"O meu padrinho sempre foi um tipo com uma certa piada... daí eu também o ser.
Uma ocasião, andava ele bastante teso e um dos clientes que lhe devia dinheiro arranjava todas as artimanhas para adiar o pagamento.
Um dia, desesperado, foi directamente à caça dele e apanhou-o no escritório.
Depois de o devedor mais uma vez dizer que por isto ou aquilo não podia pagar, o Senhor Salomão Fonseca murmurou:
- Pois é... é assim que eles às vezes aparecem mortos...
- Quer dizer que o senhor... matava-me?
- Já não digo nada.
... ... ...
- Ó Filomena, passe aí um cheque ao Senhor Salomão.
Isto é pura verdade."Pierre_Verdadinerecebido por e-mail
julho 30, 2005
Jóias da argumentação - o amor à vida
Jóias da argumentação - quando se fica sem argumentos
"Havia, já lá vão muitos anos, um guarda-redes muito popular chamado Malabiça e que jogava numa equipa de Coimbra.
Pois bem. Certa tarde, num domingo soalheiro, a sua equipa defrontou outra, também de Coimbra, para o campeonato regional.
Os guarda-redes nessa época jogavam quase sempre com um boné de pala, quer fizesse sol ou não! Mas nessa tarde havia mesmo sol.
O jogo decorria com animação e eis quando a equipa adversária do nosso amigo Malabiça ataca a sua área e um avançado dispara forte.
O Malabiça faz a defesa da tarde e evita o golo mesmo sobre o risco da baliza.
Mas sorte macaca. Com o impulso para a defesa da bola, o boné cai para dentro da baliza.
O nosso herói levanta-se com destreza, dá dois ou três passos à rectaguarda e apanha o boné, enfia-o na cabeça e pontapeia a bola para o meio campo!
Só que o árbitro, cumpridor zeloso das regras, validou o golo, para desespero do nosso valoroso Malabiça!"
Rafael
recebido por e-mail
Pois bem. Certa tarde, num domingo soalheiro, a sua equipa defrontou outra, também de Coimbra, para o campeonato regional.
Os guarda-redes nessa época jogavam quase sempre com um boné de pala, quer fizesse sol ou não! Mas nessa tarde havia mesmo sol.
O jogo decorria com animação e eis quando a equipa adversária do nosso amigo Malabiça ataca a sua área e um avançado dispara forte.
O Malabiça faz a defesa da tarde e evita o golo mesmo sobre o risco da baliza.
Mas sorte macaca. Com o impulso para a defesa da bola, o boné cai para dentro da baliza.
O nosso herói levanta-se com destreza, dá dois ou três passos à rectaguarda e apanha o boné, enfia-o na cabeça e pontapeia a bola para o meio campo!
Só que o árbitro, cumpridor zeloso das regras, validou o golo, para desespero do nosso valoroso Malabiça!"
Rafael
recebido por e-mail
Jóias da argumentação - nada como ser o chefe de pessoal
"Em 1988, eu era Engenheiro Estagiário numa empresa de construção. Estávamos a fazer uma obra em Sever do Vouga e... já estava atrasada.
Nessa semana havia um feriado à sexta e o chefe de pessoal telefonou-me a dizer que era necessário que o pessoal trabalhasse no feriado.
OK, pensei eu. Eu, o 'inginheiro', ainda por cima acabadinho de vir da tropa, onde mandava lá nuns tipos com uma certa facilidade, pensei: «Sim. Eu chego lá e, falo, um por um e... mainada!»
Lá fui eu, escada acima.
- Ó Senhor Mário, sexta feira pode trabalhar?
- Não, porque já tinha destinado ir com a minha mulher à feira.
- Ó Senhor Sabino, sexta pode trabalhar?
- Não, porque não tenho transporte;
- Ó Senhor Vicente, sexta-feira pode trabalhar?
- Não, porque tenho que ir podar.
(...)
