Mira Amaral
Em 2010: Portugal não precisa do TGV Em 2014 e 2015: O TGV é fundamental para o Porto de Sines, e foi um tremendo erro nãoter-se construído a ligação em bitola europeia (TGV) |
As obras da ligação em bitola europeia, TGV, AVE, ou o que lhe quiserem chamar, não se fizeram e agora Espanha, -tal como deixei em aviso a que ninguém liga mormente por eu ser apenas ninguém, preocupados que andam a navegar a demagogia barata e enterrando projectos que são FUNDAMENTAIS para a competitividade da nossa economia- vai levantar as linhas de bitola Ibérica.
O que é que isso quer dizer?
Quer dizer, como muito bem disse agora Mira Amaral repetindo o que dissera em 2014, que Portugal vai ficar uma ilha ferroviária.
Ou seja, um sítio de onde não partem nem chegam comboios vindos de fora.
Poderão os mais incautos julgar que isso é quiçá coisa de somenos importância.
Mas se atendermos a que - e volto a repetir- no contexto actual as matérias primas são transitadas no imediato, pois que os modelos de gestão uniformizados e globalizados, quer por gestão do espaço físico, quer por determinações de ordem económica não permitirem acumulação de stocks, então temos um grave problema a começar de imediato pela Auto Europa e o Porto de Sines.
Mira Amaral voltou a declarar recentemente o que já tinha dito em 2014, falando da primeira vez tão baixinho que quase ninguém ouviu nem leu.
Mas as opiniões mudam e se agora é a favor, dois anos antes ainda era contra e deixo aqui para consulta o que faz memória e não pode ser desmentido.
Dizia ele então estar muito agradado com o adiamento do TGV.
A onda era a contestação ao governo de Sócrates, e à laia de molhar a sopa, tudo que era gente do contra batia fortemente nos investimentos. Uns por serem "megalómanos", outros por serem insuficientes.
Contudo, eis que ele aponta agora a necessidade urgente de uma ligação em bitola europeia, a do TGV, pois de contrário, todos os grandes investimentos e projectos, nomeadamente ligados à exportação, perdem competitividade, e pior, correm o risco iminente de tornarem-se inviáveis.
O TGV está definitivamente enterrado "O povo não come TGV's" |
Enterrado, sim está ele agora, e arrastou todos no seu enterro.
Perdeu-se muito tempo, e agora, a poucas semanas do levantamento das linhas em Espanha, as alternativas ficam-se pelas rodovias as quais atingiram, nos principais países da Europa, o limite.
Quer por questões de gestão de espaço, logística e até, ambientais, estão ser colocados fortes entraves à circulação das mercadorias por veículos pesados. O transbordo em Elvas / Badajoz, também implicará obras de vulto, e Espanha não está disposta a fazer investimentos, prolongar linhas e criar espaços para esse efeito, nem se mostra muito entusiasmada com uma mole permanente de veículos pesados a entrar e sair constantemente de Badajoz.
Incómodos e aumento de custos e tempo, são as próximas alíneas a acrescentar nas despesas das facturas futuras.
Mas é assim. O que se poderia esperar de alguém que mentiu para ganhar as primeiras eleições, e que, sendo mentiroso, voltou a espalhar mentiras e parvoíces, tais como "o povo não come TGV's" e voltou a ganhar as mesmas?
É o País que temos, dizem muitos, mas demagogias à parte, ficamos agora mesmo a ver os comboios a passar.... ao longe...
E não se pode dizer que tu não tenhas avisado, bom Charlie...
ResponderEliminarComo sabes, e tu és uma empresária de sucesso, isto não passa de uns desabafos.... :(
EliminarMas não são só desabufas.
EliminarSão os desabafos que tantas vezes nos consolam... Mas que outras tantas nos ilustram, também, como é o caso.
ResponderEliminarAinda esta semana se debateu um dos pontos mais importante e urgentes a resolver: o enorme impacto que a queima de combustíveis fósseis exercem sobre o meio ambiente e que estão a provocar o aquecimento global com o consequente derreter dos gelos eternos nos pólos do planetas. Os cenários previstos são tremendos, uma ameaça mais do que sobre a economia, sobre a sobrevivência, perante as quais as atitudes dos governantes apenas preocupados com o imediato se assemelha ao paquete que diante do espelho ajeita o penteado no instante em que o navio está a afundar.
ResponderEliminarUm dos sectores de desenvolvimento económico que mais contribui é o dos transportes.
O TGV é efectivamente, não algo a adiar com piadas jocosas e alarves, mas sim a implementar quanto antes. Cada contribuição, por mais pequena que seja para reduzir o aquecimento global é determinante. Um bater de asas pode fazer a diferença, e urge que todas as asas batam na mesma direcção.
Duvido que consigas...
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