Novo cantar da emigração
refrão
parto
em busco do horizonte
quero
viver outro dia
bebo
a vida dessa fonte
de
onde brota a utopia
parto
a caminho da noite
levo
comigo a saudade
envolta
no pano cru
tecido
pelos meus pais
deixei
a esperança tão longe
no
alto daquele montado
onde
a casa sitiada
vê
os campos sem destino e o mar do nunca mais
vou
a caminho do mundo
levo
os olhos no futuro
solto
amarras da cidade
que
me tolhem junto ao cais
e
sei tão pouco da vida
sei
tão pouco da aventura
que
as lágrimas à despedida
são
o medo do jamais
na
bagagem levo sonhos
visto
a roupa do abandono
no
bolso levo amarguras
cansadas
de tantos ais
da
pátria perdi o rumo
da
nação perdi o pé
já
me perdi dos caminhos
virei
talvez nunca mais
- Jorge Castro
Bem hajas, Jorge!
ResponderEliminarAté ser outro dia
ResponderEliminarEstamos cansados de tantos ais, que já quase nem reagimos....
ResponderEliminarA capacidade de indignação é como as lágrimas, chegam a um ponto e secam.
É nessa altura que morre a humanidade e fica apenas o bicho que precisa de sobreviver nem que seja a comer um pedaço de alguém que se finou ali no chão.