julho 31, 2013

cubo de rubik em 7,36 segundos

 se Relvas estivesse ainda no Governo, este jovem Australiano
seria provávelmente o novo "Embaixador do Impulso Governativo"

julho 26, 2013

julho 23, 2013

Prostituição - a minha história (XII)

Verão de 1997... (...) Sentada à minha frente, pintava-me os lábios de um vermelho obsceno, olhava-me, satisfeita, mostrou-me o espelho para que contemplasse a maravilha: todo o esplendor da vulgaridade, um néon luminoso num cartaz pálido, o sorriso de uma palhacinha de rua e eu sorri, sorri, sorri bastante para experimentar aquela boca que, certamente, não era minha. Olhei o meu cigarro manchado daquela cor e tive vontade de fazer imensas caretas ao espelho. "Assim, vais fazer mais homens!", exclamava ela, eu tentava fazer um ar satisfeito mas o espelho devolvia-me um ar aparvalhado que, felizmente, em mim, poderiam interpretar como satisfação. Não via qualquer necessidade de "fazer mais homens", já tinha entre dois a seis atendimentos diários mas, se o diziam e de forma tão convicta, é porque devia ser verdade. Um cliente ligava a reclamar que eu não tinha aparecido para almoçar com ele, tal como tinha combinado. Aquilo não me fez qualquer sentido, de facto tinha-me convidado para almoçar, combinou hora e local mas aquele senhor de idade, uma espécie de pelicano gordo que se arrastava em vez de andar, com uma bengala na mão, que resmungava em vez de falar, não me parecia pertencer à realidade, à dimensão em que eu fazia coisas banais como almoçar acompanhada num restaurante e, quando me convidou e me explicou os detalhes da hora e local, eu devo ter abanado a cabeça para cima e para baixo, como se ele estivesse a imaginar mais um episódio daquele filme em que eu tinha de o vestir e despir e ampará-lo ao sentar-se e levantar-se porque ele já não conseguia fazer nada sozinho, não me ocorreu contrariar-lhe uma fantasia inofensiva que o estava a deixar contente, era evidente que aquilo não podia ser a sério, então como seria o absurdo de me juntar àquele personagem num sitio real do Mundo e comer? O que conversaríamos? Teria de lhe dar o comer à boca? Mas o homem telefonava a reclamar, afinal era uma pessoa real que até tinha estado num sítio do Mundo real à minha espera, afinal existia mesmo e exigia ver o meu Bilhete de Identidade porque, obviamente, se eu não tinha atendido o tão simpático convite dele era porque devia ser menor!!! Nesse dia, percebi também que ninguém naquela casa tinha dúvidas quanto à minha idade, toda a gente achava que eu era menor, a estupefacção quando mostrei a minha identificação à recepcionista e ela confirmou que eu já tinha os dezoito foi geral. E assim se passou mais um surreal dia, entre retoques de maquilhagem e sugestões de como dispensar convites para almoços e afins sem parecer não ter vontade de aceitar. (Continua)

Cavaco vítima...


da febre da cagarra
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julho 18, 2013

nas Selvagens...

momentos antes da chegada da comitiva oficial....
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julho 16, 2013

Epitáfio? (ou mais uma croniqueta a dar pró deprimente...)

E lá foi mais um. Victor sem vitória, Gaspar-reizinho-mago sem estrela que o guie, para além dos patrões da finança que o aconchegam. Passou por cá, efémero mas contundente, para desgraça nossa. Terá lugar guardado à mão direita de qualquer deus-pai da alta finança, que lá isso eles cultivam muito entre eles: entreajudam-se e sabem pagar fretes. 

Talvez fosse monocórdico o seu tom. Mas foi avassaladoramente polifónico o seu dom.

Coelho lhe deu guarida e sustento. A todos nós, também não. Não caberíamos todos na lura…

Resvalou o Victor em inconstitucionalidades permanentes. O chefe encolheu os ombros. E ele não se curou. Reincidiu e voltou a reincidir. Voltaria a fazer a mesma coisa se o deixassem (se o deixarem?).

Então, de assombro em assombro, Passos Coelho deu novo passo perdido ao nomear ministra-substituta a swap-secretária Maria Luís. Quer mais do mesmo mas, já agora, mandando ele qualquer coisinha – dizia-se -, para que tudo vá ficando na mesma alegre pasmaceira… Fiquei na dúvida se a escolha não teria sido motivada pela similaridade de penteados entre Maria Luís e a Angela Merkle.

