dezembro 26, 2009
Persuasão dos mendigos
dezembro 17, 2009
Será que o homem moderno vai parar a evolução?
(traduzido de uma imagem de autor desconhecido)
novembro 27, 2009
Dinheiro público
Millôr Fernandes
no Twitter
novembro 25, 2009
Uma leitura... de uma leitora do «Persuacção»
É daquelas coisas que realmente nos fazem pensar e chegamos à conclusão que é mesmo assim que as coisas se passam, até na nossa vida pessoal e não só no dia-a-dia das empresas. Hoje em dia, as empresas actuam num mercado em constante mudança ou adaptação às novas realidades/necessidades e cada empresa individualmente tem que estar atenta a esse facto e não pode ficar para trás, tem que acompanhar essa evolução. Mas é no interior dessas organizações que a maior parte das vezes aparecem entraves a essa mudança. O gestor tem por isso que estar preparado para lidar com empregados acomodados e que argumentam para a não mudança.
Como refere no livro e muito bem, nas nossas universidades não são abordadas questões como a argumentação, argumentação falaciosa, retórica, etc. Por isso, este livro vem de encontro a estas questões, preencher a lacuna existente na formação do empresário/gestor.
Gostei muito do livro. Mais que isso, aprendi muito com ele, por isso parabéns por ter partilhado connosco, leitores, o fruto da sua experiência.
Cumprimentos,
Marta Pires"
Eu é que lhe agradeço, Marta, esta síntese tão completa do «Persuacção». Só espero que alguma coisa lhe seja útil na sua vida profissional e mesmo, como muito bem diz, na vida "lá fora".
outubro 24, 2009
A falácia do CO2 e do aquecimento global
O Canal 4 britânico produziu um documentário devastador intitulado "A Grande Fraude do Aquecimento Global". Aqui está, dividido em nove partes:
outubro 01, 2009
Não importa se você é lento, desde que tenha poder de antecipação
Colhido com todo o vagar do blog Capinaremos
setembro 30, 2009
Muito mal, senhor Presidente da República!
No tema da informática (correio electrónico), então, nem tenho palavras para...
setembro 28, 2009
Nada como usar um caso concreto para percebermos melhor uma ideia
Agora que já temos resultados provisórios (o apuramento dos resultados dos círculos eleitorais do estrangeiro será realizado a 7 de Outubro) das eleições realizadas em 27 de Setembro, já podemos comparar os resultados oficiais com o que resultaria da minha proposta:
Os resultados provisórios oficiais
A comparação da distribuição de deputados oficial... com a do cavalheiro
O que resultaria disto?
1) Dos 226 lugares já distribuídos (faltam 4 a distribuir pelos votantes no estrangeiro), 133 ficariam ocupados proporcionalmente ao número total de inscritos (portugueses com direito a voto);
2) 93 lugares ficariam vagos, correspondentes aos portugueses que não votaram, votaram em branco ou cujo voto foi considerado nulo;
3) 4 lugares ficariam atribuídos a partidos que, pela lei vigente, não têm direito a qualquer deputado. Os quatro "maiores partidos pequenos" foram o PCTP/MRPP, o MEP, o PND e o MMS.
Que tal? Para começar, poupava-se tanto dinheirinho...
setembro 25, 2009
O voto inútil (seguido de dois contributos... mas estes a sério)
- Eu quero que o meu voto seja útil.
- E como vais fazer isso, Louro?
- Ó Moura, vou votar mas voto num partido que não tenha hipótese de eleger algum deputado. Assim, o meu voto conta, pois não é considerado branco nem nulo. Mas é um voto que vai mostrar o meu descontentamento com os partidos do poder.
- Mas... ó Louro, se não me engano os votos que contam são os dos partidos que elegem pelo menos um deputado. Caso contrário, teríamos lugares vagos no plenário da Assembleia da República. Agora... eu acho é que, se estamos numa democracia representativa, a Assembleia da República deveria representar exactamente os resultados das eleições. Contando com tudo.
- Como?
- Ó Louro, somos pouco mais de 10 milhões de habitantes. Destes, com 18 ou mais anos seremos uns... 6 milhões. Contando com os emigrantes, seremos uns 7 ou 8 milhões de cidadãos com direito a voto. Bastaria fazer uma regra de três simples e teríamos os lugares da assembleia legislativa atribuídos de forma rigorosamente proporcional: as abstenções seriam lugares que ficariam vagos, assim como os votos em branco; aos votos nulos corresponderiam, em número proporcional, deputados que fossem autênticas nulidades; e os partidos ficariam com deputados na justa proporção de votos atribuídos pelos eleitores.
- Pois, Moura, mas isso é a brincar...
- Pois é, Louro. Mas se fosse a sério, só alteraria a parte dos votos nulos, que também corresponderiam a lugares vagos. É que, deputados que são umas nulidades, seria difícil isolá-los nesse novo grupo parlamentar...
