e eis que chegam os primeiros votos
Raim on Facebook
dezembro 31, 2013
Assim a modos que fazendo votos de um ano de 2014 menos estúpido…
Conhecem aquela anedota, que aqui
deixo com um agradecimento especial ao capê:
Hoje fui a um restaurante gourmet!
- Ah sim e então?
- O meu almoço foi camarão envolvido em molho béchamel, com
pequenos apontamentos de salsa frisada em cama de massa fina, banhada com partículas
de pão crocante e confitada em óleo vegetal.
- O quê? Mas afinal o que é que tu comeste, pá?
- Olha, comi um rissol...
Ora aí está mais uma coisa que
se me vem revelando como altamente indigesta, ainda que colha ninho em tudo que
é meio de comunicação com grande alarde e intenções apologéticas: a alimentação
gourmet. Coisa interessante, hão-de
convir, para este momento festivo (?...!) que estamos a atravessar.
Para já, deixem-me dizer-vos
que me chateia aquela mania de andarem a mexer com as mãos em tudo quanto eu
vou comer, dali a pouco (já depois de cozinhado). Eu sei lá por onde andaram
aquelas mãos…
E é curioso que a ASAE, zelosa cuidadosa do interesse público encerre
uma fabriqueta de queijos tradicionais porque o pequeno casebre onde são
confeccionados tem ervas daninhas encostadas às paredes exteriores – o que,
como se sabe, é susceptível de provocar as mais hediondas e fatais epidemias –
mas nem sequer se pronuncie quando uma imensidão de chefs – que é outro termo que me enerva um pouco, pois ele havia os
cozinheiros, que mereciam toda a respeitabilidade mas, enfim… - mexa e remexa,
conspurcando-os, em alimentos já confeccionados e que eu vou ingerir, sem se
apurar previamente e no mínimo, se o chef
está constipado, se tem indícios de alguma pneumonia, se fez testes recentes de
hepatite, se tem o hábito de tirar macacos do nariz, ou de cuspir nas mãos
quando mete mãos à obra, etc., etc.
Depois, mesmo sabendo que os
olhos também comem ou talvez por isso mesmo, chega-nos um prato originalíssimo,
cheio de desenhos mas parco de conteúdo, ainda que requintadíssimo e de
nomenclaturas indecifráveis, pelo qual se paga um balúrdio e o que
torna este tipo de alimentos porventura no mais caro do mundo, ainda que cheio
de graça.
Esta alimentação, muito do
agrado e assim destinada a moradores altamente de condomínios fechados, tem por isso um
lado segregacionista que também não me deixa indiferente e desenvolve alergias
tremendas. De facto, se a escassez alimentar de que tantos enfermam fosse
suprida com estes pequenos arremedos de comida artística, mas ao alcance de todas
as bolsas, mesmo as totalmente depenadas, vá que não vá.
Agora, cobrar-se por uma
refeição gourmet o que Picasso ou
Dali cobrariam por um esboço original – o que, aliás, já de si sofre da
irracionalidade instalada pela sociedade de consumo – é coisa que não cessa de
me espantar.
Enfim, se calhar estou a ficar
assim a meio caminho entre o Zé Povinho pacóvio e o Velho do Restelo razinza.
Mas que hei-de fazer…?
Olhem, façam o favor de ser
felizes em 2014 e, logo mais, por aí fora, que a malta há-de ver-se um destes
dias. E, se possível, com um belo cozido à portuguesa de permeio.
dezembro 25, 2013
dezembro 20, 2013
O que Sabia Cristóvão Colombo sobre o Novo Mundo? - III
navio Egipcio do tempo dos Faraós |
Em determinada altura teriam cobrado impostos a Atenas. O
mito do Minotauro tem metaforicamente a sua raiz neste facto: os jovens
sacrificados anualmente ao monstro do labirinto, representariam a riqueza
criada que seguia na direcção do rochedo no meio do Mediterrâneo, o monstro que tudo
devorava.
No entanto, nos séculos de esplendor que caracterizaram os
dois grandes períodos Minoicos, estes estabeleceram contactos comerciais profícuos e solidários
por todo o velho mundo formando uma teia coesa de interesses. Como se disse no
texto anterior, foi o comércio do cobre que mais caracteriza a sua marca na
História. A tese bastante bem fundamentada de que teriam chegado à América do
Norte onde explorariam os riquíssimos recursos cupríferos, esbarra naturalmente
com o cepticismo habitual de quem considera a História um livro fechado. Mas há
outros factos que abrem novas brechas nas posturas ortodoxas. Se os Minoicos
chegaram à América, não seria natural comercializarem outros produtos além do
cobre? A pergunta é relativamente recente. Sabemos que o Mundo Antigo era
caracterizado por um forte sentimento de magia que percorria transversalmente
todas as culturas. Determinados rituais das tribos da América do Norte implicam
o consumo de alguns produtos, plantas e derivados destas. Não teriam migrado
certas práticas e produtos, para além do cobre, entre os dois lados do
Atlântico?
O momento actual é felizmente, por um lado, marcado pelas
tecnologias de ponta. Os arqueólogos do futuro serão antes de mais, cientistas e
pesquisadores nestas tecnologias, a par da sua formação em História; a base de
tudo.