«OK - pensei eu... - vou ligar ao chefe de pessoal a dizer que não trabalhamos porque os tipos não podem».
Trrim... Trrim... Trrim...
- Senhor Hermínio?
- Sim.
- Olhe não temos hipótese de trabalhar porque... bla, bla, bla...
- Ó senhor engenheiro, eu já passo por aí.
(...)
Chega o Senhor Hermínio à obra e, cumprimentando o primeiro, diz:
- Então, ó Vicente, sexta-feira cá estamos, não é?
- Tem que ser.
- Ó Sabino, sexta-feira...
- Cá estamos.
- Ó Mário...
- Está bem.
Percebes bem o que é um chefe de pessoal?"Pierre_Maçariquinerecebido por e-mail
Nessa semana havia um feriado à sexta e o chefe de pessoal telefonou-me a dizer que era necessário que o pessoal trabalhasse no feriado.
OK, pensei eu. Eu, o 'inginheiro', ainda por cima acabadinho de vir da tropa, onde mandava lá nuns tipos com uma certa facilidade, pensei: «Sim. Eu chego lá e, falo, um por um e... mainada!»
Lá fui eu, escada acima.
- Ó Senhor Mário, sexta feira pode trabalhar?
- Não, porque já tinha destinado ir com a minha mulher à feira.
- Ó Senhor Sabino, sexta pode trabalhar?
- Não, porque não tenho transporte;
- Ó Senhor Vicente, sexta-feira pode trabalhar?
- Não, porque tenho que ir podar.
(...)
«OK - pensei eu... - vou ligar ao chefe de pessoal a dizer que não trabalhamos porque os tipos não podem».
Trrim... Trrim... Trrim...
- Senhor Hermínio?
- Sim.
- Olhe não temos hipótese de trabalhar porque... bla, bla, bla...
- Ó senhor engenheiro, eu já passo por aí.
(...)
Chega o Senhor Hermínio à obra e, cumprimentando o primeiro, diz:
- Então, ó Vicente, sexta-feira cá estamos, não é?
- Tem que ser.
- Ó Sabino, sexta-feira...
- Cá estamos.
- Ó Mário...
- Está bem.
Percebes bem o que é um chefe de pessoal?"Pierre_Maçariquinerecebido por e-mail
julho 27, 2005
Passatempo
primeira página do diário 24 Horas - 26 de Julho de 2005
Tente identificar a(s) falácia(s) presente(s) neste argumento em que a conclusão é implícita:
«... logo, são demasiado velhos».
Como distinguir um argumento fraco de uma falácia?
"Olá mais uma vez.
Como distinguimos se estamos numa situação de fraco argumento ou de uma falácia? Exemplo: acabei de ler no Público um artigo de fundo sobre as posições do PS. Às paginas tantas, o artigo usa este argumento: «se não fizermos o TGV e a OTA ficaremos mais marginalizados face à Europa».
Estamos perante o quê? É que o artigo mais adiante contra-argumenta: «os países escandinavos também não estão no centro da Europa e estão-se nas tintas para o TGV... o seu modelo de desenvolvimento não passa por obras inúteis».
José Pinho
(recebido por e-mail)"
Os argumentos fracos e as falácias - tal como os dogmas, os erros grosseiros e falhas em responder a questões críticas - são ambos erros de argumentação.
Mas o que é um argumento fraco? Um argumento é válido se for impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa (em simultâneo). Se isso não acontecer o argumento é inválido, sendo que, neste caso, poderá ser forte ou fraco. Um argumento é muito forte se for quase impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa (ao mesmo tempo). É fraco se for possível que as premissas possam ser verdadeiras e a conclusão falsa (ao mesmo tempo).
É que para termos um bom argumento é necessário que, em simultâneo:
1) o argumento seja composto apenas por juízos;
2) seja válido ou forte, ou pelo menos tão forte quanto possível;
3) não contenha quaisquer frases vagas ou ambíguas;
4) haja fundamentos para acreditarmos que as premissas são verdadeiras;
5) as premissas sejam mais plausíveis que a conclusão.