Paulo Moura
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Matemática perversa
Há coisas em que raramente se pensa... ou raramente se percebem, mas que desvirtuam por completo a seriedade dos princípios ditos democráticos.
Por exemplo:
Quando se diz que um Partido tem maioria absoluta, será que tem mesmo?...
Tecnicamente tem, verdadeiramente nem sempre!
Porquê?
Vejamos a perversidade da matemática que atribui mandatos para a Assembleia da República. Vejamos, a título de exemplo recente, o que foi a "maioria absoluta" do Partido Socialista de 2005 a 2009:
O PS elegeu 121 deputados, contra 109 das restantes forças com assento parlamentar, daí a maioria.
Para tal, no entanto, recebeu 2.588.312 votos dos portugueses (representando 45,8% do total de votantes), contra 2.868.180 das outras forças com assento parlamentar (representando 49,89% dos votantes) - se lhe somarmos os votos dos outros portugueses que não se fizeram representar na AR e votaram mas não no PS, o número passa a 2.990.307 (representando 51,91% dos votantes), ou seja, mais de metade dos votantes votou contra o PS, ou seja, quase mais meio milhão de portugueses (exactamente 401.995) votaram contra o Partido que acabou por ter o direito de legislar sozinho.
É claro que a democracia tem que ter regras, aproximações e arredondamentos, mas a verdade pura e dura dos números não pode ser ignorada: os números representam cidadãos de pleno direito, um português por cada número.
Portanto, sempre que uma lei foi aprovada pelo partido com maioria absoluta contra todos os outros, as "normas" foram cumpridas, é verdade, mas é verdade também que os deputados mandatados por 2.588.312 portugueses ganharam aos representantes de 2.868.180 cidadãos....
É chato, não é...? Pois, mas é assim que funciona e "as regras são para se cumprir", principalmente se "as regras" forem "a lei", como é o caso. Também a decisão do árbitro é "lei", mas, quando a televisão mostra depois que afinal não foi "penalty"... é chato!
Ou seja, a matemática eleitoral de atribuição de mandatos é perversa!
Os Portugueses não são correctamente representados nos órgãos de poder!
Pedro Laranjeira
http://www.laranjeira.com/
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A técnica do leque
You've got a point, diria eu, se me desse para essas inglesices. Mas como não dá, digo-te que tens aí uma proposta com pernas, se não para andar, pelo menos para botar figura. E nada como umas belas pernas para se alegrar um cenário.
Sem destrambelhar o tema e na via de originalidades que alterem o actual sistema bolorento que define a constituição da Assembleia, aqui deixo o meu contributo opinativo:
- A partir de um quantitativo de votos pré-definido, todos os partidos concorrentes (ou movimentos de cidadãos organizados) teriam assento parlamentar, o qual, por sua vez, a partir da votação obtida por esse partido «menor», se desenvolveria, proporcionalmente, até ao partido «maior».
O leque partidário ficaria muio mais aberto e, por consequência, as ideias também.
Confesso que só me falta fazer as contas para apurar se este método «a partir de baixo» será exequível. Mas lá que seria muito mais representativo, não tenho dúvidas.
E proporcionaria, facilitando, essa coisa realmente democrática que é a necessidade de os divergentes serem capazes de convergir, em função do interesse mais alargado (ou mais nacional) em contraponto com as «maiorias absolutas» da treta que são, em meu entender, a maior e mais descarada perversão do regime.
Jorge Castro
blog Sete Mares
setembro 18, 2009
Euromilhões e crise
Ou seja, a minha alergia à especulação já vem de muito longe.
Se ainda não repararam, esta crise da economia deve-se (não é deveu-se, porque não é passado) à especulação: dos poderosos das finanças mudiais... e das famílias, que assumiram que "isto vai dar para tudo".
Pois o Euromilhões entra nesta minha alergia, como forma de especulação dos milhões de pessoas que acham que "os números que vão sair serão estes". E dão a ganhar muitos milhões a quem gere este - e outros - jogos de fortuna e azar.
Os muitos milhões de prémios (que põem as pessoas a sonhar) saem de um bolo de muitos mais milhões das apostas que são feitas. Serei só eu que faço estas contas?!
Ou seja, com o Euromilhões quem é que ganha todas as semanas uns bons milhões? Claro que é a entidade gestora (não sei qual é mas gostava de ser o dono).
setembro 17, 2009
Regra básica de comunicação
Isto para não se passar convosco o que me aconteceu hoje de manhã, a ler uma notícia do jornal «as Beiras»:
Como é que se cegam os ouvidos?!
Ah, bom!
setembro 14, 2009
Classe mínima
agosto 09, 2009
A Ana Andrade tirou (as suas) conclusões sobre o livro «Persuacção»
Não tenho capacidade nem experiência feita para fazer uma apreciação crítica comme il faut, pelo que me atreverei a gatafunhar o que mais me surpreendeu e agradou no PersuAcção, de Paulo Moura (P.M., doravante, por causa dos calos nos dedos), sendo que desde já aviso que não há nada que me tenha desagradado ou desiludido (sou uma tendenciosa assumida, mas aqui nem se trata disso), pelo que nem merece a pena colocarem-me a questão.
