Hoje, alguém me disse que não tinha tempo.
Assim, tão cruamente quanto isto.
Que o trabalho lhe ocupa o tempo todo.
É uma expressão vulgar, bem sei, nos dias que correm, mas tive pena. Dele. Por ele. A minha geração aprendeu a afirmar-se não (só) pela qualidade mas (sobretudo) pela quantidade de tempo dispendido na sua profissão. Não ter tempo é sinal de empenho, de rigor. Ter tempo é sinal de preguiça.
Admiramos os que passam o dia a sprintar sem que, ainda assim, consigam corresponder ao muito que o mundo espera deles. São filhos de Cronos, o pai que devora a própria descendência. Os minutos passam, transformam-se em horas, dias, anos. O tempo devora-os.
E desprezamos os que estão sempre disponíveis. Não importa se trabalharam tanto tempo como os outros, se se organizaram de maneira diferente justamente para estarem lá para quem lhes é caro. Não se queixam, não correm, não bufam, e passamo-lhes o atestado: se tens tempo, não te esforças.
Quem me conhece sabe que eu tenho tempo. Tê-lo-ei sempre: o tempo é meu, porquanto não é meu dono. Reneguei Cronos e, como Régio, sou filha de Deus e do Diabo. Por isso, estarei sempre disponível para os que sabem que o meu tempo, que é precioso, também é deles.
Eu confirmo que a Ana tem sempre tempo... Tem sempre tempo para ajudar, tem sempre tempo ouvir, aconselhar.... Tem sempre tempo para os Amigos!!!
ResponderEliminarCada um usa as imagens correspondentes ao seu nível cultural (ihihih). A Ana fala de Cronos e de Régio... eu falo do coelhinho das aventuras de Alice no País das Maravilhas, a quem comparo sempre quem diz "não tenho tempo". Tento imitar o coelho, aflito de um lado para o outro, a passar o tempo todo a dizer "não tenho tempo".
ResponderEliminarVá lá! Tenho lido esta "Persuacção" a tempo e...com tempo, embora se por vezes imito o coelho (até o da Madeira), por outras...como-o!
ResponderEliminar(Às tantas sou algum "cronopata")
N. - Mas só para os amigos e conhecidos gostáveis!! ;)
ResponderEliminarSão - O tempo que a gente perde a dizer que não tem tempo dava para arranjar um tempinho para ter tempo para qualquer coisa!!
Carlos - Às tantas és... Isso dói?
"Temporário"... é o horário do tempo?
ResponderEliminarSim de facto o tempo é um testemunho passageiro que permanece nosso durante o tempo que esse tempo nos concede.
ResponderEliminarA prazo estamos todos mortos e por isso queremos ter tempo para gozar o tempo que vivemos.
E não temos tempo porque fartamo-nos de trabalhar para comprar coisas que nos poupam tempo. E quanto a ser-se preguiçoso porque se tem tempo, eu sou também dos que não tenho tempo para preguiçar, e se alguma vez tiver, desconfio que já terei perdido a noção de preguiça, quanto mais a de tempo....
Eu, aos fins de semana, sempre que posso, durmo a sesta.
ResponderEliminarE eu ainda sou dos que gosta duma sesta bem acordada
ResponderEliminarGuloso!
ResponderEliminarSabes... é que eu posso esquecer-me do Cronos, mas o gajo não dorme: nunca se esquece de mim :(
ResponderEliminarSão - Não me admirava nada! :D
ResponderEliminarPaulo e Charlie - Cronos não se esquece de ninguém e é bom que ninguém se esqueça dele; mas recuso-me a ser comandada por ele, para além do que o bom senso me exige.
Na minha terra diz-se que alguém é "maluco dos cornos". Isso ainda vá lá, mas "maluco do Cronos" não!
ResponderEliminarAnAndrade,
ResponderEliminarNem sabe quanto a invejo, porque são muitos os dias que gostaria acrescidos de mais umas 5/6 horitas!É que entre aquilo em que gostaria de gastar o meu tempo e aquilo em que não posso de deixar de o usar a dificuldade não está na escolha mas antes na gestão equilibrada que se traduz diariamente pela definição de prioridades! E olhe que o prazer, seja sob que aspecto for, sempre foi uma! E até me considero uma boa gestora, dado que não só não falho no que considero essencial como sempre arranjo um tempinho para as minhas "curtes"! Mas ainda assim, e não tão raramente quanto isso, fico com a impressão que ora gostaria ora deveria ter feito mais e no final sempre cansadita! Serei tb eu filha de Cronos?! Não sei, mas duma coisa não tenho dúvida, filha de Cromos não sou!...lol (Só para fechar em beleza com uma boa gargalhada) ;)
Inveja de mim, Laura? Olhe que não... Tenho dias em que entro dou 9h seguidas de aulas, sem direito a intervalo para lanche ou jantar e, chegada a casa, tenho trabalhos de 400 alunos para corrigir, duas vezes por semestre, nas duas cadeiras.
ResponderEliminarEu não precisava de mais 5 horas, precisava de não precisar de dormir, que isso é que me estraga o esquema todo.
