janeiro 23, 2011

Carta de trás da Serra - Viva o CORTEX!

Olá!

Olha que as coisas por aí estão bem complicadas... e nós por cá é que nos tramamos.
A ti'Marquinhas que, como sabes, sabe tudo, disse-me que ouviu dizer que o Estado não sabe o que tem nem onde gasta. Que o João Cantiga Esteves (revista Visão de 27/5/2010) contou 13.740 entidades (das quais mais de 600 fundações) que recebem dinheiro do Estado, de forma regular. "São camadas em cima de camadas, instituto atrás de instituto, muitos deles para tratar de assuntos semelhantes". "O Estado não consegue entrar no concreto, a nível do local, do projecto, da entidade". Há "Estado em cima de Estado". "O próprio Estado arranjou mecanismos para contornar as leis em vigor, dos quais são exemplos as fundações, os institutos públicos, as empresas municipais,..." Procura-se "contrariar a lei que se aplica ao financiamento autárquico, como a dos limites de endividamento ou a dos limites de cargos e mordomias". As autarquias também "fogem às regras e violam boas práticas da administração pública", com "a duplicação de encargos, de administrações e de direcções". "A Fundação para a Prevenção e Segurança, a Fundação para as Comunicações.... O que é isso? Qual é o objecto social, a missão, o património?". "No meio disto tudo, ainda somos bombardeados com notícias de ajustes directos, sem concurso público...". "Há um Estado clássico (ministérios, direcções-gerais, etc.) e depois temos institutos públicos, fundações, associações...". Os funcionários, conselhos de administração, etc. destas empresas e institutos não entram na contabilidade da administração pública".
E que achas tu das consultorias técnicas no exterior, gabinetes, assessores, adjuntos...?
"Houve um programa (PRACE – Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado) que "foi uma tentativa interessante, mas ficou aquém dos objectivos. Na hora da verdade, os agentes políticos bloqueiam". O Estado social promete aos cidadãos um conjunto de benefícios sociais sem sustentabilidade.
O ping-pong entre partidos alternadamente no poder dá no que se vê.
Por tudo isto, peço-te que me mandes uma lista com as 13.740 entidades que recebem dinheiro do Estado, se não for muito incómodo para ti, para eu dar uma vista de olhos. E, como me parece que o SIMPLEX tem tido algum sucesso, proponho que se crie o programa CORTEX - acrónimo de Contribuintes Reunidos Todos Em Êxtase.
E não se poderia, entretanto, seguir a sugestão de "interrupção na democracia" da Manuela Ferreira Leite? Pensa nisso, que eu entretanto vou ter que ir a casa do Quatro Papos-secos ver como está a recuperar do braço desde que caíu da cerejeira. E tentar convencê-lo a não cortar a árvore, que estava quietinha e não tem culpa nenhuma.
Quando deixas essa vida e regressas à nossa terra?
Recebe um abraço do
Paulo Moura

10 comentários:

  1. Devíamos era de apurar um modo de interromper esta gajada toda durante uns dez anitos, pelo menos, sei lá, através do método de congelação, apenas procedendo à descongelação através de recurso aos tribunais - o que nos daria mais uns dez anitos de sossego...

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  2. Estás a ser (ao contrário do normal) pessimista. Dez anitos nos tribunais?! Ia era prescrever e não descongelavam mais!

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  3. Ponham-no mas é atados a um poste a arder em Auto de Fé ateados de cavacos.

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  4. Ou então São Rosas tu que és delicada e não queres dizer asneiras pede ao João Marcelino que os mande pró---(falta-me a palavra exacta, mas ele sabe)!
    Para evitar expulsões, pode ser pró inferno...

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  5. Olha o homem do bombo! Foste o único que votaste no Cavaco, não foste? Mas o teu voto vale por 3 milhões...

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  6. No dia em que acabarem com os Institutos Públicos, Administradores de coisa nenhuma, Autoridades de concorrência, direcções gerais, Fundações, Conselhos de Administrações, Gabinetes disto-e-daquilo-e-coisa-nenhuma, nesse dia vou a Fátima a pé... a pé, não, de joelhos...

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  7. Eu tenho um projecto para ir a Fátima a pé com a malta.
    Alugamos um autocarro que nos deixa a 100 metros de Fátima (se for para ir de joelhos, é melhor o autocarro ficar a uns 3 metros). Nem precisamos de ir ao santuário (a promessa é ir a Fátima). Voltamos para o autocarro e... olha, por exemplo irmos ao restaurante Ti'Alice?

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  8. Alinho no Restaurante Ti'Alice, mas nos resto, não que isso é falcatrua e eu não alinho em falcatruas!... a minha promessa é para acabar com elas!... É por isso que a Santa não faz o milagre!...

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  9. A tua promessa é para acabar com as promessas? Voto em ti!

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