Ora então vamos por partes:
1 - P.M. fez o que qualquer estudioso, de qualquer área, deveria começar por fazer: abordar o assunto que pretende tratar à maneira de um atleta de fundo. O assunto é, naturalmente, o "persuadir para agir", aplicado à gestão de empresas, campo que domina como poucos que conheço. De resto, se o domina, é porque é um gestor de fundo, que não se limita a tratar de financiamentos em reuniões de fato e gravata. Ele gere pessoas e, porque o faz, estuda-lhes sentimentos, perspectivas, preferências, humores. E consegue o inimaginável: que todos trabalhem com gosto, em projectos que sentem comuns e não dele, embora dele tenham partido. Vi-o partilhar derrotas e resultados concretizados e, se é dotado a ultrapassar fases menos boas, é sublime a festejar objectivos atingidos. Para a história ficará a festa de comemoração de uma vitória das grandes na empresa das Caldas (98), em que, não sei como, me vi em cima de um palco a imitar os Excesso e assisti, deliciada, à minha mãe a contar a uma plateia das grandes, um conto erótico, sem perder o ar respeitável. O feito de P.M.? Persuadiu-nos. Para agir.
2 - É evidente que, para persuadir, há que utilizar as regras da lógica formal e, sobretudo, informal. Sem entrar em tecnicismos (porque os que gostam deles já os conhecem, os que não gostam eram capazes de adormecer e os que não conhecem mas gostavam de conhecer, comprem o livro, faxabore, que é das Edições Sílabo), devo dizer que a compilação que P.M. faz, nesta obra, das regras da argumentação e possíveis falácias a detectar na retórica alheia, de modo a contra-argumentá-la com rigor, dão dez a zero em qualquer capítulo a isso dedicado nos manuais de Filosofia para o 11.º ano de escolaridade que me têm passado pelas mãos (e são muitos, que eu compro tudo o que não me oferecem as editoras). Por isso, desde já anuncio aos meus futuros alunos (e peço permissão ao autor) que este livrinho fará parte da bibliografia obrigatória da cadeira de 1.º semestre da Escola de Direito da UCP, Pensamento Crítico. Exaustivo sem ser maçador ou hermético (haja quem perceba que a Filosofia não é complicada, é tão-só um pensamento sério, que não tem por que ser chato), elenca todas as espécies de falácias e, por contraste, os bons e mais fortes tipos de argumentos a utilizar por quem quer persuadir. E queremos todos, santa paciência, nas mais variadas situações.
3 - Por outro lado: aplauda-se quem é capaz de perceber que não se faz Filosofia por fazer. Se se pensa com rigor seja sobre que assunto for, é com um propósito, um objectivo final (é a ideia de que prática e teoria são correlativas: uma é condição necessária da outra - p. 67). A Filosofia ou é aplicável, ou é feita por gente com os pés (descalços, de preferência) enfiados na terra, ou não passa de devaneio de intelectualóides que gostam de se ouvir. E P. M. tem um propósito: persuadir para mudar. Neste sentido, escreve uma frase que, quanto a mim, resume tudo o que naquele homem há de inesperado, de arrojado, de desprendido, de genial: "Os líderes podem inaugurar a mudança, mas essa própria mudança torna-se o novo statu quo. Por esse motivo defendo que, por paradoxal que pareça, o gestor «ideal» deveria ser aquele que se tornasse dispensável, que desse o lugar a outro nesse cargo, quando se apercebesse que o valor acrescentado que dá à organização é reduzido, inexistente, ou mesmo negativo. Polémico, não concorda?" (p. 45). É, Paulo. Muito polémico. Quase de loucos. Mas eu já te vi fazeres isto mesmo, com toda a elegância. Pena foi que quem te substituiu não fizesse puto de ideia disto que falas.
4 - Na tradição anglo-saxónica e nórdica, é comum haver filósofos (ou "licenciados em filosofia", como em Portugal dizemos, a medo, não vá alguém comprometer-se a pagar-nos para pensarmos, o que é uma grande maçada) a trabalhar em escritórios de advogados, imobiliárias, em empresas de ramos vários, ou até em faculdades de outras áreas (que, pasme-se, é o que me vai acontecer, mas isso é porque a Escola de Direito da UCP-Porto é dirigida por um visionário) como consultores filosóficos. Sim, sim, é a mais pura das verdades. E congratulo-me ao ler P.M. afirmar algo de muito próximo: "E, se, como Aristóteles acreditava, a filosofia começa com a perplexidade, os negócios deveriam naturalmente dar lugar à filosofia. Deveríamos fazer perguntas filosóficas sobre a natureza dos negócios. Porque se não entendemos porquê e para quê fazermos o que fazemos, não poderemos desenhar o nosso caminho em frente com sabedoria e discernimento." (p. 69).