A pergunta, atrás posta, começou
a formar-se lentamente a partir das conclusões de algumas análises a Henut Taui, da 21ª Dinastia, cerca de 1000 anos
A.C. Tendo sido adquirida no Séc. XIX pela coroa da Bavaria, Alemanha, esta
permaneceu ignorada até que a reputada toxicóloga forense, Dr.ª Svelta Balabanova
aplicou um método de análise por si criado. O que descobriu deixou-a
estupefacta. A múmia revelava vestígios de nicotina e cocaína. Repetiu vezes
sem conta as análises e em todas os resultados eram idênticos.
barcaça de juncos, rio Nilo |
A publicação dos seus estudos e
resultados foi recebido com uma torrente de críticas vindas de todos os lados.
Desde tentativas torpes de fraude à possibilidade de contaminação exterior,
tudo foi devidamente considerado. Após mais trezentas análises e despistes, a
equipa certificou perante o mundo as conclusões: a múmia da 21ª
dinastia Egipcia era consumidora tanto de tabaco como de cocaína!
A Drª Balabanova propôs-se então
a alargar as pesquisas e em 1976 obteve autorização para analisar a múmia de
Ramses. Em Setembro desse ano a múmia chega a París e sob a responsabilidade de
um equipa multidisciplinar entre os quais o Dr. Michelle Lescot, do NaturalHistory Museum, foi preparada a amostra de pele que mais uma vez revelou ser a elite suprema do Egipto, consumidora de
produtos estupefacientes de origem desconhecida tanto no continente Europeu,
Asiático ou Africano.
Uma pausa para reflexão faz com
que algumas conclusões óbvias surjam. Se algum povo da Antiguidade conseguiu a
passagem para o lado oposto do Oceano, tal proeza, malgrado as vantagens
competitivas resultantes do conhecimento exclusivo de uma determinada rota, não
poderiam nunca ter ficado para sempre em segredo. A ter havido contacto entre
os dois continentes muito antes dos Vikings primeiro e Portugueses depois, como
demonstra a Pedra de Dighton, essas visitas poderiam de facto ter sido
repetidas de forma episódica por outros povos e deixariam certamente evidências.
O facto é que existem
realmente muitas coincidências nas culturas do Novo Mundo localizadas no Centro
e Sul do continente Americano e as conhecidas dos reinados dos Faraós: a mumificação ritual, pormenores de
arquitectura, a construção de pirâmides, e mais ainda, a similitude entre
elementos linguistas.
A palavra Uari no idioma –pese embora a grande profusão de dialéctos - Inca é
semelhante ao Egípcio Uasri, que é
uma das variantes de Osiris que também
tem a designação de Unti e também de Ati. Ora os Incas davam ao Sol a designação de Inti, significando a palavra "Inca" filho do Sol.
Encontramos uma singularidade
linguística entre os dois povos separados por milhares de quilómetros de oceano
e que consiste numa coincidência perfeita: o Vulcão Misti em Arequipa condensa
na sua morfologia os elementos atrás expostos em redor de Osiris e tanto em
Egípcio como em Inca têm o mesmo significado. Também o culto ao Sol e a atribuição do seu endeusamento aos líderes é igual, tanto os soberanos Egípcios como os dos Incas eram representações do deus-sol na terra.
Outros factores contribuem para
se acreditar cada vez com mais firmeza ter havido contacto entre as velhas
civilizações. As lendas Incas, Maias e Aztecas referem-se recorrentemente a
figuras míticas vindas de além-mar. Algumas aguardavam de algum modo a chegada
messiânica de embarcações, repetindo alegadas visitas anteriores que as
memórias locais apontavam por entre as efabulações terem acontecido em tempos
imprecisos, algo que por um lado os terá feito receber sem oposição a ocupação
dos primeiros
barcaça de juncos, lago Titicaca |
É ideia comum de que os Egípcios
apenas teriam reles embarcações de junco e papiro. É relevante assinalar-se
neste contexto, de que no lago Titicaca – entre a Bolívia e o Perú- são
utilizados embarcações deste tipo – iguais às Egípcias - ainda nos tempos
actuais como as ilustrações demonstram. No entanto, nada mais redutor do que
assentar as habilidades de navegadores dos antigos Egípcios às barcaças atrás
referenciadas. Os Egípcios construíram grandes embarcações de madeira e os
baixos-relevos estão cheios de referências a eles em inúmeras ocorrências
militares com opositores também eles dotados de embarcações de dimensões consideráveis. É assim muito provável que também os Egípcios, e não
só, e em determinados contextos Históricos, pudessem ter atingido as costas da
América.
E se assim é, haveria alguma
forma de documentação sobre estes factos? E quantos teriam chegado às mãos da Dinastia de Avis?
dezembro 19, 2013
dezembro 18, 2013
«A prova que nada prova» - Antonino Silva
Antonino e Lurdes Silva |
Os argumentos de uma e outra parte mantêm-se e não há dúvida de que a teimosia é o único que valida a realização da prova. Até porque os outros caem deitados ao vermos a natureza e os objetivos da dita.
