estado a praticar a mudança de hora, em vez de manter a hora padrão, custa aos lares de Indiana mais 8,6 milhões de dólares nas contas de electricidade. Eles concluem que o custo reduzido da iluminação durante as tardes é mais do que contrabalançado pelos custos mais elevados com ar condicionado nas tardes mais quentes e aumento de custos com aquecimento nas manhãs mais frescas. (...)
Não seria isso o que Benjamin Franklin esperaria. Em 1874, ele escreveu sobre «o imenso valor que a cidade de Paris poderia poupar em cada ano se usasse o sol em vez de velas" (o sr. Franklin não propôs que se adiantassem os relógios, em vez disso sugeriu satiricamente aplicar um imposto sobre as persianas e tocar os sinos das igrejas ao nascer do sol para acordar os parisienses e fazê-los sair mais cedo das suas camas)."
O artigo continua com o historial da aplicação das mudanças de hora. E refere que "um relatório de 1975 do U.S. Department of Transportation concluiu que a mudança reduziu a procura de electricidade em 1% em Março e Abril. Mas em 1976, num relatório para o Congresso de avaliação a essa análise, o National Bureau of Standards concluiu que não havia poupanças significativas de energia."
E constata que "os números de poupança de energia frequentemente citados pelos legisladores e outros derivam de pesquisas efectuadas nos anos 70. Mas há uma diferença crucial entre os anos 70 - ou, a esse respeito, da época de Ben Franklin - e agora: é a prevalência do ar condicionado."
Mas aponta para vantagens aparentes da mudança de hora, como benefícios sociais de quem regista "menos crimes, menos acidentes mortais rodoviários, mais tempo para recreação e aumento da actividade económica com a hora extra de sol ao fim da tarde".
Recomendo a leitura do artigo completo (em inglês).
Obrigado pela dica, MN ;-)
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março 02, 2008
A minha carta pela blogosfera
Resistências Individuais - no
blog A Educação do meu Umbigo
Alguns excertos dos comentários:
António Ferrão: "Movimento dos Esposos Revoltados de Docentes Abusados? À parte o acrónimo, porque não? Vou já a correr. Basta."
Isabel: "Engraçado ,ao ler o artigo parecia que estava eu a falar, não de outra pessoa mas de mim, são tantos os pormenores de uma vida que realmente acabamos por nos resignar..."
morfeu: "Cá em casa somos dois os profs... sempre dá para combinar alguma coisa de jeito... mas essa dos esposos revoltados... iria nessa não fora eu próprio prof. Achei piada, no texto em causa aparecer o nome de alguém que julgo conhecer: O Jorge Castro,poeta excelente e amigo cá do je..."
Jorge Reis: "Humor à parte, acho que esta “carta” toca num problema em que tenho pensado e que não é tão marginal como parece. Não sou professor mas fui casado com uma professora e, para mal dos meus pecados, fiz a tremenda asneira de me casar, em segundas núpcias, com outra. Porque será que nunca aprendemos com a primeira asneira? Mas vamos em frente. Eis uma passagem de uma notícia de ontem à noite da TSF Online: “a ministra da Educação disse à TSF que na origem dos protestos dos professores está o aumento das «exigências» pedidas aos docentes, como «mais tempo de trabalho na escola»”. A táctica é sempre a mesma: os professores são uns privilegiados, são uns calões, não querem ser avaliados, não querem trabalhar as mesmas horas que os outros trabalhadores da Administração Pública nos seus postos de trabalho... Perdem-se os professores? Que se lixem. Ganhamos a opinião pública. Até somos capazes de aumentar os subsídios à CONFAP, para que estejam incondicionalmente do nosso lado. As crianças vão ter aulas menos preparadas neste ano lectivo porque os professores vão ter outras “tarefas”? Que se lixem... é preciso é passar a ideia de que estamos a fazer uma “reforma”, que este Governo faz alguma coisa. E eu que até votei neles e até sou militante do PS... Eu gostava de ter uma vida “normal”, com a minha mulher. Que ela não chegasse a casa já noite cerrada, esgotada, nervosa, sem paciência para me aturar. Raios! Sem querer ser machista... tenho direito a isso.
Cumpram-se as leis do trabalho. Onde se aceita começar a trabalhar às 8:30h, interromper às 14:00h e ter que voltar à Escola às 17:00h para uma reunião de trabalho que nunca se sabe quando acaba? Não terão os professores os mesmos direitos dos outros trabalhadores? Mas infelizmente, Senhores Professores, os senhores e as senhoras não têm sabido reagir às tácticas do Governo e da Senhora Ministra.