5 - Finalmente, e já à margem das páginas do livro, fica sabendo, Paulo Moura, que, com a tua ajuda, descobri, há dois dias, que tema quero abordar numa futura (mas nada longínqua) tese de doutoramento, empresa que ando a protelar, não só por preguiça, mas sobretudo porque não me estava a ver a escrever páginas e páginas sobre um qualquer assunto poeirento que não interessasse a ninguém. Deste-me a indicação algures pelas últimas páginas do teu livro e, pela primeira vez, senti que era possível. Melhor ainda: tive muita vontade de o fazer. Porque se trata de algo com aplicabilidade. Que se pode fazer, com sucesso. Coisa que só irá perceber quem tiver os dedos bem enfiados na terra, com unhas sujas e tudo.
Muito obrigada por tudo isto.
(E, mais uma vez, desculpa a demora.)
Ana Andrade
Filha da Maria Augusta
Blog Câimbras Mentais
agosto 07, 2009
A Ana Andrade descobriu os primórdios do livro «Persuacção»!
Passo a explicar.
Tive a sorte de ter como Professor de Epistemologia Geral, logo no primeiro ano do curso de Filosofia (e, mais tarde, no 3.º ano, de Filosofia Moderna, área em que é especialista), um Senhor chamado João Maria de Ascenso André. Mais tarde, viria a trabalhar, sob a sua batuta, na equipa de Produção do Teatro Académico de Gil Vicente, aquando do seu mandato como Director dessa instituição. Trata-se de um homem cujos interesses são vários, o que sempre me maravilhou: da agricultura ao teatro (dele, vi a mais mágica encenação d'O Principezinho, pela Bonifrates), das jantaradas com os alunos à poesia e à Filosofia de rigor. É autor de inúmeras obras, artigos e ensaios e, grande como só ele o soube ser sempre, abdicou de umas aulas para nos explicar como funcionava a Faculdade e o Instituto de Estudos Filosóficos, para nos ensinar técnicas de investigação (mal sabia eu que viria a utilizar os seus ensinamentos numa das cadeiras que leccionarei para o ano, na UCP) e os vários graus de um professor universitário, entre outras pérolas, que toda a gente parte do princípio que sabemos, mas nem por isso.
Um dia, lançou-nos um repto: fazer um trabalho de grupo sobre Ideologia, Ciência e Poder numa qualquer área do saber. Ainda sem grupo formado, soube o que queria: Economia! Houve surpresa na turma, porque todos esperavam que utilizasse a minha ligação ao Direito, mas na minha cabeça um nome pairava: Paulo Moura.
Paulo Moura era um licenciado pela FEUC em Economia, havia sido docente de Contabilidade Analítica ainda na Faculdade de Economia e no ISCAP e fora coordenador do "Centro Portugal Economia", suplemento do Diário de Coimbra. Mas, mais do que isso tudo, trabalhava como CEO, com a minha mãe e com o meu irmão, numa empresa que fez renascer das cinzas (e que às cinzas voltou, por mãos de incompetentes que should have known better, porque aprenderam com ele) nas Caldas da Raínha, bem como noutra, em Coimbra. Eu partilhara com ele a mesa a algumas refeições e sempre me cativara a causticidade das suas afirmações, a auto-imposição de ausência de quaisquer limites e, acima de tudo, o modo como levava avante, com pulso de ferro e muito humor, os seus projectos. Ouvia falar dele na sua ausência e habituei-me a admirar aquilo que eu considerava um homem anormal. Sim, anormal. Diferente, visionário, rigoroso, radical (no sentido de ir ao fundo das questões, à raiz de tudo). Um filósofo.
Vim a saber que o modo como o adjectivava não era disparatado (it takes one to recognise another): a sua ligação à Filosofia, mais do que por afinidade (que o era!), sentia-se epidérmica. O pensamento crítico, a atitude autónoma, o destemor no questionamento corriam-lhe nas veias, a toda a brida.
Por isso, Economia, era o que seria, tanto mais que o objectivo era trazer convidados à apresentação do trabalho e debater com eles o cruzamento entre a Filosofia e a sua área de trabalho. E foi brilhante, desde o início: trocámos faxes (sim, sou daquelas que fez o curso todo sem recurso à internet) quando ele estava nas Caldas e eu em Coimbra, encontrámo-nos para debater ideias e estruturar o que queríamos fazer dali. E fizemos.
Do dia, em concreto, lembro-me que ele já se encontrava no bar das Letras (que ele tão bem conhecia, de outras andanças) quando cheguei. Da aula, lembro-me de mim e dele. Do gozo que foi poder trocar ideias com quem sabia do que eu falava, tanto como daquilo de que estava ali para falar. Havia um grupo de trabalho, mas (desculpem-me!) não me recordo por quem era formado. Houve discussão, debate, interesse. O cruzamento entre a Economia e a Filosofia foi feito, chegando ele a afirmar que aprendeu mais de Economia por meio da Filosofia do que propriamente nos bancos da faculdade.
