setembro 13, 2014

A responsabilidade e a honra

No espaço de 3 dias, os sindicatos e associações profissionais de dois dos mais importantes ministérios da república vêm à praça pública pedir a demissão dos respetivos ministros por causas que lhes são imediatamente alheias, mas das quais são hierarquicamente responsáveis. Na justiça e na educação as coisas estão a correr realmente mal. Grande parte da culpa é do sistema informático, outra da real falta de recursos humanos e uma terceira fatia deve-se mesmo à incompetência dos coisos que por lá estão. O comum cidadão pergunta-se: 'mas que culpa tem o/a ministro/a de que as coisas estejam em estado de citius?' Parece que nada, mas basta pensarmos nos exemplos lendários de honra que nos marcam há quase 900 anos. Quando o rebelde infante Afonso henriques comprometeu e faltou à verdade dos compromissos que tinha assumido para com o seu primo, rei de Leão, Egas Moniz pôs a sua vida e a da sua família nas mãos do rei lesado. Não porque fosse o responsável direto, mas porque era moralmente responsável por ele. Para quem tem dois dedos de testa, meia história basta!

11 comentários:

  1. Pois... Mas será que para quem só tem um dedo de testa, é precisa a história inteira???

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  2. E por estas plagas, quem não tem um dos dedos virou "história".
    Na verdade, tudo pode...depende de quem "escreverá a história".
    Aliás, há tantas histórias mal contadas por aí, na História.

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  3. Pois... contam-nos muitas Histórias...

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  4. O caso do Afonso Henriques é uma dessas que nos é enfiada a raiar o mito.
    Na verdade consta que o diferendo entre ele e o primo derivaram do facto do seu avô lhe ter dado um estatuto subalterno e de vassalagem aquando da sucessão. Tu ficas a reinar no reino de Leão, e tu Afonso, no teu cantinho irás prestar contas ao teu novo rei.
    - Mas porquê? Se somos os dois teus netos?
    - Tu, és meu neto, mas bastardo.-..

    Afonso Henriques não seria filho biológico do Conde D. Henrique mas daquele que para a História ficou como seu aio, Egas Moniz. Sempre presente na vida do rebelde Português, foi ele como se diz, mais do que um pai.

    Corre um pedido de autorização, já uma vez declinado às mais altas instâncias para a exumação dos restos mortais do nosso primeiro monarca. Os testes de ADN e principalmente uma nova técnica de reconstituição computadorizada a partir dos esqueletos permitiriam aclarar imenso sobre o que os tempos douraram: Afonso Henriques não seria de grande estatura como se vende nem sequer um notável combatente.
    Era sim um muito hábil negociante de interesses diversos e soube usar como poucos as contradições e diferendos entre os diversos reinos da península a seu favor.
    Egas Moniz, sempre presente foi o seu primeiro grande conselheiro numa equipa onde pontuavam sábios de origem judaica, povo que esteve sempre presente desde a Antiguidade na península, e que habilmente soube agir sempre em seu proveito fossem quais fossem as forças políticas dominantes.

    Quanto ao facto de Afonso Henriques ter dito que sim e depois não, não é coisa que admire. Em política vale tudo, e, à data, ainda de pouca idade de nada lhe teria valido ter dito logo que não. O mais provável seria ter "desaparecido" num lamentável acidente de caça, ou de uma "indisposição" após um banquete.
    Disse que sim como quem diz, "espera aí que eu já te atendo" e uma vez instalado e aconselhado deu o dito por não dito e cá vamos nós a caminho da gloria numa história que qual telenovela, começa com um segredo de alcova.... que ainda não acabou... ;)

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    1. Pois foi, uma professora de Coimbra já tentou várias vezes fazer a exumação... mas parece que há fantasmas por aí...

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    2. É o mdeo que por aí anda de se descobrir que desde o berço da nacionalidade temos sido governados por filhos da p*ta. Como se não fosse já público e notório...