No exemplo que dá, onde estão os fundamentos? Em lado nenhum! Argumento mais fraquinho que este é difícil. Porque é que sem a Ota ficaremos marginalizados? E porque se assume que com a Ota já não ficaremos marginalizados? Idem para o TGV...
É tão fraquinho que nem merece que se chame falácia. Mas poderá sê-lo, se tiver o poder de persuadir alguém que não consiga detectar a falha monumental deste argumento. Ressalve-se que, por outro lado, poderemos estar perante uma falácia por parte do Governo se houver dados que não nos estejam a ser revelados: agenda escondida. Mas agora estou eu a cometer uma falácia: insinuação (sem provas concretas).
Como distinguimos se estamos numa situação de fraco argumento ou de uma falácia? Exemplo: acabei de ler no Público um artigo de fundo sobre as posições do PS. Às paginas tantas, o artigo usa este argumento: «se não fizermos o TGV e a OTA ficaremos mais marginalizados face à Europa».
Estamos perante o quê? É que o artigo mais adiante contra-argumenta: «os países escandinavos também não estão no centro da Europa e estão-se nas tintas para o TGV... o seu modelo de desenvolvimento não passa por obras inúteis».
José Pinho
(recebido por e-mail)"
Os argumentos fracos e as falácias - tal como os dogmas, os erros grosseiros e falhas em responder a questões críticas - são ambos erros de argumentação.
Mas o que é um argumento fraco? Um argumento é válido se for impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa (em simultâneo). Se isso não acontecer o argumento é inválido, sendo que, neste caso, poderá ser forte ou fraco. Um argumento é muito forte se for quase impossível as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa (ao mesmo tempo). É fraco se for possível que as premissas possam ser verdadeiras e a conclusão falsa (ao mesmo tempo).
É que para termos um bom argumento é necessário que, em simultâneo:
1) o argumento seja composto apenas por juízos;
2) seja válido ou forte, ou pelo menos tão forte quanto possível;
3) não contenha quaisquer frases vagas ou ambíguas;
4) haja fundamentos para acreditarmos que as premissas são verdadeiras;
5) as premissas sejam mais plausíveis que a conclusão.
No exemplo que dá, onde estão os fundamentos? Em lado nenhum! Argumento mais fraquinho que este é difícil. Porque é que sem a Ota ficaremos marginalizados? E porque se assume que com a Ota já não ficaremos marginalizados? Idem para o TGV...
É tão fraquinho que nem merece que se chame falácia. Mas poderá sê-lo, se tiver o poder de persuadir alguém que não consiga detectar a falha monumental deste argumento. Ressalve-se que, por outro lado, poderemos estar perante uma falácia por parte do Governo se houver dados que não nos estejam a ser revelados: agenda escondida. Mas agora estou eu a cometer uma falácia: insinuação (sem provas concretas).
julho 22, 2005
Será que nunca mais aprendem?
"O primeiro-ministro solicitou ao Presidente da República a exoneração do ministro das Finanças, Luís Campos e Cunha.
Segundo uma fonte oficial, terá sido o próprio ministro a pedir a sua substituição, alegando razões pessoais, familiares e cansaço."
Agência Lusa
20/07/2005
"Razões pessoais, familiares e cansaço"?!
E é assim que querem persuadir os portugueses?
Desta forma, senhores governantes, cada vez o fosso será maior entre os políticos e a população.
Depois quem se admira das anedotas, como esta que circula por aí?
O senhor primeiro ministro afirmou há pouco que, por razões de controlo do défice, a luz ao fundo do túnel irá ser apagada.
Ou desabafos como o de um amigo meu:
Quem me dera ser ministro para me poder demitir por cansaço...
Segundo uma fonte oficial, terá sido o próprio ministro a pedir a sua substituição, alegando razões pessoais, familiares e cansaço."
Agência Lusa
20/07/2005
"Razões pessoais, familiares e cansaço"?!