Houve Parabéns no fim, que partilhei com ele. E aconteceu, muitos anos mais tarde, um livro, resultado da sua tese de Mestrado em Ciências Empresariais:
Nela, da sua leitura, reconheço o cerne do que tratámos naquele aula, com aquele trabalho: trata-se de uma obra que, sob o mote de Persuadir para Agir (daí o persu-acção), se propõe a reflectir sobre o muito que a Filosofia tem a dizer no que concerne à Gestão de Empresas. E consegue-o. De forma brilhante. E arrojada, ou não fosse ele quem é.
Sobre o livro, proponho-me a fazer uma abordagem mais específica, num outro post (que este já vai longo, mas isto das paixões é como as cerejas, já se sabe...). Deixo-vos com um esboço (e não uma digitalização, que a modernice do scanner ainda não chegou cá a casa) da dedicatória que me escreveu, quando mo enviou. Porque há imagens que...
Ana Andrade
Filha da Maria Augusta
Blog Câimbras Mentais
junho 20, 2009
«Cânticos de Zomba e Zurzimento»
Mensagem do meu mais-até-que-amigo OrCa:
"Amizades,
Estou a anunciar-vos o lançamento do meu próximo livro… ia dizer de poemas, mas prefiro deixar ao vosso critério se, na verdade, se trata de um tão elevado exercício literário.
Coligidas entre 2003 e 2009, situações diversas que foram contribuindo para o estado em que estamos, sugeriram-me olhares críticos, sobre aspectos da vida política e social, que agrupei nesta obra a que chamei Cânticos de Zomba e Zurzimento, óbvio arremedo das nossas queridas cantigas de escárnio e maldizer, onde fui colher o espírito e a ousadia.
Tentei não olhar a gregos nem a troianos nas alfinetadas desferidas, mas tão-só reservar-me o direito inalienável do cidadão atento quanto baste no superior usufruto das suas liberdades de opinião e de expressão, que tenho exercido em cada fórum onde a oportunidade se me depare.
Por laços diversos a que voluntariamente me fidelizo, optei por fazer o seu lançamento nas Caldas da Rainha. A data e local: o próximo dia 27 de Junho (sábado), pelas 15h30, na Biblioteca Municipal das Caldas da Rainha.
Para a organização do evento contei com o prestimoso e inestimável envolvimento da sua Comunidade de Leitores, inexcedíveis nos desvelos e nos cem mil passos para que tudo corra de feição.
Conto, também, com a amizade da historiadora e escritora Gabriela Morais, que me honrará com a apresentação do meu livro. E, uma vez mais, com a minha editora, a Apenas Livros, com quem o afecto já fez perder largamente de vista a mera relação comercial.
Para a capa contei com a criatividade do meu filho Alexandre Castro.
Enriquecendo o lançamento, contarei, ainda, com as participações especiais de uma jovem violinista, Beatriz Lourenço Morais, e do escritor, poeta, jornalista, Pedro Laranjeira.
Conto, ainda, com todos vós, uma vez mais e sempre, para o bom sucesso deste evento.
Lá vos darei o abraço que aqui vos deixo.
Jorge Castro"
junho 14, 2009
Mais um verso para a «Chula da Educação»
O que não dizem: o professor a quem cabe corrigir as provas tem que ir buscá-las ao agrupamento de exames (por exemplo, no caso de Pombal - exemplo aleatório - têm que ir buscar as provas a Leiria). Por seus próprios meios e ficando tudo sob sua exclusiva responsabilidade. Nem meio GNR para amostra. Se uma prova se extravia? Valha-o Nossa Senhora da Grela, que não há santa como ela. É que o Ministério da Educação nem um seguro paga.
Até quando os professores permitirão esta «Chula da Educação»?
Vamos dar cabo dele?...
«O Mundo é a nossa casa»
Este filme (com quase duas horas) é constituído por paisagens aéreas do mundo inteiro e pretende sensibilizar a opinião pública mundial sobre a necessidade de alterar modos e hábitos de vida a fim de evitar uma catástrofe ecológica planetária.
maio 27, 2009
Alguém tem dúvidas?
Oliveira Costa
ontem na comissão de inquérito no Parlamento
maio 24, 2009
The Zeitgeist Movement
"Outra forma de ver as coisas... - Obrigatório ver para quem quer saber da crise!
Envio um Site com dois filmes interessantes (um de 2007 e outro de 2008), que versam temas que nos ajudarão a entender o mundo à nossa volta.
Algo que nos faz, seguramente, pensar.
E preparem-se pois a coisa é demorada, ainda que merecedora de atenção."
Zeitgeist, The Movie
[ RELEASED 25/6/2007 ]
Duração: 2h02m
(versão com legendagem em português)
Zeitgeist, Addendum
[ RELEASED 2/10/2008 ]
Duração: 2h03m
(versão com legendagem em português)
Página com informação em português sobre o movimento Zeitgeist
maio 13, 2009
A economia a funcionar
Subitamente, um rico turista entra no pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100 € sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se lhe não agradar.
