Na sequência deste post e reflectindo sobre o seu conteúdo partilho convosco esta ideia que sempre me acompanhou e muito a este propósito, se consubstancia numa interrogação: porque é que não se deixaram as moedas nacionais a circular por mais tempo, ou até, a circular sem qualquer horizonte previsivel de desaparecimento?
Explico; nasci num sitio do mundo que é uma encruzilhada de culturas, com chegadas e partidas de gente de todo o lado do mundo e onde circulavam várias moedas em simultâneo. Longe de atrapalhar como se pode pensar, a simultaneidade de moedas fazia com que a lei da má moeda funcionasse em beleza. Nessa época, tinhamos Florins Holandeses, Florins Antilhanos, Bolivares Venezuelanos, Bolivares Colombianos , Dolares Americanos e mais algumas e todas eram aceites e circulavam. E o que é que acontecia? A expressão prática da lei de Gresham, a tal da " má moeda". A moeda nacional, o florim antilhano era referência de todas mas toda a gente fazia por guardar os dolares e fazer circular as moedas pela ordem inversa de valores entre elas. O resultado era o de que a se conseguia ter uma boa quantidade de moeda "nobre" como poupança enquanto as outras circulavam correntemente. No caso do Euro, as coisas apenas descambaram quando de repente se quis acabar com as moedas nacionais, ou seja, as pessoas ficaram sem uma referência física da moeda. O que aconteceria num café se tivesse por exemplo em simultâneo a bica a 60 cêntimos de €uro e 60 escudos?
Ora toma lá os 60 escudos porque 60cêntimos de €uro valem o dobro!
Acredito firmemente que se tivesse havido o cuidado de se manter as moedas nacionais a correr em simultâneo com o Euro, muitos dos problemas que agora vivemos teriam uma expressão mais branda. Os Estados teriam a possibilidade de exercer as correcções e minorar os desequilibrios através da emissão de moeda nacional, da flexibilidade permitida pela alteração das taxas de câmbio e certamente os sacrificios pedidos e a estupidez das privatizações cegas, nunca teriam tido lugar. Em simultâneo, a pressão sobre o €uro exercida de forma depredadora, tal como os lobos fazem sobre os rebanhos atacando uma a uma as peças mais fracas, não teria qualquer sentido nem efeito. O €uro, ao ficar, por assim dizer, num patamar superior, estaria como que blindado: ao ser moeda estratégica e não corrente, teria um estatuto próximo do que tem o ouro.
Mas... como diz o outro: Eles é que sabem, a nós resta-nos pagar....
Explico; nasci num sitio do mundo que é uma encruzilhada de culturas, com chegadas e partidas de gente de todo o lado do mundo e onde circulavam várias moedas em simultâneo. Longe de atrapalhar como se pode pensar, a simultaneidade de moedas fazia com que a lei da má moeda funcionasse em beleza. Nessa época, tinhamos Florins Holandeses, Florins Antilhanos, Bolivares Venezuelanos, Bolivares Colombianos , Dolares Americanos e mais algumas e todas eram aceites e circulavam. E o que é que acontecia? A expressão prática da lei de Gresham, a tal da " má moeda". A moeda nacional, o florim antilhano era referência de todas mas toda a gente fazia por guardar os dolares e fazer circular as moedas pela ordem inversa de valores entre elas. O resultado era o de que a se conseguia ter uma boa quantidade de moeda "nobre" como poupança enquanto as outras circulavam correntemente. No caso do Euro, as coisas apenas descambaram quando de repente se quis acabar com as moedas nacionais, ou seja, as pessoas ficaram sem uma referência física da moeda. O que aconteceria num café se tivesse por exemplo em simultâneo a bica a 60 cêntimos de €uro e 60 escudos?
Ora toma lá os 60 escudos porque 60cêntimos de €uro valem o dobro!
Acredito firmemente que se tivesse havido o cuidado de se manter as moedas nacionais a correr em simultâneo com o Euro, muitos dos problemas que agora vivemos teriam uma expressão mais branda. Os Estados teriam a possibilidade de exercer as correcções e minorar os desequilibrios através da emissão de moeda nacional, da flexibilidade permitida pela alteração das taxas de câmbio e certamente os sacrificios pedidos e a estupidez das privatizações cegas, nunca teriam tido lugar. Em simultâneo, a pressão sobre o €uro exercida de forma depredadora, tal como os lobos fazem sobre os rebanhos atacando uma a uma as peças mais fracas, não teria qualquer sentido nem efeito. O €uro, ao ficar, por assim dizer, num patamar superior, estaria como que blindado: ao ser moeda estratégica e não corrente, teria um estatuto próximo do que tem o ouro.
Mas... como diz o outro: Eles é que sabem, a nós resta-nos pagar....
O euro e os euros.
ResponderEliminarParece-me que tudo caminha a passos largos para a reciclagem e que nada vale o que valia antes.
Até os eurodeputados devem ser tratados como lixo pois apenas lutam pelos interesses próprios e não da comunidade como um todo.
Será possivel aprovarem uma lei que lhes permita a reforma aos cinquenta quando sobe a idade da mesma para todos os europeus...?
E nós continuamos calados...
Desvirtuaram as moedas, as leis e todos os princípios de que alguém um dia pintou a CEE.
A Cee era um projecto de solidariedade que emanou da tragédia da segunda grande guerra mundial. É confrangedor constatar que o Homem apenas tem memória emocional daquilo que viveu. Os valores assentam na transmissão das memórias das gerações anteriores e três gerações depois, o egoísmo puro e duro que originaram as guerras regressou ao cimo. A segunda geração do pós guerra ainda beneficiou do empenho genuíno da geração anterior e que tinha sofrido o horror do holocausto generalizado. Como sempre acontece, os netos ouvem falar das experiencias pessoais dos avós com a condescendência que se dá a quem já não conta para a máquina trituradora produtiva. Conversa de velhos, dizem quando eles falam de racionamento, de senhas, de mortos, de bloqueios...etc.
ResponderEliminarNão nos chega nunca dizerem-nos que mar é salgado: temos que bebe-lo para sentir o sal a cortar a alma...
Hoje voltei aqui e só posso dizer que gostei do comentário do Charlie.
ResponderEliminarCompletou tanta coisa que queria dizer e que me ficou atravessada na garganta.
Quais serão os segredos e as guerras que se aproximam...
Os meus medos renascem dentro de mim.
E se ao excelente comentário do Charlie juntarmos aquela cena de só acordarmos para a desgraça quando ela bate à nossa própria porta, nem sequer enquanto povo, mas até como cidadão individualizado, então temos o caldo de cultura criado para o aparecimento dos grandes iluminados...
ResponderEliminarNão os ouvem já, aí um pouco por todo o lado?
Eles "andem" mesmo por aí!
ResponderEliminarOuvi montes de iluminados, profetas da desgraça, e adivinhadores com a receita perfeita nas mãos. Ainda há dias um deles, o Camilo Lourenço, perante os últimos desenvolvimentos, desesperava e dizia não entender já nada. Caiu na real digo eu, afinal as receitas milagrosas de que ele falava à exaustão provaram isso que todos nós ( que temos empresas e andamos no terreno) já sabiamos: não se cura uma doença dando porrada no doente.
ResponderEliminarMas o doente dar porrada no médico que lhe está a dar porrada... também não cura mas já alivia...
ResponderEliminarhahahahha Boa malha, e vá de malho, f...-se, car..ho!!!
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