Somos o que nascemos.
Aquilo que herdamos, o sangue de alguém. Um pai e uma mãe, mais uma linhagem qualquer. A família, antepassados. Genes que nos determinam, feita uma combinação com o acaso ou com Deus consoante queiramos acreditar. Somos o que nascemos, a estatística que nos faz saudáveis ou doentes, perfeitos como nos anseiam ou azarados logo à partida com um problema qualquer que nos possa condicionar daí em diante, diferentes como os outros mas condicionados por uma diferença a mais.
Depois crescemos e somos aquilo que bebemos de quem nos queira criar, a educação que nos orienta até à hora de sabermos quem somos mais o que queremos ser afinal.
Aquilo que aprendemos, as coisas que imitamos até ao dia em que entendemos melhor o papel que queremos assumir. Decisões que tomamos em função da forma como sentimos mais o que a razão nos aconselha, dentro dos limites impostos à nascença pelo conjunto de condições reunidas pelo destino, o nosso e o de quem nos sustenta e em nós deposita as suas expectativas e, por vezes, até as suas ambições por concretizar.
Somos o que decidimos, também.
Escolhas certas ou erradas que podem influenciar sobremaneira tudo aquilo que seremos então. Tudo isso mais o mundo à nossa volta, cheio de gente como nós cujos caminhos se cruzam com a rota que traçámos e tantas vezes alteramos para as alinharmos em função, moldamos aos poucos a viagem à medida de coisas tão aleatórias como a necessidade temporária ou, com muita sorte, o amor que nos dizem ser melhor quando eterno até nos apercebermos que as rotas paralelas se transformaram aos poucos em rotas de colisão.
Pode acontecer dessa forma ou precisamente ao contrário, na lotaria que nos oferece números premiados como nos impõe a dado ponto os picos de desilusão. Pretextos para deixarmos cair sonhos antigos ou para aceitarmos como causas perdidas as certezas arrogantes de um tempo em que nos acreditávamos capazes de tudo e a felicidade surgia no horizonte como um sol livre do ocaso ou dos temporais.
Somos o que nascemos mais tudo o que cada pessoa é capaz.
Mas também somos o que vivemos e por isso tudo aquilo que sejamos será sempre muito do que a vida nos faz.
Entendo. Não és tubarão por acaso.
ResponderEliminarPor acaso não sou.
EliminarPor acaso?
EliminarUm bom tema para um 25 de Abril atento. Pena é que tantos estejam ainda convencidos de ser não tanto o que vivem mas mais o que desvivem... As oportunidades perdidas que se passeiam em decadentes avenidas da vida.
ResponderEliminarMas sejamos, sim, o que vivemos e o que vivermos.
E a vida é bela. Puta da vida tão bela que é.
EliminarNão me falesem A Vida É Bela que fiquei com dois vales que amigos me ofereceram... para emoldurar...
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