A História é feita dos que combatem os sitiantes, não dos que trocam a bandeira pela bandeira dos inimigos....a procuração que os governantes têm nas mãos através do
voto, é no sentido de gerir o património público e não de se desfazer dele, de
o alienar...
É usual que à contestação sobre determinadas medidas que os
governantes tomam, estes argumentem recorrentemente com a legitimidade que uma
eleição democrática confere às decisões que tomam. O facto de terem sido eleitos, passa assim uma
esponja sobre os compromissos que
levaram os eleitores a preferir umas propostas em detrimento de outras, quando
uma vez instalados no Poder fazem tábua rasa dessas mesmas propostas. Sabemos obviamente que a dinâmica própria das
sociedades faz com que determinadas soluções sejam rapidamente ultrapassadas,
esvaziando ou tornando-as caducas pelo
próprio evoluir das circunstâncias.
Churchill costumava dizer que a Democracia
era a pior forma de governação excluindo todas as outras, mas isso, longe de
ser um problema é uma das suas virtudes; não se deve insistir em soluções
erradas apenas por fazerem parte de uma agenda e o bom senso e o apurado killer
instinct próprio de um político deve
fazer com que este saiba inflectir, corrigir, enfrentar se necessário, para
manter o rumo no sentido do bom porto.
Nos tempos que correm, o País, todos nós, estamos
confrontados com uma das piores crises de sempre. Fosse ela apenas mais um
episódio transitório da nossa secular teimosia mas não.
Bem se pode argumentar de forma demagógica com o anterior
governante, mas ele não governou na Grécia, nem na Irlanda, nem em Espanha ou
França, muito menos Itália e a mesmíssima Alemanha que agora se abeira da
estagnação, e todos estes países estão no epicentro de uma crise económica cuja
evolução apresenta as características de espiral negativa, implosiva, mortal…
As soluções tiradas a papel químico de uns para outros países, passam sempre
pelas mesmas opções que por sua vez afundam ainda mais a estrutura económica. No
entanto, insiste-se sempre nas mesmas
medidas , cortes, impostos e por fim o filet mignon; as privatizações. E é
aqui, neste particular, a entrega do património colectivo a interesses
particulares muitas vezes obscuros, que os limites da legitimidade democrática
se devem questionar.
É sabida a história
de João Vale e Azevedo, condenado mais do que uma vez por toda a sorte de
abusos. Alguns deles foram efectuados com a legitimidade de uma procuração
assinada voluntariamente pelos que depois se apresentaram como queixosos. De
procuração-legal- nas mãos, permitia-se gerir o património alheio ao seu bel
prazer; de forma legitima, pode dizer-se por um lado. Sim mas abusiva e
criminosa dizemos por outro, e disseram os lesados também aos quais os juízes deram
razão, por mais legais que as procurações tivessem sido. Esta mesma postura
deve ser observada quanto à legitimidade das privatizações agora no prelo,
apressadas, esquisitas, mais do que suspeitas: absolutamente
desnecessárias e contra os interesses
nacionais.
Tal como no caso de Vale e Azevedo, a procuração que os
governantes têm nas mãos através do voto, é no sentido de gerir o património
público e não de se desfazer dele, de o alienar e isto pela simples razão de que o património público não lhes pertence, é do páis e não é deles. Dificilmente alguém vê uma só característica
de probidade na truculência reles de um
Relvas, ou descortina um pensamento profundo e de longo alcance no
fundamentalismo vazio de Passos Coelho. E é às mãos destes senhores que parcelas do património valioso construído ao
longo de décadas pelo esforço colectivo de várias gerações, está a passar para mãos alheias, para
interesses alheios, alguns que nem se sabe quem são. Mais do que uma operação comercial péssima, é
toda uma filosofia do existir que está
em causa. A História é feita dos que combatem os sitiantes, não dos que trocam
a bandeira pela bandeira dos inimigos. É feita dos homens que tem coragem de
defender-se da gula dos que vem ocupar, e não dos que trocam a alma por um saco
de moedas. Aos que abriam as portas que
deveriam defender, dava-se um nome. O mesmo nome que Dom João II deu aos que queriam vender os
Descobrimentos a Espanha, a todos chamou um figo. Eu não sei o que lhes chame
mas não é possível dar um nome bonito a quem insiste em ver na alienação da coisa nossa, no
empobrecimento da população, na consequente fome, doença e o incontornável atraso que se vão instalar,
a saída para a crise.
