setembro 28, 2011

Vejam lá se os mercados estão nervosos

O investidor Alessio Rastani dá uma entrevista assustadoramente franca à BBC deixando os entrevistadores visivelmente abalados com a sua previsão de que os mercados vão cair e que o euro está condenado.
"Prepare-se e aja agora", é o seu grito de alerta.



Comentário do Charlie:
"Toda a entrevista ficou condensada numa frase: «Não são os governos que mandam no mundo, é a Goldman Sachs!»
Ora aí é que está o pomo da questão. É a noção de Poder de facto. Quando os governos desregulamentam os mercados, tal como os tontos do nosso governo actual estão a fazer, o lógico, o evidente, é a tomada do poder por outras entidades. Pois regulamentar o mercado é exercer o poder. Este menino de coro que deu voz ao que se está a passar do lado de lá da barricada, esqueceu-se de dizer o mais importante: pode ganhar-se muuuuuuito dinheiro com as crises, mas o muuuuito dinheiro é apenas muuuuuuiiiito dinheiro e não representa muuuuuita riqueza. Só uma economia saudável produz riqueza, riqueza de facto e não muuuuito dinheiro. Só uma economia saudável produz o mais importante para o viver em sociedade: harmonia. E a harmonia, é como se sabe o fundamental em qualquer complexo organizado. A harmonia está presente em todo o nosso viver, e mesmos as rupturas, são degraus na reorganização da harmonia. O universo rege-se pelo equilíbrio harmónico, matemático, a música é o emergir dessa verdade que nos cerca e que está presente em todos os átomos do nosso corpo. E bem a este propósito, recupero uma frase deste totó: «não se pode deixar crescer um cancro senão ele toma conta de todo o corpo e acaba com ele.»
Perfeito, sublinho e assino por baixo.
Só que ao saltar-lhe a verdade pela boca, errou no alvo: o alvo é ele mais toda a escumalha igual a ele. Eles é que são o cancro. É a eles que os Governos, se cumprissem as suas obrigações, deveriam travar quanto antes! Antes que tomassem conta de todo o corpo.
Passos Coelho e Vítor Gaspar deveriam ouvir atentamente este menino, yupi de olhos predadores brilhantes! Não sei se teriam de novo a sensação de murro no estômago, ou dum aríete a derrubar-lhes as convicções nas sagradas leis da economia desregulada. A minha sensação - e perdoem-me a falta de formação académica nesta área - é a de que nunca se deve entregar o ouro ao bandido para que este o guarde, nem a ovelha ao lobo, com o mesmo fim, nem a couve ao cabrito. Por que raio é que se deve então entregar a economia a gente que não quer saber da economia para nada a não ser na parte que eles podem devorar?
O último vestígio de soberania do Estado são estas empresas públicas que o P.C. anda a vender ao desbarato, nem que sejam, como ele disse, por um euro. O que pensa ele que os investidores espanhóis irão fazer da nossa TAP?! Que vão permitir o continuar das carreiras que concorrem com eles?! Que irão fazer mexer a economia nacional?! O mesmo para as águas ou a PT?...
Mas por que livrinho cagado é que esta gente estudou?
É preciso ser-se formado em economia para termos a noção de que, devido à nossa pequenez, a única forma de nos afirmarmos como Estado credível é sermos determinantes nos sectores estratégicos da nossa economia?
Alguém acredita na bondade dos investidores estrangeiros? Só estes totós neoliberais. O próprio Yupi disse tudo nesta entrevista. Eles não querem saber do país para coisa alguma, nem da economia, nem do bem estar nem da ecologia, nem da felicidade nem da doença, da cultura e educação. Só querem saber de dinheiro, mesmo que esse dinheiro deixe de representar coisas de facto. É realmente uma doença e cito Einstein: «só há duas coisas infinitas, o universo e a estupidez e, mesmo assim... não tenho bem a certeza quanto à primeira...»
Estamos a viver sob a égide da estupidez..."

8 comentários:

  1. Toda a entrevista ficou condensada numa frase: "Não são os governos que mandam no mundo, é a Goldman Sachs!"
    Ora e aí é que está o pomo da questão. É a noção de Poder de facto. Quando os governos desregulamentam os mercados, tal como os tontos do nosso governo actual estão a fazer, o lógico, o evidente, é a tomada do poder por outras entidades. Pois regulamentar o mercado é exercer o poder. Este menino de coro que deu voz ao que se está a passar do lado de lá da barricada, esqueceu-se de dizer o mais importante: pode ganhar-se muuuuuuito dinheiro com as crises, mas o muuuuito dinheiro, é apenas muuuuuuiiiito dinheiro e não representa muuuuuita riqueza. Só uma economia suadável produz riqueza, riqueza de facto e não muuuuito dinheiro. Só uma economia saudável produz o mais importante para o viver em sociedade: harmonia. E a harmonia, é como se sabe o fundamental em qualquer complexo organizado. A harmonia está presente em todo o nosso viver, e mesmos as rupturas, são degraus na reorganização da harmonia. O universo rege-se pelo equilíbrio harmónico, matemático, a música é o emergir dessa verdade que nos cerca e que está presente em todos os átomos do nosso corpo. E bem a este propósito, recupero uma frase deste totó: " não se pode deixar crescer um cancro senão ele toma conta de todo o corpo e acaba com ele. "
    Perfeito, sublinho e assino por baixo.
    Só que ao saltar-lhe a verdade pela boca, errou no alvo: o alvo é ele mais toda a escumalha igual a ele. Eles é que são o cancro. É a eles que os Governos, se cumprissem as suas obrigações, deveriam travar quanto antes! Antes que tomassem conta de todo o corpo.
    Passos Coelho e Vitor Gaspar deveriam ouvir atentamente este menino, yupi de olhos predadores brilhantes! Não sei se teriam de novo a sensação de murro no estômago, ou dum arriete a derrubar-lhes as convicções nas sagradas leis da economia desregulada. A minha sensação, e perdoem-me a falta de formação académica nesta área, é a de que nunca se deve entregar o ouro ao bandido para que este o guarde, nem a ovelha ao lobo, com o mesmo fim, nem a couve ao cabrito. Por que raio é que se deve então entregar a economia a gente que não quer saber da economia para nada a não ser na parte que eles podem devorar???
    O último vestígio de soberania do Estado são estas empresas públicas que o P.C. anda a vender ao desbarato, nem que sejam, como ele disse, por um euro. O que pensa ele que os investidores espanhois irão fazer da NOSSA Tap??? Que vão permitir o continuar das carreiras que concorrem com eles? Que irão fazer mexer a economia nacional? O mesmo para as águas, ou a PT?
    Mas por que livrinho cagado é que esta gente estudou???
    É preciso ser-se formado em economia para termos a noção de devido à nossa pequenez, a única forma de nos afirmarmos como Estado credível, é sermos determinantes nos sectores estratégicos da nossa economia?
    Alguém acredita na bondade dos investidores estrangeiros? Só estes totós neoliberais. O próprio Yupi disse tudo nesta entrevista. Eles não querem saber do país para coisa alguma, nem da economia, nem do bem estar nem da ecologia, nem da felicidade nem da doença, da cultura e educação. Só querem saber de dinheiro, mesmo que esse dinheiro deixe de representar coisas de facto. É realmente uma doença e cito Einstein: só há duas coisas infinitas, o universo e a estupidez e mesmo assim... não tenho bem a certeza quanto à primeira...
    Estamos a viver sob a égide da estupidez....

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  2. Lá tive que "levar" isto para o post...

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  3. Fartinho destes vendidos e vendilhões!

    O que me espanta, de cá da minha incomensurável ignorância acerca de economia e finanças, mas profundo adepto do senso comum, é o facto destas alimárias nunca falarem do pãozinho para a boca, da couvita que eu tanto apregoo, da batatinha ou da castanha com que se medra, do interesse, enfim, de cada país ser auto-sustentável em bens alimentares, antes de todos os outros bens... Isso, em boa verdade, é que me espanta! E me assegura que esta tropa fandanga não passa de uma lamentável e miseranda corja de aldrabões.

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  4. Claro que, com todo o idealismo lírico que norteia a minha vida - e que irremediavelmente a norteará até que já não tenha mais vida para viver - sou da opinião de que esta franqueza «desassombrada» toda de tão desassombrado «investidor» deveria ser justificação, só por si mesma, de prisão por justa causa e crime contra a Humanidade.

    Alguém que se arrogue o direito de «criar» dinheiro (ou «riqueza»)como este «artista» faz e como a sua seita gosta de dizer e o Charlie tão bem desmistifica, teria e tem, ainda, em qualquer dicionário, uma série de epítetos a propósito: agiota, burlão, vigarista, especulador, etc., etc., etc.

    Eticamente, eles são os criadores da miséria no mundo e como tal - tenho esperanças! - virão a ser julgados pela História e varridos dela como lixo tóxico que são.

    Até lá, entre Sócrates e Passos e Merkels e Sarkozys e quejandos, vamos penando as nossas estúpidas penas, parvos que somos. Parvos, claro, etimologicamente pequenos, do latim.

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  5. E será que isto ainda muda na nossa geração?!...

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  6. (Mil perdões... agora que finalmente consegui "entrar", vim só cá dar um saltinho para dizer que: concordo com Einstein. O gajo... bom... até que é jeitoso. É um bocado um desperdício andar a dar o corpinho assim... A "nossa geração"...huummm... isto para Outubro, vai um calor desgraçado, ou não?)

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  7. De deitar os bofes de fora (bofes em sentido lato).

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