Somos um povo que gosta muito de dar opiniões, porque as temos para dar e (alguns opinion makers) vender. Quem não conhece faz as avaliações congeladas, pouco assertivas e começa logo por falar do poder enorme dos professores, que são uma classe inerte e refém dos sindicatos, etc., etc. Por favor, não insultem a minha inteligência! Eu também não opino sobre profissões que não conheço; não sei se é justa ou injusta a posição dos juízes, dos militares, dos médicos, dos enfermeiros, …
Para mostrar a enorme (in)utilidade da prova que não prova, deixem-me narrar um episódio que vivi há uns anos (e recentemente) neste mundo da formação de professores.
Tive um professor estagiário num núcleo que me escuso de nomear e que, por diversas vicissitudes, já tinha uma idade superior à média. Já tinha viajado pelo mundo, tinha sido emigrante e falava a língua de um outro país com exímia proficiência. Era também nessa língua, além de português, que estava a fazer a profissionalização. As suas aulas eram canais unidirecionais, de monólogo, onde os alunos não intervinham e o estagiário se perdia entre si mesmo e o livro. Ou seja, a sua competência científica muito boa era totalmente anulada pela incompetência pedagógica. Como resultado, não permitimos que fosse professor e, a meu ver, muito bem. Quantos grandes cientistas e homens de sageza são um desastre como professores? Ser professor é ESTAR e SABER FAZER; não é só saber-saber. Esse ex-estagiário conhecia os livros, as teorias da pedagogia e as correntes do saber, mas não era professor; não podia ser professor; não sabia ser professor.
Pois bem, é exatamente a dimensão do SER PROFESSOR que a prova não avalia. Pode avaliar tudo o resto, (até parece que vai ser muito acessível) mas um professor só é avaliado como o é um atleta, pelo seu desempenho na sala com os alunos.
Não sei se sabem, mas os professores contratados são avaliados no seu desempenho todos os anos; se não tiverem avaliação positiva ou não se submeterem a essa avaliação da sua prática real não poderão ser contratados no ano subsequente.
Como ontem li no DE, este ministro perde tempo com o acessório e esquece-se do essencial; até porque ele próprio admite que o problema do ensino não está na qualidade dos professores que temos. O seu grande medo é que não pode marrar nos rubicões reais da qualidade do ensino e vai bater então no elo mais fraco.
Grave, grave é que atrás dele e dessa ideia de libertar os pecados através do bode vai uma parcela larga de cidadãos de bem que, sempre que podem, espumam a sua sanha em cima de uma classe que os formou, que configurou e tenta continuar a configurar a coluna vertebral deste país que não merece os professores que tem.
Antonino Silva
dezembro 16, 2013
dezembro 13, 2013
é Natal, é Natal... e o voluntariado obrigatório-corporativo
No tempo que vivemos, tão pródigo em jogos de espelhos que desfocam a realidade ou, melhor, dizendo, as realidades, tenho acompanhado com deslumbrado interesse este fenómeno, tão orwelliano, tão brandos-costumes, que é o voluntariado organizado no seio de grandes entidades empresariais.
De facto, mais um exemplo actual daquele dito que nos informava de como era diferente o amor em Portugal. A coisa passa-se, mais coisa, menos coisa, deste jeito:
1. Invocando razões indesmentíveis de organização – alguns organizados são mais produtivos do que muitos ao deus-dará – uma empresa promove a criação de um quadro interno de voluntariado, onde os trabalhadores (que já vão sendo chamados colaboradores), se podem e devem inscrever.
Entenda-se que, para os que não se inscreverem, à partida, logo surgirão alguns «sargentos-ajudantes» a questionarem-nos sobre o porquê daquela ausência de espírito cívico.
2. Com implantação na praça pública, essa empresa pode contactar uma ou mais instituições que possam beneficiar de acções solidárias efectuadas por voluntários, pois os tempos vão muito difíceis para a cegarrega dos subsídios e outras gentilezas.
3. Coordenando os tais esforços voluntários internos, a eficácia de qualquer acção virá a revelar-se evidente e indiscutível.
4. A instituição carenciada fica reconhecida até às lágrimas e a custo zero; cada participante sente a sua consciência cívica aliviada, ao mesmo tempo que escala a realização da sua prestação solidária, a caminho de um qualquer paraíso perseguido; a empresa promotora faz um figuraço na praça – e sabe-se bem quanto custa e/ou vale uma boa imagem no mercado. Se a tudo e a todos juntarmos logótipos identificativos e/ou siglas em toda a parafernália logística que a acção voluntária implica, aí teremos, também, a não despicienda publicidade gratuita que decorre, obviamente, da acção em presença.
Eis, então, aqui atingida a quadratura social do círculo, com tudo a ficar bem quando acaba bem.
Para além, entretanto, de questões de ética – sim, sim, que já se sabe que são espúrias neste pós-modernismo em que vivemos… –, onde se poderá, mesmo a medo sussurrado, dizer que uma das coisas que deve caracterizar o voluntariado é algum anonimato, recato e pudor por parte do voluntário, até para não apoucar o ente carente, coisas que ficam espalhafatosamente prejudicadas pela gritaria inerente (TV, rádio, jornais…) a uma acção como a que acima se pretende tipificar, outros aspectos há que a máquina do tempo revela, com o despudor objectivo de quem não tem rabinhos presos.