O dono do hotel pega na nota de 100€ e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100€.
O talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100€ que devia há algum tempo.
Este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne que por sua vez corre a entregar os 100€ a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito.
Esta recebe os 100€ e corre ao hotel a quem devia 100€ pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes.
Neste momento o turista desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100€. Recebe o dinheiro e sai.
Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido. Contudo, todos liquidaram as suas dívidas e agora a população desta vila já encara o futuro com optimismo.
(recebido por e-mail)
abril 19, 2009
Os maus argumentos da má medicina
O Pedro Laranjeira lança este grito de revolta em nome das mulheres.
A histerectomia, remoção total do útero, é a prescrição mais habitual dos médicos quando uma mulher se queixa dos sintomas gerados por fibromiomas, tumores benignos que se desenvolvem nas paredes do útero. Neste livro, o Pedro Laranjeira alerta as mulheres para a existência de uma alternativa a essa "cirurgia irreversível, que elimina definitivamente os miomas mas impede a mulher de poder voltar a ter filhos": o tratamento por embolização.
"Em Portugal (dados de há dois anos, em hospitais públicos do continente) submeteram-se à histerectomia 11.359 mulheres, das quais 4.756 o fizeram devido à existência de miomas, ou seja... inutilmente!
No mesmo período, trataram-se por embolização, com sucesso pleno, 208 mulheres."
Percebe-se bem a revolta do Pedro Laranjeira quando tomamos conhecimento do problema e constatamos que a medicina nem sempre toma as melhores opções no interesse último da pessoa doente.
abril 13, 2009
Bem haja, professor Rogério!...
Em 1986, eu e o meu irmão compilámos e publicámos em livro diversos apontamentos dele sobre episódios da sua vida como professor (com o sentido de humor e preocupações sociais que sempre demonstrou) e poemas (de fé e de amor).
Juntámos a isso tudo um texto «em jeito de biografia» em que cruzámos uma sequência cronológica de alguns dos passos da vida do professor Rogério com algumas histórias engraçadas que o nosso Pai frequentemente nos contava.
O livro, «Bem haja, professor Rogério», está disponível para quem o queira encomendar. Basta enviar-me um e-mail e eu darei todos os detalhes.
a capa
a contracapa
março 26, 2009
A minha abordagem à mudança de hora despertou a atenção da TVI
Enviada: quarta-feira, 25 de Março de 2009
Para: paulo@mouras.net
Assunto: TVI
Boa tarde.
Sou o editor do programa Diário da Tarde, do TVI24.
Sabendo que V. é um estudioso das questões relacionadas com a mudança da hora, gostaria de convidá-lo a participar em directo no programa da próxima sexta-feira, 27.
Se aceitar, peço-lhe o favor de estar na TVI (Rua Mário Castelhano, nº40, Queluz de Baixo) às 17h do dia 27.
Por favor, confirme a sua presença – caso esteja interessado e disponível – para este e-mail.
Melhores cumprimentos,
Jorge Nuno Oliveira
Redactor Principal, TVI
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From: Paulo Moura
Sent: Wednesday, March 25, 2009 22:08
To: Jorge N. Oliveira
Subject: RE: TVI
Boa noite, Jorge Oliveira
Agradeço-lhe a atenção e o convite.
Teria muito gosto em colaborar consigo na abordagem dessa temática que, como refere, me cativa desde há bastante tempo. Teria muito interesse nisso, até porque estou a pensar avançar com uma petição para que não haja mudanças de hora em Portugal. É que alegadamente as mudanças de hora levam a poupanças energéticas - que estão por demonstrar, havendo até estudos com conclusões opostas - mas o facto é que perturbam a vida das pessoas durante vários dias após ocorrerem, originando problemas que afectam o bem estar de todos. E pensar que tudo começou com um artigo humorístico de Benjamin Franklin para o «Journal de Paris» em 1784...
O problema é que na sexta-feira, dia 27, será de todo impossível a minha presença, já que a essa hora que indica estarei em Anadia.
De qualquer forma, se puder ser útil para qualquer informação de que necessite, disponha.
No meu blog «Persuacção» tenho vários posts sobre este assunto e, inclusivamente, um link para uma página que aborda especificamente este assunto.
Cumprimentos,
Paulo Moura
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De: Jorge N. Oliveira
Enviada: quinta-feira, 26 de Março de 2009
Para: paulo@mouras.net
Assunto: Re: TVI
É pena.
Mas como daqui a seis meses a hora volta a mudar, fica feito o convite.
Cumprimentos,
Jorge Nuno Oliveira
março 24, 2009
março 17, 2009
Argumentação racional a favor do povo português
"Um estudo recente conduzido pela Universidade de Lisboa mostrou que cada português caminha em média 440 km por ano.
Outro estudo feito pela Associação Médica de Coimbra revelou que, em média, o português bebe 26 litros de Vinho por ano.
Isso significa que o português, em média, gasta 5,9 litros aos 100km.
