dezembro 20, 2013

O que Sabia Cristóvão Colombo sobre o Novo Mundo? - III



navio Egipcio do tempo dos Faraós
A civilização Minoica floresceu a partir da Ilha de Creta. Os estudos e escavações, iniciados em 1900 por Arthur Evans, demonstram que a fixação da população na ilha se ficou a dever a sucessivas invasões vindas do Oriente e do Norte de África. Uma vez estabilizados, e tendo-se tornado hábeis navegadores, espalharam a sua influência de forma progressiva instalando postos comerciais e colónias, interagindo com outros povos, suportando invasões de novas vagas e invadindo eles outros territórios, estando ligados à formação das primeiras cidades da região a que chamamos Grécia.
Em determinada altura teriam cobrado impostos a Atenas. O mito do Minotauro tem metaforicamente a sua raiz neste facto: os jovens sacrificados anualmente ao monstro do labirinto, representariam a riqueza criada que seguia na direcção do rochedo no meio do Mediterrâneo, o monstro que tudo devorava.
No entanto, nos séculos de esplendor que caracterizaram os dois grandes períodos Minoicos, estes estabeleceram contactos comerciais profícuos e solidários por todo o velho mundo formando uma teia coesa de interesses. Como se disse no texto anterior, foi o comércio do cobre que mais caracteriza a sua marca na História. A tese bastante bem fundamentada de que teriam chegado à América do Norte onde explorariam os riquíssimos recursos cupríferos, esbarra naturalmente com o cepticismo habitual de quem considera a História um livro fechado. Mas há outros factos que abrem novas brechas nas posturas ortodoxas. Se os Minoicos chegaram à América, não seria natural comercializarem outros produtos além do cobre? A pergunta é relativamente recente. Sabemos que o Mundo Antigo era caracterizado por um forte sentimento de magia que percorria transversalmente todas as culturas. Determinados rituais das tribos da América do Norte implicam o consumo de alguns produtos, plantas e derivados destas. Não teriam migrado certas práticas e produtos, para além do cobre, entre os dois lados do Atlântico?
O momento actual é felizmente, por um lado, marcado pelas tecnologias de ponta. Os arqueólogos do futuro serão antes de mais, cientistas e pesquisadores nestas tecnologias, a par da sua formação em História; a base de tudo. 
A pergunta, atrás posta, começou a formar-se lentamente a partir das conclusões de algumas análises a  Henut Taui, da 21ª Dinastia, cerca de 1000 anos A.C. Tendo sido adquirida no Séc. XIX pela coroa da Bavaria, Alemanha, esta permaneceu ignorada até que a reputada toxicóloga forense, Dr.ª Svelta Balabanova aplicou um método de análise por si criado. O que descobriu deixou-a estupefacta. A múmia revelava vestígios de nicotina e cocaína. Repetiu vezes sem conta as análises e em todas os resultados eram idênticos.
barcaça de juncos, rio Nilo
A publicação dos seus estudos e resultados foi recebido com uma torrente de críticas vindas de todos os lados. Desde tentativas torpes de fraude à possibilidade de contaminação exterior, tudo foi devidamente considerado. Após mais trezentas análises e despistes, a equipa certificou perante o mundo as conclusões: a múmia  da 21ª dinastia Egipcia era consumidora tanto de tabaco como de cocaína!
A Drª Balabanova propôs-se então a alargar as pesquisas e em 1976 obteve autorização para analisar a múmia de Ramses. Em Setembro desse ano a múmia chega a París e sob a responsabilidade de um equipa multidisciplinar entre os quais o Dr. Michelle Lescot, do  NaturalHistory Museum, foi preparada a amostra de pele que mais uma vez revelou  ser a elite suprema do Egipto, consumidora de produtos estupefacientes de origem desconhecida tanto no continente Europeu, Asiático ou Africano.
Uma pausa para reflexão faz com que algumas conclusões óbvias surjam. Se algum povo da Antiguidade conseguiu a passagem para o lado oposto do Oceano, tal proeza, malgrado as vantagens competitivas resultantes do conhecimento exclusivo de uma determinada rota, não poderiam nunca ter ficado para sempre em segredo. A ter havido contacto entre os dois continentes muito antes dos Vikings primeiro e Portugueses depois, como demonstra a Pedra de Dighton, essas visitas poderiam de facto ter sido repetidas de forma episódica por outros povos e deixariam certamente evidências.
O facto é que existem realmente muitas coincidências nas culturas do Novo Mundo localizadas no Centro e Sul do continente Americano e as conhecidas dos reinados dos Faraós: a mumificação ritual, pormenores de arquitectura, a construção de pirâmides, e mais ainda, a similitude entre elementos linguistas.
A palavra Uari no idioma –pese embora a grande profusão de dialéctos - Inca é semelhante ao Egípcio Uasri, que é uma das variantes de Osiris que também tem a designação de Unti e também de Ati.  Ora os Incas davam ao Sol a designação de Inti, significando a palavra "Inca" filho do Sol.
Encontramos uma singularidade linguística entre os dois povos separados por milhares de quilómetros de oceano e que consiste numa coincidência perfeita: o Vulcão Misti  em Arequipa condensa na sua morfologia os elementos atrás expostos em redor de Osiris e tanto em Egípcio como em Inca têm o mesmo significado. Também o culto ao Sol e a atribuição do seu endeusamento aos líderes é igual, tanto os soberanos Egípcios como os dos Incas eram representações do deus-sol na terra.
Outros factores contribuem para se acreditar cada vez com mais firmeza ter havido contacto entre as velhas civilizações. As lendas Incas, Maias e Aztecas referem-se recorrentemente a figuras míticas vindas de além-mar. Algumas aguardavam de algum modo a chegada messiânica de embarcações, repetindo alegadas visitas anteriores que as memórias locais apontavam por entre as efabulações terem acontecido em tempos imprecisos, algo que por um lado os terá feito receber sem oposição a ocupação dos primeiros
barcaça de juncos, lago Titicaca
colonizadores Espanhóis.
É ideia comum de que os Egípcios apenas teriam reles embarcações de junco e papiro. É relevante assinalar-se neste contexto, de que no lago Titicaca – entre a Bolívia e o Perú- são utilizados embarcações deste tipo – iguais às Egípcias - ainda nos tempos actuais como as ilustrações demonstram. No entanto, nada mais redutor do que assentar as habilidades de navegadores dos antigos Egípcios às barcaças atrás referenciadas. Os Egípcios construíram grandes embarcações de madeira e os baixos-relevos estão cheios de referências a eles em inúmeras ocorrências militares com opositores também eles dotados de embarcações de dimensões  consideráveis.   É assim muito provável que também os Egípcios, e não só, e em determinados contextos Históricos, pudessem ter atingido as costas da América.
E se assim é, haveria alguma forma de documentação sobre estes factos? E quantos teriam chegado às mãos da Dinastia de Avis?

