setembro 25, 2014

A propósito de «A vida na Terra por um Fio», um ponto de vista da Amazónia - Chama a Mamãe

"Pois é, Charlie, justamente nos momentos de grandes preocupações e de grandes tumultos, os homens e suas políticas não nos fazem muito felizes. Reúnem, reúnem-se e reúnem para discutir assuntos e nada resolvem de concreto, especialmente nessa questão do aquecimento global. Há interesses políticos e econômicos em jogo.
Hoje [23/9/2014], por exemplo, mais um desses «ENCONTROS» A Cúpula do Clima, na sede das Nações Unidas (ONU) em Nova York, com chefes de Estado, de governo e representantes de 125 países, convocada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, como um chamado ao "engajamento internacional", em prol da preservação ambiental e da redução dos efeitos das mudanças climáticas.
Mas não há consenso acerca desse tema. Cada um defende o seu interesse. Vejamos os Estados Unidos, por exemplo, acreditam que é possível conciliar a luta contra as mudanças climáticas com o crescimento econômico. De repente, até é possível mesmo, mas queremos ver essa conciliação na prática!
Nossa Presidente está por lá. Deve discursar ainda pela manhã (pelo fuso, isso já deve ter acontecido, até porque estou em meio à floresta e não estou assistindo nada que possa ser em vídeo). Decerto teremos mais um espetáculo de bla, bla, bla, promessas e pressões de todos os tipos, mas resultados concretos , nada!
O tal Ban tenta pressionar esses países a ter compromisso com o tema. Ora, ora, precisava haver pressão desse tipo? Isso não é responsabilidade de cada governo? Não são eles que detêm o poder de mando e desmando? As ações para evitar tragédias que o Planeta vem enfrentando por conta dos danos causados pelo Homem não deveria partir desses (des)governantes? Que falta de senso!
Na atividade diplomática, deveriam ter elevado grau de responsabilidades para com os povos de suas nações, e, consequentemente, com os destinos da Humanidade no planeta Terra. Enquanto isso, secas, inundações, conflitos e, como resultado, perdas econômicas cada vez mais profundas. Um cenário nada atraente que aguarda o planeta, se não forem reduzidas as emissões de dióxido de carbono (CO2). Não se pode desconsiderar uma certeza irrefutável: o aquecimento global tem a mão do homem.
Há um alerta sobre uma possível tragédia ao planeta, e isso não é de hoje. Concordo plenamente contigo, Charlie, de que “ Não há expressão que consiga sintetizar os custos de adiar-se o que é de extrema urgência.
Não para o Ano que vem, não para o mês que vem, nem sequer para a semana ou amanhã: é já e agora ou poderá nunca mais ser!”
Em que resultou o encontro de cientistas e representantes de governos na cidade japonesa de Yokohama? Os perigos destacados no relatório, o que está sendo feito para evitá-los, como: "INUNDAÇÕES: com as emissões crescentes de gases de efeito estufa aumentarão "significativamente" o risco de inundações, às quais Europa e Ásia estarão particularmente expostas. Se confirmado o aumento extremo de temperaturas, três vezes mais pessoas ficarão expostas a inundações devastadoras; SECA: a cada 1º adicional na temperatura, outros 7% da população mundial terão reduzidas em um quinto as fontes de água renováveis; AUMENTO DO NÍVEL DOS MARES: Se nada for feito, em 2100 "centenas de milhões" de habitantes das regiões costeiras serão levados a se deslocar. Os pequenos países insulares do leste, sudeste e sul da Ásia verão suas terras reduzidas.
FOME: os cultivos de trigo, arroz e milho perderão em média 2% por década, enquanto a demanda de cultivos aumentará 14% em 2050, devido ao aumento da população mundial. Os mais prejudicados serão os países tropicais mais pobres; DESAPARECIMENTO DAS ESPÉCIES: "Grande parte" das espécies terrestres e de água doce correrá risco de extinção, pois as mudanças climáticas destruirão seu hábitat; AMEAÇA PARA A SEGURANÇA - "As mudanças climáticas no século XXI empurrarão os Estados a novos desafios e determinarão de forma crescente as políticas de segurança nacional", adverte o esboço de resumo."
