Uma das coisas que caracteriza a idealizada «sociedade de informação» em que supostamente vivemos é, exactamente, a proliferação de fontes de desinformação, que criam ao vulgar cidadão uma dispersão aleatória de abordagens sobre cada assunto em análise, geradora, afinal, de uma opacidade para a interpretação, que conduz a que nunca saibamos onde se encontra a verdade… ou, sequer, uma réstia dessa verdade, que nos ilumine o viver.
Vem este arrazoado a propósito do drama terrífico das escolas privadas e/ou cooperativas ou associativas – desde logo é necessário ser um iniciado para se perceber do que se trata – que, à míngua de subsídios estatais, mesmo ao arrepio de anteriores situações contratualizadas, diga-se, poderão ver-se constrangidas a despedir docentes e pessoal auxiliar (se é que, destes, ainda os têm), prescindir de equipamentos e de oferta ou, até, fechar as portas, para descabelamento desesperado dos «ricos» (ou talvez não…) progenitores das pobres crianças… e tal… e tal…
Primeira questão: haja algum cuidado, pois nem todos os progenitores em questão serão, efectivamente, tão ricos assim!
Depois, pareceria ao comum cidadão que o ensino privado teria razão de existir em duas situações típicas:
- Livre iniciativa empresarial privada, absolutamente autónoma – embora com alguma supervisão estatal que assegurasse a qualidade pedagógica e logística – à qual recorreriam os pais que tivessem dinheiro para pagar os correspondentes encargos;
- Livre iniciativa empresarial privada, com eventuais subsídios estatais em todos aqueles lugares onde o ensino público não existisse ou não tivesse capacidade de resposta, e como forma expedita de assegurar igualdade de oportunidades no acesso ao ensino, enquanto preceito constitucional.
Ora, o que parece ser mais comum neste maravilhoso e fantástico País é a existência de escolas privadas, verdadeiramente encavalitadas em escolas públicas e em concorrência com estas… em termos absolutamente não comparáveis, quer de um lado, quer do outro, mas auferindo das prebendas estatais como se a sua existência se localizasse em inóspita serrania.
E, aqui, o cidadão deixa de perceber o que está a acontecer.
Atingem-se cúmulos do despautério quando sabemos que o Estado chega a pagar a escolas privadas transporte de crianças, a distâncias de dezenas de quilómetros, crianças que vivem com uma escola pública ao lado das respectivas casas.
Ora, bem. Aqui e se bem entendo, trata-se da opção dos pais pela escola privada. Essa opção tem de ser paga por quem a assume… e ponto final!
Mas como, em Portugal, qualquer lei ou regimento, rapidamente se transforma no regabofe habitual do salve-se quem puder, regado com a esperteza saloia, assim chamada, de um deus para mim e um diabo para os outros, logo tudo se aconchega à marmita do estado…
E lá estamos como estamos. Tudo grita, tudo barafusta, tudo tem razão. E eu fico sem saber se é por excesso de oferta ou de procura.
Sei que o Ministério da Educação tem vindo a encerrar milhares e milhares de escolas públicas, com a argumentação mais desvairada, sempre às costas do défice. Ora, se isto é uma janela de oportunidades, como agora se diz, para a iniciativa privada, há que ver quão envenenado pode estar esse presente.
A mim resta-me uma consolação fatídica, nesta lógica da treta dos governantes da treta que vamos elegendo: apesar de eu já nem ter filhos em idade escolar e de aquele que tive sempre ter frequentado a escola pública por opção de qualidade da minha parte, seja qual for o resultado final desta saga, vou ter de pagar mais impostos.
E não bufas!
ResponderEliminarSomos esta coisa antinatural: Homis Pagantis...
ResponderEliminarEt Non Bufandis...
ResponderEliminarE foram criadas várias subespécies:
ResponderEliminar- homo subservientis
- homo abulicus
- homo alienattus
- homo genius
- homo desenrascatus
- Hom'essa!
Essa última subespécie é a única da lista que não me faz espécie.
ResponderEliminarIço éi u cu çe shama pirconseito
ResponderEliminarIntão o Homem-Seksual nam ei jente?
I cãe tediçe qenâum çômuz tôduz pirqonsseitu ósos?
ResponderEliminarPirqonsseituosíssimos...!
ResponderEliminarPirqonsseituosíssimos...!
ResponderEliminar... mau, já estou a ver comentários a dobrar... :-(»
ResponderEliminarMas como administrador do blog, podes removê-los definitivamente :O)
ResponderEliminarsublinho a tua opção de qualidade, até porque, para se dar aulas nas instituições de ensino públicas, é obrigatória a habilitação própria, enquanto que, nas privadas, a suficiente é bastante
ResponderEliminarGostei de te ver, Sãozinha...
ResponderEliminarE quem és tu, romEros?
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