Paulo, que não é Pedro, nem sobre ele este edificará nenhuma igreja, secundou-o na saída e bateu com as portas como ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros. Com todas as portas: as abertas, as fechadas e as encostadas. Irrevogavelmente.

Depois houve notícia de que, afinal, um portãozito das traseiras, mesmo ao lado da porta do cavalo, estava aberto para qualquer circunstância de extravio de chave ou de mandato e a irrevogabilidade transformou-se, prontamente, numa situação furtuita e efémera, como tudo o que é transitório nesta vida e, após assento à mesa das aflições, sai proposta de vice-primeiro, o que deverá considerar-se uma proposta viciosa.

Como acólito, Pires de Lima, o inefável. Os outros ministros do alfombre CDS iam sair, mas já não saíram… E propunha-se essa coisa extraordinária de se dar uma cambalhota com os resultados das últimas eleições, entregando o poder a quem teve votação minoritária. Essa é que é essa, digam lá o que quiserem.

E o PSD a ver passar todos estes comboios, foguetes e lantejoulas, impávido mas pasmo, mudo e quedo mas perplexo.   

Aí, chega o presidente de todos os portugueses a dar – finalmente – um murro na mesa! Parte o punho com a murraça e destrambelha o (des)governo do país com uma farândola de decisões que nem o são muito bem nem antes pelo contrário. Ele não pode com o Portas, é certo. E não lhe apetece aturar o Passos, também. E ele, como os elefantes, é homem que não esquece antigos agravos – veja-se o episódio Saramago. Lembram-se do filme Aníbal e os Elefantes, com Victor  (também ele) Mature?

Propõe o presidente, no desconchavo do desespero, um entendimento de «salvação nacional» aos três assinantes do programa de submissão. E eles lá vão, os três, mais cordatos uns do que outros, mas todos atentos e obrigados à ordem dada por um zombie à múmia que já era o governo: levanta-te e caminha!

E o país estremece, rola sobre si próprio, boceja, aconchega os lençóis, volta-se para o outro lado… e adormece, de novo que, não tarda nada, está aí a chegar outro campeonato de futebol.  

Dir-se-ia, de tal cenário, o sono da morte. Dos inocentes? Ou nem por isso? Temos país, ainda? Ou nem por isso?

Tentei efectuar uma sondagem aos mercados. Como as disponibilidades não são muitas só deu para ir ao mercado de Carcavelos. Mas o que é verdade é que não encontrei por lá ninguém que estivesse a dar grande atenção a estas coisas…

Mas pude verificar que, ao contrário de outros tempos, em que as moscas mudavam, mas a estrumeira era a mesma, agora nem as moscas mudam. São todas velhas conhecidas. As moscas, os seus zumbidos e as caganitas que largam conspicuamente nos tais  lençóis em que dormimos.

julho 11, 2013

Cavaquismos pirotécnicos em época de incêndios

Eis de novo Portugal no seu melhor: Aníbal Cavaco Silva, presidente de todos os mercados, abdica dos portugueses e institui, pelo seu inefável pensamento, uma troika interna para o que não está mandatado por ninguém, a começar pela própria Constituição da República. 

Pelo caminho, deslastra os incómodos Bloco de Esquerda, PCP e mais algumas «minudências», contrariando, desde logo, a letra e o espírito da tal Constituição que jurou defender… 

Se pensarmos na sugestão desastrada de Manuela Ferreira Leite, vai para uns tempinhos, aqui temos uma versão alargada e surreal de Cavaco no País das Maravilhas, com coelhos e homens com lata e tudo. Pelo caminho, este perplexo cidadão e eminente pagador de impostos que sou eu, pergunto-me: 

E esta proposta será exequível? Tal esquema pode ser imposto aos três partidos que ele nomeia? E como? E o PS alinha? Então o senhor Seguro anda a dizer que só entra num esquema governamental mediante eleições e vem, agora, o senhor Cavaco dizer que antes pelo contrário…? 

Estaremos, afinal, numa «democracia tutelada», ao contrário da respeitável opinião de Manuel Alegre, e o seu tutor é o senhor presidente? Então já temos duas tutelas: uma externa, que já se conhece, e uma outra interna, que o senhor presidente conhece e nós não? 

E, afinal, o actual governo sempre cai? Já caiu? Os novos proto-ministros tomam posse ou nem por isso? E a «salvação nacional», que o senhor presidente deseja impor, vai constituir governo em cima do governo actual, ao lado do governo actual ou por baixo do governo actual? 