3 comentários:

  1. As coisas que tu me ensinas!

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  2. Há bastantes estudos, bem fundamentados que apontam no sentido de que a História tem de ser reescrita, mas a inércia é ENORME...e dá jeito a alguns, nomeadamente aos nossos (in)amigos Alemães e Franceses que insistem nas teses das descidas dos Celtas quando . como o estudo da Graça Morais e a Fernanda Frazão demonstra.- de que teria precisamente sido ao contrário.
    Quanto à questão da descoberta da América, e da impossibilidade dos Egípcios terem atingido as costas da América com as barcaças de junco e papiro, é preciso desmontar essa ideia. Os Egípcios apenas usavam essas embarcações no Nilo.
    Construiram outras embarcações de madeira que iam quase aos cinquenta metros de comprimento.
    Se considerarmos que as três embarcações do Cristóvão Colón, La Niña, La Pinta, e Stª Maria, tinham respectivamente, -21,4mts x 6-; 17 mts x 5, 36 e a única que era náu,de três mastros naufragou junto à Ilha baptizada de "Hispañola" a actual República Dominicana: não se sabem ao certo as dimensões dela, Alguns estudiosos apontam para 23, outros para 29 metros de comprimento. Com os destroços do barco erqueram uma pequena fortificação dotada dos canhões que transportava.
    Colón voltou com as duas embarcações mais pequenas, menos manobráveis, atravessou o Atlântico de novo e aportou como se sabe primeiro em Portugal e depois é que foi para Espanha. Ora se ele fez isso tudo com duas cascas de noz, por que não poderiam ter os Egipcios ou Fenícios feito o mesmo, já que possuíam navios bem maiores e equipados além das velas, de jogos de remos?
    Algum dia se alterará tanto a forma como o conteúdo da História, Não que isso mude coisa alguma, pois o passado é passado e passado está, mas dado que o Homem é mais do que comer e dormir, importa saber que pele é que veste por debaixo do seu fato.

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    1. Eça é que é Eça... e tu, Charlie, é que és Charlie!

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