Nuno Crato, e a queda de um anjo?
Nuno Paulo de Sousa Arrobas Crato, com graduação académica
superior (Universidade Técnica de Lisboa, University of Delaware) é conhecido
apenas por Nuno Crato.
Foi sob este nome que me habituei a admirar os textos de caracter científico
que publicava regularmente no semanário “Expresso”. Textos claros e expressivos que obedeciam ao preceito de que se não se consegue dizer nada por palavras, não se consegue dizer coisa alguma de outro modo, ou simplificando, é por palavras simples que se devem veicular a simplicidade do que parece complexo. Uma fórmula matemática hermética, uma intrincada interligação atómica, uma relação de forças cósmicas, etc, tudo pode ser dito de forma simples e apelativa.
Admirei este homem durante tanto tempo que lhe perdi o conto.
Foi um nome de primeira linha no combate aos erros do governo anterior, beneficiando de um património de credibilidade invejável.
Bastou a primeira medida para abalar o edifício e o que veio a seguir deitou por terra a imagem que muitas pessoas faziam dele, e se não for eu a primeira pessoa na lista serei decerto uma das primeiras.
De cientista a yessman de ditames de outra ordem que não a do pelouro que ele oficialmente representa, passou sucessivamente de renegado ao extremo do quase insulto à sua condição de cientista.
A última tirada foi decerto a cereja em cima do bolo: o cancelamento do ensino do inglês no primeiro ciclo. Se a medida já era má e anti pedagógica a explicação do ministro foi a bosta perfeita.
Aprender um segundo idioma não seria bom para as crianças, disse ele, induzindo vagamente de que isso prejudicaria a aprendizagem da língua mãe.
Não lhe devem ter chegado, nem a ele nem aos assessores, os estudos internacionais e insuspeitos sobre o tema que o contradizem a cem porcento.
Aqui mesmo está um homem, da mesma idade do senhor ministro, que aprendeu não um mas vários idiomas no ensino básico. Não por que era mais inteligente do que os outros, mas porque todos os meninos na escola o aprendiam e sabe que mais? Sem dificuldade.
E se for isso que o impede de entender o disparate que o senhor acabou de divulgar e pela qual dá a cara, então recorra ao espírito que mexeu quem escreveu os magníficos textos que ficaram para a história no semanário para onde alguém escreveu usando o seu nome: depois destes dois anos, senhor ministro, até duvido que tenha sido o senhor a escreve-los.
O outro falava de se vender por um prato de lentilhas... O Crato, usa as lentes de contacto, e sob aquele ar aparentemente simpático e cordato, está um verdadeiro "Demo-Crato"...
ResponderEliminarUm demo, satano, mafarrico etc ehehe
EliminarBelo trocadilho Eduardo :)
É mesmo um belo Cratodilho
EliminarCratodilho tem alguma coisa a ver com aquele bicho rastejante, de boca cheia de dentes e cauda temível, o cratodilo?
EliminarSim, esse, que voa... mas baixinho.
EliminarSe fosse só isto a destruir o ensino em Portugal, já não era pouco!...
ResponderEliminar... e infelizmente tu sabes mais do que a grande maioria sobre esta tema ... :(
ResponderEliminarNem me fales... (escreve)
EliminarEscrever sim, mas tudo menos estas EsCraturas
ResponderEliminarE a propósito de escarretas, lá saiu mais uma
ResponderEliminarDepois de ter acabado com o Inglês lá vai ele recuperar o Inglês e pelo meio fica todo um ano lectivo sem essa língua estrangeira,
Ou seja, em vez de fazer marcha atrás e suspender a idiotice anunciada, deixa um buraco de um ano e assim uma iniquidade na formação dos alunos.
É um génio, o moço.
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