A partir de determinada altura (creio que a maioridade legal seria um bom
critério) e sempre que a idade de cada um viesse à baila, deveríamos estar
obrigados a falar não da nossa idade biológica (que ficaria reservada para
contextos médicos e pouco mais) mas antes da idade mental.
Parece-me evidente
que teremos várias idades mentais: a emocional, a sentimental, a estética, a
intelectual (subdividível em incontáveis outras, porque o intelecto não tem a
mesma gradação em todas as áreas),a profissional, a familiar (há gente que,
tenha a idade que tiver, nunca deixará de ter 16, neste contexto), sei lá bem...
temos infinitas idades e a tal idade mental com que deveríamos responder quanto
alguém no-la perguntasse seria uma espécia de média aritmética entre todas essas
idades ou, vá, de média ponderada, se o contexto fosse
determinante.
Complicado?!
Não acho.
Complicado é perguntarem-nos a
idade de A (ou a nossa!), termos de dizer que tem X anos e, posteriormente, de
explicar que a idade real (ou mental) é de X menos dez, em determinados campos,
mas de X mais vinte, noutros. Parecendo que não, baralha.
Comigo é fácil: 16 anos para tudo.
ResponderEliminarBem diferente é a forma como os "povos da terra", entenda-se: "selvagens", "não civilizados" e outros miminhos, lidam com a idade.
ResponderEliminarEnquanto por cá se classificam as pessoas, arrumando-as em estratos, indexando à idade determinados estereótipos, eles têm uma forma de olhar para si e para os seus bem diferente. Nasce-se criança, depois é-se velho(sexualmente activo) e no fim acaba-se a vida na fase de sábio.
A maior parte destes povos não tem, ou tem uma forma primitiva de escrita sendo os valores culturais transmitidos de forma oral. Não sentem qualquer impulso para a contagem do tempo outra que não seja a dos ciclos noite/dia, fases da lua, e as mudanças nas estações.
No fundo praticam sem saber nada sobre o que Sócrates pensava e que Platão deixou escrito: a escrita deve ser evitada ao máximo, pois prejudica a memória e faz com que os pensamentos não evoluam. Pese embora o facto de sabermos os Pensamentos do filósofo pela escrita deixada pela mão do seu discípulo, não deixa de ser interessante verificarmos como é mais poderosa e perene uma determinada forma de estar, uma cultura, se esta for transimitida principalmente de forma oral. Não nos esqueçamos que é pela oralidade nas nossas casas que começamos a ser o que somos e que essas memórias são determinantes para o somatório de memórias futuras.
A indexação do indivíduo à idade "tout court" sem ter em conta de que mais importante do que a idade é o conhecimento que advém da experiência, ou seja a sabedoria, é de facto uma estupidez. A rasoira que mete e mantém gente incompetente só por ser mais jovem enquanto resolve arrumar os que conhecem a fundo é bem conhecida mormente nas empresas públicas, sempre sob o apetite dos boys do regime.
Como é tónica nas sociedade secretas no que diz respeito ao conhecimento, este adquire-se e acumula-se de forma concêntrica, camada sobre camada, e a camada que vemos pouco nos diz sobre as camadas mais interiores.
À nossa sociedade, feita de aparências é por isso toda dada ao visível, ao imediato, à beleza imediata e eternamente passageira, apenas importa a última camada. Ou seja, o que se aparenta e não ao que verdadeiramente se é.
Somos sem dúvida o que vemos nas lixeiras; uma sociedade descartável cheia de apelativas embalagens.
Este teu comentário merecia um post... ó velho!
EliminarO estudo não me deixa quase tempo, a par de outras coisas que não tem nada a ver.
EliminarMas ó jovem e bela donzela, por quem sois, que este velho vos irá satisfazer as carnes mal Neptuno passe à casa de Vénus, com ou sem camisa...
Sou pela Académica :O)
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