Pensemos, por exemplo, todos no «day after». Como se processará, na empresa pró-activa, a próxima arregimentação de voluntários para uma futura e não menos solidária acção? Ora bem, em carteira já se conta com o grupo inicial de voluntários inscritos – isto porque a inscrição, à partida, não define ao que se vai. É-se voluntário e chega. E uma vez voluntário, sempre voluntário!
As ovelhas-negras – que as há… – são confrontadas, a partir daí, com a pressão múltipla para aderirem ao grupo: da hierarquia – então, senhor Silva, o senhor é o único que tem sempre dificuldades em ajudar o próximo, homem…– até aos colegas, no íntimo alguns já arrependidos da inscrição primordial, mas condenados a salvar a face, porque a vida não está fácil – eh, pá, tu vê-me lá se não deixas ficar mal o departamento, pá… A Contabilidade levou os gajos todos, pá!
No fundo, como se em voluntariado se tratando, se pudesse perder algum jogo por falta de comparência e com toda a equipa a saber.
E haja, depois, quem experimente ou tente só «desarriscar-se» da inscrição feita, a ver o que lhe acontece…
Em cúmulo, se analisadas algumas (tantas) destas acções «voluntárias» – a partir deste momento do discurso já se pode começar a colocar aspas – verificamos que elas incidem sobre campos (recuperação de imóveis, pintura de paredes de instituições, promoção de «espectáculos» com a mais ou menos desajeitada prata-da-casa, etc., etc.) onde, por acaso, até existem imensíssimos profissionais em profundo estado de desemprego, para quem a chegada destes adventícios «voluntários» ainda entope mais a possibilidade remota de um ganchozito ou de alguma empreita que lhes ajude a dar de comer aos filhos, quando não a si próprios.
Há, pois, aqui e no meu fraco entender, uma vertente perigosamente similar à grandessíssima função social de uma dona Isabel Jonet que ajuda a matar a fome a quem a tem à custa de enchermos, tantos de nós, os bolsos dos donos das grandes superfícies. Aí, não apenas os preços praticados para os bens ditos de primeira necessidade não baixam um cêntimo nos dias de campanha, como a sua distribuição acaba por ser baratucha, à conta dos exércitos de voluntários que se apresentam para ajudar quem precisa. E toma lá que é solidário!
Mas, claro, nada disto se deve dizer, pois fica-se muito mal na fotografia… E a fome que, como se sabe, é negra, não é nada propícia a conviver com o arco-íris…
De facto, mais um exemplo actual daquele dito que nos informava de como era diferente o amor em Portugal. A coisa passa-se, mais coisa, menos coisa, deste jeito:
1. Invocando razões indesmentíveis de organização – alguns organizados são mais produtivos do que muitos ao deus-dará – uma empresa promove a criação de um quadro interno de voluntariado, onde os trabalhadores (que já vão sendo chamados colaboradores), se podem e devem inscrever.
Entenda-se que, para os que não se inscreverem, à partida, logo surgirão alguns «sargentos-ajudantes» a questionarem-nos sobre o porquê daquela ausência de espírito cívico.
2. Com implantação na praça pública, essa empresa pode contactar uma ou mais instituições que possam beneficiar de acções solidárias efectuadas por voluntários, pois os tempos vão muito difíceis para a cegarrega dos subsídios e outras gentilezas.
3. Coordenando os tais esforços voluntários internos, a eficácia de qualquer acção virá a revelar-se evidente e indiscutível.
4. A instituição carenciada fica reconhecida até às lágrimas e a custo zero; cada participante sente a sua consciência cívica aliviada, ao mesmo tempo que escala a realização da sua prestação solidária, a caminho de um qualquer paraíso perseguido; a empresa promotora faz um figuraço na praça – e sabe-se bem quanto custa e/ou vale uma boa imagem no mercado. Se a tudo e a todos juntarmos logótipos identificativos e/ou siglas em toda a parafernália logística que a acção voluntária implica, aí teremos, também, a não despicienda publicidade gratuita que decorre, obviamente, da acção em presença.
Eis, então, aqui atingida a quadratura social do círculo, com tudo a ficar bem quando acaba bem.
Para além, entretanto, de questões de ética – sim, sim, que já se sabe que são espúrias neste pós-modernismo em que vivemos… –, onde se poderá, mesmo a medo sussurrado, dizer que uma das coisas que deve caracterizar o voluntariado é algum anonimato, recato e pudor por parte do voluntário, até para não apoucar o ente carente, coisas que ficam espalhafatosamente prejudicadas pela gritaria inerente (TV, rádio, jornais…) a uma acção como a que acima se pretende tipificar, outros aspectos há que a máquina do tempo revela, com o despudor objectivo de quem não tem rabinhos presos.
Pensemos, por exemplo, todos no «day after». Como se processará, na empresa pró-activa, a próxima arregimentação de voluntários para uma futura e não menos solidária acção? Ora bem, em carteira já se conta com o grupo inicial de voluntários inscritos – isto porque a inscrição, à partida, não define ao que se vai. É-se voluntário e chega. E uma vez voluntário, sempre voluntário!