Logo... o português é económico!"
março 10, 2009
Nem tudo são más notícias
Mas o Professor Correia Jesuíno, que me deu a honra de ser co-orientador da minha tese de mestrado, conjuntamente com o Doutor Desidério Murcho, informou-me que se jubilou mas continua com actividade docente, na Universidade Lusófona, em Lisboa:
"Aí intervenho num Mestrado de Comunicação nas Organizações onde introduzimos uma cadeira de Retórica e onde o seu livro consta da bibliografia".
É uma honra, Professor.
fevereiro 02, 2009
Desculpem lá a minha pergunta estúpida
"Klaus Schwab, fundador do Fórum Económico Mundial de Davos, afirmou hoje que a crise financeira mundial fez perder cinco biliões de dólares (cerca de 3,8 biliões de euros) à economia global, que terão que ser repostos pelos contribuintes"
jornal Sol, 27/11/08
Esse dinheiro todo foi... para um buraco negro?!
Entretanto, quem se lixa é o mexilhão. Não só o mexilhão contribuinte como o mexilhão trabalhador, como ilustra com humor esta campanha da CareerBuilder.com:
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Malinowski [no blog da FEUC] - "Segundo algumas leituras da teoria da relatividade de Einstein, nós próprios nos encontramos já dentro dum buraco negro. A ser assim, as perdas do furacão que assolou a economia global são o corolário natural das forças centrífugas que este desencadeou, encontrando-se os ditos biliões num universo paralelo, quiça numa qualquer estrela anã da galáxia «Off Shore»."
Paulo Moura - "Sabes uma coisa, grande Malinowski? Acho que tens toda a razão: nós é que estamos num buraco negro e o dinheiro está fora!"
fevereiro 01, 2009
Os portugueses não ficam atrás do Barack Obama!
Tanto mediatismo tem o Barack Obama que a frase «Yes, we can» se tornou um ícone.
E nós, portugueses, sempre com o nosso ancestral complexo de inferioridade, nem sequer nos apercebemos que temos uma frase tipicamente nossa, no mínimo igualmente interessante e com uma sonoridade muito idêntica a «Yes, we can», que usamos no dia a dia. Mas a banalidade não lhe tira a força. Antes pelo contrário. Senão vejamos um exemplo de aplicação:
E é se... queres!
Sonhas ser professor?
Fazes muito bem. Portugal agradece. Mas...
Passas uma carrada de anos a fazer vida de cigano, de terra em terra, do cu de Judas até à parte de trás do sol posto...
E é se... queres!
As tuas ferramentas de trabalho e os consumíveis, tu é que os tens que comprar que as escolas não tos disponibilizam nem te reembolsam...
E é se... queres!
Durante o tempo que passas na escola não tens um espaço em condições nem recursos disponíveis para preparares as aulas e tens que te desenrascar... normalmente trabalhando em casa, à noite e nos fins de semana...
E é se... queres!
Aceitas que o Governo do teu país destrua a imagem da tua profissão...
E é se... queres!
...
E é se... queres!
...
(a propósito, o Governo tem vários méritos na área da educação: conseguiu unir uma classe que nunca foi coesa... e até os alunos concordam com os professores, como mostraram na manifestação em Coimbra, no passado dia 29 de Janeiro, exigindo "a desburocratização do ensino para que os docentes se possam dedicar às suas tarefas fundamentais: a preparação e concretização das aulas e a avaliação"; entretanto, também tenho que agradecer ao Ministério da Educação a oportunidade que me deu para criar este post e este poster... num dos muitos fins de semana em que não pude sair de casa porque a minha mulher esteve a preparar aulas, materiais para os alunos e testes... e é se quero!)
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Comentário do OrCa: "Não consegui chegar cá mais cedo para produzir um clap-clap bem sonoro acerca desta tua entrada... que não se sabe se conduzirá a uma saída feliz.
O dito está bem apanhado, até pela sonoridade, mas dá-nos um ponto de situação abissal entre as duas atitudes: yes, we can é um apelo à mobilização geral; e é se queres tem, por trás, aquele tom semi-ameaçador, semi-arrogante, semi-condescendente em que só faremos quando alguém nos der licença.
Pelo que conheço cá do burgo, se nos aparecer algum Obama para eleições, grande parte do eleitorado é capaz de pensar com os seus botões: o caraças do preto não querem lá ver para o que lhe havia de dar?! E zarparia, acto contínuo, para o Alasca em busca da silly miss que lhes fornecesse bilhetes para o próximo concerto do Tony Carreira, que a malta precisa é de se distrair..."
janeiro 25, 2009
Mais um contributo para a discussão sobre a mudança da hora
Miguel Esteves Cardoso no «Público» de 23 de Janeiro de 2009
"Sou daqueles chatos que abominam a mudança de hora, seja para mais ou para menos, sem perceber como se pode ganhar ou perder uma hora.
Dentro de mim, estou convecido, correm as horas com que nasci e nada há que as possa atrasar ou adiantar ou trocar à minha revelia.