E tudo se dissolve em Junho de 2014, porquê? Porque não em Setembro? Ou em Dezembro, tipo Natal com todos e dissolvidos…? Chega tão longe a capacidade premonitória do senhor presidente quanto à oportunidade política circunstancial? 

E a chantagem canhestra que o senhor presidente está a ensaiar sobre o PS é legítima? Vejamos, os «outros» dois já são governo. O senhor presidente fala, chega o PS e diz: «- Não, a mim ninguém conta nada, não me passam cartuxo e, agora, querem que me alie com aqueles dois marados? Nem pensar!». E continua amuado. 

Vai o PSD e retorque (para o povo, claro): «- Vêem, vêem, estes meninos é que não querem brincar connosco! Assim, por causa deles, quem se trama é o país. Mas a culpa é deles, que assinam tudo e não alinham em nada… Nós cá estamos, esforçados, a tratar-vos da saúde e da carteira». E a birra continua.

Aqui, o CDS do PP, com muita tranquilidade, depois de abrir várias lojas para venda dos tapetes que tirou dos pés de adversários e de companheiros de jornada, sorri e remete-se a um prudente e expectante silêncio. Guardado está o bocado para quem o há-de comer, lá diz o povo. 

Mas o senhor presidente estará, ainda, lúcido? Sabe-se (ou presume saber-se) que ele não vai à bola com o Paulo Portas mas, que diabo, tudo tem limites e uma separação, mesmo litigiosa, não justifica tanta violência doméstica. 

E, depois, a invocação delirante de uma personalidade de mistério que é capaz de ser consensual relativamente aos três partidos da assinatura da troika… Quem será? O D. Sebastião? O Embuçado? O Tino de Rans? O Tony Carreira? Não nos esclarece nem por um decreto, este senhor presidente. Mas o seu suspense esmaga! Pelo menos, até que algum inevitável arroto nos indicie que a digestão está feita e a vida segue o seu curso. 

Esta croniqueta é escrita a quente, sem eu saber, ainda, qual o desenvolvimento assumido pelos partidos. Todos. 

Portanto, é o que é: tão-só uma imensa perplexidade perante esta inesgotável capacidade do senhor presidente ser mais um dos que contribui de tantos e tão desvairados modos para a viscosidade do pântano.

Mas, outra vez que isto preocupa-me, o governo cai ou não cai? Cuidado, que os mercados andem aí…! Ou não.

este calor...

será suficiente...
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julho 08, 2013

Santos atrás de Portas não fazem milagres

E aí estamos nós, outra vez, nos cumes da «democracia»…

Se era absolutamente previsível que o arranjo político que deu origem primordial ao actual governo deixava Passos na mão de Portas; se era, outrossim, previsível que a ratice e manha políticas de Portas deixava Passos refém da sua própria (in)capacidade de lhe fazer frente em ratice e em manha… tudo apontava, apenas, para se saber qual o momento mais propício para que Portas batesse com as ditas na cara da coligação.

Podem, pois, os politólogos analíticos que enxameiam a nossa paciência dizer cobras e lagartos de Portas, mas apenas para tentar, sem jeito nenhum, aliás, esconder que ele levou a efeito uma jogada de mestre.
Guindou até já ao nível ministeriável o inefável Pires de Lima que, após uma pouco penosa travessia do deserto da nossa política caseira, já adquiriu galões de excelentíssimo gestor e personagem preclara para se posicionar como timoneiro da nossa economia. Ele, ainda há tão pouco tempo advogado das maiores reacionarices, primárias e secundárias, acerca do mercado do trabalho e outras minudências teóricas. Nada disto cessa de me espantar…! 

Poderá o seu desenvolvimento correr melhor ou pior. Cá estaremos para ver e sentir. Mas o que é verdade, verdadinha, é que um partido altamente minoritário é quem detém, em suas mãos, os destinos do país. Ainda para mais, com a possibilidade de manter Passos como bode expiatório, se as coisas, como se prevê, correrem mal.

Pelo caminho, fica a possibilidade sempre presente de uma futura aliança PS com CDS/PP, pois este indómito defensor da democracia mantém, em cada acto político, as dobradiças do poder bem oleadas, para poder abrir-se para o lado que lhe der mais jeito.

O próprio PS não saberá o que fazer se não alcançar uma maioria absoluta. Problemas e complexos atávicos e endémicos impedem-no de estabelecer pontes com o BE ou com o PCP… De onde só lhe restarão os amigos da «direita» - onde não incluirá o PSD… porque não, pronto! 