As ovelhas-negras – que as há… – são confrontadas, a partir daí, com a pressão múltipla para aderirem ao grupo: da hierarquia – então, senhor Silva, o senhor é o único que tem sempre dificuldades em ajudar o próximo, homem…– até aos colegas, no íntimo alguns já arrependidos da inscrição primordial, mas condenados a salvar a face, porque a vida não está fácil – eh, pá, tu vê-me lá se não deixas ficar mal o departamento, pá… A Contabilidade levou os gajos todos, pá!
No fundo, como se em voluntariado se tratando, se pudesse perder algum jogo por falta de comparência e com toda a equipa a saber.
E haja, depois, quem experimente ou tente só «desarriscar-se» da inscrição feita, a ver o que lhe acontece…
Em cúmulo, se analisadas algumas (tantas) destas acções «voluntárias» – a partir deste momento do discurso já se pode começar a colocar aspas – verificamos que elas incidem sobre campos (recuperação de imóveis, pintura de paredes de instituições, promoção de «espectáculos» com a mais ou menos desajeitada prata-da-casa, etc., etc.) onde, por acaso, até existem imensíssimos profissionais em profundo estado de desemprego, para quem a chegada destes adventícios «voluntários» ainda entope mais a possibilidade remota de um ganchozito ou de alguma empreita que lhes ajude a dar de comer aos filhos, quando não a si próprios.
Há, pois, aqui e no meu fraco entender, uma vertente perigosamente similar à grandessíssima função social de uma dona Isabel Jonet que ajuda a matar a fome a quem a tem à custa de enchermos, tantos de nós, os bolsos dos donos das grandes superfícies. Aí, não apenas os preços praticados para os bens ditos de primeira necessidade não baixam um cêntimo nos dias de campanha, como a sua distribuição acaba por ser baratucha, à conta dos exércitos de voluntários que se apresentam para ajudar quem precisa. E toma lá que é solidário!
Mas, claro, nada disto se deve dizer, pois fica-se muito mal na fotografia… E a fome que, como se sabe, é negra, não é nada propícia a conviver com o arco-íris…
Pai Natal...
... provoca desacatos junto à Assembleia da República.
As forças da ordem obrigaram o Pai Natal a subir as escadas de acesso ao Parlamento.
O supra citado foi arrastado pelas ditas sob protesto, recusando tomar uma
atitude de força e evitando assim um desnecessário banho de sangue.
Raim on Facebook
dezembro 12, 2013
dezembro 10, 2013
dezembro 09, 2013
dezembro 06, 2013
a Nelson Mandela
- o dia da libertação de Nelson Mandela
Madiba - mais além da morte impura
Além mais da tua vida que ofereceste
Nada é maior que tu nessa aventura
Do exemplo tão maior que nos legaste
Em tuas mãos nasce enfim um homem novo
Liberdade foi o nome que lhe deste
A Humanidade toda una e um só povo!
- Jorge Castro, em 05 de Dezembro de 2013
dezembro 05, 2013
dezembro 04, 2013
O que sabia Cristóvão Colombo sobre o Novo Mundo ? II
Hélio, o colosso de Rodes |
Uma das épocas mais fascinantes é a que se chama do Cobre.
Apresentada como um momento marcante de transição, dá testemunho a um grande
salto evolutivo das sociedades humanas no que às capacidades industriais e
organizativas diz respeito. De um modo geral tem-se como dado adquirido um
determinado escalonamento em Épocas com que a evolução da humanidade é
classificada. Infere-se que a fusão de, primeiro, e a liga de metais, depois,
seria a marca do avanço progressivo no campo do conhecimento e a sua aplicação
em termos industriais. Assim, a Idade do Bronze é apresentada como uma evolução
do Calcolítico: do cobre puro apurado nos afloramentos naturais de então,
ter-se ia passado a diversas ligas com outras características, nomeadamente a
da rigidez e resistência à corrosão que dariam vantagem no confronto com armas
construídas apenas de cobre puro.
Deve dizer-se que o cobre é, juntamente com o ferro, um dos
metais mais abundantes no planeta. No entanto, ele encontra-se tanto em óxidos
como em ligas naturais que exigem tratamentos sucessivos de forma a ser apurado
até a um determinado grau de pureza.
Afloramentos de cobre puro eram extremamente raros e de expressão
reduzida. Nesses mesmos afloramentos, embora os núcleos fossem de um
determinado grau de pureza, podia assistir-se a transições entre o cobre e
outros metais. Junto aos veios dos metais, uma quantidade de outros veios dão
testemunho do drama geológico da história do planeta. Assim é natural que se
tenha descoberto por acaso a capacidade de conferir outras características ao
cobre aquando do aquecimento das pedras para a fusão do metal nelas contido.
