abril 18, 2015

«Os nossos governos estão cheios de Jics» - bagaço amarelo

Por definição, sou contra os homens que não são contra nada. Existe uma raça de homens no nosso país que chamo de Jics. São aqueles que, surja que tema surgir numa conversa, antes de emitir opinião dizem que não têm nada contra. Querem estar bem com todos, mesmo que todos estejam mal com eles, e em nome desse bem estar abdicam da sua própria afirmação.
Estar bem com todos pode dar jeito no futuro, porque assim ninguém lhes aponta o dedo. A quem não tem opinião, ninguém acusa de a ter ou de ter tido. Por isso, just in case, não são contra nada. É daí que vem a alcunha de Jic.
O grande problema dos Jics é a palavra "mas", que os trai a cada conversa e a cada momento. Eu não tenho nada contra os homossexuais, mas...; eu não tenho nada contra os comunistas, mas...; eu não tenho nada contra as tatuagens, mas...; o "mas" é a palavra que morde pela calada.
"Não ter nada contra, mas..." é uma característica de género e, já agora, também portuguesa. É dos homens portugueses, pronto. É ela o grande denominador comum da nossa querida classe política (aquela que pertence à esfera do poder, pelo menos), contra a qual não tenho nada contra, mas que só faz merda, lá isso é verdade.
Os nossos governos estão cheios de Jics.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

2 comentários:

  1. Sou contra quem está sempre de acordo com tudo, mas....
    rsss

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  2. Acho que o nosso governo está mais é cheio de submarinos irrevogáveis, de figuras tristes armadas em palhaços ricos, de cínicos papagaios e arrogantes sombras de nada, subordinados a um idiota útil de interesses inconfessáveis, que assume a postura de um Messias Salvador de um pecado que é a melhor coisa que lhe poderia ter acontecido.
    Abençoada dívida!
    Tem permitido o paradoxo em três vertentes: o SAQUE dos bens públicos, o silêncio complacente assente no sentimento colectívo de culpa, e finalmente a cereja em cima do bolo: a gratidão da Divida. Ficou mais linda, mais alta, mais convincente, mais madura, e com isso, mais ainda importa sacar e impôr o calar...sem comer.

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