E é assim que querem persuadir os portugueses?
Desta forma, senhores governantes, cada vez o fosso será maior entre os políticos e a população.
Depois quem se admira das anedotas, como esta que circula por aí?
O senhor primeiro ministro afirmou há pouco que, por razões de controlo do défice, a luz ao fundo do túnel irá ser apagada.
Ou desabafos como o de um amigo meu:
Quem me dera ser ministro para me poder demitir por cansaço...
julho 21, 2005
Falhas de comunicação do Governo
"Diogo Freitas do Amaral considera que houve falhas na forma com o Governo apresentou e explicou aos portugueses as medidas de austeridade para equilibrar as contas públicas. Na opinião do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, o Executivo não foi tão persuasivo como podia ter sido na defesa das suas políticas.
«As medidas eram tão difíceis, demoraram tantas horas de trabalho e de ponderação a definir e a aprovar, que todos nós, a começar por mim, descuidámos a frente externa, a frente da explicação ao País das medidas tomadas. Mas isso certamente se vai intensificar», afirma o número três da hierarquia governamental, numa entrevista ao DN.
Depois de citar o filósofo grego Xenofonte para sustentar que «hoje o poder político não se traduz apenas pela capacidade de mando, mas também pela capacidade de persuasão», Freitas considera que o Executivo «tem tido bastante, mas porventura seria necessário mais». E assume que «se alguma deficiência se pode apontar» a José Sócrates e à sua equipa, «é de não se ter explicado suficientemente a inevitabilidade da subida dos impostos».
Na opinião de Freitas do Amaral, nos próximos tempos os socialistas têm pela frente «um combate pela adesão do povo português às medidas» de redução do défice, impondo-se que cada um faça «o que lhe compete». «Os sindicatos e a oposição criticam - estão no seu direito. O Governo e o partido que o apoia têm que defender e explicar as medidas do Governo - esse é o seu dever. Se cada um fizer o que lhe compete, estou convencido que a maioria dos portugueses manterá a confiança no Governo e no primeiro-ministro.»"
Diário de Notícias
19.07.2005
A necessidade de persuadir - e de simultaneamente sabermos defender-nos de falácias - encontra-se presente em todas as vertentes das nossas vidas. Para o tema específico da persuasão política, recomendo a tese de mestrado de Paula do Espírito Santo, «o processo de persuasão política» (1997). Está disponível aqui em formato pdf.
«As medidas eram tão difíceis, demoraram tantas horas de trabalho e de ponderação a definir e a aprovar, que todos nós, a começar por mim, descuidámos a frente externa, a frente da explicação ao País das medidas tomadas. Mas isso certamente se vai intensificar», afirma o número três da hierarquia governamental, numa entrevista ao DN.
Depois de citar o filósofo grego Xenofonte para sustentar que «hoje o poder político não se traduz apenas pela capacidade de mando, mas também pela capacidade de persuasão», Freitas considera que o Executivo «tem tido bastante, mas porventura seria necessário mais». E assume que «se alguma deficiência se pode apontar» a José Sócrates e à sua equipa, «é de não se ter explicado suficientemente a inevitabilidade da subida dos impostos».
Na opinião de Freitas do Amaral, nos próximos tempos os socialistas têm pela frente «um combate pela adesão do povo português às medidas» de redução do défice, impondo-se que cada um faça «o que lhe compete». «Os sindicatos e a oposição criticam - estão no seu direito. O Governo e o partido que o apoia têm que defender e explicar as medidas do Governo - esse é o seu dever. Se cada um fizer o que lhe compete, estou convencido que a maioria dos portugueses manterá a confiança no Governo e no primeiro-ministro.»"
Diário de Notícias
19.07.2005
A necessidade de persuadir - e de simultaneamente sabermos defender-nos de falácias - encontra-se presente em todas as vertentes das nossas vidas. Para o tema específico da persuasão política, recomendo a tese de mestrado de Paula do Espírito Santo, «o processo de persuasão política» (1997). Está disponível aqui em formato pdf.
julho 20, 2005
As premissas são o argumento?