Podem todos dizer-me que tudo isto acaba por ser de pouco relevo, porquanto os destinos de Portugal estão já entregues, de facto e de longa data, em mãos estrangeiras. Será. Mas por esta via, cada vez estarão mais. E nós pior.

A Democracia, em todo este contexto, não é, obviamente, para aqui chamada. Só estorva. O Passos, mal obtém a maioria dos votos, logo no dia seguinte atira às urtigas o programa eleitoral que o conduziu a essa maioria. Por inépcia, trapalhice ou por ser vendilhão, atira também as pastas mais determinantes do seu governo para «independentes»: Victor Gaspar, Paulo Macedo, Nuno Crato, Álvaro Santos Pereira. Outras ainda, ao falcão peregrino que arvorou como seu parceiro da coligação.

Se virmos bem, qual é, de facto e de direito, a sustentação do actual governo, à luz das eleições e dos votos atribuídos? Se virmos as coisas por este prisma, o conceito de palhaçada adquire outros poéticos contornos.

Tem graça e a propósito… Não sei porquê, neste arremedo de análise esqueci-me do papel do senhor presidente da República neste contexto. Mas creio bem que ele não tem, em boa verdade, papel nenhum.

julho 06, 2013

nova fórmula...

diz o coelho
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Prostituição - a minha história (XI)

Retalhos

Bebe-me
que eu sirvo-te estremeções
que eu sirvo-te a dor
que eu sirvo-te rasgões
por uma gota de amor

Verão de 1997... (...) e eis-me à porta, com a mesma estranheza inicial, como se fosse a primeira vez mas soubesse o que se passa ali porque li num livro, a minha vontade refém daquele Mundo do fantástico e do dinheiro, eu prisioneira de mim. Entro e sento-me na sala, mulheres e sacos e uma caixa de pizza pelo chão. Mas onde estás tu, Joana? Do outro lado do espelho. Uma das moças, seríssima, contava os preservativos, outra experimentava vestidos demasiado curtos, com um ar satisfeito. Uma terceira moça que sempre me pareceu sofrer ligeiramente de Tourette, de vez em quando levantava-se, como se tivesse molas, e saltitava, começava a andar eléctrica de um lado para o outro da sala, mexia-se como se tivesse os braços e as pernas demasiado compridas para o resto do corpo e alguém lhe puxasse os ombros para trás, ao mesmo tempo gostava de gritar "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuu", muitas vezes dizia aquilo e outros disparates com um ar de enorme satisfação e linguagem corporal adequada ao disparate, estava a ver TV e lá vinha: "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuu", vinha de uma apresentação: "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu", falava-se em almoço ou lanche: "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuu"... Outra, uma loira, explicava que trabalhava à noite e que era tudo muito fácil e estava tudo planeado, se alguém a seguisse para casa a pensar em assaltá-la, ela tinha aquilo e tirava o "aquilo" da mala que era uma arma, semi-automática, que ela mostrava com a naturalidade e diversão de quem mostra uma pulseira. As outras moças, quando a apanhavam pelas costas, contavam que não queriam ir trabalhar com ela quando os clientes pediam duas meninas porque, nesse caso, o atendimento devia durar uma hora mas bastava o cliente ir ao wc fazer um xixi para ela se levantar cheia de pressa, fazer a cama e vestir-se; quando o cliente voltava ficava, claro está surpreendido mas ela mexia-se e falava tão depressa que os despachava para fora do quarto em segundos. Dizia alto e bom som não aceitar "fazer uma hora, só meia hora, porque uma hora não compensava financeiramente" mas quando era escolhida e lhe perguntavam, na sala, se podia ser uma hora dizia que sim, claro que sim. Ouvia-se a recepcionista ao telefone, numa voz muito fininha a parecer uma menina: "siiiiiiiimmm, eu faço tudinhooooooooo, gosto muiiiiiiiiiiitoooooo", a campainha tocava, "olho do cuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu", "apresentaçãããããão", outra queixava-se "ai, tinha as unhas a meioooooooooooo", tocava novamente a campainha e, de repente, sentavam na nossa sala, no meio de nós, um homem qualquer, no meio daquela cena, o homem com o corpo completamente imóvel, os olhos muito abertos, as pernas encolhidas como se se sentisse a ocupar muito espaço e, de vez em quando, girava o pescoço de um lado para o outro, da esquerda para a direita, como um autómato saído de um cartoon, eu imaginava em cima da cabeça dele, vários balões de texto que ilustravam o seu pensamento: "sexooo, sexoooo, mamaaaas, raboooooos...". (Continua)

julho 03, 2013

em grupo sai mais barato...