A cronologia das Eras segue por isso esta lógica: primeiro o
cobre puro, e depois o cobre ligado. No entanto, com o advento das novas
tecnologias, o campo da investigação deparou-se com novos factos. Um dos povos que mais marcadamente
caracteriza a Idade do Cobre é o Minóico. Comerciantes, artífices e
navegadores, espalharam a sua influência muito para além dos limites da ilha de
Creta onde a sua civilização se desenvolveu. O seu cobre comercializado por todo o
mundo antigo e agora analisado segundo os mais avançados processos científicos
revela algo que surpreendeu os investigadores e arqueólogos. O grau de pureza é
extraordinário, praticamente cem por cento, e mais ainda: não revela as
sequelas resultantes das contaminações da fundição obtida pela queima de
madeira que eram utilizadas nos fornos de então pelos outros povos
contemporâneos. Este grau de elevada pureza, apenas passível de ser conseguido
nos tempos actuais por reduções e processos electrolíticos, intrigou todo o
mundo científico. Teriam os Minoicos conhecimentos da corrente eléctrica? As
especulações tinham alguma base racional, mas algo mais adensava o mistério. As
enormes quantidades de cobre puro que repentinamente os Minoicos trabalharam e
comerciaram sob todas as formas punham uma questão ainda mais pertinente. Onde
mineravam eles? A Ilha de Creta é pobre em recursos minerais, o seu cobre
apresenta-se sob formas que exigem tratamentos trabalhosos e que deixam contaminações
características que permitem rastrear a
sua origem. Além disso, deveria de haver uma abundante marca no terreno deixado
por centenas de minas e fundições. Nada disso é evidente. E como e onde
purificavam o cobre?
A descoberta de um navio Minóico em Uluburun datado de 1310
AC, carregado com barras de cobre adensou ainda mais o mistério. Devemos ter em
conta o enorme uso que repentinamente se deu ao cobre nessas épocas. Se até
determinada altura as peças de cobre eram raras e certamente preciosas, algo
extraordinário aconteceu para que de forma muito rápida o seu uso se generalizasse.
Obras como o Colosso de Rodes, cujos restos - após o terramoto que o destruiu -
tiveram de ser transportados por uma caravana de quase mil camelos, dão
testemunho da enorme quantidade de metal transaccionado.
Os estudos laboratoriais minuciosos e efectuados sob todos
os prismas permitem apurar as origens, tratamentos, utilizações, fundições e
reaproveitamentos. Mas as barras de cobre em tal grau de pureza, sabe-se agora
não pertencem ao continente Europeu! O seu rasto segue um percurso que aponta
ao litoral Norte do território Francês, sul das Ilhas Britânicas e culmina em
Michigan, já do outro lado do Atlântico. Nessa região, existem jazidas de cobre
de enorme concentração e pureza. Afloramentos e “pepitas” de cobre puro de
tamanho consideráveis são ali ainda comuns nos tempos actuais.
Esta descoberta foi uma bomba que mexeu todos os canhenhos
Históricos e foi, tal como na naturalidade de Cristóvão Colombo, recebida com
todo o cepticismo.
No entanto, as marcas estão lá no terreno. Tanto em Keweenaw
com em Isle Royal, Michigan, o ambiente anaeróbico preservou da corrosão as
estruturas de madeira que suportam as galerias das minas de cobre inicialmente atribuída
aos Índios mas cuja datação demonstra ter vários milénios e os sistemas de
construção desconhecidos pelos povos que habitavam as terras da América do
Norte. O grau de pureza do minério é idêntico ao das barras de Urubulun.
petróglifo de navio, Michigan |
Coincidência? O estudo isotópico demonstra que não. A juntar
a isto, há que referir uma muito pequena percentagem de contaminação com prata
que não faz liga com o cobre e que por vezes surge em grãos maiores.
Exactamente como se encontram em algumas peças descobertas no Velho Continente.
As lendas dos Índios referem-se a homens louros que arrancariam
das entranhas das terras enormes quantidades de pedras. Sabe-se hoje que foram
centenas de milhares de toneladas que não encontram expressão no uso que os índios deram!
A juntar a isto, há outras referências como petróglifos e
inscrições a atestar a mais do que provável estada dos Minoicos por terras de além-mar.
A desarmar os que argumentam de que podem ser falsificações, adianta-se desde
já que as tábuas de barro com inscrições foram descobertas por acaso e enleadas numas raízes de
uma árvore antes de ser conhecida a civilização Minóica e apenas o desleixo de
terem sido postas a um canto e esquecidas as preservou da destruição.
Se é verdade que a mineração de cobre em estado de tal grau
de concentração e pureza davam uma enorme vantagem competitiva, por outro lado,
a concorrência dos outros povos certamente teria feito com que eles
preservassem a todo o custo o segredo da sua origem. Mares povoados de monstros
e lendas terríficas que faziam escola na nossa Idade Média, seriam os melhores
desincentivadores para os menos aventureiros. Mas teriam sido apenas os
Minoicos a visitar e explorar os recursos do Novo Continente?
dezembro 03, 2013
"Notas" de 100 e 500 euros feitas em lenços de papel
"Provavelmente, a melhor metáfora para a situação europeia com que até agora me deparei. Por este caminho, um dia, as verdadeiras servirão exactamente ao que estas se destinam.
[Outra ironia: Foto tirada por mim numa loja chinesa. Quem melhor tem aproveitado a crise europeia, mesmo...?)"
Marco António
[Outra ironia: Foto tirada por mim numa loja chinesa. Quem melhor tem aproveitado a crise europeia, mesmo...?)"