Ainda assim, algumas repercussões transfronteiriças das mudanças climáticas - A redução das zonas geladas do planeta, as fontes de água compartilhadas ou a migração dos bancos de peixes - "têm o potencial de aumentar a rivalidade entre os países". O relatório destaca, ainda, que a redução das emissões de gases de efeito estufa "nas próximas décadas" permitirá desativar algumas das piores consequências das mudanças climáticas até o final do século.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), em seus 25 anos de História, já publicou quatro desses relatórios, fazendo alertas em cada um deles, inclusive sobre as “gigatoneladas de dióxido de carbono emitidas pelo tráfego, as centrais, as centrais energéticas e os combustíveis de origem fóssil, assim como o metano, gerado pelo desmatamento e pela pecuária”.
Infelizmente, a então Cúpula de Copenhague, em 2009, que serviria para mais uma dessas discussões a respeito das ameaças ao planeta, foi abalada. Céticos, aproveitando-se de erros no relatório do IPCC, de 2007, deitaram e rolaram na demonstração da existência de visão tendenciosa sobre as tais ameaças.
Acontece que os tais céticos também nada apresentam como solução ao conflito.
É fato que a questão do aquecimento global tem tido controvérsias. Quem não se lembra do escândalo “Climagate”, que gerou uma polêmica mundial, quando, em novembro de 2009, hackers invadiram um computador da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, um dos principais centros da pesquisa sobre o aquecimento global, e de lá roubaram 1 000 e-mails e 2.000 documentos, em que os cientistas debatem questões técnicas - inclusive uma série de mensagens em que discutem um "truque" para "esconder um declínio" (palavras deles) na quantidade de CO2 presente na atmosfera em épocas passadas.
Céticos, que não acreditam no aquecimento global, ou acham que ele não é obra da humanidade, encararam os tais e-mails como suposta prova disso. Cientistas foram acusados de manipulação de dados. Montaram-se vários comitês independentes para investigar o caso, que chegaram a uma conclusão unânime. Os números do aquecimento global estavam certos, e o tal truque era apenas um procedimento matemático. Os pesquisadores tinham descartado alguns poucos números de medição de temperatura - que estavam muito diferentes dos demais, e, por isso, provavelmente errados. É uma técnica estatística válida e aceita pela ciência, segundo os entendidos.
Certo é que essa novela abriu uma nova discussão: existe muita coisa que ainda não entendemos sobre o aquecimento global. O básico, todo mundo sabe: o homem queima combustíveis fósseis e isso libera CO2, que se acumula na atmosfera e provoca o famoso efeito estufa, que impede que o calor se dissipe e deixa a Terra mais quente. Só que isso não conta toda a história. A emissão de CO2 desencadeia efeitos estranhos no planeta. E isso faz com que elementos aparentemente inofensivos se voltem contra a humanidade, piorando o aquecimento global.
Mas está à porta um iminente perigo.
Neste encontro de hoje, em Nova York, vamos aguardas pelas soluções públicas para lidar com as mudanças climáticas. Será que algum desses líderes presentes levou na mala alguma medida concreta? Ou vamos ficar tal qual o comerciante que se alegra com a venda de condicionadores de ar, de carros, sem se preocupar o quanto está, também, contribuindo para essas tragédias climáticas?
Enquanto isso, sob a Linha do Equador, vamos sofrendo com as altas temperaturas (e olha que estamos vizinhos a uma vasta vegetação: a Floresta Amazônica!)"
Chama a Mamãe

1 comentário:

  1. Da Cimeira de Nova York nada há a esperar.
    Ou seja, um pouco mais do mesmo, de efeito cosmético, porque o mundo do dinheiro não pode parar na sua lógica suicida.
    A minha esperança está na ciência.
    Ela que tanto contribuiu de forma perversa para o poder que cada um de nós, inconsciente ou talvez não, possui quando atira uma lata de óleo usado para um curso de água, ou quando pega numa motosserra e arrasa em dois minutos uma árvore que viu um ou dois séculos passar para crescer.
    Há, e sabemos isso até em muitos episódios da nossa vida pessoal, por vezes o surgir de um raio de sol que num ápice faz parecer uma distante névoa a tempestade eminente que sobre as nossas cabeças ameaçava abater-se
    E a esse propósito vou mais tarde colocar um post.

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