"No modelo simples (premissas logo conclusão) as premissas sáo os argumentos? (porque o argumento é um conjunto de razões para justificar um juizo ou conclusão).
Exemplo: "meus senhores, está a haver profundas mudanças estruturais no nosso negócio, com a entrada da China na OMC, o nosso negócio está ameaçado (e apresenta uns estudos). Por isso, é necessário encetar um processo de raciocínio estratégico e reconfigurar a nossa empresa".
Conclusão: repensar a empresa.
Argumentos ou premissas: entrada da China e dados técnicos.
Correcto ou não?
José Pinho
(recebido por e-mail)"
No exemplo que dá, as premissas são essas e a conclusão surge identificada com "por isso" (como podia ser com "logo", "ou seja", "isto é", "então",...).
E, de facto, em linguagem corrente chama-se frequentemente argumentos às premissas. Mas em rigor o argumento é o «conjunto completo»: premissas e conclusão. Basta pensarmos, no seu exemplo, que não havia conclusão: "meus senhores, está a haver profundas mudanças estruturais no nosso negócio, com a entrada da China na OMC, o nosso negócio está ameaçado (e apresenta uns estudos)."
O que é que aconteceria? Aposto que todos pensariam:
- E onde é que quer chegar?...
É que o argumento estaria incompleto. Só com a apresentação das premissas, não há um argumento. Obviamente, pode ser esse o objectivo: deixar a conclusão para depois de uma discussão entre os participantes. E a conclusão também pode estar implícita, como neste exemplo: "Continuem a esbanjar dinheiro em investimentos supérfluos". Está implícito "que vão para o charco".
Exemplo: "meus senhores, está a haver profundas mudanças estruturais no nosso negócio, com a entrada da China na OMC, o nosso negócio está ameaçado (e apresenta uns estudos). Por isso, é necessário encetar um processo de raciocínio estratégico e reconfigurar a nossa empresa".
Conclusão: repensar a empresa.
Argumentos ou premissas: entrada da China e dados técnicos.
Correcto ou não?
José Pinho
(recebido por e-mail)"
No exemplo que dá, as premissas são essas e a conclusão surge identificada com "por isso" (como podia ser com "logo", "ou seja", "isto é", "então",...).
E, de facto, em linguagem corrente chama-se frequentemente argumentos às premissas. Mas em rigor o argumento é o «conjunto completo»: premissas e conclusão. Basta pensarmos, no seu exemplo, que não havia conclusão: "meus senhores, está a haver profundas mudanças estruturais no nosso negócio, com a entrada da China na OMC, o nosso negócio está ameaçado (e apresenta uns estudos)."
O que é que aconteceria? Aposto que todos pensariam:
- E onde é que quer chegar?...
É que o argumento estaria incompleto. Só com a apresentação das premissas, não há um argumento. Obviamente, pode ser esse o objectivo: deixar a conclusão para depois de uma discussão entre os participantes. E a conclusão também pode estar implícita, como neste exemplo: "Continuem a esbanjar dinheiro em investimentos supérfluos". Está implícito "que vão para o charco".
julho 19, 2005
Uma confissão e uma dúvida
"Tenho estudado (não lido) o seu livro. Confesso que me sinto intelectualmente impreparado para assimilar esta matéria, ainda por cima tão importante para uma boa preparação para funções executivas. Serei uma excepção ou sou apenas mais um exemplo de como estamos, em Portugal, tão mal formados, humana e profissionalmente?
Dúvida: argumento e premissa não são a mesma coisa?
José Pinho
(recebido por e-mail)"
Pode ter a certeza que não somos só nós os dois a sentirmo-nos impreparados, em Portugal, para argumentar racionalmente e evitar armadilhas colocadas por quem connosco dialoga. Mais grave ainda seria nem sequer pensarmos - como acontece com muita gente - que estamos expostos, nas organizações, a todo o tipo de falácias. Sejam elas apresentadas por má-fé ou simples «nabice» dos nossos interlocutores.
