A matéria abaixo, foi extraída do jornal público.pt, desta data, e vem reforçar o caos político no Brasil. A Operação Lava-Jato, também poderia se chamar Operação Lava-A380, (referência ao maior avião do mundo), dada a dimensão da corrupção no Brasil, nos últimos anos, mais precisamente no governo do Partido dos Trabalhadores (PT). Ali Babá e os 40 Ladrões são aprendizes, diante de tantos mestres na arte de surrupiá o Erário.
Todos os dias são investigadas novas evidências de desvios de recursos, propinas, ou no linguajar popular, falcatruas. São somas inimagináveis engordando as contas bancárias de políticos, donos de empreiteiras, governantes etc etc. Um esquema que vem se perpetuando, com a nítida certeza de que nunca seriam descobertos.
Não sabemos qual o sabor da pizza que essa sujeira toda resultará. Talvez o trabalho da Polícia Federal e do Ministério Público não dê em nada. Mas uma coisa é certa, e sem querer plagiar um certo ex-presidente: nunca, na história deste País, vimos tantos poderosos atrás das grades. Nunca!
No episódio do Mensalão, outro dos escândalos do PT, aqueles indiciados e condenados foram soltos após cumprida(?) quase nada da tal pena. Uma pena!
Prisão domiciliar. Alegaram desconforto com as acomodações prisionais. Adoeceram. Entraram em depressão. Afinal, a comida servida no caos do Sistema Prisional Brasileiro - com sua desestrutura -, realmente não é nenhum modelo de ressocialização, não é muito adequada a esses... nobres hóspedes, de "alto nível".
Será que deveria ter, no Brasil, cadeia para quem rouba, por exemplo, uma galinha, e cadeia para pratica esses crimes envolvendo somas vultosas?
Por falar nisso, o tal Pizzollato, ex-diretor do Banco do Brasil, preso na Itália, disse que prefere morrer a ser extraditado ao Brasil, para ficar preso em uma prisão, no País onde foi denunciado e condenado por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro no mesmo processo conhecido como Escândalo do Mensalão. O advogado dele alega que as prisões brasileiras não têm a segurança adequada para "abrigar" o nobre cliente. Ora, ora! Sabia das condições do sistema prisional no Brasil, que não é segredo para ninguém. Mas isso nunca o inibiu à prática dos crimes. Então, agora tem receio da nova morada?
Mas voltemos a mais um episódio da CORRUPÇÃO, que hoje foi estampado no "público.pt" . Infelizmente, a CORRUPÇÃO é uma praga, que parece não ter cura.
"Justiça investiga negócio de venda da Vivo à Telefónica e compra da Oi
No quadro da colaboração com as autoridades brasileiras, o
Ministério Público quer apurar o envolvimento de ex-governantes,
accionistas e gestores num negócio de 2010 que envolveu 7,5 mil milhões
de euros.
O Ministério Público está já a investigar o envolvimento político no
negócio de venda à Telefónica das acções da PT na brasileira Vivo e o
cruzamento de posições accionistas com a operadora brasileira Oi, no
qual interveio José Dirceu, o principal rosto do caso Mensalão e agora atingido pela Operação Lava Jato.
Suspeitas de benefícios financeiros, no valor de várias dezenas de
milhões de euros, concedidos a governantes, accionistas e quadros de
topo das operadoras podem estar na origem das averiguações.
“As investigações relacionadas com os temas abordados no email encontram-se
em segredo de justiça.” Esta foi a resposta do Ministério Público a
três perguntas concretas do PÚBLICO. Uma questionava se o MP "está
a investigar os movimentos financeiros que envolveram gestores da PT e
governantes portugueses e brasileiros, nomeadamente em 2010 durante o
negócio de venda das acções da Vivo (50%) detidas pela PT à empresa
espanhola Telefonica (que pagou 7500 milhões de euros) e consequente
entrada da brasileira Oi na PT e da PT na Oi". Referia-se aqui que
"informações recolhidas pelo PÚBLICO apontam para movimentos de verbas
'extra' que podem ter rondado 200 milhões de euros". Este foi um negócio de contornos complexos que se concretizou num tempo recorde: menos de um mês.