Marco António
«Exame de avaliação de professores - crónica de uma cag****da em 2 atos» - por Antonino Silva
ATO I – Um ministro torto como piorna decide que, para resolver o problema da educação em Portugal e arredores, os professores contratados, se quiserem trabalhar para o estado, terão de realizar uma prova de avaliação. Dessa prova consta um exercício de ‘redação’ segundo o novo acordo ortográfico. Mais de 10 erros nesse texto implica a nota zero e a erradicação do ensino. Este é, de resto, o único óbice que se poderá colocar a quem faria a prova, porque a outra parte, como sabemos, não levaria a nada, ou seja, é de caras, porque, e como sabem, uma turma de alunos do secundário, testada na brincadeira com o teste modelo que o MEC publicou, perante o grupo de escolha múltipla, portou-se muito bem. A nota mínima foi 16/20. Assim como assim, é ainda mais provável que esses alunos não cometam os tais erros do velho acordo, porque nas escolas o AO já está em vigor desde 2009. Conclusão óbvia: um aluno do secundário está capacitado para ser professor e não é necessário fazer qualquer curso superior. Eis aqui o ponto essencial aonde NC queria chegar: o ensino em Portugal com 12 anos já é mais que suficiente.
A segunda evidência desta luminescência idiota é que o critério da competência parece que passa pela obtenção de lugar no quadro. Se o estado agisse segundo as regras da Organização Mundial do Trabalho, e segundo a imposição hoje incontornável do Tribunal Europeu, seriam menos 12.000 professores de competência duvidosa (segundo o MEC) a ter de fazer o exame, pois, como sabemos, quem está há mais de 3 anos a desempenhar as funções de forma contínua, ainda que a contrato, tem de ser integrado na carreira. E bem!
Entretanto, e ainda dentro deste ato I as instituições de ensino superior nada dizem. Mas que se passa? Será que estão à espera de serem contactadas para a elaboração do dito exame e obter assim mais uns chorados euros? Não parece! Aliás, estão a braços com uma crise que lhes rouba os esforços e a vontade de entrar em outras lutas.
ATO II – Ontem, dia 2 de dezembro, o ministro torto veio anunciar que foi conseguido um acordo com os professores (????) e que só aqueles que têm menos de 5 anos de serviço terão de fazer o dito exame. Fiquei pasmado, revoltado e inconfessavelmente furibundo. Explico porquê.
Até há, exatamente, 5 anos atrás, a formação de professores estava integrada na licenciatura específica da área (para não falar de modelos anteriores, em que já tinha havido um modelo bietápico também) e um professor era um licenciado na área de ensino em…
Exatamente há 5 anos é lançado um modelo de formação que, não sendo perfeito, é aquele que maior graduação oferece e, se realizado com rigor e honestidade, devolve à sociedade e às escolas um profissional jovem altamente qualificado com formação na área específica e pós-graduação ao nível de mestrado na área de ensino. O processo de formação só fica concluído depois de um 5º ano de prática pedagógica e a entrega de uma dissertação de investigação – arguida perante um júri de 3 professores de ensino superior – que conferirá o grau de Mestre. Domina as tecnologias e a inovação como muitos outros não o fazem (e se calhar não têm de o fazer, pois o que têm de fazer bem é serem bons professores), foi avaliado nas cadeiras específicas hoje muito mais ajustadas e menos magistrais do que outrora, enfim, um ativo que domina as ditas ‘expertises’ e ‘skills’ e possui o germe de competência que crescerá com a experiência quotidiana. E são estes os agentes que o estado quer ‘avaliar’? É de uma sacanice sem conto aquilo que hoje se fez à socapa.
Sei muito bem do que falo, pois fui orientador de estágios em vários modelos e na minha instituição estou exatamente a acompanhar núcleos de estágios segundo este novo modelo com mestrado. É verdade que nem todos têm perfil e, com mais ou menos subtileza, temos conseguido que esses candidatos não prossigam a formação na área de ensino. Além disso, se este crivo falhar, não é um exame medíocre como aquele que foi publicado que conferirá o selo verdadeiro da essência do ser professor.
Entretanto, neste segundo ato, as universidades e politécnicos continuam sem nada dizer. E fico triste, porque isto é um reconhecimento passivo de que o MEC poderá ter razão ao colocar em causa a qualidade de formação em ensino que se promove em Portugal. E isso não é verdade! Não é verdade!
EPÍLOGO
Não escrevo mais, porque a alma me treme e as palavras descaem da parte mais sórdida do dicionário e poderia começar a falar de uma suposta representação de professores que não representa sequer 1/3 dos professores sindicalizados e por aí a fora…
Antonino Silva
HenriCartoon
A segunda evidência desta luminescência idiota é que o critério da competência parece que passa pela obtenção de lugar no quadro. Se o estado agisse segundo as regras da Organização Mundial do Trabalho, e segundo a imposição hoje incontornável do Tribunal Europeu, seriam menos 12.000 professores de competência duvidosa (segundo o MEC) a ter de fazer o exame, pois, como sabemos, quem está há mais de 3 anos a desempenhar as funções de forma contínua, ainda que a contrato, tem de ser integrado na carreira. E bem!