Quanto à sua dúvida, um argumento é um conjunto de juízos, um dos quais é a conclusão, cuja verdade se pretende estabelecer, com base nas premissas, que se supõe conduzirem, suportarem ou convencerem que a conclusão é verdadeira. Ou seja, num modelo de argumento simples («premissas, logo conclusão»), as premissas são os juízos que permitem chegar a uma conclusão. No modelo que proponho no livro «Persuacção», o argumento é algo bem mais complexo, já que para se chegar à conclusão temos dados que terão que ser justificados, com fundamentos e assumindo-se restrições. A conclusão estará sempre sujeita a qualificadores (raramente é peremptória), estará sujeita a refutação e haverá certamente restrições à sua aplicação:
Fui suficientemente claro?
Não hesite em escrever e colocar todas as dúvidas que tiver.
Dúvida: argumento e premissa não são a mesma coisa?
José Pinho
(recebido por e-mail)"
Pode ter a certeza que não somos só nós os dois a sentirmo-nos impreparados, em Portugal, para argumentar racionalmente e evitar armadilhas colocadas por quem connosco dialoga. Mais grave ainda seria nem sequer pensarmos - como acontece com muita gente - que estamos expostos, nas organizações, a todo o tipo de falácias. Sejam elas apresentadas por má-fé ou simples «nabice» dos nossos interlocutores.
Quanto à sua dúvida, um argumento é um conjunto de juízos, um dos quais é a conclusão, cuja verdade se pretende estabelecer, com base nas premissas, que se supõe conduzirem, suportarem ou convencerem que a conclusão é verdadeira. Ou seja, num modelo de argumento simples («premissas, logo conclusão»), as premissas são os juízos que permitem chegar a uma conclusão. No modelo que proponho no livro «Persuacção», o argumento é algo bem mais complexo, já que para se chegar à conclusão temos dados que terão que ser justificados, com fundamentos e assumindo-se restrições. A conclusão estará sempre sujeita a qualificadores (raramente é peremptória), estará sujeita a refutação e haverá certamente restrições à sua aplicação:
Fui suficientemente claro?
Não hesite em escrever e colocar todas as dúvidas que tiver.
julho 18, 2005
1º Congresso Nacional dos Economistas
A Ordem dos Economistas vai realizar no Porto, em 27, 28 e 29 de Outubro, o 1º Congresso Nacional dos Economistas.
O Congresso desenvolver-se-á em quatro secções:
I - a gestão
II - a economia
III - a profissão de economista
IV - a formação dos economistas
Propus à organização do Congresso uma comunicação enquadrada nesta última secção - «argumentação e mudança nas organizações» - que foi aceite.
O desafio fica lançado:
"Julgo que concordará comigo quando defendo a utilidade de o agente de mudança aproveitar as bases da argumentação filosófica para poder ultrapassar os obstáculos e resistências com que se irá certamente deparar. Até porque estou certo que terá experiências vividas e presenciadas por si em que este tipo de situações «se passou mesmo assim».
Não deveríamos ter tido formação nesta área nas nossas licenciaturas?"
O Congresso desenvolver-se-á em quatro secções:
I - a gestão
II - a economia
III - a profissão de economista
IV - a formação dos economistas
Propus à organização do Congresso uma comunicação enquadrada nesta última secção - «argumentação e mudança nas organizações» - que foi aceite.
O desafio fica lançado:
"Julgo que concordará comigo quando defendo a utilidade de o agente de mudança aproveitar as bases da argumentação filosófica para poder ultrapassar os obstáculos e resistências com que se irá certamente deparar. Até porque estou certo que terá experiências vividas e presenciadas por si em que este tipo de situações «se passou mesmo assim».
Não deveríamos ter tido formação nesta área nas nossas licenciaturas?"
«Persuacção» à venda na Bisturi
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