Não têm sabido “ganhar a opinião pública”. E era tão simples. Assim:
1
Nós os professores não queremos mais “privilégios”, queremos trabalhar, nas instalações das Escolas, as nossas 35 horas semanais, queremos cumprir os horários de trabalho legalmente como os outros trabalhadores. Temos direito ao respeito pela nossa vida privada e familiar. Temos o direito de, uma vez cumprido o nosso horário, prestar atenção aos nossos filhos, aos nossos cônjuges, como o podem fazer os outros trabalhadores, sem serem permanentemente obrigados a pensar no serviço. Cumpriremos também as horas extraordinárias que sejam legais exigirem-nos, mas... essas contabilizam-se e pagam-se.
2
Nós, os professores, não recusamos qualquer avaliação, antes pelo contrário, mas não aceitamos que, por exemplo, tenhamos que avaliar do ponto de vista científico, um/uma colega de área diferente da nossa, nem sermos avaliados por um qualquer colega ou Senhor Inspector com preparação científica de outra área que não a mesma que nós. (exemplo à parte: a minha mulher, que é professora de Inglês, vai ter que avaliar, e também do ponto de vista cientifico, uma colega de espanhol. Acho que a minha mulher sabe dizer “gracias“ e pouco mais... Já lhe disse que tem todo o direito de se declarar incompetente nesse item específico da grelha. Ela até não pode dar aulas de espanhol!...)
Francamente gostava de ver este tipo de luta, gostava de ver explicar isto claramente a todos os portugueses, gostava que os professores não se deixassem ingenuamente levar na onda propagandística do Ministério.
E gostava de ver nas notícias, por exemplo, o passado em termos absentistas do tal Senhor Secretário de Estado Valter Lemos, a relação das suas faltas de cumprimento de compromissos assumidos perante os portugueses, nomeadamente em Castelo Branco, e a descrição pormenorizada do seu percurso politico passado. Mas isso são águas de outro moinho..."
Olinda: "Parabéns aos esposos(as) de professoras(es) que tão bem escrevem testemunhando as suas experiências familiares. Deixo aqui um texto de mais um marido de uma docente para que juntos possamos reflectir."
OrCa: "Se, ao menos, houvesse a humildade de se reconhecer os sacrifícios, incomodidades e outras M.E.R.D.A.S. a que nos sujeitamos - riscos nos carros, insultos e ameaças por interposta pessoa, etc., etc. - até que nem seria mau de todo. Ainda assim, cada um(a) tem obrigação de saber ao que vai, quando casa com um(a) professor(a). Agora, esta cena apalhaçada de se mudarem regras do jogo em cada quinzena e vir dizer, com um desplante que roça o soez, que os professorzecos são uma corja de calões, ah, isso não!… Que eu, não sendo professor, levo com trinta e tal anos de devoção à causa do ensino por comunhão de adquiridos que mete qualquer Miluzeca de meia-tigela no coturno mais encardido de qualquer sem-abrigo cá do burgo! Olha, só a título de mero exemplo mesquinho, referindo incomodidades não contabilizadas: abomino férias em Agosto. Pois, por força da carreira profissional da minha-senhora-de-mim, levei a vida toda a tirar férias em Agosto... Desses trinta e tal anos, entre deslocações não pagas, alojamento não pago e refeições mal pagas, cerca de dois-terços do tempo levámo-lo ambos a subsidiar o ministério. Tecnologias de apoio, do lápis ao computador, do mais simples rabisco a sofisticadas apresentações em PowerPoint, fazem-se e pagam-se cá por casa, sim senhor, que a pelintrice institucional nem para anti-virus informáticos tem massas e, então, tudo que é computador de escola só anda devagarinho ou parado. O asco maior é quando vêm com tretas de comparações com Finlândias e outros desvarios. Ofereçam condições de trabalho minimamente equiparáveis, que depois a malta fala. Até lá tenham juízo e acautelem os costados, que isto está mesmo é a pedir bengalada! Os professores saíram à rua? Abençoados!"
A minha amiga Gotinha também fez uma referência a esta carta no seu Blogotinha. Aí, a Matahary fez um comentário que transcrevo aqui, ao abrigo do direito de chacota:
"Que é que esse gajo quer dizer com «trabalhos de casa»? Fazer a janta? Pôr a loiça na mánica? Grande coisa! E quando ele vai para fora, dias e dias à boa vida no estrangeiro, quem faz «os trabalhos de casa»? Ah, pois é...
Havia eu de conhecer esse gajo, que lhe contava umas das boas! Ele não está preocupado com o excesso de trabalho dos professores. Ele está é aflitinho com os «trabalhos de casa» que sobraram p'ra ele..."