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«isto» anda tudo ligado...
ou de como são diferentes as empresas privadas em Portugal

Marido de Maria Luís Albuquerque contratado pela EDP

 

- O ex-jornalista, dispensado do Diário Económico, acaba de assumir funções de consultor na empresa que a mulher privatizou.


O marido da recentemente empossada ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, foi contratado pela EDP para prestar serviços de consultoria nos projetos do grupo fora de Portugal, avança a revista «Visão». António Albuquerque era jornalista da área económica e foi dispensado pelo «Diário Económico» há cerca de dois meses.

Maria Luís Albuquerque, a nova ministra das Finanças, foi a responsável, ainda enquanto secretária de Estado do Tesouro, pela conclusão da venda, no último dia de 2011, de uma participação de 21,35% na elétrica aos chineses da Three Gorges, por 2.700 milhões de euros.

A EDP, presidida por António Mexia, é hoje uma empresa 100% privada, maioritariamente detida por aquele grupo estatal chinês.

A operação de venda aos chineses está a ser investigada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), onde Maria Luís Albuquerque já foi prestar explicações sobre eventuais pressões a que poderá ter sido sujeita durante a privatização, lembra a «Visão». A investigação destina-se a esclarecer suspeitas de tráfico de influências, depois de, no âmbito da operação Monte Branco, José Maria Ricciardi, presidente do BESI, ter sido escutado em conversas com o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. Nesse âmbito, foram já realizadas buscas ao Caixa BI, BESI e Parpública, entidades que, a par da consultora Perella, estiveram envolvidas na privatização da EDP e da REN.

O ex-jornalista ingressou no «Diário Económico» depois de uma passagem pela agência de comunicação Cunha Vaz & Associados. Após a nomeação da mulher para o Tesouro, no final de junho de 2011, deixou de exercer cargos executivos naquele diário especializado em economia, detido pela Ongoing.

Em finais de 2012, foi incluído numa lista de cerca de duas dezenas de funcionários a dispensar pela empresa, tendo chegado a um acordo de rescisão há cerca de dois meses. Seguiram-se algumas semanas no desemprego, até ser contratado a prazo pela EDP, com as funções de consultor. Esta informação foi prestada à «Visão» por um porta-voz da elétrica, sem precisar, no entanto, a data nem o âmbito do processo de recrutamento a que o marido da ministra das Finanças foi sujeito. Contactado pela revista, António Albuquerque disse nada ter a acrescentar ao que a EDP já tinha confirmado.

Eu, comentários, nem tenho! Apenas me pergunto - parvo que eu sou! - qual a lógica de enfeudamento (ou antes pelo contrário...) que preside a estes tão aparentes pagamentos de favores, tão descaradamente às claras, no universo das empresas privadas em Portugal? Nem recato, nem pudor. À javardeira e está a andar!

Pode saber-se quem o propôs? Quem o aprovou? Que contrato foi firmado? Quanto está a auferir? Nem haveria, nos quadros da empresa, quem pudesse desempenhar tal tarefa?

Ah, abençoada transparência...!

julho 02, 2013

... será desta ?

saíu um... outro a caminho e com um bocado de sorte...
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Depois da minha mensagem que a Autoridade Tributária agradeceu (!) hoje enviei mais esta

"Para
Autoridade Tributária


Exmos. Senhores

Sou Paulo Moura, assessor da administração da empresa XXXXX (NIF XXXXX).

1) Esta manhã, tentámos por várias vezes telefonar para o número da AT para comunicação de documentos de transporte. A mensagem que obtínhamos era que "o número de contribuinte indicado não é válido". Tentámos com outros números de contribuinte e funcionava. Agora, experimentámos de novo com o nosso número de contribuinte e já funciona. O que se passou?

2) O número da AT para comunicação de documentos de transporte (21 049 39 50) parece ser um número de telefone de Lisboa, não gratuito. É assim? Qual é o custo das chamadas para esse número, para empresas fora de Lisboa? Se houver um custo de chamada telefónica para rede fixa, consideram isso razoável (as empresas pagarem para vos fornecerem informação, em alguns casos por indisponibilidade do Vosso webservice) e justo (empresas de Lisboa pagarem uma chamada local e todas as outras pagarem uma chamada nacional)?