A
segunda pergunta do PÚBLICO visava esclarecer se o MP confirmava ter
recebido um pedido de colaboração das autoridades policiais brasileiras
para apurar a abrangência dos contactos que se estabeleceram entre 2005 e
2011 entre os círculos próximos” do ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio
Lula da Silva e os do ex-primeiro-ministro José Sócrates. Há
precisamente cinco anos, Sócrates e Lula da Silva falaram várias vezes
ao telefone. As conversas decorreram entre o final de Junho e o final de
Julho e destinaram-se a encontrar uma solução para ultrapassar o
impasse provocado pelo veto de Sócrates à venda, à Telefónica, das
acções da PT na brasileira Vivo.
A 25 de Junho de 2010 o
ex-primeiro-ministro faz saber que deu orientações à Caixa Geral de
Depósitos, com 8% da PT, para, na assembleia geral de 30 de Junho, votar
contra o negócio. Isto desencadeia um braço-de-ferro com a gestão da PT
(Zeinal Bava e Henrique Granadeiro), alinhada com Ricardo Salgado, que
liderava o BES, o principal accionista da operadora com 10% do capital.
Uma das raras vezes em que Salgado (o principal visado nas inquirições
ao GES/BES) esteve de costas voltadas para Sócrates.
O antigo chefe de Governo justificava a sua posição com uma tese
antiga: “o interesse estratégico" do Brasil, a “dimensão e escala da
PT”, garantir que Portugal tinha no sector económico das TIC "uma
empresa com uma dimensão internacional que permita desenvolver
engenharia, projecto industrial, inovação, concentrar investimentos na
área da I&D Investigação & Desenvolvimento)”. E, em consonância, na reunião de 30 de Junho jogou mesmo com a golden share ("acção
de ouro", com poder de decisão) e travou a operação. Só restava ao BES,
à Ongoing (10%), à Visabeira (2%) e à Telefónica (9,7%) encontrarem
para a PT uma solução brasileira alternativa à Vivo. O que é
desencadeado num quadro de urgência para o BES (e para a Ongoing
endividada), a enfrentar um aperto financeiro na sequência da crise de
2007. E hoje sabe-se que desde 2008 que a ESI, a cabeça do GES, tinha um
buraco nas contas de 1300 milhões de euros ocultado do Banco de
Portugal até Novembro de 2013, cerca de nove meses antes do BES ser
intervencionado.
Começou então uma corrida contra o tempo
para contornar o bloqueio político, o que exigiu um trabalho grande de
bastidores. A solução foi rapidamente encontrada em Brasília, que
sugeriu à PT que avaliasse a Oi (mais forte no segmento fixo do que no móvel) como potencial parceira. Idealizada
como um grande operador brasileiro, a Oi necessitava de consolidar uma
estrutura accionista alavancada no banco estatal brasileiro Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Por outro lado, a
Oi aparecia como uma resposta à exigência de Sócrates de que a PT se
mantivesse com presença no Brasil.
Uma das figuras que apareceu a
promover os contactos entre portugueses, brasileiros e espanhóis foi
José Dirceu, que foi chefe da Casa Civil do ex-Presidente da República
Lula da Silva e acabou detido em 2012, acusado de ser “o cabecilha” do caso Mensalão.
Dirceu (José Dirceu Oliveira e Silva), o arquitecto da campanha que
levou Lula da Silva ao Palácio do Planalto em 2003, prestava serviços a
empresas, em particular às envolvidos em grandes negócios a necessitar
de avales políticos, uma acção que decorria através das sociedades de
advocacia e de consultoria, designadas Oliveira e Silva, JD Consultores e
JC&S ainda no activo."
Chama a Mamãe
Ah, povo irmão...
ResponderEliminarO polvo espalha os tentáculos por todo o mundo, não se pode confinar à estreiteza de um só país. Além do mais, o sentimento identitário e consequentemente de posse faz com cada um tenha as suas leis, os seus interesses nacionais, os quais só raramente são coincidentes com interesses e pontos de vista alheios. A proliferação de quadros legais são a alegria máxima das cabeças desses polvos. Esgueiram-se escorregadios por entre as malhas, pelas sombras, pelas margens e crescem. Crescem e fazem crescer, pois ninguém é corrupto sozinho.
ResponderEliminarO que fazer?
Pouco mais do que acções pontuais. Não existe no mundo uma única multinacional que esteja isenta de ilegalidades, corrupções e jogos de favor. E nesses meandros a bola joga-se sempre no campo dos que detêm a aparência de poder: o campo político.
Pois...
ResponderEliminarSó caso dos submarinos é que se cumpre a máxima que não há regra sem excepção.
EliminarCondenaram-se os corruptores, mas não se sabe quem por cá foi, ou foram, os corruptos.