Descobriu-me a careca!
março 01, 2008
A minha nona carta de trás da serra na revista Perspectiva
Triste ensina...
Olá,
Estou a escrever-te muito à pressa, que o tempo é pouco e tenho que fazer os «trabalhos de casa». São dez da noite e a minha mulher telefonou a dizer que está agora a sair da escola. Tem sido frequente este ano: eu e as nossas filhas jantamos e ela come depois qualquer coisa quando chega.
Já não me lembro do que é sairmos num fim-de-semana, porque precisa de estudar legislação e falta-lhe tempo para preparar aulas, testes… e depois corrigi-los. O tempo que passa na escola é ocupado com outras actividades... e reuniões aos montes.
Ela lá vai fazendo o melhor que pode mesmo que, como eu lhe digo, esteja praticamente a prescindir de ter tempos livres e a sacrificar a vida familiar. É que os professores têm uma característica que admiro: espírito de sacrifício. Como sabes, sou de uma família de professores e desde pequeno me habituei a ouvir os meus avós, os meus pais e os meus tios a falarem sobre irem “dar aulas para terras onde só se podia ir de burro”. Actualmente, mudou o meio de transporte mas a vida nómada mantém-se. Eu até acho que se devia dar a cada professor, no início da carreira, um kit com um burro, uma carroça, um cobertor e um cão. E, ao longo da carreira, sujeitam-se a situações e aceitam condicionalismos que noutras actividades seriam impensáveis. Há dias, em conversa com pessoas conhecidas casadas com professores, deram-me alguns exemplos. O marido da Mariazinha desabafa com ela ser “frequente as escolas não disponibilizarem os meios suficientes” para exercerem a sua actividade, sendo necessário adquirirem equipamentos e consumíveis que usam no seu trabalho. O Jorge Castro, que tem saudades de te ver por cá, acha que “propor a um professor que adquira um computador que vai utilizar como instrumento de trabalho, com acesso a uma bandinha larguinha, por preço ‘especial’ e condições ‘favoráveis’, é uma habilidade que não lembrava ao diabo” mas lembrou ao Governo. O Borges alertou que a mulher sempre teve necessidade de trabalhar em casa, além do horário que cumpre na escola e sem receber horas extraordinárias. Como disse o Pereirinha, “pode parecer um detalhe sem importância mas no Verão as famílias de professores só podem tirar férias na confusão do mês de Agosto, quando vai ‘tudo a monte’ para os destinos turísticos normais e os preços são mais elevados”.
“A isto”, lembrou a Filomena, “já estão infelizmente os professores habituados. Mas actualmente está a ser demais: congelamento de salários e de carreiras, alterações das regras de progressão com critérios que geraram injustiças e dos quais não foi permitido reclamar… e agora instalou-se o caos a meio do ano lectivo, com grande quantidade de legislação sobre o novo modelo de gestão, a avaliação dos professores e o novo estatuto do aluno, com várias lacunas e que estão a criar uma enorme confusão quanto a competências, leituras e implementações diferentes de escola para escola”. E fazer depender a avaliação de desempenho dos docentes do sucesso escolar e do abandono dos alunos? A Natália queixa-se da falta de sorte do marido, que "tenta sobreviver a uma turma de CEF's". CEF's?! Ela lá nos explicou que "são cursos para alunos especialistas em reprovações e com tendência para a asneira. É frequente ser alvo de ameaças, de agressões verbais e mesmo físicas. Sente-se entregue a si próprio. E será avaliado pelo desempenho deles". O Rogério estranha “se a ministra da Educação não se apercebe que criaram uma clivagem artificial entre professores, que se instalou o medo e um ‘stress’ tremendo”. Tive que lhe dizer que aos políticos não dá jeito ‘saber’. A Mariazinha perguntou: “O Ministério diz que quer valorizar a actividade lectiva – a nossa missão –, dignificar a profissão docente, promover a auto-estima e motivação dos professores mas… assim?! Se não dispõem dos meios e o tempo necessários? E se não podem preparar devidamente as aulas porque estão ocupados com burocracias?”
Tive que lhes dizer que o problema é o isolamento de cada professor e no receio de ‘dar a cara’, gerando frustração e uma revolta surda. Entretanto, como diz uma amiga professora, os familiares são «sofredores passivos». Como eu de passivo não tenho nem quero ter nada, até já pensei organizar uma Manifestação dos Esposos Revoltados de Docentes Abusados. Até aproveitava para te ir visitar...
É pena não estares connosco... e não estares casado com uma professora. Entender-me-ias melhor.
Um abraço deste que te estima,
Paulo Proença de Moura
Página on-line da revista «Perspectiva». Na secção das Crónicas estão disponíveis todos os meus textos anteriores.