3) Entre ontem e hoje (até ao momento), temos já vários documentos de transporte, emitidos informaticamente, para os quais deveríamos ter recebido, por Webservice, os códigos da AT. Desses:
• 35 tiveram o código da AT atribuído;
• 2 tiveram um código de erro (33) sem mensagem;
• 1 teve a mensagem de erro "-6 - A data de início de transporte não pode ser anterior à data actual" (teremos que pedir ao nosso fornecedor de software para que a data/hora seja actualizada quando se cria o documento, já que nos informam que a tolerância, que inicialmente era de 30 segundos, passou para 5 minutos, o que pode não ser suficiente para documentos com muitos produtos... e, em alguns casos, a obtenção do código, só por si, pode demorar mais do que um minuto);
• 11 com a mensagem "9999 - the operation has timed out" que atribuímos a problemas no vosso servidor (mas não podemos adivinhar pois V. Exas. não disponibilizaram um manual ou lista com a explicação de cada erro);
• 2 com a mensagem "9999 - failed to process response headers"?!
• 6 com a mensagem "mismatched tag, expected hr at offset 244 of"?!
• 5 com mensagem "0 - rejected by policy"?!
Ou seja, em menos de 2 dias úteis, temos 27 documentos que necessitaremos de comunicar à AT até 15 de Outubro.
Só vejo uma hipótese minimamente aceitável para fazer essa comunicação: a AT aceitar o envio do ficheiro SAF-T (ou com conteúdo idêntico), com estes documentos, até 15 de Outubro, independentemente de terem data/hora anterior ao envio. Se tal não acontecer (ou uma outra alternativa equivalente), V. Exas. estarão a causar ainda mais problemas às empresas do que aqueles que este sistema, só por si, já implicou e vai continuar a causar. Sugiro mesmo que o baptizem de «Complicadex»! Se V. Exas. tivessem consciência do que estão a prejudicar as empresas e a economia, só poderiam tomar uma única decisão racional: acabar com isto, que mesmo antes de nascer já estava torto!

Cumprimentos,
Paulo Moura"

Última Hora!!!!!



Paulo Portas demitiu-se

julho 01, 2013

ÚLTIMA HORA!!!!!


  foto blogue: "contra-facção.blogspot.com


Victor Gaspar sai do Governo....!!!!!!!!!!!
(Qual Governo???)

Vítor Gaspar pode sair do Governo - diz TSF

alguma insegurança social

Imaginem uma necessidade premente de contactarem telefonicamente a Segurança Social em nome de um familiar que, por razões de doença, não está em condições de o fazer. Sei lá… por exemplo, para tratar de uma isenção em taxas moderadoras que tarda em efectivar-se…

Sabem o que vos vai acontecer? Uma senhora simpática, do outro lado, diz-vos que poderá transmitir a informação necessária, também telefonicamente, mas apenas mediante a autorização, outra vez telefónica, do próprio beneficiário.

Então, mesmo sem desligar a chamada, vocês chamam o tal próprio beneficiário - que pode mesmo ser ele ou talvez não -  que, ainda uma vez mais e sempre ao telefone, confirma que, sim senhora, está a autorizar a prestação da informação a terceiro.

E a informação é-vos transmitida.

Se isto não é a manifestação cabal de que estamos a viver num regime de estupidez institucionalizada, então é o quê?

Claro que vos serão solicitados alguns dados identificativos. Mas esses obtêm-se em qualquer lado e sobre qualquer cidadão, sem grande esforço.

Pessoalmente, até considero aligeirado o procedimento, que nos alivia de deslocações sempre incómodas. Mas, por outro lado, onde é que mora a reserva de confidencialidade que se deve esperar em matérias onde ela é ponderosa?

Vejamos: estas coisas têm sempre por trás um despacho regulamentar interno qualquer, que alivia os funcionários de responsabilidades espúrias. Assim sendo, também neste caso, terá existido uma inteligência qualquer que definiu que, a bem do cidadão, esta confirmação telefónica seria útil e necessária e, seguramente, muito mais simplex.

Mas a verdade é que, pelo menos enquanto os telefones não reproduzirem a imagem de cada utente, qualquer um pode dizer, ao telefone, que é o senhor fulano de tal e que confirma tudo e mais alguma coisa… ou não será?

Colocada perante esta dúvida, a senhora funcionária simpática, em resposta, riu-se muito simpaticamente. Eu também. Mas agradeci muito a informação que me foi transmitida.