Se reneguei Cronos, é porque sou filha dele. Mas nunca me hei-de apoiar no tempo para me desculpar seja do que for (ex.: não me inscrevo num ginásio porque não tenho tempo para lá ir) ou para julgar seja quem for (ex.: aquela está com um corpo que mete nojo, deve passar a vida no ginásio, a desocupada).
[Às vezes, tenho mesmo a sensação que não escrevi o que algumas pessoas leram, ou vice-versa, juro. E começo a pensar (porque tenho vindo a ser confrontada com isso nos últimos meses) que o problema só pode residir nas palavras que escolho ou no modo como as estruturo.]
AnAndrade,
ResponderEliminarMas eu até acho que a percebi, e por muito incrível que lhe possa parecer gosto muito da forma como escreve/descreve o que pensa ou sente e o facto de (eu) pensar ou sentir diversamente não é nem deveria nunca ser tomado como oposição mas antes como um exercício de esgrima onde o "toco-te" pelas palavras é o verdadeiro desafio!!
Se assim não for vou acabar por por me inibir de a comentar o que significa impedir-me de usufruir de um prazer que gostaria de ambas! É que eu adoro uma boa discussão! ;) ... o mau jeito, vendo bem, se calhar até é meu!
Laura - Retiro tudo o que disse, assim sendo!! :) O meu único "receio" é ser mal interpretada; ser "combatida" é sempre um prazer!!! :)
ResponderEliminarAcho que ainda estou a recuperar de alguns mal-entendidos (que bem conhece), ou fugas ao assunto principal e tenho tendência para ver no desacordo mais do que aquilo que ele é: um sentir ou pensar diferentemente, como diz. Não se iniba e discuta, sim senhora, que é da discussão que a luz nasce. Ou não, mas mesmo que não haja luz, há sempre benefícios.
Bem-haja pela sua clarividência e... até breve!! :)
AnAndrade,
ResponderEliminarSó para desejar um Bom Dia! ;)
Ainda vou ver aqui um casamento lésbico...
ResponderEliminarihihihihihihih
São Rosas,
ResponderEliminarSabes que mais, é mesmo uma ganda maluca!! ;)
Quem é? Quem é?
ResponderEliminarÉu çei...éu çei...
ResponderEliminarÇó podi çer a Ção Rozas, poish claru....
Emtâu Alaura teratô-me porvòssê!
ResponderEliminarSão Rosas,
ResponderEliminarNum teratei nada, sua ganda maluca, foi erro... falhou-me o dedo na tecla e o esse ficou em casa! :O)
Ai, terataste, terataste!
ResponderEliminarihihihihihih
Não ligues, eu nasci assim ;O)
Eu ia jurar que tinha deixado aqui um comentário a retribuir o bom dia da Laura e a dizer à São que nem Gil Vicente teria inventado uma alcoviteira desta estirpe (porque ao pé de ti até Eros era um menino, carais!).
ResponderEliminarMas não deixei...! (isto depois dos trinta é uma chatice...)
:)
Tu não foste ao Encontra-a-Funda em Caria, pois não? Onde representámos a peça «Auto das Danações», do OrCa. E havia lá um gajo que fazia precisamente de Gil Vicentezão...
ResponderEliminarNão fui... :( Acho que me iniciei nos Encontra-a-Fundas em Coimbra.
ResponderEliminarMas era menina para apostar em quem era o actor!! :D
Só te digo que tinha (e tem) umas pernas que são um espanto :O)
ResponderEliminarhttp://blog.afundasao.com/2007/06/no-vii-encontro-da-funda-encerramento-e.html
Pernas para que vos quero à parte, sempre venho aqui manifestar o meu aplauso pelo texto.
ResponderEliminar(Mau, mau... isto está a tornar-se um hábito e os hábitos, muito tempo sentados sobre si mesmos tendem a azedar e mencherem-se de bolor... Enfim...)
Cinco minutos - cinco minutinhos, parado, voltado para dentro de mim, num extraordinário exercício que não tem yoga que lhe valha... Pensar em nada e em coisa nenhuma... Adormecer, até, um pouco, deixando a cabeça pender sobre Cronos - dira a São, os cornos sobre Cronos... -, ou sentar-me num banco de jardim a ver quem passa... Ou ficar não sei quanto tempo a olhar para o écran do computador sem o ver e pensar naquilo tudo que hei-de fazer a seguir, ou que me apetecerá fazer mesmo que não consiga...
E o Cronos a dar-me nos cornos por se sentir traído e eu a rir-me para a vida e para o tempo - que, a propósito, nunca me chega para tudo e, por isso mesmo, não pode ser motivo de preocupação.
E, ainda assim, chegar sempre meia hora antes da hora a qualquer encontro marcado - pois, adivinharam! - exactamente para poder estar meia hora a contrariar o tempo...
;-)»
Também adoro fazer pirraça ao tempo!
ResponderEliminarPirraça ao Tempo? Esse gajo não era um filósofo grego qualquer...?
ResponderEliminarÉ. Vê-se grego.
ResponderEliminar