Não foi para isso que receberam mandato, não tem
legitimidade por mais que invoquem ter-lhe sido dada pelo sufrágio democrático.
Traíram o projecto que os fez eleger, e
traíram o país, mas tudo isso é feito com a intenção clara de minar o futuro a
quem queria mais tarde inflectir o rumo que estes senhores estão a dar. Uma vez o terreno
minado, muito dificilmente se recupera. Uma fé cega e irracional na ideologia neo
liberal que já está fazendo as pessoas ir aos caixotes do lixo e que ameaça voltar a fazer surgir os bairros
de lata, é o que move Passos Coelho. Nada disso que ressalta à vista faz mudar quem não tem outra
estratégia que não seja a de desmontar o Estado para que este não seja passível
de tomar outro rumo. Custe o que custar,
por mais ilegítimo que esse custo seja.
E nós? Não temos uma palavra a dizer?
Por pouco escapava-se mesmo este teu texto sem uma palavra.
ResponderEliminarÉ que ainda estou dorido dO saco da Ana :O)
Palavras temos muitas, o problema é que isto não vai lá com palavras (e não, não estou a legitimar o recurso à violência, não acho que seja por aí).
ResponderEliminar(Oh Paulo...!!! :))))) )
Então vai por onde, oh Ana? :O)
EliminarSe eu tivesse descoberto a pedra filosofal, achas que estava aqui a escrever coisas e cenas? ;)
EliminarMas tens O saco (que, por estes dias, até funcionou... Q.E.D.) :O)
EliminarPois....
EliminarA força é a razão das bestas, mas quando se argumenta com palavras, a quem nos trata como bestas, deve tirar-se às bestas o (ab)uso da nossa palavra.
Ó Charlie, quem ler isto e não te conhecer há-de pensar que estás a chamr besta à Ana!
Eliminarahahahahahahahahahahahahah
(vou fugir... que ainda sobra para mim... dava jeito aqui o arbusto d'a funda São...)
Nãaaaaaaaoooo...
Eliminarxi....
Pela boca morre o peixe, mas nem sou peixe nem a Ana é nadadiça, digo, nada disso
... nem eu sou violenta (O saco é que é) nem vos trato como bestas - pelo que não enfiei o carapuço. :))))
EliminarOra bolas, a minha gasolina não ateou o fogo :O)
EliminarE depois, o saco está cada vez mais vazio de paciência de esperança e cada vez mais cheio de revolta e indignação.
ResponderEliminarA propósito da TAP...
Há seis meses quando a Caixa Geral de Depósitos foi obrigada a abrir mão da maior empresa exportadora a Cimpor, vendendo as acções ABAIXO do preço de "mercado" também havia um caderno de salvaguarda de interesses.
Deu em quê?
Portugal continuaria a ser o centro de decisão da empresa?
Os compradores respeitaram os acordos?
ZERO!!!
O que fiou em Lisboa foi o oco dos armazéns, o negócio, o que é bom e era dinheiro a entrar no país, FOI PARA O BRASIL.
Mas a stórinha não era virgem, anos antes pela mão do Cavaquinho, já o mesmo acontecera à tristemente célebre, case study mais que não fosse para repetir a asneira, Sorefame.
Comprada pela Bombardier, a Sorefame, empresa de renome mundial no campo das comunicações ferroviárias com milhares de PATENTES interncionais e vencedora de concursos desde os EUA até Africa do Sul etc, a nossa empresa, secular, foi ESVAZIADA dessas patentes, dos contratos já firmados que trariam dividendos, e ENCERRADA. TOUT COURT....
Agora é a vez de enterrar a TAP.
Sobre a EDP há um relatório escondido atrás do qual alguns investigadores andam à procura...
Achas, acham, que não há razões para que estas ofensas sucessivas caiam também sucessivamente em saco roto?
São tantas e tão de seguida que eu acho que essa malta toda que anda nisto faz de propósito para nos vencer pelo cansaço.
EliminarHá trinta e tal anos, que é o tempo da minha memória.
EliminarTens uma memória tão noviça...
EliminarFico contente pelo facto de a Ana (linda) acrescentar às suas memórias noviças, um facto positivo que nós, noviços também (e lindos), só que há mais tempo, juntamos às nossas: hoje a TAP não foi entregue ao tal senhor das três nacionalidades
ResponderEliminarUfff....Merry Xmss
Até que calhe ela abalar pela porta ( não do cavalo) do burro
A TAP borregou.
EliminarMéééé-é-hé-é-e´ghhhhhhh´ééé´....---
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