A Fátima e "o mê Zé Tó" |
Há muito que me afastei de tudo o que gostava de fazer, há muito que abandonei o perseguir de alguns sonhos e me rendi à condição de formiga de um formigueiro estranho onde nem sempre a organização me enquadra e agrada mas é aquela onde vivo e para a qual trabalho.
Carrego o peso dos que se levantam e deitam com a angústia da lágrima contida. A lágrima de uma dor de submissão imposta por razões de responsabilidade social mas principalmente por razões de responsabilidade familiar. Escolheram ser trabalhadores porque a única opção era ser trabalhadores mas à época havia a dignidade de uma profissão. Hoje existe a indignidade da escravidão!
Levanto-me e deito-me, todos os dias, com o mesmo cansaço do dia anterior e neste acumular de cansaços vou olhando na busca de pontos de esperança, como que buscando vitaminas que me dêem a coragem de avançar mais um dia. Busco-as na família, principalmente!
Mas as famílias estão cheias de gente como eu! Estão cheias de gente que se levanta e deita com o cansaço do dia anterior!
Nesta imensidão de cansaços vamos lutando dia-a-dia tentando ganhar forças para avançar.
Eu vou guardando cada carinho, cada abraço, no alforge da vida e cá vou, pronta para mais um dia, apagando as lágrimas com sorrisos de engano até ao dia em que consiga dar um grito de libertação!"
Fátima Marques
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A Fátima é professora do ensino secundário e colega da minha Luísa, que também se levanta e deita com o cansaço do dia anterior. E, como sempre, revolta-me ver que os professores não podem ter vida para além do trabalho. O grito de libertação deveria ser de todos os professores. Mas estão a deixar-se cozinhar pelo desGoverno da «««Educação»»», como o sapo que começou deliciado a nadar num tacho de água que foi ficando morninha e a temperatura foi subindo, subindo...
Mas no tempo da Maria de Lurdes Rodrigues as manifestações dos Professores levaram à demissão da ministra e alteração das medidas que ela propunha!
ResponderEliminarEstranho agora a actual passividade, o que não me impede de continuar a admirar o seu valor e a importância da actividade que, no dia a dia, desempenham.
Não é passividade, Carlos. É desânimo.
EliminarSem força anímica...isso sim!Contágio dos relvados.
ResponderEliminarÓ Olindita, agora parecias um sportinguista a falar...
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