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    3. Fiiiiiilhoooosss daaaa Fruuuuutaaaa!

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  5. Um País que faz mistério de um segredo de polichinelo que já nem nas novelas da tv faz comichão aos neurónios da curiosidade, de tão vulgar que é.
    Fácil de desconfiar logo à primeira
    D. Teresa de Leão, ela também por sinal filha "ilegítima" de D.Afonso de Leão e Castela, era moçoila nova e namoradeira, não perdendo tempo com perdas de tempo, tanto que à altura do diferendo com o filho, já estava de pés quentes e corpo reconfortado pelas hormonas de Fernão Peres de Trava, um nobre Galego alinhado com o centralísmo de Castela.
    O conde D. Henrique, um rapaz que há muito deixara de ser jóvem quando enviou as tropas para a ajuda a Afonso VI de Leão e Castela na garantia dos terriórios em causa, estaria à altura já numa relação muito íntima com as lareiras e sonecas à tarde. Isto até provocaria um pequeno desaguisado com o seu sogro pois das obrigações aquando da doação do Condado Portucalense, estaria a missão do prolongamento do território do condado através da conquista do território Oeste dos grandes mares (hoje desaparecidos ) até Santarém, coisa de que ele se foi "esquecendo" .
    É preciso em abono da verdade dizer que à altura da entrada em cena do Conde D. Henrique, o que se conhece como o Condado Portucalense, já não estava sob o controlo árabe embora as escaramuças frequentes mais a Sul serem correntes com conquistas e reconquistas sucessivas.
    Os diferendos graves eram sim entre os nobres dos quais Afonso VI fazia parte. O território passava de umas mãos para as outras com assassinatos frequentes entre os pares.

    Afonso VI tinha sido destituido pelo irmão Sancho II após uma aliança de ocasião, sempre pelo controlo de territórios. D Afonso VI, contudo ao regressar com reforços acaba por executar o irmão e nomear-se rei dos três grandes reinos em disputa.

    Foi este o quadro político a que as tropas do conde D. Henrique vieram dar força. Ocupar terreno e garantir a supremacia militar de forma a desmobilizar os ávidos concorrentes. A prazo, e após o acimentar da hierarquia entre os nobres, viria o passo seguinte que era sim a conquista aos Muçulmanos de todo o território a Sul começando pela zona a sul de Coímbra até Lisboa.
    A zona entre Coimbra e Santarém era uma espécie de zona transição entre o mundo Muçulmano e o Cristão com fronteiras indefinidas, uma zona à parte, especial como ainda hoje o é. Para Afonso VI era de fundamental interesse prolongar a sua influência por todo o litoral da Península.

    A revolta de Afonso Henriques foi um sério revés nos planos Castelhanos, no entanto é preciso dizer que as batalhas, com destaque para a de s. Mamede, de que o condado saiu vencedor e as incursões em Tui não deram o estatuto de independência, apenas o reconhecimento por parte de Castela da singularidade de Portugal não lhe prestar vassalagem. Aqui é preciso dizer que mais do que a bravura militar, foi o sentido de oportunidade que Afonso Henriques usou a seu favor. O seu primo vivia sob a pressão dos outros reinos. Também eles (os nobres) queriam a independência ou mesmo o domínio dos outros reinos e a Afonso Henriques, sabendo das múltiplas frentes que o seu primos enfrentava, bastou o beliscar em Tui para que se estabelecessem as tréguas das quais haveria de resultar a formação do País.
    A independência formal só foi reconhecida mais tarde pelo tratado de Zamora.

    Este aflorar pelo início da História da nossa nacionalidade, demonstra como não se pode chamar nomes particulares ao nosso primeiro rei, ele era tão bom ou tão mau como os outros, andavam todos ao mesmo, só que o nosso era como diz o outro, filho da fruta--- sim, mas bem aconselhado.

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