As notícias sobre o tempo - seja o que chove; seja o que passa - são cada vez mais deprimentes. Mas no PÚBLICO de ontem tocou-se no fundo. Diz um estudo na revista Nature - cada vez mais sensacionalista - que as próprias estações do ano estão a antecipar-se dois dias.
Teremos assim a Primavera a arrancar já no dia 19 de Março. É um dos aliciantes, como a hora que se «ganha» no Inverno. Mas não se diz que o Verão vai acabar (e o Inverno começar) mais cedo. Está quieto. E aqueles dois últimos dias da Primavera e do Outono, que são tão agradáveis, viste-los.
Claro que não acredito nem por um momento que as estações estejam a antecipar-se e queiram pôr termo à longa e sólida relação que têm com os equinócios e os solstícios.
Desconfio é que se está a criar um clima conducente a mais intromissões humanas. Já devem estar a formar-se comissões para descontar e somar dias às estações: «Este ano, por causa dos efeitos do XYZ, o Outono só vai começar a 2 de Outubro. Em contrapartida, o Inverno vai durar até Maio de 2010. É favor acertarem os relógios e os calendários.»
Se calhar, é altura de cada um de nós reivindicar o direito a ter o seu próprio tempo."
Bem hajas, Carlos Carvalho, pela pista.
janeiro 16, 2009
Colón? Columbus? Colombo?... Português, de Cuba!
Não lhe bastava ter editado o livro «O Alentejano que descobriu a América - 1492 - a Viagem Épica do português Salvador Fernandes Zarco mais conhecido como Cristóvão Colombo» de que já falei aqui. Agora já existe uma edição em espanhol e outra em inglês. "Excelent, coño!"
janeiro 11, 2009
«Nós por cá»...
Em Dezembro de 2007, na minha «sétima carta de trás da serra» na revista «Perspectiva», relembrei de forma romanceada uma conversa entre mim e o Alexandre, em 1980, no intervalo entre duas aulas nos «galinheiros» (pavilhões pré-fabricados) da faculdade de economia da universidade de Coimbra. Na «carta», ficou assim:
"Quando na mesma conferência [da Ordem dos Economistas, em Lisboa] se falou dos problemas que se colocam à economia portuguesa, ficou claro que o Estado português está em falência técnica. Isto é uma conclusão minha, que aquela malta não pode dizê-lo, sob risco de terem problemas com a entidade patronal. Aliás, quando depois das primeiras chuvas de Outono fui aos míscaros com a Rosita e o Alex Narigudo, ele viu um «peido da avó», como chamamos por aqui àqueles cogumelos cujo chapéu parece um balão. Como sempre fizemos desde pequenos, pisou-o e aquilo soltou o ar lá de dentro como uma discreta bufa. E o Alex comparou: «Estes peidos da avó são como a economia. Transmitem uma imagem que nos ilude, mas são ocos por dentro».
Por isso, agora nada me admira. Aliás, estou bem preocupado com algo de que quase não ouço falar e que nos afecta praticamente a todos: a Segurança Social já estava com dificuldades de há anos a esta parte porque, diziam, os fundos e as contribuições recebidas não eram suficientes para garantir as pensões de reforma e invalidez da geração actual das pessoas que vêem uma fatia significativa do seu ordenado (11%) irem obrigatoriamente para essa entidade. Ou seja, de um salário de mil euros, por exemplo, 110 euros não recebemos porque a entidade patronal tem que entregar em nosso nome essa verba à Segurança Social. E, "ainda por cima" - aqui aplica-se muito bem esta frase - a entidade patronal ainda tem que pagar mais 237,50 euros. Para quê? Supostamente para termos garantido - diz o Estado - uma pensão quando nos reformarmos... ou em caso de invalidez... ou de desemprego...
Mas, como um desenho humorístico recente resumia sobre o «caso Madoff», dois matulões interrogavam o Bernard L. Madoff:
- Onde é que aprendeu a pagar a investidores antigos com dinheiro de novos investidores?
Encandeado com um foco de luz a apontar-lhe a cara, Madoff responde-lhes:
- Com a Segurança Social!
"Então, Paulo Moura, isto não é nada de novo!" - Pois não, mas já ouviram falar da pancada que os fundos da Segurança Social levaram com esta queda nas bolsas de valores? Sim, sim, o nosso dinheirinho, que a Segurança Social já não podia garantir que chegava para todos, agora ainda minguou mais. E nós, cantamos e rimos?
O Medina Carreira chama os bois pelos nomes. Na entrevista que deu ao «Nós por cá» relembrou que já Rafael Bordalo Pinheiro chamava no fim do século XIX a "porca da política" e a economia era uma "galinha choca". Medina Carreira comparou a política actual a uma "santola só com casca". Eu continuo a chamar a tudo isto "o peido da avó".
janeiro 08, 2009
Uma grande lição (e bem humorada)...
Parte 1:
Todos os videos (9 partes - 1h30 total) aqui.