Olá,
Estou a escrever-te muito à pressa, que o tempo é pouco e tenho que fazer os «trabalhos de casa». São dez da noite e a minha mulher telefonou a dizer que está agora a sair da escola. Tem sido frequente este ano: eu e as nossas filhas jantamos e ela come depois qualquer coisa quando chega.
Já não me lembro do que é sairmos num fim-de-semana, porque precisa de estudar legislação e falta-lhe tempo para preparar aulas, testes… e depois corrigi-los. O tempo que passa na escola é ocupado com outras actividades... e reuniões aos montes.
Ela lá vai fazendo o melhor que pode mesmo que, como eu lhe digo, esteja praticamente a prescindir de ter tempos livres e a sacrificar a vida familiar. É que os professores têm uma característica que admiro: espírito de sacrifício. Como sabes, sou de uma família de professores e desde pequeno me habituei a ouvir os meus avós, os meus pais e os meus tios a falarem sobre irem “dar aulas para terras onde só se podia ir de burro”. Actualmente, mudou o meio de transporte mas a vida nómada mantém-se. Eu até acho que se devia dar a cada professor, no início da carreira, um kit com um burro, uma carroça, um cobertor e um cão. E, ao longo da carreira, sujeitam-se a situações e aceitam condicionalismos que noutras actividades seriam impensáveis. Há dias, em conversa com pessoas conhecidas casadas com professores, deram-me alguns exemplos. O marido da Mariazinha desabafa com ela ser “frequente as escolas não disponibilizarem os meios suficientes” para exercerem a sua actividade, sendo necessário adquirirem equipamentos e consumíveis que usam no seu trabalho. O Jorge Castro, que tem saudades de te ver por cá, acha que “propor a um professor que adquira um computador que vai utilizar como instrumento de trabalho, com acesso a uma bandinha larguinha, por preço ‘especial’ e condições ‘favoráveis’, é uma habilidade que não lembrava ao diabo” mas lembrou ao Governo. O Borges alertou que a mulher sempre teve necessidade de trabalhar em casa, além do horário que cumpre na escola e sem receber horas extraordinárias. Como disse o Pereirinha, “pode parecer um detalhe sem importância mas no Verão as famílias de professores só podem tirar férias na confusão do mês de Agosto, quando vai ‘tudo a monte’ para os destinos turísticos normais e os preços são mais elevados”.
“A isto”, lembrou a Filomena, “já estão infelizmente os professores habituados. Mas actualmente está a ser demais: congelamento de salários e de carreiras, alterações das regras de progressão com critérios que geraram injustiças e dos quais não foi permitido reclamar… e agora instalou-se o caos a meio do ano lectivo, com grande quantidade de legislação sobre o novo modelo de gestão, a avaliação dos professores e o novo estatuto do aluno, com várias lacunas e que estão a criar uma enorme confusão quanto a competências, leituras e implementações diferentes de escola para escola”. E fazer depender a avaliação de desempenho dos docentes do sucesso escolar e do abandono dos alunos? A Natália queixa-se da falta de sorte do marido, que "tenta sobreviver a uma turma de CEF's". CEF's?! Ela lá nos explicou que "são cursos para alunos especialistas em reprovações e com tendência para a asneira. É frequente ser alvo de ameaças, de agressões verbais e mesmo físicas. Sente-se entregue a si próprio. E será avaliado pelo desempenho deles". O Rogério estranha “se a ministra da Educação não se apercebe que criaram uma clivagem artificial entre professores, que se instalou o medo e um ‘stress’ tremendo”. Tive que lhe dizer que aos políticos não dá jeito ‘saber’. A Mariazinha perguntou: “O Ministério diz que quer valorizar a actividade lectiva – a nossa missão –, dignificar a profissão docente, promover a auto-estima e motivação dos professores mas… assim?! Se não dispõem dos meios e o tempo necessários? E se não podem preparar devidamente as aulas porque estão ocupados com burocracias?”
Tive que lhes dizer que o problema é o isolamento de cada professor e no receio de ‘dar a cara’, gerando frustração e uma revolta surda. Entretanto, como diz uma amiga professora, os familiares são «sofredores passivos». Como eu de passivo não tenho nem quero ter nada, até já pensei organizar uma Manifestação dos Esposos Revoltados de Docentes Abusados. Até aproveitava para te ir visitar...
É pena não estares connosco... e não estares casado com uma professora. Entender-me-ias melhor.
Um abraço deste que te estima,
Paulo Proença de Moura
Página on-line da revista «Perspectiva». Na secção das Crónicas estão disponíveis todos os meus textos anteriores.
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