Entretanto, e ainda dentro deste ato I as instituições de ensino superior nada dizem. Mas que se passa? Será que estão à espera de serem contactadas para a elaboração do dito exame e obter assim mais uns chorados euros? Não parece! Aliás, estão a braços com uma crise que lhes rouba os esforços e a vontade de entrar em outras lutas.
ATO II – Ontem, dia 2 de dezembro, o ministro torto veio anunciar que foi conseguido um acordo com os professores (????) e que só aqueles que têm menos de 5 anos de serviço terão de fazer o dito exame. Fiquei pasmado, revoltado e inconfessavelmente furibundo. Explico porquê.
Até há, exatamente, 5 anos atrás, a formação de professores estava integrada na licenciatura específica da área (para não falar de modelos anteriores, em que já tinha havido um modelo bietápico também) e um professor era um licenciado na área de ensino em…
Exatamente há 5 anos é lançado um modelo de formação que, não sendo perfeito, é aquele que maior graduação oferece e, se realizado com rigor e honestidade, devolve à sociedade e às escolas um profissional jovem altamente qualificado com formação na área específica e pós-graduação ao nível de mestrado na área de ensino. O processo de formação só fica concluído depois de um 5º ano de prática pedagógica e a entrega de uma dissertação de investigação – arguida perante um júri de 3 professores de ensino superior – que conferirá o grau de Mestre. Domina as tecnologias e a inovação como muitos outros não o fazem (e se calhar não têm de o fazer, pois o que têm de fazer bem é serem bons professores), foi avaliado nas cadeiras específicas hoje muito mais ajustadas e menos magistrais do que outrora, enfim, um ativo que domina as ditas ‘expertises’ e ‘skills’ e possui o germe de competência que crescerá com a experiência quotidiana. E são estes os agentes que o estado quer ‘avaliar’? É de uma sacanice sem conto aquilo que hoje se fez à socapa.
Sei muito bem do que falo, pois fui orientador de estágios em vários modelos e na minha instituição estou exatamente a acompanhar núcleos de estágios segundo este novo modelo com mestrado. É verdade que nem todos têm perfil e, com mais ou menos subtileza, temos conseguido que esses candidatos não prossigam a formação na área de ensino. Além disso, se este crivo falhar, não é um exame medíocre como aquele que foi publicado que conferirá o selo verdadeiro da essência do ser professor.
Entretanto, neste segundo ato, as universidades e politécnicos continuam sem nada dizer. E fico triste, porque isto é um reconhecimento passivo de que o MEC poderá ter razão ao colocar em causa a qualidade de formação em ensino que se promove em Portugal. E isso não é verdade! Não é verdade!
EPÍLOGO
Não escrevo mais, porque a alma me treme e as palavras descaem da parte mais sórdida do dicionário e poderia começar a falar de uma suposta representação de professores que não representa sequer 1/3 dos professores sindicalizados e por aí a fora…
Antonino Silva
HenriCartoon
dezembro 02, 2013
Finalmente recebi a resposta da União Europeia às minhas questões sobre a mudança de hora
Relembro que as minhas questões foram estas e que tinham sido colocadas em 29 de Outubro.
"Exmo. Senhor Paulo Moura,
Agradecemos a sua mensagem e apresentamos as nossas desculpas pelo atraso no envio da resposta.
Em anexo, poderá encontrar o estudo de avaliação de impacto (em inglês) referente às implicações das disposições da hora de Verão.
Encontrará, igualmente em anexo, a Comunicação da Comissão ao Conselho, ao Parlamento Europeu e ao Comité Economico Social e Europeu , COM(2007) 739 final, respeitante ao impacto e às disposições relativas à hora de Verão.
A oitava Directiva 97/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, respeitante às disposições relativas à hora de Verão, introduziu uma data e uma hora comuns, em todos os Estados-Membros, para o início e o fim do período da hora de Verão nos anos de 1998, 1999, 2000 e 2001, como poderá verificar no Artigo 2 da mesma.
A proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à hora de Verão, COM/2000/0302, por si mencionada, deu origem à Directiva 2000/84* do Parlamento Europeu e do Conselho, respeitante às disposições relativas a hora de Verão.
Chamamos a sua atenção para os Artigos 2 e 3 da mesma, os quais estipulam o início e fim da hora de Verão nos Estados-Membros, a partir do ano de 2002 em diante.
Relativamente à sua terceira pergunta, chamamos a sua atenção para o Artigo 5 desta Diretiva.
Por último, a entidade responsável, em Portugal, é a Comissão Permanente da Hora, dirigida pelo Prof. Jorge Agostinho, na sua qualidade de Diretor do Observatório Astronómico de Lisboa. Esta Comissão incorpora representantes de diversos ministérios do Governo Português e também das Regiões da Madeira e dos Açores. Assim, foram estas pessoas/entidades que reportaram a visão de Portugal relativa a este assunto à Comissão Europeia.
Esperamos que esta informação lhe seja útil, e estamos à sua disposição caso tenha mais perguntas.
Com os melhores cumprimentos,
Centro de Contacto EUROPE DIRECT"
Desenho do Mestre e Amigo Raim |
Dessin de mon ami Julien WOLGA |
Etiquetas:
argumentos,
hora de Verão,
mudança de hora
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